O Amor De Um Jovem Punk. escrita por Lost In My Soul


Capítulo 6
Capítulo Seis.


Notas iniciais do capítulo

OI, então eu falei que ia posta na quarta-feira, é acho que era para ser na quarta-feira passada, então desculpa de novo. Pedido especial, deixe um review me falando um forma engraçada de suicidio
beijos de lost in my soul.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/187816/chapter/6

Jones POV.

Dirigi pelas ruas movimentadas o mais rápido que pude enquanto eu costurava o transito e logo estava parado em frente à casa de Claire, deixei a moto na entrada de veículos e corri até a entrada, mas antes que eu batesse na porta, a mesma foi aperta e dentro casa a minha garota saiu.

- Ola, Jones.

- Oi, você está melhor?

- Um pouco.

- Ainda bem, não gosto de saber que você ficou mal por minha culpa.

- Não foi sua culpa.

- Talvez... – falei afagando o seu rosto com os dedos, mas antes que eu realmente a tocasse, ela virou a cara como se tivesse nojo de mim. – Tem algum problema nisso?

- Não é nada. Só que... – ela parou no meio da frase como se tivesse medo de falar.

- Só que o que?

- Jones, isso não pode acontecer. Não é normal.

- Como assim não é normal, ontem você mesma estava se atirando nos meus braços.

- Mesmo assim...

- Vai dizer que foi culpa do álcool e que não faz esse tipo de coisa?

- Mais essa é a verdade você disse que nós éramos muito diferentes, é verdade, nós nunca daríamos certos, nunca. E eu também não sou de beber por isso fiz aquilo.

- É realmente não é. Mas só comigo, certo?

- O que você quer dizer com isso?

- Que você ficou toda bobinha depois que bebeu um pouco a mais. Como se você não fizesse isso sempre.

- Você é louco. Como pode dizer essas coisas para mim? Não é culpa minha.

- Não é mesmo, não é culpa de ninguém. Só eu que fui louco de pensar que você queria alguma coisa comigo, sua patricinha mimada.

- Jones, não fala assim comigo – ela falava com as lagrimas surgindo em seus olhos, lagrimas de crocodilo – Você não está entendendo. É só que...

- É só que eu sei exatamente o que está acontecendo. E não vale a pena perder mais tempo com isso.

- Foi um erro...

- É claro, eu sou um erro certo? – falei pondo fim a discussão.

Eu não ficaria mais um segundo ali com aquela garota, me virei e fui até minha moto, eu estava explodindo de raiva. Subi em na moto sem fazer questão de por o capacete e apenas sai deixando uma marca do pneu no piso. Acelerei o máximo que pude em meio aos carros que diminuíam em quantidade à medida que eu chegava aos limites da cidade, eu sabia exatamente onde tinha que ir.
Eu mal tinha saído da parte urbana da cidade e já podia enxergar o que estava procurando, era uma fina estrada de terra que adentrava um bosque, ou seria a parte de uma floresta que já começara a ser destruída pela mão do Homem? Não sabia exatamente, mais o que importava era que aquela estradinha me levaria para o lugar onde eu poderia esvaziar a cabeça e descansar. Entrei pelo espaço entre duas árvores curvas que indicavam a entrada da estrada de terra, ali tinha pouco mais de dois metros entre as arvores, porém era o suficiente para eu passar. Acelerei sobre o solo úmido me esquecendo como eram os metros finais daquela estrada, nos 200 metros finais a passagem começava a se estreitar, tornando-se como uma trilha de verdade com menos de um metro de largura e nos 50 metros finais. Diminui um pouco a velocidade para ter certeza que não bateria em nada.

Finalmente eu estava em meu objetivo, depois de quase um quilometro correndo pela terra fofa e úmida. Era uma clareira circular com uns 50 metros de diâmetro e um pedaço da sua ponta estava cortada, ali a clareira terminava em um penhasco com uma queda de uns 10 metros. Dali de cima eu podia vislumbrar a maravilhosa paisagem de floresta, (é com certeza era uma floresta) parecia um mar de árvores gigantes abaixo de mim, era uma coisa linda de se ver, ainda mais como o grande lago que ficava no meio das árvores, com sua límpida água fria.

Desci da moto e caminhei até a borda do penhasco. A raiva que eu sentia naquela hora era tanta que me dava vontade de pular dali de cima e sobreviver à queda, só para subir e pular de novo. Mais ao invés disso eu segurei a raiva dentro de mim por mais um momento, esperando que crescesse mais um pouco, eu quase podia senti-la subindo pela minha garganta, então deixei que minha explodisse para fora de mim. Com um pouco mais de fôlego que tinha eu soltei o grito mais alto e duradouro que minhas cordas vocais podiam aguentar.

Quando o berro me cessou eu já estava ofegante e quase cai de joelhos para a morte certa. Enquanto respirava profundamente podia ouvir o eco de meu grito correndo entre as árvores. Depois que esse também parou, eu fui cambaleante até minha moto e peguei o maço de cigarros no bagageiro da mesma. Tinha apenas cinco e teria de ser o suficiente.

Eu não tinha o costume de fumar, mas sempre era bom ter um ou dois maços reservados para situações como essas. Sentei-me no chão e ascendi o primeiro cigarro, dei uma tragada e segurei a fumaça para mim por um tempo maior que o necessário e depois soltei a devagar. Repeti o ritual umas três vezes, para depois me deitar de costas no chão úmido e olhar para o céu. Lá em cima ainda estava um pouco calmo, o céu começava a escurecer e as nuvens se reuniam mostrando que logo choveria de novo. Assim que terminei o penúltimo cigarro, às vezes era como se eu sentisse o efeito da nicotina agindo dentro de minha cabeça e me acalmando, na verdade isso sempre acontecia e era muito bom.

Logo que terminei o quarto cigarro, subi na moto pronto para voltar para casa, mas ascendi o último cigarro e dirigi por entre as árvores, indo mais devagar agora e eu teria acabado aquele cigarro antes mesmo de sair de dentro do túnel de árvores. Vale falar que eu não joguei nenhum resto dos cigarros no chão, mesmo no estado que eu estava não seria capaz de poluir aquele lugar tão lindo.

Quando sai do bosque vi que as ruas estavam quase vazias, o que me ajudaria a chegar mais rápido em casa, assim eu poderia acelerar a vontade sem ter que desviar dos outros veículos, isso obviamente é uma grande vantagem, correr sem correr o risco de acertar a traseira de um carro e voar por cima do mesmo. E era mesmo muito bom correr pela cidade, o vento forte e frio batendo no meu rosto e jogando o meu cabelo para trás, não usar o capacete ajudava bastante nisso, e apenas os óculos escuros protegiam meus olhos, mesmo já escurecendo era bom usá-los, enxergar o caminho por onde você anda é sempre uma grande vantagem. Mesmo com o vento em meu rosto e os cigarros que eu acabara de fumar alguma coisa ainda me impedia de ficar calmo, era como se meu cérebro martelasse as paredes de meu crânio e para ajudar mais, uma voz gritava dentro de mim dizendo como eu tinha sido idiota.

Eu sabia o que aquela voz queria dizer, e ela estava certa. Eu tinha sido muito idiota mesmo, tinha me deixado levar por uma besteira. Fui idiota em acreditar que talvez eu pudesse ter alguma coisa com Claire, como ela mesma tinha dito, nós éramos incompatíveis. Ela vivia em um mundinho de flores toda perfeitinha, e eu num mundo de caos, medo e ódio. Ela é uma patricinha e eu sou praticamente um marginal. Mas o que mais me deixou com raiva foi ter pensado que talvez ela realmente sentisse alguma coisa por mim. O beijo de ontem tinha sido tão bom, tão intenso que meu corpo não tinha como recusar. Eu apenas queria mais e mais. Era isso que na verdade passava por minha mente. Eu sei que provavelmente teria muitas coisas que eu pudesse oferecer a ela, coisas que o dinheiro dela provavelmente não poderia comprar. Mas ela deve ter nojo de mim. Para dar uma simples desculpa de que só tinha me beijado por culpa do álcool, se bem que fazia sentido, como uma garota como ela poderia se interessar por alguém como eu. Um lixo, um inútil, um verme da sociedade, insignificante e desprezível.

Mesmo assim, pensar naquele corpo tão lindo dela me fazia perder todo o sentido e a razão, e lembrar que já esteve em minhas mãos, me deixava com ainda mais raiva e me fazia delirar.

Foi assim, tão imerso em pensamentos que eu perdi a atenção na rua em que eu estava e só voltei a mim quando ouvi a soar de uma buzina que vinha em minha direção. Levantei a cabeça para ver o meu provável fim, eu estava dirigindo na contra mão e um a buzina era de um ônibus que vinha em minha direção, naquela hora as únicas palavras que passavam em minha cabeça eram: Eu vou Morrer... Mas por reflexo, e talvez muita sorte, eu virei o guidão para direita em um movimento tão rápido que eu mal pude ver, na tentativa de votar na pista ao lado e seguir na direção certa, mas só o que eu consegui fazer foi atravessar a faixa em que eu queria estar e depois entrar numa viela mal asfaltada entre dois prédios, com o chão um pouco molhado eu não consegui me segurar e eu tombei de lado com a moto e deslizei uns seis metros, quase chegando ao fim do beco sem saída.

Quando parei de escorregar pelo chão senti uma dor assustadora na minha perna direita, abaixo do joelho. Por sorte foi na direita, assim não corro o risco de estragar a tatuagem, nossa. Cada coisa que eu me preocupo nesses momentos. Eu fiquei em pé com alguma dificuldade e depois levantei a perna da minha calçada até a altura do joelho e vi o que tinha acontecido, na verdade, não tinha acontecido nada. Parte da minha panturrilha tinha esfolado nada muito profundo, me senti meio idiota por ter sentido tanta dor.

Depois de pensar no quão eu tinha sido ridículo naquela situação, fui ver como estava minha moto, ela tinha ido parar um poço a minha frente seus pneus quase tinham se encostado à parede no final do beco. Também não tinha acontecido nada serio com ela, apenas a sua lataria que tinha ficado riscada, também do lado direito, que precisaria de uma nova pintura.

Fui empurrando minha moto para a saída daquele lugar até chegar à rua, e como eu tinha imaginado o motorista não tinha nem pensado em parar para prestar alguma ajuda se fosse necessário, talvez fosse melhor assim, seria um final ainda pior para um dia que tinha sido horrível, discutindo com um motorista de ônibus pelo fato de eu ter entrado na contra mão. Então eu subi na moto e acelerei de volta para a rua como se não tivesse acontecido nada e sem medo de acontecer de novo. Depois disso não demorei muito para chegar a casa, lá tirei minhas roupas e fui para debaixo do chuveiro para um logo banho gelado, deixando que caísse mais em minha cabeça e depois nas escoriações em minha perna, a água fria com certeza ajudaria bastante e naquela hora eu pensei que talvez aquilo servisse de pretexto para não ir mais à escola até o final do ano, com as notas que eu tinha provavelmente iria passar sem problemas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Cap meio inutil neh?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Amor De Um Jovem Punk." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.