A porta abria-se lentamente, e a forma da pessoa por trás dela se ia revelando aos poucos. Era um homem alto, de cabelos castanhos e com uma estranha cor de olhos, pois um olho era azul e o outro era castanho. Eu sabia a identidade daquele senhor, porém era impossível não saber. Ele era o rei do reino de Solar, Rido, o homem que mandou assassinar os meus queridos pais.

– Como está a minha rainha predilecta? – Disse ele de forma irónica. Era difícil estar bem da maneira que me encontrava.

– Já tive dias melhores, como pode imaginar – Respondi eu, também de forma sarcástica.

– Eu não vim cá para por a conversa em dia, mas sim para lhe fazer uma proposta irrecusável.

– Pode dizer, contudo seja rápido, a sua presença ainda consegue pôr-me pior do que já estou.

– A primeira opção é ficares nesta cela para o resto da eternidade. A segunda é casar-te com um dos meus filhos. Desta maneira, o reino de Astel e Solar se uniram e a guerra pelos 12 talismãs da lua irá acabar. Qual é a opção que tu escolhes?

– Entre ficar aqui o resto da minha vida ou casar com um dos teus filhos, prefiro a opção nº3. Esta afirma que não só eu vou sair desta cela, como também os 12 talismãs serão meus. O que acha?

– Eu penso que vai ficar nesta cela o resto da sua vida, todavia a proposta continua de pé. Quando mudar de ideias é só chamar.

Ele sai daquele lugar com um sorriso espantado na sua boca, como se eu tivesse dito que sim, ou que eu iria acabar por aceitar a sua proposta. Eu podia estar morrendo, contudo continuava a ter uma réstia de honra no meu ser. Preferia morrer rainha de Astel, do que viver rainha de Solar.

Pela minha cabeça passavam milhões de pensamentos, porém um barulho vindo do outro lado da cela tirara-me daquelas reflexões. Eu sabia que era a Yori, pois ela estava magoada e eu sentia o cheiro do seu sangue. Ela era uma verdadeira amiga, pôs o seu bem-estar antes da minha segurança.Com um forte movimento de pés ela consegue arrombar a porta e tirar-me aquele lugar horrível.

Ao chegar a uma floresta do reino inimigo ela coloca-me encostada a uma árvore e afirma que vai buscar ajuda, pois não consegue aguentar o meu peso até ao castelo.

As minhas forças já estavam mesmo no limite. Eu nem tinha força para manter os olhos abertos. Eles foram-se fechando cada vez mais, até que a única coisa que consigo ver é um enorme vazio. A minha cabeça estava cada vês mais pesada. Eu não conseguia aguentar mais, o meu corpo caíra com uma violência extraordinária no solo daquela floresta. Ai senti algo que não sentira há muito tempo, e essa coisa era paz…….