A dor que me atingiu foi sufocante, meus olhos ardiam, eu estava sem ar, não podia acreditar no que eu estava ouvindo! As palavras ardiam, latejavam dolorosas em meus ouvidos. A dor inquietante rasgava meu peito, Sophie avaliava minhas reações com cautela, mas eu não precisava mais esconder o que eu sentia isso estava estampado em meu rosto, meus coração havia parado, minha respiração falhava, o sangue fluía em um ritmo voraz e doloroso.

– Você só pode estar brincando... – Sussurrei.

– Por que eu estaria? Você gosta da Kimberly! Sei disso Will mais não posso continuar sofrendo por você. Eu te amo! Mas isso dói demais... A Rapha me disse que...

– Você! Raphaella por quê? – Rosnei olhando para a caçadora e dando um passo para dentro do quarto. – Como ousa convidar Sophie
para se juntar a vocês? Ela não pode! Eu... Eu...

– Você a fez sofrer! Você olha para ela e suspira por outra! Canalha desprezível! É por isso que a caçada é maravilhosa! Não temos que nos meter com garotos como ele, nojento e abusivo! – Disse Raphaella com nojo.

Pronto. Essa foi sem duvida o ponto auge da minha ira. O ódio foi como fogo em palha, se espalhou por todo meu corpo, ardendo até o fundo de minha alma, rasgando meu peito de dentro para fora. Queimando minhas veias.

Minha espada estava em punho.

– Não pode me vencer com uma espada. – Riu Raphaella com desdém.

Transfiguradora se transformou em tridente. Os olhos Raphaella pareceram saltar das órbitas!

– Di Immortales! Isso é impossível!

– Se tratando de mim nada é impossível! – Vociferei.

A caçadora se colocou em posição defensiva. Seu arco pronto.

– Venha então!

– Se for necessário, para impedir que a garota que amo faça a maior burrada da vida dela eu acabo com você! – Grunhi.

– Quero só ver! – Riu ela, adorando ter um motivo para acabar comigo.

– Will não... – Sophie segurou meu braço.

Continuei encarando a caçadora.

– Você disse que me ama? – Perguntou ela. Seu rosto sério.

– Você é lerda demais Srta. Wikipédia! – Eu disse gentilmente. – Ou você achou que eu fiquei bravinho ontem por puro chilique?

– Não posso acreditar! - Disse ela.

– Depois o lerdo sou eu! – Sorri, mas meus olhos eram ferozes fuzilando os olhos desafiadores de Raphaella – Quer que eu repita? Eu te amo Sophie!

Olhei para trás e seu rosto todo se iluminou.

– Sophie como pode cair num troque desses? – Gritou a odiada em questão, olhei para ela incrédulo. – Vai cair em uma história ridícula como essa?

– Quieta Rapha! – Disse Sophie, fiquei frente a frente com ela. Ela me abraçou afundando o rosto no meu peito. Eu a abracei com medo de saltá-la. Ela finalmente era minha. E ninguém iria tirá-la de mim!

– Rapha! Não! – Gritou Emma. Rapha havia puxado sua adaga, seus olhos fixos nos meus.

Empurrei Sophie para trás de mim, Emma puxou sua espada e desarmou Raphaella facilmente.

– Você pode ser uma ótima caçadora! – Disse Emma. – Mais eu sou a melhor guerreira e estrategista do acampamento. E você não é párea para mim!

– Sophie? Você tem certeza de que quer isso? – Perguntou Raphaella desesperada.

– Sim! Eu o amo! E por algum motivo que me surpreende ele também!

– Você já se olhou no espelho? – Perguntei. – Você é linda! É especial, é boa, gentil, é minha!

– Mas a e a Kim?

– A Kim que se dane! É com você que me importo! – Nossa não acredito que eu disse isso! – Sophie... – Qual era o sobrenome dela?

– Williams! – Disse Emma em minha mente.

– Sophie Williams você é minha vida! Demorei a perceber isso mais agora eu vi! Sem você eu não sou nada!

– Will Davis! Eu te amo!

Peguei sua cintura e a ergui alguns centímetros do chão, fechei meus olhos e a beijei. O sangue ardeu em meus lábios, minha respiração estava ofegante, a adrenalina fervilhando no meu corpo, seus lábios se moldavam perfeitamente aos meus. Eles se moviam em uma dança graciosa. Sabe aquela sensação de que vocês flutuam fogos de artifício estouram ao seu redor? Foi exatamente isso que senti. Não foi igual ao meu beijo com a Kimberly, o beijo com a Kim foi selvagem e pleno. Já o de Sophie foi delicado e crescente. Eu estava completamente absorto em um mar de sensações quando alguém muito mal educado pigarreou.

– Chega de melação né? – Perguntou Rapha enjoada.

– Ok. Paramos! – Eu ri, nossos rostos muito próximos.

Não pude deixar de sorrir. Ela agora era minha, só
minha.

– Sophie eu prometo que nunca vou deixar você! Prometo que vou te proteger! Eu te amo e quero que você seja minha namorada!

– Claro que sim! – Disse ela pulando em meu pescoço e chapando os lábios nos meus.

– Agora é oficial! Você é minha!

– Adorei!

– Não querendo atrapalha, mas... – Emma estava se segurando para não rir. – Eu detesto segurar vela! E temos que dormir! Agora pombinhos, pra cama!

– Sim mamãe! – Sorri – Boa noite! – Me inclinei e a beijei de novo, mais uma vez o sangue ardeu em meus lábios. – Sonhe com os anjos!

– Claro que depois disso eu sonho com você! – Sorriu ela.

Sai do quarto cambaleando ainda meio tonto. Deitei em minha cama, a felicidade dentro de mim era capaz de derreter o Pólo Sul. Apenas fechei os olhos e dormi. Mas é claro que os malditos sonhos tinham atrapalhar minha alegria!