Ps I Love You escrita por lucas esteves


Capítulo 15
The Spring


Notas iniciais do capítulo

Sozinha e sem vontade de voltar pra casa, Ju sentou-se na beirada de uma grande fonte, que jorrava suas águas iluminadas por várias lâmpadas coloridas para cima, dando um efeito lindo ao lugar. Um paraíso!



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A Fonte

 

- Então, amor. – disse Annie, depois de mastigar o último pedaço do lanche natural que Seb comprara pra ela depois de se lavar. – Sorte que sua camisa não manchou, né?

Desde que o namorado voltara do banheiro – um bom tempo depois – e eles dois e os outros ali sentaram-se em uma mesa, fazendo cada um o seu pedido, Annie não parava de mandar pesadas e indiscretas indiretas a Ju.

Diretas já, pensou a morena, irônica.

- O que importa é que não manchou. – respondeu o rapaz, que já não parecia tão mal-humorado quanto antes.

- Mas poderia ter manchado. – ela insistiu. – E se você tivesse perdido a blusa? Quem compraria outra para você?

- Você mesma, ué. – disse Tony, provocando uma onda de gargalhadas pela mesa. – Você é a namorada dele, logo, você deve comprar uma blusa nova... Não é?

- Sem duvida alguma. – riu David.

A ruiva lançou a ele um olhar assassino, mas o rapaz não pareceu ligar muito.

Já era fato que David não gostava muito de Annie e não precisava ser muito inteligente pra perceber isso. Ju achou a situação muito engraçada, mas também bem desconfortável.

Ela lançou a Karol um olhar discreto e a outra balançou a cabeça em sinal afirmativo.

- Gente, eu acho que vou dar um volta por aí. – ela disse, levantando-se da mesa.

Karol fez menção de levantar também, mas hesitou, olhando Tony, desconfiada, como se tivesse receio que, como ela dizia, uma vadiazinha qualquer o atacasse.

- Eu... Eu vou também... – ela disse incerta. – Tony, você vem comigo!

O rapaz, que antes ria de alguma piada de Pat, voltou um olhar surpreso a menina.

- Vou? – ele perguntou, claramente confuso.

- Vai! – ela determinou, indo até ele e o puxando discretamente.

O rapaz deu os ombros e sorriu para ela, fazendo-a sentir-se completamente hipnotizada. Ela sorriu de volta e quase caiu quando tropeçou no pé da cadeira de Pierre por não olhar pra outra coisa que não fosse Tony.

- Quando quiser ir embora me procura. – disse Seb. Ju sentiu que, apesar do tom severo e da expressão rígida, ele não fora estúpido como era antes. – Minha mãe disse que queria que eu te levasse para casa.

- Ela pode ir a pé, né? – perguntou Annie, lançando a Ju um olhar que intimidaria quase todas as meninas ao redor.

A morena, contudo, sentiu raiva e acabou não respondendo da maneira que Annie esperava.

- Na verdade, se a Sra. Lefebvre quer que eu vá com o Seb, eu vou! – provocou.

- Mas...

- Tchau meninos! – interrompeu-a, indo dar um beijo no rosto de cada um dos rapazes a mesa, mas ficando desconcertada e “pulando a vez” de Seb.

Eles responderam com a mesma simpatia e, nos minutos seguintes, ficaram observando Ju, Tony e Karol sumirem pela saída do shopping.

Os três decidiram caminha pelo enorme jardim em frente ao shopping.

- Esse lugar me parece familiar. – disse Ju, olhando para os lados, onde os arbustos moldados davam a impressão de estar dentro de um labirinto.

- Você já veio aqui?

- O mais estranho é que não.

- Ju, você é estranha. – disse Karol.

- Que bom que você é normal, né? – a menina brincou.

Os três entraram no parque, apreciando cada tipo de flor, cada arvores de lá. Era um lugar realmente lindo e, por algum motivo, mexia com a cabeça de Ju.

Talvez ela nunca tivesse estado ali, mas definitivamente já estivera em algum lugar parecido.

- Tony, você já conhecia os meninos? – Ju perguntou, em um momento que o assunto com Karol acabou e um silêncio chato ficou no ar. – Digo, você parecia bem amigo deles.

- Os treinos de futebol do seu ano e do meu são juntos. Eu vejo eles todo dia que tem aula.

- Mas eles não estavam no treino. – observou Karol. Na sua cabeça uma imagem perfeita do ginásio se formou e lá só havia, como ela dizia, vadia sedentas pelos capitães dos times.

- Porque esse foi o treino de tarde, que é opcional. No de manha eles sempre estão.

Ju sorriu para si mesma. Assim era mais fácil, melhor e mais pratico. Já eram todos amigos e não teriam problemas de toda uma cerimônia de se conhecer e fortalecer uma amizade aos poucos. Ela já estava ali.

- Bom, se vocês me dão licença, eu vou pra casa. – disse Karol, bocejando de sono.

- Então eu vou com você. – disse Tony.

Em uma pequena fração de segundos um brilho intenso e feliz apareceu nos olhos dela. Com exagero, Ju diria que aquele brilho quase ofuscava sua visão.

- Jura?

- Claro. – ele disse sorrindo. Karol fixou um olhar no sorriso branco dele, sem piscar sequer uma vez.

- Tchau pra vocês, então. – a morena se despediu.

- Tchau, Jujuquete! – disse Karol, enquanto ia até Ju e, sem tirar os olhos de Tony, beijou de leve a bochecha da amiga.

- Tchau, Ju! – disse Tony.

Ele pegou a mão de Karol, que sentiu as pernas fraquejarem, e foi praticamente arrastando a menina até a saída do jardim.

Sozinha e sem vontade de voltar pra casa, Ju sentou-se na beirada de uma grande fonte, que jorrava suas águas iluminadas por várias lâmpadas coloridas para cima, dando um efeito lindo ao lugar. Um paraíso!

O sorriso tranqüilo em seu rosto morreu ao lembrar-se que teria que voltar a ver Annie para ir embora. E o pior, ficaria de vela enquanto Seb não quisesse ir.

E se fosse para casa sozinha, sem avisar? Será que seria mancada?

Mancada? O cara me odeia, vai me levar forçado, porque eu deveria ir com ele?

Irritada com estes pensamentos, Ju se levantou para sair dali, mas escorreu no chão molhado ao redor da fonte.

O resultado foi uma cômica cena – que por sorte ninguém viu – em que a protagonista caia em seco com a bunda no chão, berrando escandalosamente de dor.

- Ai, bosta!

- Quer ajuda? – uma voz feminina perguntou.

Ju levantou os olhos para a pessoa que falava com ela. Era uma menina que deveria ter a sua idade. Vestia uma blusa amarela clara simples, com uma calça jeans velha e calçando um tênis branco e rosa, também velho.

Os cabelos eram como seus próprios, desciam lisos até o pescoço, onde lindos cachos caiam até o busto. Cabelos em moreno com mechas em um loiro dourado. Lindos, embora estivessem completamente bagunçados.

A menina tinha um corpo bonito, mas definitivamente descuidado. Ju, ainda que se sentindo um monstro por isso, teve a impressão que ela devia ser de uma família extremamente humilde. Ou, no vocabulário dos mais maldosos, pobre.

Ela aceitou a mão que a menina lhe estendia.

- Ai, obrigada. – ela agradeceu, olhando para o chão úmido. – Maldito piso.

- Acredite, eu já passei por isso, mas o meu caso foi pior. – Ju a encarou se perguntando se ela teria caído dentro da fonte. – Não... – ela respondeu, surpreendendo a morena. – É que comigo foi de dia, com mais gente aqui.

- Isso aqui deve encher de dia.

- Na verdade não, esse jardim é pouquíssimo visitado, raramente se acha alguém aqui.

Ju não respondeu, apenas olhou ao redor. Por algum estranho motivo, sentia-se mais satisfeita por saber que ninguém ia ali.

- Bom, obrigada novamente. – ela disse, estendendo a mão para a menina. – Prazer, Juliana.

A menina olhou para a mão de Ju e rindo, apertou-a. – Você definitivamente não é canadense! – ela disse, referindo-se a forma extrovertida e animada de Ju trata-la. – Mas, prazer Juliana, a maioria dos meus conhecidos me chama de Bri, mas pode me chamar pelo meu nome...


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Notas finais do capítulo

É, isso, gente!
Comentem bastante que os próximos cinco virão logo.
Abraço!



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