Um Amor De Infância escrita por Anah


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Gente, como eu fui viajar não consegui postar, e como vou entrar em semana de prova não sei se vou conseguir postar de novo, mas assim que der eu trago mais, ok ?



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Kagome era demais! Inu Yasha não sabia se a beijava ou se a esbofeteava por sua audácia. Durante a cavalgada, ela tentara pular do cavalo inúmeras vezes. Por fim, ele a abraçou com força, e não tinha a menor intenção de soltá-la.

Seguiram por uma colina, chegando a uma grande clareira, onde havia as ruínas de um antigo castelo, com suas paredes escuras e destruídas. A visão era assustadora, porém bela.

Inu Yasha soltou-a e, para seu total espanto, Kagome não tentou escapar. Mas que mulher imprevisível! Repousava tranqüila, no peito dele. Como se sentia bem na presença daquela estranha…

Daquele lugar, era possível avistar toda a propriedade do clã. As terras de Alistair Davidson se estendiam em todas as direções. Braedün Lodge era um minúsculo ponto lá embaixo, além da floresta por onde tinham cavalgado.

— É uma linda vista — comentou Kagome, surpreendendo-o outra vez.

Inu Yasha estudou-lhe o semblante, tão próximo. Os olhos dela, verdes como uma esmeralda fixava o horizonte. Pela primeira vez, Inu Yasha reparou em seus cílios: fartos, começando escuros e terminando loiro.

— Sim, é uma vista espetacular. — Ele passou as mãos pelos braços de Kagome e sentiu-a se arrepiar. — Está com frio?

— Não. — Virou-se.

Naquele momento, Inu Yasha teria entregado sua alma ao diabo para se perder para sempre naqueles olhos encantadores.

Para ser bem sincero, Kagome o enfeitiçava. E não havia explicação plausível. Inu Yasha não era o mesmo homem quando estava perto dela. Na realidade, não era o mesmo desde que a conhecera. E essa constatação o perturbou.

Passando a perna pelo lombo do cavalo, desmontou e virou-se para ajudá-la. Entretanto, algo o impediu de tocá-la, por isso ficou apenas olhando-a, desejando que se jogasse em seus braços.

Kagome hesitou, tentando entender suas emoções conflitantes. Não deveria ficar sozinha com Inu Yasha, muito menos tão longe de tudo e de todos. Podia enumerar uma série de razões para esporear o cavalo e fugir dali, mas todas se esvaíram quando encarou Inu Yasha Taisho. Aquele homem era tudo com o que sempre sonhara.

O único que desejava.

Foi muito fácil inclinar-se e deslizar nos braços dele. Inu Yasha segurou-a e, sem pensar duas vezes, Kagome o enlaçou, tocando os cabelos castanhos de sua nuca.

Inu Yasha se deixou levar pelo abraço, com os seios macios contra si. Maravilhada com a intensidade da proximidade de ambos, Kagome sentiu o coração dele disparar, tão forte quanto o toque de um tambor.

O que estava acontecendo? Suas faces ficaram rubras, e um calor incontrolável se apossou dela. Sua boca secou. Kagome entreabriu os lábios e umedeceu-os com a língua.

Então Inu Yasha Taisho a beijou.

Uma, duas, três vezes.

— Inu Yasha… — murmurou, deliciando-se com o beijo e com as sensações proporcionadas.

Já fora beijada antes, mas nunca daquela maneira. Nunca com tanta intensidade e ardor. Os lábios dele a provocavam, experimentando-a. Os olhos de Inu Yasha estavam entreabertos, denotando a imagem de um gato selvagem.

Ao sentir a barba por fazer roçar sua pele quando Inu Yasha desceu os lábios para seu pescoço, Kagome arrepiou-se toda. Cerrou as pálpebras, sucumbindo ao estado irreal que ameaçava consumi-la: calor e desejo, com uma força jamais vivida antes.

Inu Yasha gemeu diante da resposta dela e procurou-lhe a boca de novo. Sua língua deslizou-lhe pelos lábios, afastando-os. Kagome foi tomada por um intenso calor quando sentiu a língua dele unir-se a sua.

Percebeu que tremia, e quase não conseguia controlar a urgência que crescia em seu íntimo. Assim, abraçou-o forte, apertando-o contra si. Volúpia, medo e confusão se misturaram assim que notou a magnitude de Inu Yasha pressionada contra sua cintura.

Então, abriu os olhos.

Tentando voltar a si, Kagome o empurrou, interrompendo o beijo. Inu Yasha, porém, a reteve, firme. O coração dele batia disparado contra as mãos frágeis.

— Não, eu não posso. — Kagome tentava se soltar. Assim que conseguiu, caminhou para as ruínas do antigo castelo. Inu Yasha foi atrás. Kagome parou perto de uma parede, tentando concatenar as idéias, e logo os dedos dele tomavam seus ombros.

— O que foi Kagome?

— É que… Eu…

Kagome não sabia o que pretendia dizer, e foi tomada por um impulso de contar-lhe toda a verdade. Entretanto, calou-se, olhando-o nos olhos.

— Você é casada? É isso o que está tentando me dizer?

— Não, de modo algum!

Um grande alívio tomou conta de Inu Yasha, mas sua expressão logo demonstrou preocupação.

— Comprometida com o chefe de algum clã, então?

O rosto de Reynold Grant surgiu-lhe na mente, despertando-lhe a raiva. Kagome tratou de afastá-lo.

— Não, não sou comprometida com ninguém. E se fosse não seria de sua conta. — O desprezo que sentia por Grant, aliado ao desejo nutrido por Inu Yasha, a impeliu a explodir.

Ele pegou-a pelo braço.

— Seria, sim, e muito. Você consegue imaginar o motivo?

— Não, não consigo — mentiu assustada e excitada com a realidade do fato.

Kagome se afastou, tremendo, e Inu Yasha a soltou. Antes que soubesse o que estava fazendo, ela saiu das ruínas e montou no cavalo. Sem dizer uma única palavra, esporeou o animal e saiu correndo em direção à floresta.

Inu Yasha ficou imóvel, com os punhos cerrados ao lado do corpo.

Reynold Grant deu um soco na mesa. O impacto do golpe ecoou pelas paredes do Castelo Glenmore.

— Onde está ela?! Quero que a encontre e a traga aqui!

 Perkins estava parado na frente do chefe de seu clã, junto com alguns soldados.

— Inúteis! Idiotas! Eu poderia ter capturado a jovem sozinho!

— Ela foi pega por um Taisho, chefe.

— Tem certeza?

— Sim. Nós os seguimos para o sul, até as terras dos Davidson.

Reynold considerou as implicações.

— Alistair… — Reynold empurrou a cadeira para trás e se levantou. — É o tio dele.

Perkins sorriu, porém os outros soldados trocaram olhares confusos.

— Tio de quem, chefe? — indagou o mais velho.

— Tio dele, seu tolo! Alistair Davidson é tio de Inu Yasha Taisho!

— E o chefe dos Taisho se atreveria a cavalgar pelas terras dos Grant?

Reynold olhou para seus homens e apertou as unhas contra as palmas, imaginando o rosto de seu maior inimigo.

— Ele estava em minhas terras e eu não sabia? — A raiva quase incontrolável apavorava os homens ali parados. — E não havia ninguém para impedi-lo?

Nenhum soldado o encarou. Perkins ficou calado, esperando o pior.

Reynold caminhou até a lareira e olhou para o fogo, como se as chamas escondessem a resposta de suas perguntas.

Ele a teria de volta, mas como? Seria prematuro reunir todo seu exército para capturá-la. Não, ele queria tudo: o Castelo Findhorn, as terras dos Taisho, e Kagome d'Angoulême.

Esperava casar-se com a jovem antes de iniciar a guerra contra os Taisho. A aliança com a França lhe seria bastante útil, bem como com a Inglaterra.

Não, era melhor aguardar. Não podia correr o risco de ter Taisho reunindo o clã Chattan contra o seu. Mais cedo ou mais tarde, encontraria uma maneira de recuperar Kagome. Enquanto isso continuaria tentando aumentar seu exército. O próximo era o clã MacBain.

— Perkins — chamou, virando-se. — Quero que marque um encontro, e depressa, com o chefe dos MacBain.

— Sim, chefe. Cuidarei desse assunto agora mesmo. E vocês, soldados, quais são as novidades que nossos patrulheiros trazem?

— O chefe dos Davidson e a esposa cruzaram as terras dos Macgillivray.

— Sozinhos?

— Não, estão com uns vinte soldados. E viajam sob a proteção dos Macgillivray.

— É verdade — interrompeu Perkins —, mas na volta Alistair Davidson virá pelo leste, rodeando nossas terras antes de seguir para o norte em direção a Braedün Lodge.

— Saiam — ordenou Reynold. — Preciso raciocinar em paz.

E acomodou-se em uma cadeira perto da lareira, esticando as pernas.

A imagem de Kagome Todd surgiu-lhe. A pele alva e os olhos verdes… Filha do responsável pelo estábulo. Que ironia do destino! A jovem pertencia à realeza e não sabia. E logo seria marido dela.

Cerrou os dentes. Kagome Todd estava com os Taisho. Quanto mais cedo Inu Yasha se juntasse ao pai, melhor seria.

— Não, Inu Yasha Taisho, você não a terá por muito tempo. Kagome d’Angoulême será minha!

Por puro instinto, Inu Yasha levou a mão às costas para pegar arco e flecha ao avistar uma lebre escondida em um pequeno arbusto. Entretanto, saíra despreparado, o que não costumava acontecer.

— Que mulher! — Chutou algumas pedras na direção do arbusto e continuou resmungando.

Fazia uma hora que caminhava, e tinha pelo menos mais um quilômetro pela frente até chegar à propriedade de seu tio. Acelerou o passo, observando a mata em todas as direções.

Como Kagome fora atrevida por fugir em seu cavalo! E o pior de tudo era ele não ter feito nada para impedir.

— Idiota!

Pela décima vez, Inu Yasha verificou suas armas: espada, duas adagas e a pequena sgian dhu em sua bota. Era suficiente. O garanhão levava uma lança, outra espada e também uma adaga. Onde estaria seu cavalo?

Onde ela estaria? No caminho de volta para buscá-lo, pronta para oferecer desculpas e beijos doces?

— Pare com isso, Inu Yasha! — murmurou, afastando o pensamento.

Era bem provável que Kagome estivesse a caminho do Castelo Glenmore, levando notícias de tudo o que vira e ouvira. Ou poderia estar se encontrando com seu amante, relatando cada passo de Inu Yasha, seu arsenal de armas, o tamanho do exército dos Taisho.

Ele parou um instante e olhou para o céu azul através das árvores.

— Não, ela não é uma espiã. E não existe nenhum amante. — Disso Inu Yasha tinha plena certeza.

Kagome ainda era virgem. Os beijos dela eram de uma inocente, porém, a paixão que escondia… Tornou a suspirar. Sua resposta aos beijos que compartilhara com ela fora imediata, desenfreada. Quase se descontrolara. Não importava quem ela era, mas aquilo não podia se repetir.

Quem seria aquela linda mulher?

O encantamento de Inu Yasha era tão grande que esqueceu-se por completo do motivo de ter ido procurá-la aquele dia. Tinha a intenção de lhe perguntar sobre sua identidade, sobre seu clã. Todavia, todas suas intenções desapareceram ao deparar com seu belo rosto.

Acima de tudo, Inu Yasha devia manter o foco. Tinha planos a fazer, promessas a cumprir.

Encostou-se em uma árvore e deixou seu olhar ir longe. Então, lembrou-se de outra árvore, em outra floresta, bem longe dali. O tronco era cheio de marcas das inúmeras flechas que ele e a garota tinham acertado durante todas aquelas tardes.

A garota…

Sorrindo, Inu Yasha levou a mão à bolsa que carregava na cintura, tirando o laço de amantes que ela lhe dera tantos anos atrás. Passou o dedo pela fina textura dos cabelos e pelo nó de seu manto, que ainda continuava firme depois de todos aqueles anos.

Ele jurara que voltaria, e voltaria.

Fora uma promessa infantil, mas mesmo assim uma promessa. E quem era ela? Inu Yasha se lembrou de que também não sabia o nome da menina. Quantos mistérios uma mulher podia esconder? Não fazia diferença. Ele a encontraria. E também a adaga.

O som de passos o despertou de seus devaneios. E agora? Levou a mão à espada, mas interrompeu o movimento ao ver os três cavaleiros que se aproximavam. Bankoutsu e dois guerreiros dos Davidson.

Um deles trazia um quarto cavalo, seu garanhão, sozinho.


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Notas finais do capítulo

(Se alguem entrar em semana de prova, boa sorte)
Espero que tenham gostado *-*