Must Be The One escrita por Minor thing


Capítulo 66
Push the trigger and pull the thread




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Anthony's POV


Por que LA tem que ser tão congestionada logo hoje e nesse horário? Por quê? Que diabos aconteceu?? Deus, ajuda o John! Proteja-o, por favor. Ele não pode morrer. Ele ainda é muito jovem, tem toda uma vida pela frente!

Parei por um instante e olhei ao redor. Não tinha como eu chegar a tempo no extremo da cidade empacado nesse monte de carros. E já tinha quase me esquecido de ligar para o Chad. Tive uma ideia.

– Chad, Chad, você está me ouvindo? - falei desesperado.

– Oi Anthony, que que foi? Você sabia que já passou das 3 da manhã? - disse Chad numa voz sonolenta.

– Sabia, mas algo terrível aconteceu. John sofreu um acidente de carro.

– Meu Deus.. Ele está bem? Onde foi? Onde ele está? Aconteceu algum..

– Chad, me ouve. Eu não sei ao certo. Flea me ligou dizendo que está a caminho e que irá me explicar quando eu chegar lá. Mas o acidente foi na Lincoln Boulevard.

– Lincoln Boulevard? DO OUTRO LADO DA CIDADE?

– É. E está tudo congestionado, acho que houve outros acidentes em outras ruas. Não sei, há várias ruas principais interditadas e o trânsito está um caos.

– Meu Deus, o que eu vou fazer agora? Para que hospital ele está indo?

– Não sei que hospital, mas eu tenho uma ideia. Você ainda tem aquele scooter? - perguntei.

– Tenho... Não. Não, Anthony. Aquele scooter é tão velho que é capaz de você sofrer um outro acidente de carro nele. Além do mais, não dá mais de uma pessoa com ele.

– Mas você vivia andando nele com as minas que você pegava.

– É, mas elas tinham menos de 1,60 m de altura e pesavam bem menos que você – falou Chad.

– Não tenho outra escolha.

– Nós podemos ir de bicicleta...

– E em que lugar da Terra teria uma loja aberta vendendo bicicleta nesse horário?

– Quem disse que nós íamos comprar alguma bicicleta em loja?


Quando eu vi, estávamos eu e o Chad pedalando duas bicicletas super-rápidas, cortesia de um grupo de atletismo que morava perto do Chad. Eles ficaram tão surpresos com a nossa visita que até pediram para tirar fotos nossas recebendo as bicicletas deles. Enfim, chegamos no local do acidente e só conseguíamos ouvir um monte de vozes acompanhando algo.

Aproximando, vi um táxi extremamente danificado e mt sangue no chão. Havia um guincho enorme que tentava tirar alguns destroços com bastante dificuldades. A cada tentativa, a multidão de gente que estava acompanhando fazia algum barulho.

De repente, tudo ficou mais lento. Olhei um pé estendido e automaticamente reconheci-o. Era o John. Certeza. E ele estava tão parado. Corri até seus pés, não ligando para as enormes máquinas e caminhões de bombeiro ao redor.

Cada momento que passei com o John, cada apresentação, cada música feita, cada conversa, cada risada, cada briga, cada brincadeira que passei com ele... Tudo passou na minha cabeça e vi as memórias se afastarem, como se estivessem partindo. John, não podia. Não podia fazer isso. Ele tinha tanta coisa para viver!

– Tira o John daí, tirem! - gritei.

Comecei a tirar os destroços o mais rápido que pude. Não ligava se eles estavam muito distorcidos, se todo mundo estava me olhando, se tinha um guincho enorme acima de mim. Eu só conseguia pensar no sangue em que eu pisava, que cobria o chão do jeito mais horrível possível. Era tanto sangue que era quase impossível de acreditar que alguém havia sobrevivido àquilo.

– Sai, Anthony, sai. Deixa eles fazerem o que tem que ser feito – falou uma voz, cujo dono me puxava para trás.

Quando me virei, era o Flea, com os olhos tão enxarcados quanto os meus.

– Flea, pelo amor de Deus, eles não estão fazendo nada! Eles tem que fazer alguma coisa, nós temos que fazer alguma coisa, não podemos deixar ele morrer, não podemos, não podemos... O que aconteceu? Por que tem tanto sangue?

– Quem morreu? - perguntou Clara.

– Ninguém, minha filha, ninguém – disse Flea lagrimando.

– Mas olha quem está aqui se não é a menina mais linda da cidade? - falou Chad tentando tirar Clara do assunto.

Chad falou num tom tão triste que apenas uma criança acreditaria que não estava acontecendo nada. Queria ser criança para não acreditar no que estava acontecendo. Essa é a hora em que você só falta se cortar profundamente para poder acreditar que aquilo não é um pesadelo. Flea me explicou resumidamente sobre as pequenas férias do John e sobre um tal de George. Fui atrás do sujeito para algumas informações mas só consegui ter um obcecado do meu lado me pedindo uma foto.

Depois de rezar muitas vezes, conseguiram tirar a parte de baixo do carro. Aplaudiram os bombeiros mas eu não conseguia pensar em outra coisa se não o John. Não demorou 5 minutos e tiraram a maquinaria. Agora sim dava para ver alguma coisa. E havia muito sangue. Muito mais do que no chão.


Marshall's POV

– Roger, acho que já dá para tirar com as mãos – falei.

– É, vamos tirar com as mãos mesmo. Vai ser mais rápido – concordou Pete.

É nessas horas que eu percebo o porquê de eu ter escolhido ser bombeiro. Retirando os destroços daquele táxi em meio a uma multidão desesperada, rezando e botando confiança em mim e nos outros bombeiros... Salvando vidas. Com dificuldade ou não, eu vou tirar tudo isso daqui e levar alguém com vida para o hospital. Ninguém aqui vai morrer. Eu não vou deixar isso acontecer.

Mas, é claro. Nem tudo é do jeito que esperamos. Há alguns momentos que a vida coloca você, sua confiança e fé em teste. Isso ocorre a partir do momento em que surge a primeira célula que vai nos formar. Há milhões de chances de acontecer algo errado numa gravidez mas não é por isso que não sairá nenhum bebê saudável.

Você vê? Esse é um desses momentos.



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