P.O.V Susana

Acordei bem disposta hoje, levantei e fui direto para o banheiro, onde algumas cervas já haviam preparado um banho para mim, me deitei na banheira e me ensaboei, ao término do banho, me enrolei na toalha e fui direto para o closet, então escolhi um vestido leve vermelho com magas até o cotovelo e alguns detalhes em dourados, me vesti arrumei meu cabelo, e sai do quarto. Andei pelo corredor até chegar à sala de jantar, todos já se encontravam lá, Caspian na cabeceira Pedro do seu lado direito, Ed do lado de Pedro e a Lu do lado do Ed, Minha vó a esquerda de Cas, Legolas do lado da minha vó, Dara e ao lado de meu avô e Kyle ao lado de minha amiga.

– Bom dia – cumprimentei todos.

– Bom dia – retribuíram, sentei-me ao lado de Kyle. Pedro, Morgana e Caspian davam opiniões de lugares para o novo exercito, enquanto que eu Lú e Dara comemos em silêncio. Quando terminei o café disse a Kyle:

– Pode me emprestar seu pegasos? – todos prestaram atenção em mim.

– Sim, mas pra que seria? – perguntou ele desconfiado.

–Só quero visitar um antigo castelo e... quem sabe o novo posto do batalhão. – todos olharam para mim confusos, acho que apenas Lúcia entendeu, pois abriu um largo sorriso na mesma hora.

– Posso ir com você? – perguntou-me Lúcia

– Claro, com licença. - pedi e me retirei do salão seguida de Lúcia, quando chegamos ao celeiro foi fácil achar o cavalo de Kyle, afinal são poucos os que têm asas.

Quando terminei de selá-lo, subimos em trovão, então Lú perguntou:

– O que pretende fazer em Cair Parável?

– Você vai ver... – respondi com um sorriso nos lábios, voamos até o castelo e em pouco tempo já estávamos no local, Lúcia e eu ficamos por um pequeno tempo olhando tudo em volta e me perdi em lembranças da época em que nós quatro reinávamos alí, até que Lúcia me tirou do meu breve transe dizendo:

– E então, o que pretende fazer?

– Me segue? – Lúcia acenou positivamente com a cabeça e fomos pra “entrada” do castelo, quando chegamos dei um longo suspiro e comecei a levitar.

– O que vai fazer?! – perguntou-me minha irmãzinha em um misto de curiosidade e preocupação, comecei a recitar o feitiço.

– Quod fractum est fixa, quod subvertit ad aedificetur – estava levemente cansada – Cair Paravel praeceptum volbis stare (O que foi quebrado, seja concertado, o que foi demolido, seja reconstruído, Cair parável lhe ordeno que se levante) – fui descendo de vagar, normalmente um feitiço desses seria cansativo mais não como agora, com os recentes acontecimentos ainda não havia recuperado totalmente meus poderes, para ser sincera acho que nem metade deles, mais diante de mim estava lá o castelo de Cair Parável em perfeito estado como antigamente, e entorno da construção as Brumas de Avalon se erguiam anunciando que o castelo estava sobre a proteção da Deusa, quando estava quase chegando ao chão tudo começou a ficar escuro e eu apaguei.

P.O.V Lúcia

Eu vi Susana começar a levitar, era incrível o que minha irmã havia se tornado, e começar a recitar um feitiço olhei para frente e diante de meus olhos o castelo de Cair Parável estava se reconstruindo, cada detalhe no mais perfeito estado, era como se nunca tivesse deixado de existir e de repente estava tudo pronto, minha casa estava ali diante de mim novamente. Susana começou a voltar para o chão e quando estava quase chegando desmaiou quase batendo a cabeça no chão, em um impulso peguei sua cabeça diminuindo o impacto mais mesmo assim suas costas bateram no chão com bastante força.

Eu não sabia o que fazer, Susana estava ali desacordada, então me lembrei da conversa que tivera com Dara ontem, quando pedi para ela me ensinar alguns feitiços de cura inclusive o de reanimar pessoas, que conforme ela é um dos mais difíceis de lançar, isso para uma iniciante como eu, já que meche com a mente da pessoa, naquela mesma tarde ela usou um feitiço para despertar minhas marcas da natureza e após isso começamos com o básico, foi fácil aprender o Curare, que cura pequenos ferimentos, após aprender esse pedi a ela, não sei por que, para me ensinar o feitiço de reanimação, agora entendo o porquê, pois minha irmã necessita de uma feiticeira médica, e é para isso que eu pedi para Dara me ensinar, pois curar as pessoas é o que gosto de fazer, então me concentrei para tentar lembrar a fala corretamente, não tinha certeza se daria certo, mas também não custava nada tentar, comecei a proferir o feitiço:

– Uaszbudete (Despertar) – passado alguns segundos Susana começou a abrir os olhos lentamente, no mesmo instante em que vi que Pedro, Ed, Caspian, Dara, Morgana, Legolas e Kyle chegarem a cavalos, ao desceram dos animais as feições de meus irmãos e de Cas era de espanto, e dos demais era de curiosidade, tanto que a rainha de Avalon, ou seja, minha avó perguntou:

– Então esse é o tão aclamado castelo dos quatro tronos? – falou ela olhando para mim que apenas sorri em resposta. – A magia que corre pelas entranhas dele, de hoje até eternamente, tem cheiro de Lírio, tal qual como sua reconstrutora – continuou a rainha se ajoelhando perto de nós duas e acariciando nossos rostos, é tão aconchegante essa caricia. – Parabéns Lúcia, vejo que você se tornará uma grande feiticeira médica. – terminou minha avó me dando um beijo na testa e eu apenas fechei meus olhos e sorri, mas a emoção de suas palavras se manifestaram em uma pequena lágrima que escapou de meu olho direito.

P.O.V Caspian

Depois que Susana e Lúcia saíram da mesa continuamos conversando mais um tempo até eu perguntar.

– Pedro você tem alguma idéia do que a Susana foi fazer? – pareceu que todos se interessaram por minha pergunta, já que ficou um silencio na mesa e os presentes ficaram com cara de interrogação.

– Não, contudo acho estranho ela querer ir para Cair Paravel que é o único castelo que tem por aqui que vem a mente, já que o da Jadis derreteu quando ela foi derrotada por Aslan, mas o que teria ali além de ruínas? – Edmundo me olhou meio preocupado e perguntou a Dara:

– Bem er... Dara teria algum tipo de feitiço pra er... reconstruir uma propriedade em ruínas?

– Sim, mais esse feitiço requer muito esforço, principalmente para um castelo e também só é feito por feiticeiros extremamente experientes. – Dara disse normalmente passando uns 3 segundos até se tocar no que disse, olhando com uma cara de preocupação pra Kyle e resmungando em seguida. – Era só o que faltava, vamos Kyle com sua licença majestades. – ela ia se retirando da mesa com Kyle, mas parou, voltou e falou – Onde é Cair Paravel mesmo?

– Vamos com vocês - falou Pedro, todos levantamos da mesa e fomos em direção ao estábulo.

Só espero que a Susana esteja bem, já que seu estado de saúde ainda não está perfeito. “Su o que você tinha em mente meu amor, para se arriscar tanto assim para que a aliança possa vencer essa guerra, então, por favor, esteja bem” falei em pensamento, pois tenho medo que algo aconteça com a única mulher que realmente já amei em minha vida.

Fomos cavalgando até as ruínas sendo guiados por Pedro e Edmundo, percorremos, por cerca de uma hora, grande parte da floresta até que avistamos a praia, mas ao olharmos para o morro perto do mar qual não é nossa surpresa ao vermos um castelo esplendoroso e não ruínas. Nos deslocamos até a passagem e adentramos correndo o local, assim logo na entrada vimos a Su acordando e sua cabeça estava no colo da Lú.

– Hum – gemeu de dor minha rainha ao tentar se levantar, nessa hora eu corri até ela e a ajudei a se sentar.

– Susana não faça esforço por favor – eu disse preocupado com seu estado que me parecia ainda mais frágil do que estava quando acordou, também que feiticeiro ou feiticeira não estaria depois de passar pelo que ela passou e ainda inventar em reerguer um monumento como Cair Paravel, nisso ela me olhou carinhosa como sempre e simplesmente sorriu e me abraçou, para o azar do Kyle que estava atrás de nós e sua cara irritada me fez apenas sorrir em provocação demonstrando em meu olhar minha atual vitória. – Vem vamos voltar – terminei levantando com ela em meus braços, nisso fui caminhando lentamente até meu cavalo e com todo cuidado a coloquei sobre ele, após subi, e ela se aconchegou em mim e acabou dormindo devido a estar muito cansada, então com uma mão ia guiando o cavalo e com a outra eu a amparava, nesse momento eu apenas pensava em nós dois, eu apenas via a nós dois cavalgando lentamente por entre as árvores, e como eu queria que esse momento nunca acabasse, mas sei que ele logo irá acabar, pois estamos no meio de uma guerra que necessitamos vencer.