Eu estava em um buraco, um buraco fundo. A dor que me dominava não era causada por uma ferida física, algo pior, uma ferida no coração. Olhei para cima em busca de auxilio, apenas duas pessoas me encaravam da beirada, Sophie e Raphaella, Sophie chorava muito decidindo um dilema. E Raphaella a olhava para ela com expectativa.

- Vamos Sophie. Basta dizer algumas palavras e você se tornara imortal! Só tem que abandonar uma coisa, os homens. – Disse acaçadora.

- Sophie não! – Eu gritei. – Você não pode me deixa! Eu... Eu... Sophie eu... Eu... T-te...

Ela não me ouvia, não minha voz não saia!

- Will... Ele e Kimberly... Eu só atrapalho... – Ela soluçou. – Desculpe Will, não vou mais me intrometer entre vocês. – Ela se virou para Raphaella determinada – Eu, Sophie, vou me tornar uma caçadora de Ártemis. Prometo me afastar pela eternidade dos garotos e serei leal a minha Senhora.

Cada palavra me atingiu como um tapa na cara. A dor na voz dela era como navalhas me retalhando. Sophie e Raphaella começaram a desaparecer.

- Não! Sophie! Eu te a... – Elas haviam desaparecido. A escuridão ficou sufocante, me pressionando, o buraco estava se fechando. No meio do turbilhão de sombras uma luz literalmente apareceu no fim do túnel. A luz me chamava... Tudo começou a fazer sentido. Sophie se foi, minha vida também, por que ela era minha vida! Era isso, eu estava na minha
cova, minha sepultura. E Sophie chorava em meu túmulo, ela havia me abandonado para sempre...

- Will... – A luz chamou. – Will! Acorde!

Pus-me em pé com um pulo, foi um pulo elegante sem levar em consideração meu senso de equilíbrio péssimo e que cai sentado no chão.

- Bom dia Sardinha Ninja! – Disse Emma sorrindo. – Vamos cair na estrada. Ficamos com medo de te acordar e você começar a gritar. Então
eu a Super Emma decidi que eu mesma te acordaria. Bem meio que fui obrigada. – Riu ela – Sophie esta mal por ter feito você se sentir mal. E Rapha disse que não ia chegar perto de você! Então eu te acordei!

- Emma alguém já te disse que você fala demais? – Perguntei me levantando. Ela riu.

- Já! A Julie me diz isso direto.

- Desculpe por ontem. – Pedi.

- Will eu entendo que você estava chocado. Somos atacados por pombos demoníacos, conhecemos uma caçadora que diz ser nossa guardiã, e de quebra ela que levar Sophie. Sei o que sente por ela, e sei que isso ficou mais forte ontem no zoológico depois do quase bei...

Meu rosto queimou.

- Emma Johnson! Você prometeu que nunca iria ler minha mente! – Acusei, minha voz subindo uma oitava.

- Prometi que não leria a sua! – Disse ela erguendo as mãos com a palma virada para frente. – Mais a da Sophie...

- Esquece que isso quase aconteceu ta? Eu vou esquecer!

- Will ela não vai se tornar uma caçadora! – Disse Emma.

Isso aliviou completamente a tensão dentro de mim. Mas depois a raiva por essa notícia essa fazer feliz.

- Obrigado Emma. Mas isso não importa mais! Kim, é ela que importa agora. – Eu disse pegando minhas roupas.

- Tudo bem... Estamos te esperando lá em baixo, já pagamos o hotel!

- Ok. Não vou demorar - Murmurei.

 Emma estava sentada ao meu lado, Sophie no banco do carona e Raphaella no banco do motorista. Os olhos de Sophie estavam vermelhos, Emma me contou que ela havia chorado a noite inteira, mas que não teve coragem de ler os pensamentos dela (quase bati nela depois dessa).

- Emma? – Pensei.

- O que? – Respondeu ela em minha mente.

- O que Sophie disse? – Ai que droga por que eu me importo?

- Por que gosta dela! Ela disse que nunca se tornaria uma caçadora! E que gosta de você!

- Gosta? Que jeito estranho de demonstrar!

- Ela não... Ela esta vasculhando nossa mente!

Sophie ficou dura no banco da frente.

- Desculpe! – Choramingou ela.

- Você não sabe que é deselegante ficar vasculhando a mente dos outro? – Gritei a raiva que senti ontem surgindo de novo.

- D-desculpe! Eu não tive a in...

- Não teve a intenção? Tudo o que você faz é sem intenção! Garanto que não teve intenção de me matar de sofrimento ontem? Quando pensou em se juntar e essa garotas imortais! – Eu berrava dentro do carro, as lágrimas involuntárias rolando.

- Cuidado com o que diz garoto! – Ameaçou Raphaella.

- O que você vai fazer? – Desafiei – Você esta dirigindo idiota!

Raphaella fechou os olhos, seus lábios se moviam devagar como se estivesse contando até dez.

- Will sai briga é comigo! – Disse Sophie. – Me desculpe! Eu sei que te machuquei. Mais eu não seria capaz... Por que eu te...

Raphaella virou o volante com força. O carro deu uma guinada e passou para a estrada.

- Você o que? – Perguntei.

- Esquece Will...

 Passamos doze horas dentro do carro, Emma e Rapha se revezavam no volante. Afastei-me o Maximo possível de Rapha, não por que tivesse medo dela, mas por que eu estava começando a odiá-la.

Já nos aproximávamos de Nashiville quando Emma decidiu para descansar.

Ficamos em um hotel simples dessa vez, as garotas em um quarto e eu no outro. Enquanto eu estava só pensei em como contar para Emma meu sonho. Não consegui pegar no sono, minha mente estava um turbilhão de pensamentos. Dor; perda; raiva; ódio; dor; confusão; raiva; dor; medo; solidão; tristeza.

Eu carregava tudo isso sem reclamar. Mas por quanto tempo? A confusão que eu sentia era com relação à Sophie. Era óbvio que eu a amava! Mais será que ela sentia o mesmo? Valeria a pena eu me corroer por dentro em busca de um amor impossível? E Kim? Ela sim me amava! Ela já me provou isso no dia em que partimos. Talvez eu devesse esquecer a Sophie que não sabe da minha miserável existência e tentar com a Kimberly que gostava de mim e estava disposta a assumir isso. Devo admitir que era tentador. Mas seria eu capaz de esquecer aquela que eu realmente amo? Não eu não ia conseguir esquecer! Peguei o roupão e corri até o fim do corredor. Bati na porta das meninas. Sophie abriu e assim que me viu ela baixou a cabeça.

- Sophie! Eu pensei sobre você e a Kim e...

- Não se preocupe Will. Não vou me intrometer mais entre vocês! – Disse ela repetindo o que aconteceu no meu sonho. – Vou me unir à caça.