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- Emilly..Emilly?

Aos poucos, a garota começou a abrir os olhos. Mas ao reconhecê-lo, uma coisa estranha aconteceu: ainda em seus braços, ela começou a se esquivar dele.

- Não..Não..Se afasta! [Ela começou a ficar de pé sozinha, embora ainda tivesse dificuldade]

- Emilly? Meu bem, o que tá acontecendo?

- Como pôde? Não acredito que confiei em você!

Ela começava a chorar.

- Mas do que está falando?

- Joe...Joe me contou uma história bem interessante sobre vocês.[ Ela estava nervosa]

- E você acreditou? Acreditou em tudo o que ele disse? [Ele também ficou alterado]

- Na verdade não sei...Tá tudo tão confuso! Mas por que se aproximou de mim? Você só me viu uma vez em um baile e atravessou estados pra chegar até mim ,novamente. Por que todo esse trabalho?

- Algumas coisas simplesmente acontecem. O que senti por você naquele dia... [Ele não teve a chance de terminar a frase, porque ela o interrompeu]

- Chega Zack. A culpa toda foi minha, foi culpa minha ter deixado ...[Ela se arrependeu do que estava prestes a falar]

- Se arrependeu de ter deixado alguém como eu entrar na sua vida...[Ele abaixou a cabeça, mas logo que a ergueu novamente, percebeu que Emilly não estava bem]

A garota se agachou . Não passava bem. Então, ele foi até ela.

- Emilly, tá tudo bem?

E então, ela só conseguiu  olhar para ele, porque logo em seguida acabou desmaiando nos braços dele.

Zack a segurou em seus braços, mas em seu olhar um sentimento triste existia.

[...]

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Zack adentrou o quarto da garota a carregando em seu colo. Calma e suavemente, ele a colocou na cama.

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A cobriu e sentou-se à beira de sua cama. A admirava dormindo. Era como a visão de um anjo fazendo-se presente em um dia de tormenta.

Aos poucos, foi recostando sua cabeça sobre colchão. Não conseguiu conter o turbilhão de coisas que se passava em sua mente ; então lágrimas percorriam lentamente seu rosto e   molhavam os alvos lençóis.

Todas as coisas que ela o disse minutos atrás começaram a invadir seus pensamentos. Mas no fundo, ele sabia que ela estava certa. Tê-lo em sua vida só traria problemas tanto para ela , quanto para sua família. Aquela não era nem de longe uma relação normal e jamais seria.

Ele não queria deixa-la sozinha, naquele momento. Então, no canto da janela, quase em frente à cama, havia uma poltrona e foi ali que ele passou a noite inteira; a guardar seu sono.

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“..”

Há um lugar que eu conheço
Não é muito bonito e poucos foram até lá
Se eu o mostrar a você agora
Você vai fugir
Ou vai ficar?

Mesmo que doa
Mesmo que eu tente me afastar você
Você voltará?
E lembre-me de quem eu realmente sou
Por favor, lembre-me de quem eu realmente sou

Todos têm um lado sombrio
Você me ama?
Você pode amar o meu?
Ninguém é perfeito
Mas nós valemos a pena
Você sabe que valemos a pena
Você me amará?
Mesmo com o meu lado sombrio?

Como um diamante
Vindo da poeira negra
É difícil saber
Podemos nos tornar
Se você desistir
Então não desista de mim
Por favor, lembre-me de quem eu realmente sou...

{Dark Side – Kelly Clarkson}

As  horas começaram a passar , e ele ali sentado naquela poltrona. Às vezes levantava , sentava-se ao lado dela , dedilhava seus cabelos , acariciava seu rosto.

Mexia em suas antigas bonecas empilhadas em um lado da estante.

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 Via algumas fotos e, sem querer , acabava sorrindo.

Enfim, conseguiu adormecer , mas já estava quase na hora de o Sol nascer. E quando nasceu , seus leves raios invadiram o quarto de Emilly, fazendo com que Zack despertasse.

Ele sabia que já era hora de ir , difícil era se acostumar com a ideia. Então, como último gesto, ele foi até ela. Passou sua mão, carinhosamente, pelo rosto dela e por fim beijou seus rosados lábios.

Assim, tomou a janela e foi embora.

 [...]

Finalmente, Emilly abriu os olhos. No fundo, não tinha forças nem coragem para ir ao colégio e encontra-lo. Mas mesmo assim , levantou-se  e fez sua higiene pessoal. Sem muito ânimo, arrumou-se e desceu as escadas.

Passou pela sala, adentrou a cozinha sem sequer dizer uma palavra. Seus pais entenderam que havia algo de muito errado, até perguntaram , mas ela não respondeu nada de importante. Terminou seu café, pegou sua bolsa e se preparou para sair, quando virou-se e perguntou aos pais:

- Pai,mãe...A gente tem foto de quando eu nasci?

Paul e Carol entreolharam-se. Aparentaram um certo nervosismo.

- Claro minha filha, você mesma  já viu...[Disse Carol]

- Não, eu sei...Mas eu quero dizer recém nascida, ou da sua gravidez, ou no hospital, enfim!

- ...Sua mãe não gostava que a vissem daquele tamanho. [ Paul tentou brincar] Mas por que essa pergunta, assim de repente, meu bem?

Emilly os encarou em silêncio por alguns segundos.

- Nada...Nada não. É melhor eu ir.

[...]

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Emilly chegou ao colégio. Sentia-se diferente , como se algo faltasse dentro dela. Começou a caminhar pelo pátio, passando por dentre todos.

Ao passo que  caminhava, parecia que não havia ninguém ali. Ironicamente,  enquanto ela demonstrava tristeza e solidão, todos riam e brincavam , inclusive Becki e Stan , os quais até tentaram falar com ela ,mas a garota não ouviu ou prestou atenção.

Pelos corredores ela perambulava, mas sem demonstrar emoção alguma.

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 Isso até ela passar pela sala dos professores e notar que ela estava vazia. Apenas abaixou a cabeça e seguiu.

[...]

Na hora da saída , as coisas não eram diferentes. Mas dessa vez, ela olhava para todos os lados da rua, mas não encontrava o que procurava.

- Hey, Emmy! Finalmente! Eu tentei falar com você o dia inteiro, mas quase não tivemos aula juntos. [ Disse Stan se aproximando]

- Ah..Oi , Stan.

- O que foi? Tem alguma coisa de errado?

- Como assim? Por quê?

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- Porque você passou o dia inteiro assim, estranha. Hoje de manhã, no pátio , nem sequer parecia que você estava lá!

- Não é nada, Stan...[ Ela sorriu para acalmá-lo] Eu já vou indo, a gente se vê depois...

Assim que ela saiu , Becki se aproximou dele.

- O que há com ela? [ Disse ela]

- Não sei...Parece triste...

- É...Isso é muita coincidência...[ Disse ela baixinho, referindo-se ao fato de ter notado o primo da mesma forma]

- Como assim “coincidência”?

- Nada, deixa pra lá.

[...]

Assim que chegou a sua casa, foi direto para o quarto. Nem ao menos reparou se havia alguém no recinto.

Com os olhos cerrados e cheios de lágrimas , abriu a porta do quarto rapidamente  e logo em seguida recostou sua cabeça sobre ela, ficando de costas para o restante do quarto e de frente para a porta.

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Desabafava toda a agonia que sofrera o dia inteiro. Com isso, não percebeu que ele estava ali presente no canto do quarto , na verdade ele também acabara de chegar. Ele se aproximou dela, queria tocá-la , mas acabou recuando , foi embora.

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 E nesse exato momento, ela se virou. Encarava fixamente a janela, mas já não havia ninguém ali.