Namorada Adormecida escrita por Luisavick


Capítulo 18
Capítulo 18 - Love You Like a Love Song


Notas iniciais do capítulo

Uma homenagem final para a Selena com a música que eu amo que tem tudo haver nesse ULTIMO CAPITULO ~le chora~
Espero que gostem...
Fiz um Epilógo para voces, espero que gostem. Irei colocar em uma nova postagem ;)
No final da fic eu vou dizer o porque que eu escolhi esse musica.
Letra e link da musica http://www.vagalume.com.br/selena-gomez/love-you-like-a-love-song-traducao.html



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Ponto de Vista de Freddie

Até que cantar para aquele monte de gente nos olhando não foi tão difícil, tendo Sam ao meu lado.

Assim que chegamos à mesa eu e ela soltamos as mãos. Mesmo depois que fomos pro cinema, não tive mais coragem de reatar esse contato. Tivemos várias oportunidades, mas só dei algumas olhadas e ela parecia distante o tempo todo, o que me fez ficar um pouco ressentido e ressabiado.

“Mas por que eu ainda tinha tantas dúvidas, tantos receios?” Era certo que Sam gostava de mim da mesma forma que eu gostava dela. O que faltava acontecer para que a gente conseguisse finalmente se entender?

Gostaria de não ter pensado sobre isso, pois a resposta veio rápida, porém, não da forma que eu queria.

No cinema, sentamos juntos e trocamos algumas palavras antes do filme começar. Sam estava um tanto estranha, mas resolvi relevar. Vi quando elas duas cochicharam e Carly passou um papel para Sam. De certa forma, não liguei pra isso. Não era da minha conta. E as meninas faziam essas coisas o tempo todo...

Depois de uns trinta minutos de filme, Sam se levantou dizendo que ia ao banheiro. Acompanhei-a com o olhar e, então, percebi que os idiotas com os quais nós quase havíamos brigado na lanchonete do karaokê estavam sentados a algumas fileiras na frente da nossa. Fiquei atento. Notei que eles a olharam quando ela descia pelo corredor até a entrada, porém como eles não se levantaram nem deram sinal de que iam se levantar, voltei minha atenção para o filme.

Só que não consegui ficar tranqüilo. Cerca de dez minutos depois ela ainda não tinha voltado. Foi então que notei que os tais babacas tinham sumido.

Imediatamente senti uma apreensão tomar conta de mim. Rapidamente chamei por Griffin e disse a Carly que procurasse pelos seguranças do cinema e, em seguida, fosse atrás de nós. Eu estava apavorado com o que poderia estar acontecendo a Sam. Só passavam coisas ruins pela minha cabeça.

E eu não estava errado. Logo que saímos de dentro da sala de cinema, eu e Griffin vimos os idiotas e certa movimentação próxima ao banheiro feminino, cuja entrada ficava protegida por uma mureta de tijolos. Como aqueles banheiros só atendiam a área do cinema, pouca gente circulava por lá no meio das sessões. Corremos para lá e a cena que vimos era absurda.

Três daqueles imbecis seguravam Sam, que lutava bravamente tentando se soltar, e o tal carinha da cantada apertava com força no queixo dela tentando beijá-la.

_ SOLTEM ELA! – gritei. Ao fazer isso, os babacas se distraíram e ela conseguiu se soltar, dando um soco de direita em um e uma joelhada no meio das pernas de outro. Griffin partiu pra cima de um terceiro.

Foi quando Carly se aproximou com os seguranças e eu corri para abraçar Sam.

Mal notei o que os seguranças fizeram com os caras. Eu escutava as vozes de Carly – exaltada, de Griffin - xingando, dos seguranças - gritando e dos imbecis - dizendo que não tinham feito nada. Era como se todos estivessem num grande redemoinho. 

Tratei de afastar Sam daquela confusão e abraçá-la o mais forte que eu podia. Morri de felicidade quando ela se aconchegou a mim, numa tentativa evidente de se proteger.

_ Estou aqui. – falei enquanto acariciava os cabelos dela e beijava o topo de sua cabeça.

_ Eu sei. – ela respondeu em voz baixa. _ Que bom.

Carly se aproximou.

_ Como você está, Sam?

_ Estou bem. – ela respondeu, mas não se soltou de mim. O corpo dela dizia o contrário.

_ Menina, que susto! Os seguranças querem saber se você vai registrar queixa na polícia...

_ Acho melhor não. – Sam falou. _ Diz pra eles só os expulsarem daqui.

_ Ok. – Carly se afastou resmungando qualquer coisa e se juntou a Griffin mais a frente, que ainda conversava com os seguranças. Eles eram apenas dois, mas cada um deles segurava dois idiotas, um em cada mão.

Vimos eles se afastando e notei Sam relaxar um pouco nos meus braços. Só percebi que ela chorava quando senti o corpo dela tremendo e levantei seu rosto. Ela, então, se apertou mais junto a mim e chorou convulsivamente. Eu a deixei chorar à vontade. Apenas a abraçava e acariciava seus cabelos.

Notei Carly querendo se aproximar, mas Griffin a segurava. Fiz um sinal para que eles voltassem para dentro do cinema e me deixassem a sós com Sam.

Após um tempo que não sei precisar, Sam foi se acalmando e falou, a voz um pouco alterada pelo choro contínuo e intenso.

_ Me desculpe, Freddie. – ela disse.

_ Desculpar, por quê? – falei.

_ Acho que molhei seu casaco todo. – ela tentou sorrir, mas ainda fungava. Os olhos estavam inchados e o nariz bem vermelho.

_ Você não precisa tentar ser durona o tempo todo, Sam. Isso não foi nada. O pior já passou e o importante é que você está aqui, inteira e comigo.

_ Não quero nem imaginar o que poderia ter acontecido se vocês não chegassem logo. – ela falou. _ Eu chamei por você, sabia? Em meus pensamentos.

_ Acho que escutei. – falei sério. _ Senti que algo estava muito errado.

_ Quero ir ao banheiro lavar o rosto. – ela falou, quase voltando a chorar novamente.

_ Tenho uma idéia. – disse olhando para aqueles olhos azuis mergulhados num mar vermelho de sofrimento. Mais uma vez tive raiva daqueles idiotas. Eles mereciam ser presos! _ Por que a gente não volta lá para o Space Karaokê? Você gostou tanto de lá... – argumentei. _ A gente manda uma mensagem pra Carly e pro Griffin irem nos encontrar quando acabar o filme.

_ Certo. – ela concordou. _ Mas meus olhos estão inchados... Vou só lavar o rosto rapidinho.

_ Ok, então. Não demora, senão vou te buscar aí dentro. – sorri pra ela.

_ Nem pense nisso, Benson. – ela me sorriu de volta. _ Volto já.

Enquanto ela estava no banheiro, enviei uma mensagem pra Carly avisando onde nós estaríamos. Ela aprovou minha idéia e disse que nos encontraria lá mais tarde, além de me dar mais alguns conselhos quase maternos.

Chegando ao karaokê, procurei um lugar isolado para que pudéssemos ficar à vontade. Nos sentamos em um daqueles cantinhos reservados a namorados e pedi duas bebidas quentes. Sam apoiou a cabeça no meu peito e me abraçou, começando a chorar novamente.

_ Não fica assim. – falei. _ Já passou. – as bebidas chegaram e fiz ela tomar um pouco. _ Bebe. Você vai se sentir melhor.

_ Obrigada, Freducho. Sou mesmo uma idiota.

_ Uma idiota linda e chorona. – eu sorri para ela. _ Agora toma mais um pouco. – ela bebeu. _ É a segunda vez que você me assusta seriamente, Sam.

_ Como assim? – ela perguntou.

_ Lembra quando você e a Carly quase caem do Bushwell? – ela assentiu. _ Quase morri do coração...

_ Você se preocupou comigo?

_ Como não? – rebati. Que pergunta absurda, Sam!

Ela voltou a se aconchegar no meu peito e eu percebi o quanto ela estava fragilizada com tudo que acontecera.

_ Você realmente me acha bonita?

_ Você é a garota mais bonita e mais corajosa que eu já conheci, Sam. – ela pareceu ficar satisfeita com a minha resposta. _ E também a mais teimosa, a mais talentosa, a mais divertida... – ela deu um sorriso fraco.

_ Eu deveria ter escutado você... – ela falou entre lágrimas novamente. Eu a abracei com mais carinho.

_ Já passou, Sam. – dizendo isto segurei o rosto dela entre as mãos e procurei aqueles olhos azuis que tanto eu amava. Ela me fitou rapidamente e fechou os olhos em seguida, derramando mais uma lágrima solitária. Notei que as pálpebras delicadas eram circundadas por cílios longos e espessos que criavam uma imagem singela no rosto feminino.

Então, eu não resisti e beijei seu rosto, sentindo o sabor salgado daquela lágrima que caía. Sam não moveu um só músculo; na realidade, parecia ter deixado completamente de respirar. Beijei-lhe o outro lado do rosto, beijei-lhe os olhos fechados e, em seguida, comecei a acariciar sua nuca com o polegar, subindo até a orelha delicada. Me senti em chamas!

_ Sam...

Ela abriu os olhos e segurou nos meus braços. As íris azuis revelavam vontade e me deram permissão para que continuasse. O rosto dela estava corado o que a fazia mais bonita e feminina. Os lábios eram convidativos e pareciam emitir um brilho próprio.

_ Freddie...

Não a deixei concluir o que ia me dizer. Eu já não era dono dos meus atos, das minhas reações, dos meus pensamentos. Assim, sem parar pra pensar, apossei-me daqueles lábios rosados e escutei Sam gemer. Aquilo era música para meus ouvidos.

“Oh, Deus!” Sam retribuiu meu beijo com mais intensidade do que eu podia imaginar, os lábios se movendo sobre os meus, mornos, úmidos, adocicados pelo chocolate da bebida que tomamos. 

Ela podia ter movido a cabeça para o lado ou mesmo me empurrado para longe. Em vez disso, abriu a boca e me permitiu ousar ainda mais.

Recostei-me no puf e a puxei junto comigo sem deixar de beijá-la. Enterrei meus dedos naquela selva de cachos dourados e apreciei a maciez daqueles fios sedosos. Sam ergueu os braços e enlaçou meu pescoço. Um calor inesperado me inundou. Senti todo meu corpo latejando ao sentir aqueles dedos delicados traçando círculos imaginários na minha nuca.

Beijei-a com mais intensidade. Senti sua respiração ofegante e sorri comigo mesmo. Não queria que esse momento terminasse nunca mais.

Com muita relutância, interrompi o beijo e a fiz se levantar. Uma música lenta começou a ser cantada no palco. More than words do Extreme. Todo o ambiente estava à meia-luz.

Link da músicaMore than words – http://letras.terra.com.br/extreme/3417/– Extreme“♫Saying 'I Love you' is not the words I want to hear from you♪” (‘Eu te amo’ não são as palavras que quero escutar de você)“♪It's not that I want you not to say but if you only knew♫” (Não é que eu não queira que você diga, mas se vocês apenas soubesse)“♫How easy it would be to show me how you feel♪(Que é mais fácil mostrar-me como você se sente)

_ Vamos dançar. – joguei o casaco dela junto ao meu, sobre o puf, e levei-a para a pista de dança.

Ao aconchegá-la em meus braços, ao compasso daquela música, constatei que o corpo dela se ajustava perfeitamente ao meu.

“♫Then you wouldn't have to say that you love me 'cause I'd already know♪” (Então, você não precisaria dizer que me ama, pois eu já saberia) – comecei a cantar junto ao ouvido dela. _ “♪What would you do if my heart was torn in two?♫” (O que você faria se meu coração se partisse em dois?).

Sam descansou a cabeça no meu ombro e eu acariciei-lhe as costas por sobre a blusa. Senti um leve tremor do corpo dela como resposta. Nós nos movíamos como se fôssemos um só.

“♪More than words to show you feel that your love for me is real♫” (Mais do que palavras para mostrar que o amor que você sente por mim é real).

Cada movimento do corpo de Sam junto ao meu me deixava sem fôlego e eu a apertei mais ainda em meus braços. Aspirei seu perfume e me senti embriagado.

"♫What would you say if I took those words away?♪” (O que você diria se eu jogasse aquelas palavras fora?) "♪Then you couldn't make things new just by saying 'I love you'♫” (Então você não poderia renovar as coisas dizendo apenas ‘eu te amo’) “♫More than words♪”(Mais do que palavras). Não resistindo mais, depositei um beijo em seu pescoço e escutei novamente meu nome em meio a um suave gemido, os dedos dela em meus cabelos.

"♪Now that I've tried to talk to you and make you understand all you have to do is close your eyes and just reach out your hands and touch me, hold me close don't ever let me go♫” (Agora que fiz você entender que tudo o que deve fazer é só fechar seus olhos, estender suas mãos, me tocar, me abraçar apertado e nunca me deixar ir embora).

Continuei cantando ao ouvido dela, embora minha voz já falhasse em alguns trechos. Calor era uma sensação pequena para descrever o que eu estava sentindo naquele instante. 

“♫More than words is all I ever needed you to show♪” (Mais que palavras é tudo que eu sempre precisei que você me mostrasse)“♪Then you wouldn't have to say that you love me 'cause I'd already know♫” (Então, você não precisaria dizer que me ama, pois eu já saberia).

Segurei seu rosto novamente entre as minhas mãos e fiz com que ela me olhasse. Apesar de resistir um pouco, ela cedeu, mas nada falou. Quando contornei aqueles lábios sedutores com meus dedos, vagarosamente, até que ela os entreabrisse, Sam fechou os olhos. “♪What would you do if my heart was torn in two?♫” (O que você faria se meu coração se partisse em dois?)“♫More than words to show you feel that your love for me is real♪” (Mais do que palavras para mostrar que o amor que você sente por mim é real).

Possessivamente, cobri aquela boca com a minha e a beijei durante um longo tempo. Minhas mãos pareciam ter vontade própria e deslizavam do pescoço até cintura dela, acariciando, envolvendo, apertando, aconchegando.

“♫What would you say if I took those words away? ♪Then you couldn't make things new just by saying 'I love you'♫”

Nem percebemos quando terminaram de cantar aquela música e outra começou. Para mim, só havia nós dois naquele salão.

Por mais diferenças que houvesse entre nós, tive a certeza de que tínhamos sido feitos um para o outro. Ela era tudo o que eu buscava. E agora, estava ali em meus braços, me completando, me abraçando, me beijando. A garota de meus sonhos era real. Minha namorada já não mais adormecida. Ponto de Vista da Sam


Definitivamente esse negócio de horóscopo mexeu com a minha cabeça. Nunca acreditei nessas coisas... Que diabos era aquilo de “Atração Fatal” entre mim e Freddie? Falei pra Carly não imprimir aquela porcaria de papel, mas ela imprimiu.

Fiquei pensando sobre isso e não consegui prestar atenção ao filme que fomos assistir. Pedi pra Carly o tal papel e fui até o banheiro dar uma lida com mais calma, pra ver se entendia melhor.

Desdobrei o papel ainda a caminho do banheiro e comecei a ler. O elemento do meu signo é Fogo e o de Freddie é Ar. “Relação sem tédio... Grande paixão... Ar que alimenta o fogo... Nossa!”

Aquilo só podia ser loucura. Lavei meu rosto que estava afogueado por causas daquelas simples palavras impressas em um mísero pedaço de papel ordinário. Simples, mas que mexeram de verdade comigo e fundiram minha cuca.

Pra piorar minha situação, eu estava muito nervosa com a possibilidade de Freddie me beijar. Já estava sem saber o que fazer, simplesmente por sentar ao lado dele. Imagina o resto... Coçava a cabeça o tempo todo – uma mania que tenho - e minhas mãos não ficavam quietas. Tive vontade de sair correndo do shopping e ir pra casa, porém, meus amigos iam ficar sem entender patavina... Grande corajosa que eu era...
Quando saí do banheiro, eu estava tão distraída pensando em tudo isso que não percebi o tal babaca da cantada na lanchonete me esperando do lado de fora. De imediato não senti medo nem nada, pois ele se mostrou sozinho. Só fiquei surpresa com a ousadia do indivíduo.

_ E aí, gata? – ele falou. _ Agora que estamos só nós dois, que tal você ser boazinha e me dar um beijo?

_ Sai da frente! – falei e o empurrei, fazendo uma cara de desgosto. Ele apenas cambaleou, mas não caiu.

Só que, ao fazer isso, senti dois dos amigos dele segurando meus braços, enquanto o outro fechava minha boca com a mão. Não sei de onde eles saíram. Tentei morder um deles, mas não consegui. Agitei meus braços e pernas tentando me soltar, mas eles eram três e me prendiam, cada vez mais apertado.

_ Nossa! – o imbecil falou se aproximando de mim novamente. _ Ela tá mais pra leoa do que pra gata. Segurem essa ferinha porque eu vou beijar ela de uma forma ou de outra. Eu o olhava com ódio. Pensei em Freddie e implorei mentalmente para que ele viesse atrás de mim.

Sacudi a cabeça com força, de um lado para o outro, quando senti as mãos do idiota segurando meu queixo. Ele apertou em volta dos meus lábios para que eu não tivesse a chance de mordê-lo. Estava ficando cansada de me debater e apertei meus olhos quando o senti se aproximar de mim... Era como se ao fazer isso, aquela cena nojenta não fosse ficar registrada em minha mente. Ele ainda gargalhava de satisfação. Doente!
_ SOLTEM ELA! – quando escutei a voz de Freddie, mal pude acreditar. Meu nerd lindo e corajoso sentiu mesmo minha falta e veio me buscar... Fiquei tão aliviada, porém não podia perder o foco. Aproveitei que os três marmanjos que me seguravam se distraíram e dei um soco no nariz de um e chute no meio das pernas de outro, os quais ficaram se contorcendo de dor. O terceiro tentou correr, mas vi Griffin alcançando ele.

Daí por diante, tudo parecia estar coberto por uma névoa densa que distorcia as imagens. Senti náusea e tontura. Escutava as vozes de Carly, Griffin e de outras pessoas.

Quando Freddie me abraçou, agarrei-me a ele como se minha vida dependesse disso.

_ Estou aqui. – ele falou, acariciando meus cabelos...

_ Eu sei. – respondi. Eu estava em segurança de novo. _ Que bom.

Carly se aproximou e me perguntou como eu estava. Respondi que estava bem, apesar de ainda tremer pelo susto que levei. Idiotas!

_ Menina, que susto! – Carly falava e eu abraçava Freddie com mais força. _ Os seguranças querem saber se você vai registrar queixa na polícia...

_ Acho melhor não. Diz pra eles só os expulsarem daqui. – consegui dizer. Eu sabia o que era a polícia e isso daí não ia dar em nada. Não seriam nem enquadrados como deliquentes... Os seguranças do shopping dariam conta do recado...

Depois de algum tempo, veio o silêncio, a calmaria. Não pude resistir mais e comecei a chorar descontroladamente. Na tentativa de abafar meus soluços, afundei meu rosto no peito de Freddie. Ele não falou nada, apenas me acariciava e me abraçava. Isso era o bastante pra mim. Eu me sentia tão pequena e vulnerável...
_ Me desculpe, Freddie. – consegui falar depois de algum tempo, já mais calma, mas eu ainda segurava no casaco dele. Apenas me afastei um pouco.

_ Desculpar, por quê? – ele perguntou.

_ Acho que molhei seu casaco todo. – tentei sorrir, mas a vontade de chorar ainda estava presa na minha garganta. Eu estava extremamente sensível pelo que ocorrera. Normalmente eu não agia assim, mas senti medo. Freddie pareceu adivinhar meus pensamentos, pois me falou:

_ Você não precisa tentar ser durona o tempo todo, Sam. Isso não foi nada. O pior já passou e o importante é que você está aqui, inteira e comigo.

_ Não quero nem imaginar o que poderia ter acontecido se vocês não chegassem logo. Eu chamei por você, sabia? Em meus pensamentos... – não sei como tive coragem para dizer isso a ele.

_ Acho que escutei. Senti que algo estava muito errado. – Freddie respondeu me encarando. 

_ Quero ir ao banheiro lavar o rosto. – mudei de assunto. Eu estava envergonhada por ter chorado perto dele.

_ Tenho uma idéia. – ele me respondeu. _ Por que a gente não volta lá para o Space Karaokê? Você gostou tanto de lá.. A gente manda uma mensagem pra Carly e pro Griffin irem nos encontrar quando acabar o filme.

_ Certo. – concordei. _ Mas meus olhos estão inchados... Vou só lavar o rosto rapidinho.

_ Ok, então. Não demora, senão vou te buscar aí dentro. – ele me deu “aquele” sorriso encantador para o qual eu sempre me derretia.

_ Nem pense nisso, Benson. – tentei brincar. _ Volto já.

Caminhamos abraçados, lado a lado, até o karaokê. Eu nunca tinha feito isso com Freddie e ainda ficava pouco a vontade com essa intimidade que estava se apresentando mais natural entre nós dois. A gente já tinha andado de mãos dadas, principalmente quando era pra correr de alguma coisa que aprontávamos. Normalmente, quando a gente percebia que as mãos ainda estavam juntas, imediatamente se separava e ficava sem saber o que fazer ou pra onde olhar.
Só que naquele momento, eu realmente não estava bem e não queria ficar longe dele de jeito nenhum. Nos sentamos em uns pufs e Freddie pediu chocolate quente. O ambiente era reservado e aconchegante. Outra vez um nó se formou em minha garganta e meus olhos se encheram de lágrimas. Definitivamente aquele incidente tinha me atingido mais do que eu poderia imaginar... escondi o rosto no peito de Freddie e desatei a chorar novamente.

_ Não fica assim. Já passou. – Freddie falava enquanto acariciava meus cabelos. Algum tempo depois ele me passou uma taça que fumaçava. _ Bebe. Você vai se sentir melhor.

_ Obrigada, Freducho. Sou mesmo uma idiota.

_ Uma idiota linda e chorona. – “Ele me acha linda” – pensei. _ Agora toma mais um pouco. – ele pediu e eu obedeci. “Que sorriso lindo esse garoto tinha...” _ É a segunda vez que você me assusta seriamente, Sam. – ele falou, mais sério agora.

_ Como assim? – perguntei sem entender.

_ Lembra quando você e a Carly quase caem do Bushwell? _ Quase morri do coração...

_ Você se preocupou comigo?

_ Como não? Que pergunta absurda, Sam!

Essas palavras fizeram mais lágrimas me saltar aos olhos. Passei a mão no rosto numa tentativa frustrada de secá-las. Nunca imaginei que Freddie se preocupasse comigo. Acho que isso foi algo que eu sempre quis e acreditava que ele só se importasse com a Carly.

_ Você realmente me acha bonita?

_ Você é a garota mais bonita e mais corajosa que eu já conheci, Sam. – ele fez uma pausa. _ E também a mais teimosa, a mais talentosa, a mais divertida... – ele completou e eu tentei sorrir.

_ Eu deveria ter escutado você... – eu estava arrependida de não ter dado ouvidos a Freddie quando ele me alertou sobre aqueles idiotas que me seguiram. Senti ele me abraçar.
_ Já passou, Sam. – Freddie falou e segurou meu rosto entre as mãos dele. Abri meus olhos. Nossos rostos estavam tão próximos... Não sustentei o olhar dele. Ele me fitava como se pudesse ler minha alma. “Talvez eu não o merecesse...” – foi a última coisa que pensei antes de sentir os lábios de Freddie pousar suavemente em minha face, de um lado, depois do outro. Fiquei estática. Eu não sabia o que fazer, o que esperar... Era como se qualquer movimento da minha parte pudesse quebrar o encanto daquele momento. “Eu deveria falar?”.

Freddie beijou meus olhos fechados e começou a acariciar minha pele com o polegar, indo da nuca até minha orelha. Um calor irresistível subiu da ponta dos meus pés por minhas pernas, até minhas faces. Escutei ele pronunciar meu nome, em voz baixa, como se pedisse permissão para continuar. Eu não conseguia falar. Nada. Nem uma palavra. Nem um som.

Então, olhei para ele e me apoiei em seus braços. Vi um brilho sensual nos olhos castanhos, os quais me estudavam intensamente. Queria que Freddie me soltasse. Ao mesmo tempo queria que ele me apertasse contra o peito. Que sentimentos contraditórios! Senti o cheiro do perfume que eu tanto apreciava.

Meu rosto ardia. Minha vontade agora era uma só: Queria muito que Freddie me beijasse. Ele me acariciava com os olhos e eu soube o que aconteceria. Prendi a respiração diante da expectativa. Com os olhos fechados, ele tocou levemente seus lábios nos meus. Rápido e suave como uma brisa. Ele fez isso de novo e de novo e de novo...

_ Freddie... – comecei a dizer alguma coisa, mas não lembro o que seria, pois ele não me deixou terminar. Um gemido escapou de minha garganta no momento em que os lábios dele se fecharam sobre os meus com ardor, com vontade. Senti seu abraço desesperado enquanto suas mãos percorriam minhas costas até meus cabelos e eu o agarrava da mesma forma. Meu cérebro se esvaziou e uma sensação deliciosa se espalhou dentro de mim.
Então, o beijei de volta com a mesma vontade. Há muito tempo eu queria que aquilo acontecesse. Só não sabia que seria tão intenso.“Que estranha força era aquela que me puxava para Freduardo Benson?”

Quando ele se recostou naquele puf e me levou junto com ele, ergui meus braços e os coloquei ao redor de seu pescoço. Ele continuava a me beijar e eu o beijava de volta. Eu não me atrevia a interromper. Queria mais. A vontade de chorar tinha desaparecido completamente.

Ele parou, de repente, e, então, senti um vazio muito grande, uma sensação de abandono e não conseguia olhar diretamente nos olhos dele. Eu estava envergonhada por ter correspondido àqueles beijos tão intensamente.

Estava em choque comigo mesma. Era só a terceira vez que isso acontecia. “Se da próxima for melhor, acho que terão que me juntar com uma pazinha e me colocar numa cinerária . Espero que, pelo menos, seja feita de bronze.” – pensei. “E então passarei a me chamar Cinzas Puckett”.

Cheguei a conclusão de que meu verdadeiro problema é que eu não queria deixar de beijá-lo. Não agora. Porém, mesmo que eu não aceitasse, sabia que os beijos iriam ter que parar em algum momento. 

_ Vamos dançar. – ele me chamou, eu aceitei e tirei meu casaco, o qual ele pegou e jogou de qualquer jeito sobre o puf. Eu ainda evitava encará-lo, apesar de estar felicíssima por dentro. No palco, alguém estava cantando a música More than words do Extreme.

Freddie me envolveu em seus braços e me puxou para ele. Nossos corpos ficaram colados. Não resisti. Não havia motivo. Já lutamos tanto contra isso... Tanto eu como ele. Não havia como questionar se era certo, se era errado, se estávamos indo rápido demais...
E me deixei levar novamente pelo simples prazer de estar nos braços dele. Uma nova onda de calor se apossou de mim ao sentir os carinhos que ele me fazia, ao ouvir a letra daquela música cantada em meu ouvido... A voz dele era grave e suave com um timbre diferenciado que me deixava enfeitiçada. Fechei os olhos. Não ousava encará-lo.

Deitei a cabeça em seu ombro. Então, ele beijou meu pescoço. Um beijo que mais parecia uma carícia, enquanto as mãos dele iam e viam pelas minhas costas e me apertavam mais e mais de encontro a ele. Estremeci, surpresa, e falei o nome dele em voz baixa, a qual não era suficientemente forte para repreendê-lo.

Freddie intercalava beijos, carinhos e música de uma forma tão frenética que só me fazia ansiar por mais.

Nisso, lembrei-me de uma reportagem que vi numa revista feminina sobre os rapazes de sangue latino, eles teriam uma forma de amar mais envolvente e apaixonante. Uma coisa de cheiro, de pele, de calor... Senti meu rosto corar pelo rumo dos meus pensamentos...

Então, ele me forçou a encará-lo. Fiquei mergulhada naqueles olhos castanhos por breves segundos até senti-lo acariciar meus lábios com os dedos em torturante vagarosidade. Com certeza, ele queria me enlouquecer. 

Eu o conhecia. Aquele não poderia ser Freddie Benson. Poderia? O garotinho chato da minha infância e nerd, do qual eu fiz gato e sapato desde que nos conhecemos. O palhaço no qual eu preguei várias peças, o pateta no qual eu sempre batia... Como? Quando ele havia se tornando tão... Tão... Quente?

Novamente, perdi o contato com meu cérebro quando ele começou a me beijar. Todos os meus sentidos se concentraram naquele beijo. Que fossem para o inferno a cautela, as urnas cinerárias e o todo o resto. Naquele momento nada mais no mundo importava, a não ser tê-lo ali, tão perto de mim. Eu não iria me transformar em cinzas. Talvez só me queimasse um pouquinho...
Senti os lábios dele procurando pelos meus, após uma breve interrupção e, nesse ponto, desisti de contar quantos beijos eu já havia dado na vida. Era mais um beijo quente e possessivo.

Não havia nada tão maravilhoso quanto aqueles lábios deslizando de minha boca para meu pescoço e, dali, fazendo o caminho de volta.

Freddie poderia ser chato e nerd, mas tinha lábios sedutores, um sorriso sedutor, olhos sedutores... Eu estava perdida... “Lábios sedutores” – repeti para mim mesma antes de me entregar mais uma vez ao prazer de ser beijada e abraçada por ele. Nunca me senti tão especial... 

Quando “More than words” terminou de ser cantada, outras músicas foram interpretadas, mas eu não prestei muita atenção. Eu só dançava e beijava, dançava e beijava. Beijava, beijava e dançava. E beijava de novo, e novamente, e outra vez... Beijar era, com certeza, melhor que dormir, melhor que comer bacon...

Foi só quando cantaram a música “Alguien”da banda Roxette que eu saí do transe em que me encontrava e comecei a repetir a letra, baixinho, pois eu adorava essa versão em espanhol... Estava com a cabeça apoiada no ombro de Freddie, sentindo o perfume do seu pescoço...
Alguien – Link hothttp://www.youtube.com/watch?v=us2rgumkgUw&feature=relatedLink cutehttp://www.youtube.com/watch?v=XiolbhR3_jM&feature=related– Roxette “♪Alguien para descubrir el amor, para quererse♫”(Encontrar alguém para amar, para se querer).“♫Alguien para compartir el dolor y perdonarse♪”(alguém para dividir a dor e se perdoar).

_ Você ainda não me contou como entende espanhol... – Freddie falou.

"♪Toda la vida buscando a te lejos de mi y eras tu♫”(toda a vida procurando longe de mim e era você).“♫Esa persona que sabe querer y eres tu...♪”(essa pessoa que sabe amar e era você...).

_ É uma longa história... – respondi e continuei cantando. _ “♫Alguien para dar un beso total y abandonarse♪"(alguém para dar um beijo intenso e se entregar)."♪Alguien para dar un salto mortal y no morirse♫”(alguém para dar um salto mortal e não se morrer).“♫Quien iba decirmelo tu eres el unico, tu amor♪”(quem iria dizer-me que você era o único que poderia me amar).

_ Me conta... – ele pediu.

_ Bom, uma vez viajei para a Espanha... – comecei. A música continuava tocando e nós dois dançando.

“♪Mi corazon desde el suelo al cielo buscandote...♫” (meu coração te procurando na Terra e no Céu). Era a primeira vez que parávamos para conversar depois de nos beijar. Era estranho.

_ Fui passar férias com meu pai e a Melanie... Fiz um curso rápido... – expliquei.

“♫Alguien para conocer la vida♪”(alguém para conhecer a vida).“♪Alguien para conservar el calor♫”(alguém para conservar o calor).

_ Nossa! Como conseguiu aprender tanto num curso rápido?

“♫Alguien para creer en todo ♪”(alguém para acreditar em tudo)."♪Alguien para disfrutar del amor♫”(alguém para desfrutar do amor)...

_ Sei lá. – respondi corada. _ Acho que tenho facilidade para aprender as coisas. Sei um pouco de italiano também...

“♪Despues mas que nada, estar feliz contigo, mi buen amigo...♫”(Depois, mais que nada, estar feliz contigo, meu melhor amigo...).

_ Você é muito inteligente. – Freddie sorriu. _ E esse tempo todo eu achando que estava falando bonito e ninguém me entendia... Só você mesmo, Sam.

_ Pois é... – falei sorrindo.

_ Aceita namorar comigo? – disse Freddie, de repente, segurando meu rosto entre as mãos e eu pisquei sem conseguir acreditar no que ouvia.

_ Sim, Freddie. – respondi feliz. Lágrimas me saltaram aos olhos, mas agora eram de felicidade. _ Claro que sim.

E fui presenteada como um novo beijo. Avassalador. “♫Siempre buscandote ahora sintiendote aqui en mi♫."(Sempre te procurando e agora te sentindo aqui em mim).“♪para los dos un amor sin testigos gracias a ti♫”(Por um amor sem testemunhas, agradeço a ti).

_ Sabia que você já tinha aceitado meu pedido de namoro?

_ Quando? Não me lembro disso.

“♪Alguien para conocer la vida, alguien para conservar el calor, alguien para creer en todo, alguien para disfrutar del amor.♫”

_ Que história é essa, Benson?

“♫Despues mas que a nada, estar feliz contigo... Mi buen amigo, amigo...♫”

_ É uma história de uma garota brava que fica linda dormindo... Depois eu te conto... – ele sorria.

_ Conta agora!– Aquele sorriso não iria me abalar... Não mesmo.

“♫Alguien para conocer la vida, alguien para conservar el calor, alguien para creer en todo, alguien para disfrutar del amor♫”.
_ Não! – E ele me deu um beijou rápido.

_ Agora! – ainda consegui dizer antes de ele invadir minha boca e fazer carícias entorpecentes com a língua.

_ Não... Depois... Samantha...

“♫Despues mas que nada, estar feliz contigo. Mi buen amigo... Tu eres ese alguien♪”

_ Mmmm?

_ Está acordada?

_ Quase...

_ Eu te amo!

“♫Alguien para conocer, alguien, alguien, alguien para conocer la vida...♪                                       ♥Fim







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Notas finais do capítulo

Cinerária urna para se colocar as cinzas de uma pessoa após cremação.
Ai gente... Espero que vocês tenham gostado de ler tanto quanto eu gostei de escrever e postar pra vocês. Os coments foram maravilhosos. Sei que a fic é muito romântica, mas é meu estilo.
Segue epílogo... Beijos, beijos e até mais.
Obrigada por terem lido!♥
Agora vou dizer porque eu escolhi a música "Love You Like A Love Song"
Bem... na música tem "You saved my life again"
Essa parte de "voce salvou minha vida novamente" ou seja, a Sam ia morrer, KKKKKK. E quando teve o acidente no Bushwell no episodio "iQuit iCarly", bem eu considero que o Freddie salvou a vida dele. KKKKK. E se preocupou com ela.
E o "Te amo como uma canção de amor" prestem atenção nas letras da música, bem, eu acho isso. KKKKKK
Obrigado mesmo por lerem. Jaja posto o EPILOGO :)