Never Let You Go - Bring me to Life escrita por lovemhatem_


Capítulo 12
Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Boa-leitura!



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A torrente de ar passou por mim pela décima vez naquela manhã de sábado, porém dessa vez mais furiosa do que antes. Meu cabelo se bagunçou mais uma vez.

- Você não vai.. - tentei falar pela quinta vez, mas não funcionou.

Ela me interrompeu novamente. E a ventania voltou. Senti aquele vento gélido soprar fortemente pelo quarto como um furacão, derrubando as minhas coisas no chão. Das primeiras vezes eram os meu objetos que eram jogados com tanta força que eu pensei que pudessem arrombar as tábuas do piso, tudo que não era pesado - porém valioso - era jogado. Os únicos que escaparam foram o notbook e o espelho, fora os móveis grandes. A cama já havia saído do lugar, como se tivesse sido empurrada; os lençóis e algumas peças de roupa estavam no chão, juntamente com algumas canetas e cadernos de desenho que eu guardava na escrivaninha; minha bolsa estava vazia e jogada próximo à janela, meu caderno escolar estava aberto e jogado em cima da cama, numa posição prejudicial as folhas.

Foi exatamente deste jeito que eu acordei pela manhã, com o vento gélido soprando pelo quarto, as coisas caindo e sendo reviradas. A noite inteira também foi assim, eu mal consegui dormir com os sussurros ao meu lado. Eu ignorei e acabei pegando no sono, mesmo acordando diversas vezes durante a madrugada.

Eu bocejei, ou melhor, tentei. Porque nem isso era possível. Mal eu abria a boca e tudo recomeçava.

- Loui.. Eu estou com sono - falei a primeira frase concreta do dia.

Mas, ela sequer deu-se ao trabalho de responder.

- Mamãe vai acordar e.. Ah! - fui interrompido novamente por uma roupa que foi jogada na minha cara. - Fica difícil lutar com um inimigo invisível.

Eu disse isso e ela apareceu ao lado da cama, próximo à janela. Sua expressão era congelante e seu rosto estava mais pálido que o normal. Seus olhos estavam extremamente vazios e o vestido balançava com a brisa fraca que entrava pela janela. Ela estava com um vestido diferente. Totalmente branco. Tudo nela era branco com exceção dos cabelos, que se mantinham na cor castanha de sempre, e ao que parecia, este nem sequer se movia com a brisa da janela. Como ela fazia aquilo? Não importava. Naquele instante ela parecia verdadeiramente um fantasma de verdade, como os de filme de terror. Estava me dando medo.                                        

- Olha, pode sumir de novo - sua expressão se fechou mais ainda quando eu disse isso, então tratei de corrigir. - Q-Quer dizer, fica invisível. É bem melhor.

- Jesse, você está com medo? - apesar de tudo, sua voz saiu extremamente doce, o que me assustou mais ainda.

- Pois é bom que fique - ela quase gritou. - A partir de hoje sua vida vai virar um verdadeiro inferno, você vai se arrepender de ter entrado nessa casa, na minha vida.

- Loui, olha, desculpa. É sério.

- Como assim desculpas? - ela se aproximou e eu me afastei. - Você acha que eu vou te desculpar por ter pedido aquela bruxa ruiva em namoro? Você ainda a beijou! E não venha me dizer que você precisa daquilo, porque pra mim você precisa mesmo é de um cérebro. Na verdade, você deve até achar que precisa dela, porque todo garoto tem que ter um capacho, não é mesmo? Não, não é. Não um capacho como ela. Perdoe-me, Jesse, mas toda garota que aparece na tua vida nunca presta. Qual é o seu problema? Foi inventar de namorar justo uma patricinha líder de torcida, argh! Você fez tudo errado, você não precisava dela, nem precisa.

- Loui.. Loui, espera. Para com isso. São seis da manhã, nem pra ir pra escola eu acordo nessa hora. Meus pais estão dormindo, hoje é sábado. Todo mundo está dormindo.

- E daí? - ela falava e se aproximava.

- Daí que você não pode simplesmente ir falando mais alto pra acordar todos eles, hoje é o dia do descanso. Por favor - eu continuava me afastando, até bater na porta e não ter mais pra onde ir.

- Não importa!

- Importa sim. Vão me chamar de louco se eles acordarem e virem tudo isso revirado e eu disser que não fui eu. Não seja tão pueril, Lou.

- Pueril? PUERIL? - ela gritou. - Você que é pueril. Da onde tirou essa ideia horrendamente absurda de namorar a Honor pra se livrar de Kevin?

- Me diz uma opção melhor - desafiei.

- Você viu o que eu fiz com Shella - ela sugeriu, voltando a sua expressão normal.

- Ah! Tem mais essa não é? Fale-me como irei explicar a Shella que alguma coisa, que não fui eu, derrubou ela no chão? E você acha que eu iria querer fazer a mesma coisa com o Kevin pra ele me matar logo de uma vez?

- Bom, você não deve explicações a Shella já que não foi você e era impossível ser você. E quanto a Kevin, bem.. Eu não pensei por esse lado.

- Ótimo, então voltamos ao ponto inicial. Enquanto você pensa em outra sugestão para me livrar de Kevin e uma boa explicação para Shella, eu vou dormir, O.K.? - contornei-a e pulei na cama.

- Espertinho você, não é?

- Eu estou com sono. Boa-noite! - virei-me para o outro lado e fechei os olhos. Eu precisava dormir.

- Eu vou deixar você dormir, Jess. Mas apenas porque eu tenho coisas a fazer.

Abri os olhos e virei-me para ela, já me sentando novamente.

- Jesse. Que tipo de coisas?

-Não te interessa. Passar bem - ela disse isso e sumiu da minha frente.

Eu poderia ter me levantado e ir procura-la na casa, mas a probabilidade dela tentar derrubar uma árvore ou meter uma faca em mim era muito grande àquela hora, então eu resolvi deixa-la ir e caí na cama de novo.


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Notas finais do capítulo

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