Sonho De Criança escrita por The Stranger


Capítulo 15
Capítulo 13 - Transladação


Notas iniciais do capítulo

bem, último capítulo por enquanto



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16 de abril de 2007

Déco Narrando:

A madrugada estava gelada, peguei meu cobertor antialérgico, meus pés já não me correspondiam, insistia em esperar o sono vir mais tava parecendo que ele fazia piraça, podia até parecer cômico só que nada mudava o fato que eu precisava acordar cedo, já se passava das cinco horas da manhã então resolvi não dormir já que tinha que acorda às seis e meia, abri a janela com cuidado para não fazer barulho e acordar meus pais, olhando para fora, notei que a rua estava deserta fato que já previa, o vento soava, as arvores balançavam, olhando para o céu pensei no futuro, na escolha de uma carreira profissional, em uma vida conjugal, quantos filhos terei, mas parei complexado com esse futuro não tão distante e comecei a pensar num futuro bem mais próximo, esse mês, essa semana, esse dia, essas horas, achando um meio de tentar fugir de coisas que não gostaria de passar, mesmo não aceitando sabia que tudo que estava prestes a passar me faria crescer. Amar incondicionalmente seria possível, ou uma ilusão de pensar de que tudo fica igual, uma hora ou outra me magoarei com a determinada pessoa novamente, não estarei preparado para essa possível decepção inesperada e ao mesmo tempo tão esperada. E vou fazer o que? Continuar amando em meio de tantos erros e decepções ou fazer de conta que nada aconteceu e deixar tudo de lado. O melhor a seguir é esperar, esperar, esperar, a precipitação só me dará mais dor de cabeça, e quando pensar que nada mais dará certo, a vida mostra o lado bom da história, o lado bom dela, já decidi que não perderei mais nenhuma chance de ser feliz. Uma chuva torrencial findou o alvorecer.

Liguei o rádio e fui a cozinha preparar um cappuccino, enquanto o tomava encostei na cama escutando umas músicas internacionais que acalorava a manhã de frio, dado determinado horário peguei minha toalha no guarda roupa, pendurei no Box do banheiro, liguei a água, não era loco de entrar debaixo, estava muito fria, fiquei me olhando no espelho a minha aparência que fora ocultada pelo vapor, sinal de que a água já estava quentinha para um bom banho.

No banho me perguntei o porquê que deito todas as noites pensando na pessoa que me desprezou o dia inteiro e não lembro daqueles que me deram um simples bom dia.

Depois do gel no cabelo e uniforme vestido, parti para a aula o mais rápido possível, pois aquele vento gelado em minha espinha era horrível, no meio da penumbra e nebulosidade eu jurava ver a minha frente Pipa, naquele momento eu não sabia oque fazer se apurava os passos para alcançá-la ou a deixava ir, decidi então tentar me aproximar, mas a medida que me aproximei notei que não era ela, impressionante como ela ainda tomava conta do meu pensamento, se eu pudesse escolher estar com alguém ainda seria ela.

Nos estantes iniciais do intervalo encontrei Pipa sentada no banquinho do corredor, tomando suco de laranja isoladamente, passei por ela e ela sorriu, repentinamente não hesitei e contribui cordialmente com um insignificante sorriso, tive a leviana impressão de seu arrependimento tardio.

Daiana Narrando:

Constatei que o pior sofrimento é ter que fugir do que sente por medo, ou simplesmente não conseguir ver o outro sofrer, ou ainda, por não conseguir mais sofrer, sem tê-lo ao seu lado. Eu tinha que conversar com Déco mais não sabia como, novamente me deparava com o medo de ser rejeitada.

Alana Narrando:

Meu relacionamento com Déco não era mais os dos melhores, ele de alguma forma não me correspondia, não conseguia mais sentir a ardência de seus beijos, ele não se entregava a mim, parecia que tinha uma redoma de vidro que nos separava, o pior de tudo é que sempre eu tentava a aproximação e era correspondida com gestos secos ,sem sal e cansados.

Julian Narrando:

Depois do acontecimento da semana passada me sinto como se um peso que estava sobre as minhas costas criou asas e vou, lembro de cada detalhe, cada palavra doce, do momento de silencio que pareceu uma eternidade e do melhor abraço da minha vida.

9 de abril de 2007

Julian Narrando:

Ao chegar da biblioteca com dois livros na mão um deles “ A hora da estrela de Clarice Lispector” minha autora preferida, sempre fui apaixonada por suas obras, sentei na cadeira da classe ao abrir meu caderno vi um recado em um pequeno pedaço de papel branco recortado, instigada para ler o papel, me assustei primeiramente quando chequei o remetente e depois do que se tratava, era Guto me pedindo para o encontrá-lo na sala de artes na hora do intervalo, não contive a ansiedade e não escutei uma só palavra das três primeiras aulas esperando o sinal bater.

Na sala de artes o silencio me aterrorizava distraída pelas manchas de tinta sobre a mesa, dei um pulo ao escutar:

- Oi?(Guto)

- Oi! # respondi toda acanhada. (Julian)

- Se assustou? Me desculpe por chegar assim de repente.(Guto)

- Imagina, eu que estava distraída, eu queria te dizer que admiro muito a sua iniciativa, jamais esperaria isso de você. ( Julian)

- Muito Obrigado, mas que iniciativa? ( Guto)

- De me mandar esse bilhete marcando esse encontro. # Mostrando o papel que tava no meu caderno. (Julian)

- Isso tá parecendo armação porque eu também recebi o mesmo papel. # Mostrando seu papel também. (Guto)

- Déco , aposto só pode ser. (Julian)

- Não tenho dúvidas de que foi ele que armou esse esquema. (Guto)

- Não sei nem o que dizer, fiquei sem palavras agora. (Julian)

- Não diga nada, apenas escute, Já que Déco fez isso, não posso perder essa oportunidade de deixar de ser covarde de fugir daquilo que mais amo na vida.( Guto)

- Fugir? Do que você está falando? (Julian)

- Deixa de ser tola, você sabe exatamente do que estou falando.(Guto) # Seu tom de voz ficou mais doce e suave e em dois segundos extasiada ouvi.

- Nós dois, nossa relação, nossas vidas, nosso amor. (Guto)

- Guto, aconteceu tanta coisa em tão pouco tempo, sofri tanto por não acreditar em mim, e ao mesmo tempo me senti uma idiota em querer me vingar de você me rebaixando, e quando desisti de tudo e cai em mim mesma e vi que tudo era uma babaquice já era tarde e tudo se esvaiu pelas frestas de minhas mãos, eu te devo mais que tudo desculpas. (Julian)

- Erramos, eu ainda por querer ser o garanhão e passar por cima de sentimentos, preceitos e valores, só depois me sentir culpado, você também não merecia sofrer pela aposta ou melhor por minha causa, somente depois pude notar o quanto importante você era pra mim pois quando estava perto de você me sentia completo e quando tudo se desmoronou não acreditei em você me deixei levar pela raiva e hoje estou aqui carente não só dos seus beijos, caricias e amor, muito mais do que isso a sua companhia a sua doce presença. (Guto)

- Eu não sei exatamente oque você está me propondo mas, tenho ainda tantas cicatrizes, marcas, poços e afins, praticamente um baú de recordações mais não desses de que a gente nem lembra do que comeu ontem, tenho duvidas talvez a palavra mais correta sege medo. (Julian)

- Não precisa temer, nem recuar, eu entendo tudo perfeitamente, mas não posso deixar o amor da minha vida passar pela minha frente e eu não tentar te fazer feliz como se deve.(Guto)

- Não posso negar que quando te olho eu tenho a imensa vontade de te puxar pelos braços e sentar ao seu lado,poder então te contar minha história, minha vida,meus sonhos , meus objetivos emfim, abrir meu coração e te ver folhando página por página como se tudo fosse um livro, não desses encontrados em qualquer biblioteca,mais sim esses que a gente escreve todos os dias, me perguntando oque significa cada borrão, cada sublinhado, cada desenho, cada anotação, cada observação,cada página riscada, cada linha marcada de caneta.(Julian) # Já escorria pelo meu rosto algumas lágrimas.

-Cantar te contar casos e causos, minhas manias mais bestas e as coisas que detesto, te confessar que sou muito mais do que isso que todos vêem ou tentam imaginar de mim. (Julian)

- Não fuja do sentimento mais puro da face da terra, não somos obrigados a nada, é claro que estamos sujeitos a decepções mais são com elas que aprendemos, e qual foi a parte do eu te amo que você ainda não entendeu? (Guto)

- Talvez eu consiga, É hora de pagar pra ver, de apostar fichas.(Julian) # Sorri lentamente e abaixei minha cabeça pude perceber seus olhos brilhando de encontro aos meus numa felicidade tamanha, Ele se aproximou com seu dedo indicador levantou meu queixo e cedi um beijo pequeno, leviano, me abraçou, me senti segura, feliz por dentro, limpando meu rosto suado por lagrimas, entrelaçei minha mão na dele, unidos caminhamos pelo pátio.

Déco nos avistando de longe abriu um largo sorriso, dei um abraço forte nele e disse em seu ouvido:

- Obrigado. (Julian)

Déco Narrando:

Olhei para Guto naquela situação de alivio e disse:

- Não tem mais jeito,caro amigo, o amor é assim mesmo. A gente olha pela fechadura por pura curiosidade e quando vai ver já está lá dentro. (Déco)

- Déco, Déco sempre um passo a frente de todo mundo,brother não sei nem como te agradecer. (Guto)

- Nem precisa agradecer. (Déco)

Daiana Narrando:

Do bebedor pude notar a felicidade estampada na face dos três, o climinha não era dos melhores para poder partilhar. Fitando Déco com os olhos pensei;

- Eu não quero mais viver longe de você, digo viver sem falar contigo, sem saber como foi o seu dia, o que você fez, como você está se sentindo. Até porque, longe fisicamente de você eu já estou.

19:00 hrs

Déco narrando:

Todi murmurava pelos cantos, indignado por não conseguir falar com Daiana.

- Não é o cúmulo, ela fica se privando, uma hora ou outra ela vai ter que falar comigo, isso não pode ficar assim. (Todi)

- Agora que você partiu o coração dela você a quer de volta não é mesmo? ( Déco)

- Não seria uma má idéia, eu ainda sinto uma atração por ela.(Todi)

- Você quer saber como ela está? Com certeza agora ela está abraçada ao seu ursinho de pelúcia, sim aquele mesmo que você deu a ela, ela está tentando te esquecer, sim ela está fazendo oque um dia você pensou que ela jamais faria, te esquecer.( Déco)

- Ela pode até tentar me esquecer, mais nunca vou esquecer aquele sorriso meigo. (Todi)

-É verdade é um lindo sorriso que conquista qualquer um. Mas quer saber a verdade? Agora já era.Você a perdeu porque ela ainda tem um pouquinho de amor próprio, ela não vai ficar mais atrás de você, ela não iria ficar atrás de você pra sempre como você havia pensado. Mas isso não é o pior, o pior é que você perdeu a garota que mais te amou por toda a sua vida e é bem provável que não encontre outra mulher assim, falo disso porque a conheço. (Déco)

- Me poupe de suas lições de morais,olha pra você nem ninguém do seu lado.(Todi)

Naquele momento pensei isoladamente, eu estava com Alana, mas não me sentia totalmente entregue, na verdade não sabia como me meti nisso e porque não arrumei um escape, fico alimentando expectativas quando na verdade não quero nada, tudo não passa de carência e ciuminho besta que quis fazer em Daiana, hoje nada mais disso importa.

Daiana Narrando:

Nossa mãe sempre tem razão, eu achava que eu nunca mais ia ficar boa daquela historia, ele liga né, quase todo dia, mas eu vejo que eu não pulo mais da cadeira sabe eu não fico mais com a mão soada, agora eu tive que sair com ele, fui praticamente obrigada porque meus pais não agüentavam mais ouvir ele ligando. Marcamos de dar uma volta de bicicleta pela praça.

- A quanto tempo a gente não se via, sabe eu acho que eu gosto de você ainda João, eu achava que não mais eu to vendo que ainda gosto. (Daiana)

-Pô Daiana, se você soubesse o quanto eu pensei em você, senti sua falta, como eu pensei nesses dois meses que ficamos juntos. (Todi)

- Foi muito legal, né. É muito bom sair com você, mas eu não quero mais não, sabe eu não to fazendo nenhum jogo, é porque passou a raiva, passou a tristeza e passou a paixão também. (Daiana)

Ele havia me trazido flores e me deu enquanto andávamos de bicicleta.

- Toma. (Todi)

- Obrigada pelas flores, eu precisava te ver João, precisava saber oque eu sentia, eu acho que agora a gente pode ser amigos. (Daiana)

Ele ficou quieto.

- Tchau João, eu preciso ir agora. (Daiana)

Pedalei mais forte e virei a rua, minha mãe diz que com o passar do tempo tudo fica ridículo, tomará que sim. Pude descobrir que posso ser o que eu quiser, posso voar sem tirar os pés do chão, posso viajar, posso gritar aos quatro ventos o quanto sou forte ou fraca as vezes, descobri que posso me sentir viva ao ouvir uma musica, transladei minha incumbência para o céu.


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Notas finais do capítulo

posto mais quando tiver reviews. ;D



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