Love You Like A Love Song escrita por JoyceSantana


Capítulo 4
conversa, estratégias, rejeição


Notas iniciais do capítulo

AI GENTE PODE ME BATER DESSA VEZ EU DEIXO



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Vendo que Shiloh não venceria aquelas meninas tão facilmente e provavelmente terminaria numa barbearia qualquer, Justin acabou interferindo na conversa das meninas.

– Sarah, ela já falou que não quer. - disse ele num tom repreensivo chegando perto da menina.

Shiloh respirou fundo e colocou-se atrás do corpo de Justin.

– Qual é, Justin, é só uma brincadeira. Todo mundo aqui foi batizado, você sabe disso. - Sarah falou divertida dando um passo a frente, na direção de Shiloh, que deu um passo para trás involuntariamente. Continuaria fugindo se Justin não tivesse agarrado o braço de Sarah na mesma hora.

– Mas ela deixou claro que não quer. - sua voz estava um tanto sombria - É engraçado se a pessoa concorda com o batismo. Deixe-a em paz.

Aquilo parecia uma cena de um filme de terror, então Shiloh tocou de leve o braço de Justin, que reagiu imediatamente ao toque. Ele soltou o pulso de Sarah e sentiu seu corpo de afastado do dela, com duas mãos pequenas guiando-o sem esforço. Shiloh pode ouvir algumas reclamações e até xingamentos em suas costas, mas resolveu ignorar e acalmar Justin. Ele bateu as costas na parede e respirou fundo, com o par de olhos castanhos de Shiloh analisando-o atentamente.

– Vamos sair daqui. - disse entrelaçando seu braço no ombro da menina e rumando para a saída.

Shiloh não podia deixar de notar a proximidade que estava acontecendo ali. Também se impressionava com a naturalidade de Justin, que agia como se nada tivesse acontecido enquanto contava-lhe histórias engraçadas conforme passavam por determinadas salas, a maioria protagonizadas pelos alunos. Estava quase se entregando ao seu perfume e a maciez do suéter de lá, mas se recompôs ao ver a saída do prédio.

– Você se livrou de uma boa. Nem imagina o que aconteceu com um garoto ano passado. - Justin começou, escorando numa parede, no seu melhor jeito quero-te-seduzir-você-não-vai-resistir– Jogaram algo no cabelo dele... Caiu e não cresceu ainda.

Shiloh riu contida e olhou para o chão, fazendo Justin vacilar as pernas.

– Muito obrigada por aquilo. Meu cabelo é lindo e precioso demais para sofrer tanto. - disse ela brincando com os longos cachos pretos, fazendo Justin rir.

Desencostou da parede e pôs-se na frente da menina, sorrindo ternamente enqanto colocava as mãos nos bolsos frontais da calça larga. Ele analisava cada traço do rosto de Shiloh, desde os cílios grandes até a ponta do queixo, que trazia uma marca de nascença estranhamente fofa. Outro lugar que foi contemplado com tal marca era o nariz, tal qual tinha-a bem na ponta. Ele não entendia como pôde ter sido tão estúpido em largá-la por motivos tão supérfluos, tão... Banais. O arrependimento já atingia-o no ápice, e sabia que era só o começo.

Ela percebeu que o olhar de Justin não era um qualquer e sentiu-se desconfortável de repente. E ela queria sentir-se confortável, mas sabia que isso só aconteceria se aqueles lábios tão ridiculamente deliciosos estivessem presos aos dela, dando-a arrepios e vacilos. Portanto, teria que se acostumar com aquilo, então apenas limpou a garganta antes que entrasse num estado ridículo de hipnose e estralou os dedos, querendo demonstrar indiretamente que queria apenas ir para casa.

– Acho melhor eu ir. - disse finalmente antes de partir para a saída, mas sentiu um puxão leve no pulso.

– Eu tenho que dizer, você cantou muito bem. - a mão de Justin desceu para os dedos de Shiloh, acariciando os mesmos.

– Hã, obrigada. - ela pigarreou e desvincilhou-se levemente - Eu preciso mesmo ir.Novamente, teve seu percurso interrompido pelo garoto, que fazia de tudo para passar um tempo a mais com ela.

– Tem certeza que precisa ir? - Shiloh assentiu - Você quer... Sentar em algum lugar e conversar?

Shiloh riu rapidamente e afastou-se do garoto, deixando-o confuso. Logo sentou-se no primeiro degrau de uma escada ali perto e colocou o rosto nas mãos, tendo os braços apoiados nos joelhos, exatamente como ele na situação do quarto.

– Quer falar sobre o quê? - disse ela com uma voz mais doce que o normal.

Justin riu ao perceber que não tinha sido entendido como desejava e foi até os degraus. Porém, quando ele se abaixou para sentar, Shiloh levantou a cabeça apoiada nos joelhos e levantou-se para ir embora, criando uma situação não tão amigável de aproximação.

– Eu... - ela tinha perdido totalmente a fala - Eu tenho mesmo que ir.

Justin não conseguiu impedi-la de partir desta vez, então ele apenas sentou no degrau e assistiu-a correr até o estacionamento, profundamente bravo consigo mesmo por não conseguiu sequer se mexer quando chegava perto de Shiloh, muito menos beijá-la como queria. Resolveu ir para casa, não tinha mais ânimo para nada.

Shiloh não sabia porque corria, mas já sentia os pulmões queimarem enquanto se aproximava da garagem de carros. Ela ainda não acreditava, quase tinha beijado-o? Aquilo era loucura, não podia se aproximar dele daquela maneira. O fato da infeliz coincidência cancelava a culpa, mas não melhorava a situação.

– Onde vocês estão? – perguntou a si mesmo ao não ver o carro das amigas – Que ótimo.

Então ela teria que ir sozinha. Claro que não haveria problema algum em ela colocar os pés para trabalhar e rumar até sua nova casa, afinal ela era crescida e sabia das coisas. O problema era: Ela não sabia o caminho. O sono e a experiência de quase morte no carro com Marie e Caitlin a impossibilitaram de guardar qualquer percurso. Resumindo: Shiloh estava perdida.

– Aquelas meninas possuem sérios problemas. – falou convicta antes de arrumar a bolsa no ombro esquerdo e escolher uma das trocentas ruas da grande Atlanta.

***

Justin mal prestava atenção na estrada, o que poderia nos fazer achá-lo um grande sortudo atrás do volante. Seus pensamentos estavam distantes, completamente focados na ex-namorada. Ele nunca pensou que um dia estaria tão arrependido de seus atos. Sendo um bom impulsivo como era, era bem difícil o sentimento florar diante de tantos erros. Porém, quando o assunto Shiloh, tudo que ele queria era voltar no tempo e dar uns bons tapas no Justin do passado. Pelo menos não estaria como estava e seria uma pessoa melhor.

Logo questionou sua visão e sanidade ao avistar uma silhueta parecida com a da menina, na guia. Ela parecia perdida e confusa, o que confirmava cada vez mais as características de Shiloh, por mais engraçado que soasse. De um jeito ou de outro, ele se aproximou.

– Nossa, isso tudo é para fugir de mim? – gritou para ela, rindo de sua condição ofegante.

Shiloh agradeceu e ao mesmo tempo reclamou por ele ter aparecido ali.

– Estou perdida. Marie e Caitlin são retardadas. – falou entre arfadas. Justin concordou com a cabeça.

– Acho que, desta vez, você não vai recusar minha carona, certo?

Shiloh seria a retardada da vez se dissesse não. Ela precisava chegar em casa, seria muito mais rápido do que escolher um caminho qualquer estando propícia a muitos erros. Seria apenas uma carona, então resolveu aceitar, vacilando um sorriso ao ver o menino feliz como se tivesse ganhado um doce.

– Pra quê isso? – perguntou ao vê-lo abrindo a porta do passageiro para ela como um mordomo.

– Entra logo! – disse ele empurrando-a para o interior do veículo e tomando seu lugar no volante – Elas te deixaram sozinha?

– Pelo jeito sim. Não vi o carro delas em nenhuma das vagas.

– Nossa, isso é terrível. Eu lembro quando aconteceu comigo. Eu tinha acabado de chegar na casa do meu primo e...

A história parecia boa, mas outra coisa roubou a atenção de Shiloh e deixou-a intrigada. Aquele... Não era o caminho. Claro que ela não conhecia o caminho certo, mas o percurso que Justin tomava não se parecia nem um pouco tranquilo, como as redondezas da casa de Marie. Segundo seus cálculos, aquilo daria no centro da cidade. Marie não morava no centro da cidade.

– Justin, o que está fazendo? – interrompeu-o finalmente colocando seus pensamentos a tona.

– Estou te levando para casa, ué. – respondeu divertido enquanto estacionava na frente de uma cafeteria. Deu a volta no carro e abriu a porta do passageiro – Vamos?

– Como assim “vamos?”, vamos aonde? – ela não se levantou do banco – Aqui não é a minha casa!

– Só vamos beber alguma coisa antes de seguirmos, só isso, vamos!

Shiloh queria muito, mas sabia que não podia. Um tempo com Justin, naquela situação, não seria saudável. Provavelmente cairiam no assunto do término e piorariam as coisas.

– Acho melhor não. – disse um pouco sem graça – Será que não pode apenas me levar para casa?

Justin sentiu o efeito da rejeição atingi-lo mais uma vez. Porém, decidiu insistir para que ela cedesse.

– Bom, eu estou com sede, então vou beber alguma coisa. Se quiser ir embora, fique a vontade.

Ele sabia que ela não iria a lugar algum, então afastou-se do carro em direção a entrada da cafeteria seguro. Shiloh não tinha nenhum endereço, muito menos a coragem de voltar àquela ideia de tomar um caminho qualquer e acabar mais perdida do que estava. Acabou rindo ao vê-la ao seu lado com a expressão derrotada.

– Por que você não pede para viagem? – sugeriu ela esperançosamente.

– Porque o ambiente daqui é gostoso. – respondeu ele jogando-se numa mesa qualquer e fazendo um sinal com a mão para o garçom se aproximar - Vai querer alguma coisa?

– Não, estou bem.

– Um capuccino para mim e um suco de laranja para ela. Bem gelado, por favor. – Justin disse ignorando-a totalmente e fazendo os pedidos.

O garçom se afastou um tanto confuso e Justin viu Shiloh com uma expressão diferente no rosto. Não era brava, mas também não era satisfeita. Deixou-o confuso também

.- O que foi?

– Eu falei que não queria nada. Você é surdo?

– Fica quieta, vai. Tenho certeza que você queria alguma coisa. – disse ele entretido com o jogo de Pacman conectado na mesa.

– Justin, é sério, eu não quero nada...

Shiloh não conseguiu terminar a frase pois um barulho interrompeu sua fala rudemente. Logo percebeu que foi sua barriga, e Justin não sabia se ria disso ou da velocidade com a qual as bochechas da menina adquiriram um vermelho vivo. Ela mataria Marie por não ter deixado-a comer quando teve a chance.

– Não é isso que seu estômago está dizendo, campeã. – Justin comentou folheando uma revista tranquilamente.

– Não importa. – Shiloh desconversou ainda irritada – O que queria conversar comigo?

Justin sentiu o clima descontraído esvair rapidamente. Parou de folhear a revista e colocou-a de lado, trocando este passatempo por bater os polegares ritimamente na madeira. Tudo isso sendo observado por Shiloh.

– Quero saber como você está. – falou por fim.

– Você já me perguntou isso. – ela lembrou-se do incidente no quarto.

– Mas você não me respondeu.

– Respondi sim!

– Não do jeito que eu queria ouvir. – Justin esticou as mãos para tocar as de Shiloh mas não teve sucesso.

– Mas você não acha que isso é meio impossível de saber? – ela pousou as mãos nas pernas, impossibilitando a aproximação do menino.

– Não. Você sabe que não.

Shiloh sabia muito bem o que estava acontecendo ali e o que ele estava fazendo. Estava usando seu charme e palavras e frases estratégicas para fazê-la esquecer até o próprio nome. Resolveu aproveitar a deixa que o garçom havia formado com a chegada das bebidas para aumentar suas defesas.

– Então, não vai me dizer como está?

– Estou ótima! – disse ela animadamente, fazendo Justin levantar as sobrancelhas impressionado ainda com o copo no nível da boca – Este tempo que passei fora me fez muito bem.

– Eu tenho que concordar com você nessa. – Justin sorriu torto e relaxou na cadeira – Não vai beber o suco?

“Foco, Shiloh, foco.”, ela pensava freneticamente.

– Estou bem. – deu o primeiro gole com o canudinho – Mas, como eu dizia, este período me fez bem. Conheci muitas pessoas. Muitas mesmo. E me identifiquei com tantas outras.

Justin sabia que aquilo acabaria no assunto “Timmy”, então resolveu usar um artifício que conhecia.

– Você está linda hoje. - falou de repente, sorrindo ao vê-la confusa - É sério.

– Obrigada... - disse ela semicerrando os olhos.

O que Justin não sabia, era que Shiloh também conhecia aquele artifício. Era a famosa estratégia do "elogia e ela esquece", e ela se impressionou por ele ter usado-a tão rápido.

De todo jeito, ela resoveu brincar com aquilo. Era só dizer a palavras certas para receber as sentenças esperadas.

– As pessoas de lá são incríveis. Tão carinhosas! E bonitas.

"3...2...1...", Shiloh contava em sua cabeça o tempo exato que Justin levaria para elogiá-la.

– Gostei da sua calça. Ela te deixou muito bonita. - disse ele enquanto bebericava seu café, que já estava acabando.

A verdade era: Ele estava enlouquecendo, completamente apavorado. E Shiloh apenas segurava o riso.

– É claro que com pessoas assim, é impossível não se sentir atraída por pelo menos uma delas.

"3...2...1..."

– Seus olhos estão mais brilhantes. A beira da perfeição. - disse ele numa calma um tanto forçada.

Ele sabia que nenhuma de suas estratégias estavam funcionando e que estava sendo um completo babaca, mas na hora do desespero vale qualquer coisa, certo?

Shiloh continuou, segurando o riso como nunca:

– Foi então que eu conheci o Timmy!

Aquilo foi a gota d'água. Justin, muito menos Shiloh esperariam por isso. Num movimento de dois segundos, no máximo, ele pulou da cadeira e puxou-a para fora do estabelecimento, completamente entorpecido por algo que nem ele conhecia. Não se importou se não havia pago as bebidas, nada. Só precisava fazer uma coisa.

– Justin, me larga, ficou louco?! - disse ele assustada com o comportamento do menino. Ele estava indo em direção de um beco. Aquilo não era bom - Se você fizer alguma coisa comigo, eu te bato.

– Então tá, pode ser aqui mesmo. - disse ele prensando-a na parede mais próxima com brutalidade - Quando é que você vai parar de ser tão idiota? Eu sei que eu errei, mas você está sendo infantil!

Shiloh riu sem humor ao ouvir aquilo. Justin era um completo estúpido.

– Você não mudou nada. - disse balançando a cabeça negativamente - O quê, pensou que eu ia voltar e me jogar nos teus braços? "Oh, Justin, e daí que você quebrou meu coração e acabou com a minha capacidade de amar alguém? Você tem necessidades e precisa que alguém cubra elas!"– esganiçou a voz fazendo Justin ficar confuso - Eu não estou fazendo nada mais que o necessário.

– Eu sei que errei, Shiloh! Olha, você fala que eu não mudei... Mas eu mudei sim. Não vou dizer que senti sua falta, porque eu estaria menitindo e você não gosta disso. - Shiloh revirou os olhos e tentou sair, sem sucesso - Espere! Mas ser seu namorado, mesmo que por um pequeno período, foi uma das melhores coisas que me aconteceram.

– Então por que você foi idiota o bastante para terminar tudo? Seria bem mais fácil se você fosse real não só comigo, Justin, mas com você mesmo. Eu não vou voltar atrás. Posso ter mudado meu físico, mas também mudei meu psicológico, meus princípios. E não estou sendo infantil, - ela lembrou-se da primeira fala de Justin - só estou tendo certeza de que você está colhendo tudo que plantou. Dá licença que eu preciso ir embora?

Totalmente derrotado, Justin abriu passagem no cubículo que tinha formado em volta da menina. Com os olhos marejados, ele a viu tomando qualquer caminho para fora daquele beco, que já estava tomado por curiosos que pararam para ouvir a discussão. Levantou sem vontade de nada e pediu licença até chegar ao seu carro. Aquela noite seria longa.



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Notas finais do capítulo

GEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEENTE EU DEMOREI DEMAIS
MAS MINHA VIDA TÁ TÃO CORRIDA
TÁ TODO MUNDO VIAJANDO E ME LEVANDO JUNTO
EU SÓ POSTEI RAPIDINHO PQ EU VOU VIAJAR OUTRA VEZ E VOU FICAR UM TEMPINHO FORA
COISA RÁPIDA, OK?
Me digam o que acharam!
ps: JUSTIN VAI FAZER MESMO UM FILME, VCS VIRAM?????????????????????????????//// ELE VAI SER O ASH DO POKEMON
O
ASH
DO
POKEMON
O
MELHOR
AMIGO
DO
PIKACHU
EU TÔ MORRENDO
E ESSE NEGOCIO DO PIPA E SOPA? SE CENSURAREM A NET EU DOU UM PAU NELES
PQ A TIA JOH É NINJA, VCS SABEM
JÁ PENSOU SE O TUMBLR ACABAR?
OU O GOOGLE?
ADEUS NOTAS NA ESCOLA