Déco Narrando:

8 de março de 2007

Os dias se passavam, Alana estava cada vez mais apaixonada por mim, eu sentia felicidade por me sentir amado, algo me dizia que o relacionamento de Daiana seguia firme e forte e por um bom tempo, Julian tramava algo que eu não sabia exatamente oque.

-Bom dia, Amigo vejo que você está distante. (Julian)

-Impressão sua, amiga, você que anda meio quieta, o que está tramando eim?(Déco)

-Nada não, só estou revendo meus conceitos sobre determinada pessoa. (Julian)

-O nome dessa pessoa por acaso é Augusto Tramontini mais conhecido como Guto? (Déco)

- Tá muito na cara? (Julian)

- Tá sim, e depois do desentendimento de vocês dois, como anda a relação? (Déco)

- Que relação? Af o que ele te falou? ( Julian)

- Só me disse que você meio que falou umas verdades realmente grosseiras que ele não queria escutar. Eu até pensei que você estava gostando dele? Afinal você gosta ou não gosta? (Déco)

- Gosto, quer dizer, não sei exatamente, estou tentado esquecer. (Julian)

- Mas porque esquecer? (Déco)

-Eu sabia, logo logo iríamos ter que conversar sobre isso , só assim para obter conselhos, você é a única pessoa que confio nessa escola, sabe ele me decepcionou muito, eu não esperava, foi como jogar um balde de água fria . (Julian)

- Não estou entendo muito bem Juju, mas pode desabafar que estou a ouvidos. - Segurei em suas mãos.

Déco, você realmente é um amigo,obrigada por me ouvir, mas tente entender, eu tava muito afim dele, e depois da noite da festa que ficamos, eu pensei que a imagem que eu tinha dele de crápula fosse embora e viesse uma de príncipe encantado, acordei do conto de fadas, o sonho acabou pra mim,mas o pesadelo dele esta prestes a começar.O sapo vai estar em minhas mãos.(Julian)

- Como assim pesadelo, e por quê? (Déco)

- Eu descobri que ele tinha me “seduzido”, tudo por causa de uma aposta idiota que ele tinha feito com os amigos, ele nunca gostou de mim de verdade,e penso seriamente em acabar com a fama dele ser garanhão do colégio. (Julian)

- É, é meio complicado eu te dizer isso, mas eu sabia da aposta. (Déco)

- Você sabia que eu estava sendo enganada e nem me disse nada, eu te elogiando agora como amigo e você escondia isso de mim. (Julian)

- Julian, minha intenção jamais foi magoar você, e somos amigos desde a pré infância, eu pensei que ele ia acabar se apaixonando por você e largar essa maluquice, eu o alertei sobre isso, mas como você já conhece ele né. (Déco)

- Ok mas eu sei que tenho que achar alguma forma de dar uma lição nele. (Julian)

- Mas o que você está pensando em fazer? (Déco)

- Não sei, ainda tenho que descobrir algum podre dele e divulgar isso de alguma forma. (Julian)

- Mas toma cuidado, por favor, para não se magoar com a repercussão disso tudo. (Déco)

Ela estava realmente decidida, eu não queria estar na pele de Guto, fui para a sala, logo a coordenadora disse que haveria aula vaga, o grito de todos ecoou pelos corredores, fazia muito tempo que isso não acontecia, parecia um milagre de Deus. Guto me chamou para irmos pro campinho bater uma bolinha, fomos afinal se eu chegasse cedo em casa não teria nada pra fazer mesmo.

Julian Narrando:

Escutei os meninos tramando de jogar bola, tracei um plano para cumprir com meu objetivo fui em direção a casa de Guto, já que ele não estaria em casa mesmo. Toquei a campainha e dei de cara com o Pai de Guto.

- Olá, posso ajudar. ( Pai de Guto)

- Olá eu sou amiga de Guto, ele está em casa?(Julian) #Eu sabia que ele não estava né.

- Ele não chegou ainda, mas dependendo oque for eu posso ajudar se preciso. ( Pai de Guto) #Ele era muito educado, nem parecia o Pai de Guto#

- É que já faz dois dias que emprestei meu caderno pra ele botar a matéria em dia, mas ele ainda não me devolveu e eu estou precisando muito desse caderno pra fazer um trabalho que é pra ser entregue amanhã, ficaria muito grata se pudesse me entregar. (Julian)

- Por que você não entra, e dá uma olhadinha no quarto dele, eu não sei qual caderno é, você acharia bem mais rápido do que eu, tenho certeza. (Pai de Julian)

- Se você não se incomodar, eu posso sim. (Julian)

- De maneira alguma. (Pai de Guto)

Tudo estava saindo como o planejado, não pensei que seria tão fácil assim, entrei em seu quarto, estava organizado, tinha um porta retrato em cima da mesa do PC com uma fotinha dele de criança abraçado a um ursinho, aim que fofo, abri a gaveta e vi um álbum de fotografias, folhei, quem sabe haveria algo ali, dito e feito, em uma foto Guto segurava uma boneca e estava todo emperiquitado de batom e maquiagem, junto a umas meninas, segurei o riso, peguei a foto coloquei dentro da minha bolsa, já tinha ganhado o dia, sentei em sua cama, segurei seu travesseiro e senti seu cheiro, aquilo me enlouquecia, pois me trazia na memória aquele momento em que dei o primeiro beijo nele, ou melhor ele me deu, estava meio tonta já, quando vi um vidrinho de remédio em sua suíte com o nome defumarato de tenofovir disoproxil, li então a bula para saber do que se tratava, me impressionei quando vi que era indicado para o tratamento de infecções causadas pelo HVI, será que pertencia a Guto?, ele tinha AIDS?, era bem provável, tirei foto do remédio, guardei o no lugar me dirigi ao seu quarto , vi que o álbum estava em cima da cama, ele caiu sem querer no chão e fez um baita barulho pois tinha bordas de metal, seu pai ouviu com certeza, ele vinha em minha direção, quando fui ajuntar o álbum do chão um papel caiu do álbum, era uma receita médica, guardei ela na minha bolsa, e joguei correndo o álbum dentro da gaveta.

- Achou, querida o caderno? (Pai de Guto)

- Achei sim, já guardei dentro da minha bolsa. (Julian)# Quase tendo um infarto do coração.

- Que bom, posso ajudar mais em alguma coisa? ( Pai de Guto)

- Não, muito obrigada, já achei o que eu precisava, estou indo embora, mas você poderia guardar segredo que eu vim aqui, é que Guto não ia gostar nada de saber que eu andei mexendo nas coisas dele. (Julian)

- Pode ficar tranqüila, nosso segredo está guardado, qualquer coisa eu falo que te entreguei o caderno beleza? ( Pai de Guto)

- Obrigada novamente, tchau. ( Julian)

Sai pela porta muito nervosa, minhas mãos tremiam, quase que ele me pega no pulo, foi por pouco, o importante que minha vinda a casa dele, foi bastante lucrativa, estava apreensiva em saber se o remédio para Aidéticos era dele, segui para escola, tinha que devolver um livro, fui pensando no caminho como agiria com aquela foto que eu achei, com certeza se isso fosse divulgado, ele iria ser motivo de chacota por um bom tempo, mas como divulgar sem ninguém notar que eu fiz tudo?, Como eu sou demais, é claro, devia ter pensado nisso antes, vou colocar naquele jornal armador que rodou a escola na semana passada, assim ninguém vai se quer desconfiar de mim, simplesmente vou usar o exemplar que tenho, escanear, fazer uma bela montagem, sempre sonhei em ser colunista mesmo, entretanto não sabia se teria coragem de fazer isso mesmo, talvez ele estivesse arrependido e como Déco disse, poderia ter se apaixonado verdadeiramente por mim.

Chegando na escola avistei os garotos, me aproximei da grade que cercava o campinho, e dei de cara com Guto beijando a vadia da Maiara, meus olhos paralisaram, naquele momento meu coração se partiu em pedacinhos, meus olhos latejavam, Déco viu minha reação, corri para o banheiro feminino, tranquei a porta e me derramei em lágrimas, era como se o mundo tivesse desabado, pude sentir o desprezo, pude notar que ele não se importava comigo, se ele me amasse jamais teria feito isso comigo, mesmo não estando juntos, me sentia de alguma forma ligada a ele, as lágrimas se transformavam em ódio,raiva e rancor que tomava conta de mim, me tornei forte decidi fazer mesmo, não tinha mais duvida, vou acabar com aquele cachorro.

Fui para casa, fiquei a tarde inteira no PC, Fazendo a matéria, que amanhã mesmo bem cedinho estaria na mão de todos estudantes, quando abri a bolsa para pegar a foto, vi a receita médica, tinha me esquecido dela já, então li, o remédio era mesmo de Guto, era fato ele tinha AIDS, isso daria uma ótima matéria também, mas me foquei no aperitivo que era a foto com ele brincando de boneca com as meninas.

Déco volta a Narrar:

- Já estava de noite, Todi foi a casa de Daiana, e eu lembrava da cara de Julian de desiludida, tinha pena dela, estar passando por isso,não sabia como ajudar a não ser conversar com ela, já tinha conversado com Guto e perguntado se ele ainda gostava dela, por incrível que pareça ele me respondeu que sim, e que estava arrependido da aposta, só que ela ficava ignorando ele, por isso que ele ficou com Maiara, só pra causar um pouco com Julian e ver se ela ainda se importava com ele.

- Décoo.# Daiana gritava do muro#

- To indo,# Respondi da calçada.

- Que foi Daiana, aconteceu alguma coisa? (Déco)

- Não, ainda não, aushaus, eim eu e seu irmão estávamos pensando em fazer brigadeiro aqui em casa, já que minha mãe saiu, e depois assistir um filme de terror, eu sei que você adora, o que me diz? (Daiana)

- Ah, acho melhor não, além disso tinha marcado de dar uma volta na avenida com Alana.(Déco) # na verdade nem tinha marcado nada, mas não podia me sentir inferior.

- Puxa Déco, depois não vem me falar que eu não te chamo mais pra nada. (Daiana)

- Ah, Pipa deixa ele sair com a namoradinha, eu fico fazendo companhia para você, e garanto que você vai gostar, vai ser a noite dos casais. Asuhaus (Todi)

- Também acho melhor, não incomodar o romance de vocês dois. (Déco)

- Bom se você diz, eu não posso te obrigar. (Daiana)

Peguei o celular e chamei Alana pra sair,ela não hesitou em dizer sim, afinal nunca tinha a chamado pra nada.

Fomos dar uma volta, a noite estava linda, o céu estrelado, mó clima,mesmo tendo Alana como colega de classe, passei a ver que ela não era todo aquele monstro que eu estava acostumado a ver, me contou sua história que foi emocionante, pude ver a barra que ela enfrentava em casa, perdeu sua mãe em um acidente com 7 anos, e sua relação com seu pai, não era das melhores, ele batia no irmãozinho dela sempre quando chegava em casa bêbado, ela me dizia que as vezes fazia papel de mãe e pai para cuidar do seu irmão em casa, seu pai não dava a mínima pra eles, já ficou noites fora de casa sem dar notícias, ela temia que o pior acontecesse que perdesse ele, mesmo não gostando,era a única família que tinha. A fera realmente era um coelhinho por dentro, escutei tudo com meu olhar fixo e ao mesmo tempo injuriado com que ouvia.

Daiana Narrando:

Fizemos brigadeiro, e começamos a assistir o filme,era sobre ficção cientifica, algo de zumbis e experiências em humanos, era bem Todi, deitei no colo de Todi no sofá, quando o filme acabou o clima começou a esquentar, os beijos eram mais ardentes,e sua mão percorria meu corpo,eu não estava preparada para aquilo, tirei a mão dele e disse em alto e bom som que não queria.

Ele ficou decepcionado, mas se conformou, coloquei o pra fora, e dei um selinho, sabe eu sempre sonhei com minha primeira vez, queria algo especial com alguém que me amasse de verdade, eu não tinha certeza dos interesses de Todi em mim, tudo parecia meio que carnal, ele dizia que me amava, mas só pensava em sexo, tudo que falava era sobre, eu não me sentia confortável com aquilo, ainda bem que cortei, e vou cortar até quando precisar, não quero ser uma garota que ele faz o que quiser e da maneira que quiser.