Ps I Love You escrita por lucas esteves


Capítulo 17
Juli-eta or Juli-ana


Notas iniciais do capítulo

Juli-eta ou Juli-ana?
— Estão dispensado! – exclamou a roliça professora de literatura inglesa.
Ju, que não prestava muita atenção na aula, teve que levar um cutucão de Ka para levantar-se.
Ela juntou seu material e seguiu a amiga.



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   - Estão dispensado! – exclamou a roliça professora de literatura inglesa.

   Ju, que não prestava muita atenção na aula, teve que levar um cutucão de Ka para levantar-se.

   Ela juntou seu material e seguiu a amiga.

   - Francamente, no que você estava pensando? – perguntou Karol. – Você tava, tipo, no mundo da lua.

   - Eu sei. – Ju confirmou. – Sabe, eu tava pensando em como é engraçado ver o Seb constrangido.

   Karol cruzou o corredor e correu ao bebedor mais próximo.

   - Porque estava pensando nele? – perguntou enquanto jogava o cabelo cacheado para trás, para depois beber água.

   - Sei lá, ontem ele chegou todo bravinho em casa e eu deixe um “chega-pra-lá” nele, ele ficou sem reação, foi muito engraçado... Muito... Fofo, até...

   - Bravo por causa daquela história da menina que você conheceu e te levou pra casa?

   - Isso mesmo. Bobagem, na minha opinião, a Sra. e o Sr. Lefebvre nem ligaram.

   Karol riu com uma ponta de ironia, enquanto soltava os cabelos e voltava a rumar para a saída ao lado de Ju.

   - Mas é claro que é bobagem, estamos falando de Sebastien Lefebvre, o “pop” mais metidinho dessa escola.

   - Coitado. – riu Ju.

   - Coitado é filho de rato que nasce pelado... Ou...

   - Alguém que namore com Annie Standfor – elas disseram, as duas ao mesmo tempo, rindo.

   As risadas só cessaram quando passaram pela sala de teatro, que estava aberta e cheia de gente.

   Curiosas, as duas se aproximaram e ao entrarem viram o lugar cheio de meninas e meninos olhando para o palco, onde o professor de Artes Cênicas discursava.

   - Acalmem-se – ele gritou, e em seguida todos se calaram. – Como estava dizendo, a peça será um clássico e o elenco será limitado, sim.

   Um burburinho percorreu a sala, mas não demorou a cessar.

   - Continuando... Só os melhores terão a oportunidade de participar, os testes serão agora e totalmente improvisados, para testarmos a capacidade de vocês com imprevistos. Contudo, certamente alguns personagens farão seus interpretes, pois precisaremos de pessoas não só talentosas, mas também parecidas com os personagens.

   - Mas nós não podemos ficar aqui agora – protestou um aluno. – Não sem aviso.

   Quase todos ali concordaram, mas o professor se manteu firme e disse que quem não quisesse ficar estaria convidado a se retirar e, assim, quase todos ali foram embora, sobrando apenas umas poucas pessoas, não mais que 15 ou 20.

   - Vamos, Ju? – perguntou Ka.

   - Claro que não, eu quero fazer esse teste. – ela disse como se fosse algo tão obvio quanto o fato da Terra girar em torno do Sol. Alias, seus olhos brilhavam como um.

   - Creio, minha amiga, que a interprete da personagem principal já esteja escalada. – Karol tornou a dizer, apontando para Annie, que se exibia em cima do palco, ao lado do professor.

   - Mas isso não é justo! Ela nem fez teste.

   - E o que você vai fazer? Ir lá em cima e protestar pelo papel, desafiando a Annie?

   Ju apenas sorriu maldosamente. Se dar por vencida era algo que não fazia parte do seu cotidiano e, não era só porque vinha de um lugar onde todos eram uma grande família, que se deixaria ser a “presa” dos animais de onde estava agora.

   - Ótima idéia. – ela disse, indo até o palco.

   - Sabe, Karoline, você deveria tentar calar a boca com mais freqüência. – disse Karol a si mesma.

   Lá na frente, Ju foi até a frente do palco e subiu por lá mesmo, desprezando as escadinhas ao lado.

   Obvio como já era, todos arregalaram os olhos para a menina, perguntando-se se ela realmente queria morrer.

   - Eu não acho isso justo! – protestou num tom de voz calmíssimo.

   - Como? – indagou Annie, parecendo – ou fingindo – não ter ouvido direito. – Eu acho que não entendi.

   - Você entendeu, sei bem que não é surda. Eu disse que não concordo com isso e que quero o papel tanto quanto você.

   - Srta. Fletcher, a senhorita chegou esse ano na escola, não acha melhor...

   - Não. – ela interrompeu. – Acho melhor o senhor ser justo e me dar uma chance de ganhar o papel da personagem principal.

   - Você ao menos sabe qual é a peça? – indagou Annie.

   Ju abriu a boca, mas no primeiro momento não saiu som algum. Ela correu os olhos pela sala o mais rápido que pode. Achou finalmente os cabides com os trajes da peça e sorriu.

   - Romeu e Julieta. – ela disse, triunfante. – Um clássico inglês.

   Annie cruzou os braços, sorridente.

   - Annie, ela tem razão. – ponderou o professor.

   A menina o amaldiçoou com o olhar, mas rapidamente voltou a sorrir.

   - Ótimo. – ela disse. – Então hoje, as três, nós vamos disputar o papel atuando aqui, na frente de todos eles. – ele disse apontando para todos que viam a discussão. – Aceita ou esta com medo?

   Ju cerrou os olhos.

   - Não mesmo, queridinha. Eu já aceitei – ela disse, pulando do palco e dando as costas a Annie.

   A ruiva sorriu maldosamente, vendo Ju e Karol irem embora.

   Me aguarde, benzinho, acho que alguém vai quebrar a cara...

   - Vai para sua casa, Srta. Standfor? – questionou o professor.

   - Não. – ela respondeu, estranhamente animada. – Vou encontrar meu namorado...


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Notas finais do capítulo

Sem delongas...

Próximo Capítulo:
Supostamente, um acidente.
Se a Sra. Lefebvre achava nunca ter visto ninguém tão agitado quanto Seb antes, estava completa e redondamente enganada. Perto de Ju, ele chegava a parecer lerdo demais.
Naquele dia, em especial, ela parecia um furacão daqueles que passam pela América do Norte devastando tudo em seu caminho.
Seb, por algum motivo que a mãe desconhecia, ainda não havia chegado para o almoço, enquanto Ju, por outro lado, já havia chegado, almoçado e se trancado no seu quarto, depois de contar rapidamente o motivo de tal afobação a Sra. Lefebvre.



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