Opostos escrita por Nyne


Capítulo 45
Pressentimento


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores tudo bem?
Aí vai + um capítulo fresquinho pra vcs, espero que gostem
Esse é dedicado as leitoras
LeetiFreire
Harley K e
Pamela Bueno
Muito obrigada a todos que estão acompanhando e ótima leitura =)



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POV Cecília

Quando eu tocava a campainha de casa, chamava e ninguém atendia, estava quase entrando em desespero. Estava um tanto quanto nervosa com o Murilo, mas admito que fiquei muito feliz ao ver que ele havia chegado e que eu não estava mais sozinha.

Mesmo sendo frio comigo desde a nossa briga por causa do Mateus, ele pareceu bem atencioso comigo e isso me deixou mais calma.

Porém tenho que admitir que quando ele disse que a Fabi havia ido viajar e que o jeito seria eu ficar na casa dele, gelei.

Eu não sei por que, mas fiquei com medo. Não me perguntem do que, mas fiquei com medo. Dele, da mãe, dos meus pais quando soubessem... Não sei, mas fiquei com medo.

Pedi pra ele ligar pra mãe dele e ver se não havia problema algum, afinal já não tinha outra escolha. Como por um milagre a mãe dele ligou e ele explicou tudo o que aconteceu. Pelas coisas que ele dizia pude perceber que ela havia concordado, mas mesmo assim estava receosa.

Quando ele enfim desligou e disse pra irmos, um frio tomou conta da minha barriga, um frio que nunca senti, nem na primeira vez que nos beijamos ou que quase transamos no acampamento.

Pouco antes disso havíamos tido uma pequena discussão, mas nada de tão grave.

De repente olhei pra ele que parecia estar com o pensamento tão distante e ainda sorria pra completar. Perguntei o motivo do riso e ele me disse que não era nada. Porém do nada ele pegou a minha mão e saiu correndo comigo na chuva, dizendo que tinha roupa no varal da casa dele. Nem tive tempo de dizer nada, e quando disse ele falou pra eu parar de frescura. Não gostei do jeito que ele falou comigo, mas pude perceber que não foi por mal. Na realidade nenhuma das vezes que ele estava sendo grosso comigo na escola parecia ser por mal, mas ele nunca admitiria isso.

Segundo a Fabi, tudo o que ele estava fazendo era pra que eu me desculpasse com ele, mas eu não ia fazer isso de jeito nenhum. Sou orgulhosa mesmo e daí?

Quando chegamos a casa dele, ele disparou pra fora, em direção ao quintal e me deixou parada que nem boba ali na sala. Quando voltou, parecia que tinha aprontado alguma coisa.

Ele disse que a roupa estava em um lugar coberto, ou seja, estava protegida da chuva, bem diferente de mim que agora parecia um pintinho molhado.

Fiquei com uma raiva tão grande dele que sem notar sai correndo atrás dele, mas tão rápido que o alcancei e puxei pela camiseta. Disse que estava daquele jeito por culpa dele e ele disse que a real culpa era dos meus pais. Disse que não tinham nada a ver, afinal eu tomei chuva por causa dele. Ele disse que eu estava linda e isso a culpa era dos meus pais que me fizeram assim.

Eu fiquei sem ação. Ele não estava com raiva de mim? E eu, não estava com raiva dele? Antes que eu pudesse formatar essas informações na cabeça ele me beijou.

Eu amava os beijos do Murilo, o jeito com que ele explorava minha boca, mordia meus lábios, porém aquele beijo estava diferente. Era um beijo tão gostoso quanto os outros que havíamos trocado, mas parecia que por algum motivo ele estava com medo. O mesmo medo que eu sentia quando ele sugeriu que eu dormisse na casa dele.

Mais uma vez eu senti aquele estranho frio na barriga novamente e acabei me afastando dele, coisa que nunca fiz. Ele não deve ter entendido e me perguntou o que havia acontecido.

Disse que nada, mas por estar toda molhada estava me sentindo desconfortável. Ele então sugeriu que eu tomasse um banho e ficasse com uma camisa dele até que minhas roupas secassem.

Me imaginei com uma camisa dele e me lembrei de um filme que vi já havia um tempo, onde a mocinha vestia a camisa do mocinho após terem feito amor. Acabei esboçando um sorriso e ele percebeu, perguntando se estava tudo bem comigo. Disse que sim e pedi pra ele a tal camisa e uma toalha.

Enquanto ele foi buscar, vi algumas fotos dele em porta retratos em um móvel próximo. Ele era tão lindo, tão sério, tão maduro e tão moleque ao mesmo tempo. Eu amava aquele cara, amava o Murilo de um jeito que eu sabia que nunca mais amaria ninguém. Olhei para o sofá e lembrei das primeiras vezes que estudamos, jogamos xadrez, nos beijamos ali. Sorri com a lembrança e me olhei em um espelho que havia no corredor. Nem me dei conta quando Murilo chegou e me deu a toalha e a camisa dele. Me mostrou o caminho do banheiro e fui até lá.

Tirei minhas roupas molhadas e as pendurei onde se colocam as toalhas. Entrei debaixo do chuveiro e coloquei a água o mais quente que pude. A água quente além de me relaxar me ajudava a pensar.

Enquanto a água escorria pelo meu corpo me lembrei de vários momentos que havia passado com o Murilo, incluindo nossas duas últimas e únicas brigas.

Me imaginei sem ele e nessa mesma hora um aperto tomou conta do meu peito. Não podia mais ficar sem o Murilo, muito menos fazer outra besteira que o pudesse afastar pra sempre de mim.

Eu até então não havia me dado conta, mas meu orgulho idiota podia tirar o Murilo de mim e eu não suportaria isso.

Desliguei o chuveiro e me sequei. Coloquei a camisa dele que realmente parecia um vestido em mim. O perfume dele estava impregnado naquela camisa e eu adorava aquele cheiro. Lembrei da primeira vez que nos beijamos e então me dei conta que a camisa que agora eu vestia era a mesma que ele usou naquele dia no cinema.

Era a camisa do nosso primeiro beijo. Ele com certeza não se lembraria, mas eu jamais iria esquecer de detalhe algum daquele dia.

Eu estava tão nervosa, afinal eu sabia o que iria acontecer e mesmo querendo muito aquilo, não conseguia conter a minha tensão. Mas quando ele segurou a minha mão, me encostou na parede e me segurou pela cintura, todo o meu medo sumiu. O Murilo tinha essa capacidade, me acalmar instantaneamente.

Olhei para o espelho embaçado do banheiro, passando uma das minhas mãos em seguida para que pudesse ver a minha imagem refletida nele. Ao me ver percebi que a minha expressão era a mesma daquele dia, eu estava mais uma vez sentindo a mesma sensação, a sensação de saber o que poderia acontecer e de medo, mas aquele medo que eu sabia que mais cedo ou mais tarde iria desaparecer.

Sorri ao me sentir daquele jeito. Eu estava com medo sim, mas queria perder aquele medo o quanto antes e só o Murilo poderia me ajudar com isso. Porém havia algo que eu precisava fazer antes, algo que só eu mesma poderia fazer.

Abri a porta do banheiro e o encontrei deitado no sofá com o som no último volume. Ele estava de olhos fechados e nem se deu conta quando me aproximei dele. Sentei devagar ao lado dele no sofá e a camisa que ele me emprestou subiu um pouco, deixando uma parte da minha coxa a mostra.

Coloquei a mão no rosto dele e ele abriu os olhos assustado, devia estar viajando nos rocks dele.

Ele sentou rapidamente ficando do meu lado e me deu uma olhada que me desconcertou totalmente. Aqueles olhos azuis tinham um poder incrível sobre mim, mas eu evitava mostrar isso a ele, se não poderia ser usado contra mim.

Enquanto ele me olhava aquele sensação de frio na barriga só aumentava e eu não sabia por onde começar.

Pois bem, peguei o controle do som e abaixei o volume, deixando o suficiente para que ele pudesse me ouvir. Respirei fundo e comecei.

POV Murilo

Sabe aquela sensação de querer muito fazer alguma coisa, estar certo do que quer, mas por algum motivo ficar inseguro com isso?

Era assim que me senti naquele momento.

Já havia dado um jeito de passar a noite com a minha princesa e tinha tudo pra que a nossa primeira vez rolasse naquela noite, mas bateu insegurança.

A Cissa nunca se afastou de um beijo meu, pelo contrário, ela sempre esperava eu perder o fôlego pra que então eu parasse. Mas dessa vez ela não fez isso.

Depois que meio que brincamos de pega-pega na sala e nos beijamos, ela se afastou de mim. Será que exagerei e de alguma forma acabei deixando ela com medo de mim, mesmo depois de dizer por várias vezes que ela era a única pessoa no mundo que não precisava me temer? Porque a história de que estava desconfortável por estar molhada não colou muito não.

Admito que eu fui um pouco diferente naquele beijo. Tinha tanto desejo como nos outros que eu dava nela, mas eu me senti tenso, sei lá o porquê e de alguma forma minha tensão passou pra ela.

Resolvi perguntar se ela queria tomar um banho e ela depois de relutar um pouco aceitou. Como a roupa dela estava toda molhada por causa da chuva, dei uma camisa minha pra ela usar até a roupa secar. Foi a mesma camisa que usei quando fui ao cinema com ela. Eu amava aquela camisa e agora tinha um motivo a mais pra isso.

Entreguei a camisa e uma toalha pra ela e mostrei onde o banheiro ficava. Quando ela entrou e ligou o chuveiro, liguei o som no volume máximo e sentei um pouco no sofá, esperando até ela terminar o banho.

Porém eu estava muito nervoso e não consegui ficar sentado por muito tempo. Fui até o meu quarto e vi como ele estava. Sentei um pouco na cama e olhei em volta. Me imaginei com a Cissa lá, na minha cama. Uma vez disse pra ela que pra uma primeira vez pelo menos uma cama ela merecia. Bem, a cama eu tinha!

Abri o meu criado mudo e vi que tinha um pacote de preservativos, os mesmos da viagem que não tivemos oportunidade de usar.

Prometi a ela que a primeira vez dela seria maravilhosa e iria cumprir a minha promessa. Apesar do som alto, do meu quarto era possível ouvir quando o chuveiro era desligado e assim que ouvi que ela já havia terminado, voltei correndo pra sala e deitei no sofá. Ela deve ter demorado um pouco a sair do banheiro, porque acabei cochilando, deu até pra sonhar.

Sonhei que ela estava no meu quarto comigo, na minha cama. Eu estava abraçado com ela e beijava seu pescoço, sentindo o perfume do cabelo dela. O sonho parecia tão real que podia sentir o perfume dela.

De repente sinto alguém tocar meu rosto e acordei assustado. Era ela, bem ali do meu lado. O som estava tão alto que nem ouvi quando ela abriu a porta do banheiro.

Sentei do lado dela e a olhei. Minha camisa parecia tão mais bonita nela...

Pude ver uma boa parte das coxas dela e automaticamente a encarei. Ela pegou o controle do aparelho de som que estava atrás de mim e abaixou o volume.

Ela parecia tensa, nervosa. A olhei fundo nos olhos, e apenas com o olhar consegui me comunicar com ela, mas percebi que ela queria me dizer alguma coisa, dizer algo além do olhar. Ela respirou fundo e começou a falar.


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Notas finais do capítulo

Pois é, como vcs devem estar deduzindo, o próximo capítulo promete =D
Não percam por nada, pois lhes dou minha palavra que vai valer muito a pena!
Mas por favor, deixem seus reviews e recomendem tbm tá?
Se vcs tivessem noção de como eu fico qdo vejo os reviews e as recomendações.... rsrs.Eu literalmente pulo de alegria rsrs.
Bjus e até o próximo!