O Homem Do Troco escrita por judy harrison


Capítulo 3
Visita Desejável... ou não.


Notas iniciais do capítulo

Como um imã os dois lados se atraem e Nina leva o homem estranho para casa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/188172/chapter/3

O show continuou, mas a pedido dele seus colegas de palco tocaram uma música na qual ele era o vocalista. Era uma linda canção romântica. Ele parecia dispensar cada palavra para ela, pois vez ou outra lhe cravava o olhar e a deixava desconsertada, sempre em frases fortes.

Depois da música ele deixou o palco e foi para fora.

Muito tentada a ir atrás dele, Nina pagou sua conta e saiu.

Encontrou- o encostado em uma Harley Davidson, provavelmente dele. Mas ela não sabia se ia ou não falar com ele.

Então, perto dali um homem agredia sua namorada, e a insultava.

Nina tentou ignorar aquilo, mas o “homem do troco” saiu de onde estava e foi até o casal.

_ O que ele vai fazer? – ela se perguntou enquanto as pessoas começaram a se aglomerar.

_ Ei! Tire suas mãos dela! –ele ordenou em voz alta.

O rapaz enfurecido segurava a mulher pelos cabelos. Era jovem e tinha um físico avantajado.

_ Não se meta, forasteiro! Isso não é da sua conta.

A mulher chorava pedindo que ele a soltasse, mas ele a insultava o tempo todo.

_ Por que não enfrenta um homem de verdade? Ou você não é homem de verdade? – ele desafiou.

O rapaz então soltou sua namorada e a jogou para o lado.

_ Então você quer ficar no lugar dela? Posso segurar os seus cabelos... – disse indo na direção dele.

Impulsivamente, Nina aproximou-se de seu conhecido e pediu.

_ Não faça isso!

Ele apenas olhou para ela, e quando o rapaz estava diante dele para pega-lo ele lhe deu um soco no estômago.

_ Bater em mulher é fácil, não é?

Quase rendido, ele tirou do bolso um estilete grande.

_ Faça isso de novo e vai se arrepender!

Mas o homem não parecia ter medo. Quando o rapaz arrastou o objeto em seu braço, ele o desarmou num golpe repentino, deu-lhe uma “gravata” e segurou com força seu pescoço.

_ Isso é pra você entender que em mulher não se bate! – disse quase em seu ouvido.

E o rapaz caiu no chão desacordado, sem fôlego.

Sabendo que o dono do estabelecimento havia chamado a polícia, ele foi para sua moto. Lá estava Nina, estarrecida e olhando para o ferimento em seu braço, que sangrava.

_ Venha comigo! – ele pediu.

Nina não pensou em nada além de ajuda-lo e sentou-se na garupa da moto com ele. Sairam de lá depressa.

Depois de alguns minutos chegaram em uma rua deserta, ele parou a moto e os dois desceram.

_ Você ainda está sangrando! Precisa de cuidados! – ela disse apavorada.

Mas ele não parecia preocupado com seu braço, apenas olhava o horizonte.

_ Eu não posso voltar. A polícia me prenderá.

Pensando em ajuda-lo Nina sugeriu que fossem à casa dela, na cidade vizinha, pois lá não o encontrariam.

Ele aceitou. Em pouco tempo chegaram, e Nina o aconselhou a guardar a moto dentro da casa.

_ Você pode tomar um banho. No banheiro tem tudo que precisa.

Calado, ele foi para o banheiro, levando sua mochila.

Nina então se deu conta do que estava fazendo. Tudo que fez foi por impulso, e ela não mediu suas atitudes como de costume. Lembrou-se das palavras de Lívia.

_ E se ele for um bandido mesmo?

Mas ela não podia fazer nada naquele momento, pois ele estava bem ali, em sua frente com os cabelos molhados e com uma roupa limpa.

_ Como está seu braço? – ela percebeu que não havia mais sangue e que ele não precisava de curativos, então podia ir embora.

E era o que ela queria, mas ele sentou-se em sua frente, no outro sofá.

_ Não foi nada, só um pequeno corte na superfície da pele. – observou a sala. Era uma casa simples, mas bem mobiliada – Mora sozinha?

_ Eu... – ela pensou em dizer que seu marido chegaria a qualquer momento, ou que seus pais estavam no quarto, ou algo que desmentisse o óbvio, mas não achou nada melhor do que a verdade – Sim. Mas... tenho amigos... vizinhos...

_ Não se preocupe, não vou machucar você, nem roubá-la.

_ Eu não disse isso! – deu um sorriso sem graça.

_ Mas estou vendo que está com medo de mim. Se tinha medo, por quê me trouxe aqui?

_ Não estou... Eu só estou pouco à vontade por que não te conheço. Nem sei seu nome. – ele a encarava esperando que dissesse algo mais – Eu queria que cuidasse de seu ferimento.

_ Não foi nada sério. Eu posso me deitar aqui?

_ Passar... a noite?

_ Não. Só vou descansar um pouco e vou embora.

_ Claro.

Ele se deitou no sofá e não demorou para dormir.

Nina saiu de lá e foi para a cozinha, estava tensa por causa da forma ríspida com que o homem falava. Ele parecia estar em sua própria casa, falando com sua esposa.

Já passava das duas horas da manhã quando ele finalmente acordou. Nina ainda estava em sua frente sentada.

Calmamente ele se espreguiçou e coçou  a nuca.

Notando que ela não lhe tirava os olhos, ele perguntou:

_ Quer que eu vá embora?

Ele foi direto, mas Nina não tinha certeza do que queria. Havia passado todo aquele tempo apreciando aquela feição calma e desejando acariciar todo seu corpo.

_ Bem, eu apenas gostaria de saber quem você é, qual seu nome.

_ Não se preocupe com isso. Eu já estou indo.

Ele se levantou e pegou sua mochila.

Nina sabia que era correto que ele saísse de sua casa logo, mas seu desejo a traía. Vendo nas costas dele uma frase, ela o chamou.

_ Rocky?

Ele se virou.

_ Como?

_ Rocky! Tem esse nome na sua jaqueta. E eu queria dizer que se você quiser ficar até o dia amanhecer está tudo bem.

_ Você já se arriscou demais. È melhor que eu vá embora.

Pela primeira vez ela viu nele um meio sorriso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Homem Do Troco" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.