Opostos escrita por Nyne


Capítulo 44
Bendita idéia


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores =)
Como foram de páscoa? Muito chocolate?
Desculpem a demora, mas feriado, fds sem net, sabem como é né? Porém isso ajudou na minha criatividade e quem sai ganhando são vcs =)
Aí vai + um capítulo fresquinho, espero que gostem =)
Dedico esse capítulo as leitoras Fernanda e Danielle
Ótima leitura a todos!



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Sábado pela manhã Murilo acorda com o celular tocando. Ele não está nem um pouco a fim de atender e cobre a cabeça com o travesseiro, porém quem ligava era muito insistente.

– Alô?! – diz Murilo sonolento. – Oi mãe, bom dia!

Murilo não tem tempo pra falar, apenas concorda com a mãe em tudo o que ela diz. Quando enfim ele desliga o celular, se joga novamente na cama. Olha para o relógio e vê que são 08hs da manhã.

– Ser filho de enfermeira plantonista é um saco às vezes! – resmunga enquanto levanta e vai cuidar da sua higiene matinal.

Após fazer isso e tomar seu café, começa a fazer os deveres que sua mãe lhe pediu e foram muitos. Entre eles lavar e estender a roupa, fazer almoço e dar uma geral na casa.

Ele então joga as roupas na máquina de lavar e segue limpando a casa, porém depois que começou a faxina nota que algum dos produtos havia acabado o que o faz então sair para comprar mais.

Ele encontra Fabiana no mercado, ela estava fazendo compras com a mãe.

– Tão cedo fazendo compras? Que menino prendado! – brinca ela com Murilo.

– Fazer o que né? Minha mãe é enfermeira e está de plantão hoje, me ligou avisando que só volta amanhã no fim da tarde.

– Não sabia que sua mãe era enfermeira. Mas lembro que uma vez você comentou que os horários dela eram bem loucos.

– Exatamente. Tem vezes que ela trabalha dois dias seguidos.

– Uau! Corajosa ela.

– Muito. – diz Murilo sorrindo.

– Certo, mas mudando um pouco de assunto, e você e a Cissa? Acertaram-se?

– Não. De boa Fabiana, eu não me considero brigado com ela, é a Cissa que está agindo feito criança comigo.

– Ela disse que não vai te pedir desculpas de jeito nenhum.

– Eu já percebi isso. Ela é dura na queda.

– Vai desistir então?

– Do que, de provocar ela? Não mesmo! Nem comecei pra valer.

– Vocês dois são terríveis!

Murilo ri e a mãe de Fabiana a chama.

– Vou nessa Murilo, boa sorte com a cabeça dura, você vai precisar. – diz ao se despedir dele.

Murilo então compra o que é preciso e volta pra casa. Enquanto faz o que tem que fazer se lembra de Cecília nervosa no dia anterior e da bolada que deu na garota. Ri com a lembrança.

Enquanto lembra, o telefone toca. Era sua mãe novamente.

– Oi mãe. Já sim, estão na máquina já e estou quase terminando de limpar a casa, aí é só fazer o almoço e estender a roupa quando a máquina parar. Como assim, você não volta no fim da tarde amanhã? Ah é, só à noite então? Que merda hein! Ta mãe, fica de boa, sei me virar. Relaxa, não vou dar festa não. – diz rindo. – Tudo bem então mãe, até amanhã à noite, beijão, te amo.

– Que beleza, vou ter a casa só pra mim por 24 horas! – diz Murilo se jogando no sofá – Espera: a casa só pra mim por 24 horas? Interessante.

Murilo fez as suas tarefas o mais rápido que pode. Terminou com a faxina e o almoço e assim que a máquina parou estendeu as roupas.

Foi para o quarto, escolheu uma roupa e tomou um banho. Ao terminar volta para o quarto e sentado na cama volta a pensar em Cecília e na conversa que teve com Fabiana no mercado.

– Quer saber? Sei que ela não vai me pedir desculpas mesmo, melhor parar com esse joguinho de gato e rato logo. Afinal não é todo dia que tenho a casa por 24 horas só pra mim! E pra ela se ela quiser... – diz pra si mesmo.

Murilo então liga para Cecília, mas seu celular dá caixa postal. Resolve então ligar na casa dela. Chama, chama e ninguém atende.

Ele estranha afinal ela nunca desliga o celular. Dá um tempo e almoça. Ao terminar tenta mais uma vez, mas não obtém resultado, o que o deixa preocupado.

– Quer saber? Vou até lá. – diz trancando a casa e saindo.

Ao sair olha para o céu e se assusta com as nuvens negras. Ele tinha que correr, porque as roupas estavam no varal e sua mãe o mataria se ele as esquecesse de recolher.

Ao se aproximar da casa de Cecília, vê que a mesma parece estar falando sozinha com a porta. Ele então passa pelo portão sem que ela perceba e belisca sua cintura.

– Que susto Murilo! – diz com a mão no coração – de onde você saiu?

– Da minha casa, de onde? – responde mas já de uma maneira descontraída.

– Engraçadinho!

– Sério, eu vim falar com você.

– Ah é? Finalmente hein!

– Finalmente o que?

– Você veio pedir desculpas pelo jeito que está me tratando, acertei?

– Ta louca é? Não tenho que te pedir desculpas por nada não, você que tem.

– Eu pedir desculpas de que? De falar a verdade?

– Que verdade Cecília?

– De tudo oras. Eu falei verdades que você não gostou, mas não admite.

– Eu não admito? Você que não admite que errou e me deve desculpas!

– Não devo não!

Eles continuam discutindo de quem deve desculpas pra quem por mais algum tempo, até que um vento forte começa e vem seguido de fortes pingos de chuva.

– Será que ao menos podemos entrar? – pergunta Murilo.

– Eu bem que gostaria, mas não dá.

– Como não dá, por quê?

– Hoje cedo eu fui ao centro comprar umas coisas com a minha tia que mora no Sul e deixei meu celular em casa carregando, mas saí sem a minha chave. Toquei a campainha umas vinte vezes, mas ninguém atende. Acho que meus pais saíram e me deixaram trancada.

– Liga pra eles e pergunta se vão demorar.

– Acabei de falar que deixei meu celular em casa carregando, vou ligar como?

– Usa o meu burrinha! – diz entregando o celular pra ela que faz uma careta, afinal não gostou de como ele a chamou.

Ela liga para a mãe e Murilo fica atento a conversa e as expressões no rosto dela. Alias não são nada boas. Ela desliga resmungando algo e entrega o celular para ele.

– Pela sua cara vão demorar.

– Demorar? Eles foram ver o meu avô, só voltam amanhã depois do almoço!

– E você não pode ir pra casa do seu avô?

– Em Campinas? Eles foram depois que eu sai, deixaram um bilhete me avisando, mas porque pensaram que eu estava com a minha chave.

– E agora?

– Vou ligar pra Fabi e perguntar se eu posso dormir lá hoje.

Quando Cecília diz isso, Murilo teve uma idéia. Enfim ele havia descoberto uma maneira de fazer com que ela lhe pedisse desculpas.

– Não vai dar pra você ficar na casa da Fabiana não.

– Não? E como você sabe?

– Hoje eu encontrei com ela e a família no mercado, estava indo viajar.

– Viajar? E nem me falou nada?

– Ela precisa falar quando vai viajar? Pode ter sido de última hora.

– A Fabi não é disso. Mas que seja ela era a minha única esperança, agora to ferrada!

– Bom você pode ficar na minha casa se quiser.

– Na sua casa? Acho melhor não Murilo...

– Bom você que sabe, mas você não tem outra opção, ou é minha casa ou ficar aqui fora e na chuva!

Cecília não tem escapatória, dessa vez Murilo tinha razão e ela sequer podia questioná-lo.

Mesmo vendo que agora estava no controle, Murilo resolveu dar uma última cartada e ter certeza que poderia seguir em frente com o que havia acabado de propor.

– Se bem que você pode ficar com essa tia aí que você falou.

– Não posso, ela veio pra cá só pra fazer compras, de lá mesmo a deixei na rodoviária. Deve estar mais da metade do caminho já.

Murilo fica aliviado no seu interior e continua com a idéia maluca que teve.

– Bom, essa é sua única alternativa então. Passar a noite na minha casa.

Cecília fica sem saída. E agora, o que vai fazer?

– Sua mãe não vai achar ruim?

– Você dormir em casa? Claro que não. E eu explico a história pra ela. Duvido que ela fosse deixar você ficar na rua.

– Sei lá, é meio que uma invasão minha.

– Nada a ver Cecília!

– É sério Murilo, não é melhor avisar ela?

Murilo não sabe o que fazer. Sabia que a mãe não seria contra Cecília ficar lá, mas também sabia que ela estava de plantão e não queria ligar pra ela naquele momento, mas também não queria que Cecília soubesse que ficariam sozinhos a noite toda. Enquanto pensava no que fazer seu celular toca. Ele olha no identificador e vê que era Fabiana, o que na hora lhe dá uma nova idéia.

– Oi mãe! Ia ligar pra você agora.

– Mãe? Pirou Murilo, é a Fabiana que ta falando.

– Eu sei mãe. É que preciso te pedir uma coisa.

– Meu Deus Murilo, o que você está aprontando? Tem a ver com a Cissa não tem?

– Então mãe, queria perguntar se a Cecília pode dormir lá em casa hoje.

– Como? – diz Fabiana sem entender nada.

– Ela saiu cedo de casa e esqueceu a chave e o celular, mas os pais achavam que ela estava com a chave, então foram pra casa do avô dela em Campinas.

– Ah, entendi, ela ficou trancada do lado de fora?!

– Isso mesmo.

– Ué, ela pode vir dormir aqui em casa, sem problema.

– Ela ia dormir na casa de uma amiga nossa da escola, a Fabiana, mas ela foi viajar com os pais.

– Eu fui viajar é?

– Foi mãe e ela não tem onde ficar hoje. Tudo bem se ela ficar lá em casa né?

– Ah ta, agora eu entendi tudo! Essa é a ajuda que você disse que ia me pedir mas nem você sabia como certo?

– Isso mesmo mãe. Então tudo bem ela ficar em casa hoje né?

– Ah é, sua mãe não vai estar em casa, ou seja, vocês vão ficar sozinhos né?

– Isso.

– Seu danadinho! Você vai tentar o que estou pensando?

– Sim senhora. Tudo bem então né mãe?

– Claro! - diz com um tom de voz animado.

– Valeu mãe! Alias a senhora me ligou pra que?

– Ah é, queria saber se você tinha falado com a Cissa, porque tentei ligar várias vezes pra ela, mas não consegui falar. Agora entendi o porquê. Mas pelo o que vi você vai cuidar bem dela.

– Com certeza mãe, pode deixar. Beijo.

– Juízo crianças, beijo – diz Fabiana ao desligar.

Murilo sorri e guarda o celular no bolso.

– Pronto resolvido.

– Sua mãe deixou?

– Claro. Então vamos?

– É né, fazer o que?

Assim que vão até o portão, a chuva aumenta e Cecília volta para trás.

–Não tem como irmos nessa chuva Murilo, ta muito forte.

– Tá bom, podemos esperar um pouco. – diz encostando-se à porta.

Enquanto esperava ficou pensando no que estava prestes a fazer. Aquela noite seria perfeita. Sem pressa de levar Cissa embora logo pra casa, sem os pais, sem Fabiana pra interromper. Aquela noite tinha tudo pra ser a primeira noite dos dois. Murilo sorri.

– Ta rindo de que? – pergunta Cecília.

– Nada não. – diz ele ficando sério em seguida – Puta que pariu, esqueci! – diz levando uma das mãos a cabeça.

– Esqueceu o que? O que houve? – pergunta Cecília sem entender nada.

– A roupa! Deixei a roupa no varal! Corre que acho que dá tempo de salvar alguma coisa. – diz ele segurando a mão de Cecília e saindo correndo com ela em seguida.

– Murilo, ta doido? Vou me molhar toda!

– Para de frescura Cecília,você é de açúcar por acaso? Fora que minha casa não é tão longe, ainda mais se a gente correr.

Dessa vez Murilo não foi grosso de propósito como das outras vezes, mas ele realmente estava desesperado por ter esquecido a roupa no varal.

Não demorou muito e finalmente chegaram a casa dele, que abriu a porta e correu para o quintal para ver o estado em que às roupas estavam. Cecília ficou parada na sala, em pé ao lado do sofá. Estava encharcada.

Murilo voltou mais calmo, porém parecia sem graça.

– Se eu te falar uma coisa você vai ficar brava comigo?

– Mais do que estou? Acho difícil!

– As roupas estavam na área de serviço que é coberta... – diz coçando a cabeça.

– Deixa ver se entendi. Você me fez correr na chuva, ficar toda molhada quando na verdade as roupas estavam em um lugar coberto?

– Isso... – responde sem jeito.

– Eu vou te matar Murilo! – diz correndo atrás dele.

Eles saem correndo pela casa, até que Cecília consegue segurar Murilo pela camiseta e o puxa até ela.

– Ta vendo o meu estado? A culpa é sua!

– A culpa é minha coisa nenhuma, culpa seu pai e sua mãe.

– Eles não tem culpa de eu ter me molhado na chuva!

– Não to falando disso. Você disse pra olhar seu estado.

– Exatamente! O que meus pais têm a ver com isso?

– Tudo! Você está linda como sempre princesa e eles que te fizeram linda assim.

Cecília fica sem jeito e sem resistência ao ouvir aquilo. Murilo por sua vez se aproxima e a beija. Porém pela primeira vez desde que começaram a namorar Cecília o afasta.

– O que foi? – pergunta Murilo sem entender.

– Eh... Nada... É que estou um pouco desconfortável toda molhada.

– Quer tomar um banho?

– Eu até quero, mas não tenho roupa.

– Fica com uma camisa minha até suas roupas secarem. Ela vai ficar parecendo um vestido em você mesmo. – diz rindo.

– É, pode ser. – diz Cissa com um sorriso sem graça, o que deixa Murilo intrigado.

– Tudo bem princesa?

– Tudo sim. Você pode me dar uma toalha e uma camisa pra eu tomar um banho então?

– Claro, vou buscar.

Murilo vai até o quarto pegar o que Cecília pediu e ela fica pensativa ao lado do móvel onde havia algumas fotos. Olha para o sofá e lembra da primeira vez que foi estudar com ele. Sorri e se olha em um espelho que havia no corredor.

Murilo volta e lhe entrega a toalha e a camisa. Consegue chegar a tempo de vê-la sorrindo, mas acha melhor não perguntar o motivo. Mostra o caminho do banheiro para ela que se dirige até lá. Ele por sua vez senta no sofá e fica pensativo.

– No que ela estaria pensando pra sorrir daquele jeito?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Deixem seus reviews tá?
Como vcs devem ter visto, respondo a todos =)
E vc que ainda não recomendou a fic, que tal fazer isso agora hein?! Faça uma autora saltitante de felicidade =D
Bjus e até o próximo!