Namorada Adormecida escrita por Luisavick


Capítulo 17
Capítulo 17 - True Love


Notas iniciais do capítulo

Nenhuma musica em si :)



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Ponto de Vista da Carly

Nunca imaginei que fosse me divertir tanto naquele shopping com meus amigos. Normalmente gosto apenas de andar por algumas lojas, fazer compras, pegar um cinema e lanchar, mas a Sam tornou o passeio bem mais alegre. Aproveitei pra tirar muitas fotos nossas.

De alguma forma, acho que ela procurou seguir meu conselho, desencanar e prestar mais atenção no Freddie que, aliás, não conseguia mais disfarçar o efeito que Sam exercia sobre ele.

Só não sei onde estava com a cabeça quando aceitei o convite para participar daquela competição num simulador de selva. Nossa! Muito assustador. Você não consegue, simplesmente, enfiar na cabeça que aquilo não é realidade. Seu cérebro não responde e você acaba correndo, fugindo, subindo, descendo, se escondendo... Loucura total!

E foi numa dessas, de se esconder de um perigo iminente, que eu e Griffin acabamos enfiados em um buraco no chão, uma espécie de túnel, mas que se fechou após a simulação de que centenas de latões tinham caído sobre nós.

Quando Griffin me puxou pra dentro daquele buraco, caímos no chão, deitados, eu sobre ele, que me abraçava, em proteção. Um enorme latão fechou a abertura do túnel. O espaço que havia era apenas para uma pessoa, se arrastar ou engatinhar até a outra saída, a qual parecia estar fechada também.

O barulho de coisas de ferro caindo pelo chão era enorme. Eu me encolhi nos braços de Griffin, apavorada por estar em um lugar tão pequeno e abafado.


_ Quero sair daqui, Griffin. – consegui dizer após alguns segundos do susto inicial. Eu estava quase chorando.

Ele começou a sussurrar palavras de alento em meu ouvido e fazer carinho com uma das mãos na minha nuca e com a outra nas minhas costas, por baixo do meu casaco. Isso serviu para que eu esquecesse por algum tempo de onde estava, mas de jeito nenhum aliviou minha tensão. Pelo contrário. Senti todos os pelos do meu corpo se eriçarem e olha que eu estava muito bem agasalhada contra o frio...

De repente me dei conta da pressão que meu corpo fazia sobre o de Griffin, dos braços dele ao redor de mim e das mãos dele na minha cintura. Os músculos do peito dele eram rijos e fortes e senti uma vontade irresistível de acariciá-lo por baixo da camisa. Ele tinha o abdômen perfeito também. Tudo no lugar, sem exageros, na medida certa.

Senti meu rosto esquentar com o rumo dos meus pensamentos, mas foi tarde demais para disfarçar, pois Griffin já tinha levado as mãos novamente até minha nuca e me puxava para ele. Esse beijo foi intenso, apaixonado. Senti febre. Eu não conseguia mais ter uma linha de pensamento coerente.

Quando abri meus olhos novamente, Griffin já havia rolado comigo abraçada a ele, de forma que ficou sobre mim e me encarava como se estudasse minha reação. Pisquei diversas vezes tentando, em vão, não ser hipnotizada por aqueles olhos esverdeados que emitiam um brilho perigoso, do qual não havia escapatória. Acho que parei de respirar nesse momento.

Então, outro beijo veio. Mais atrevido, mais ousado, mais intenso. Fiquei sem fôlego e, instintivamente, agarrei-me aos cabelos dele com força a fim de afastá-lo um pouco e conseguir respirar. Foi quando eu mesma o beijei de volta com a mesma vontade e intensidade com que havia sido provocada.


Um das mãos dele foi parar nas minhas costelas. Paralisei colocando a minha mão sobre a dele e o encarando. Nem percebi o instante em que ele havia levantado minha blusa de baixo.

Ficamos alguns segundos nos olhando. A respiração ofegante de ambos era o único movimento que se fazia notar. O barulho dos latões caindo já havia cessado. Até que resolvi reagir, ainda sem tirar os olhos dele.

_ Socorro! – gritei usando todo o ar que havia sido represado nos dois pulmões durante aqueles segundos. _ Freddie! Sam! Estamos aqui. – a atitude pode ter sido meio infantil, mas eu não sabia o que fazer.

_ Carly... Eu... – Griffin começou a falar. _ Me desculpe...

_ Não diz nada, ok? – falei um tanto envergonhada. _ Está tudo bem.

_ Tem certeza? – ele falou.

_ Tenho. – Freddie e Sam apareceram, removendo os latões que haviam fechado a tal passagem. _ Vamos sair daqui.

Procurei disfarçar minhas emoções, afinal eu estava mais surpresa com as minhas reações ao toque de Griffin do que com a ousadia dele. Sam pareceu perceber alguma coisa, pois ficou me olhando e sorriu de canto como se dissesse: “vai me contar tudinho...”


Após a galera ainda ir jogar no parque do shopping, eu e Sam demos uma rápida passada pelo banheiro e tentei convencê-la a aceitar as investidas de Freddie e deixar de pensar em besteira, ainda mais depois do que ela me contou sobre o que quase tinha acontecido entre eles durante o jogo no simulador. Contei pra ela também o que tinha acontecido entre mim e Griffin.

_ Avançando o sinal, hein? – ela falou pouco antes de sairmos do banheiro e desatou a rir. _ Que coisa feia, Carly Shay... Olha que você pode ir pra cadeia...

Fiquei envergonhada, mas acabei rindo com ela.

Na lanchonete o idiota que estava seguindo a gente o tempo todo com sua turma de imbecis mandou um bilhete com uma cantada horrorosa para Sam. Ela rebateu e o sem-noção ficou com raiva. Naquele momento me encolhi no sofá, acreditando que o tempo iria “fechar.” Ainda bem que os seguranças do local apareceram como num passe de mágica e tudo ficou bem.

O final daquela tarde foi melhor ainda. Griffin subiu ao palco de karaokê e cantou uma música para mim. Achei tão fofo, tão lindo, meu namorado bad boy todo romântico... Aliás, ele é um bad boy romântico. Tão diferente... Tão contraditório... Tão demais...

Senti que, com aquela música, ele me pedia desculpas pelo que tinha acontecido há pouco... Ele era lindo! Não me aguentei e corri para aquele palco para abraçá-lo e deixei meus amigos de lado por alguns instantes. Eles pareciam duas crianças que não sabiam o que fazer com seus sentimentos... Tão lindinhos... Ele, inteligentíssimo, e ela, valentona, e nenhum dos dois sabiam o que fazer com o tal amor.


♪ No guy that I've met before could make me feel so right and secure (Nenhum garoto que eu conheci antes conseguiu fazer eu me sentir tão bem e segura). And have you noticed I lose my focus and the world around me disappears ♫ (E você já reparou que eu perco o foco e o mundo a minha volta desaparece). 'Cause when I'm kissin' you my senses come alive ♪ (Porque quando beijo você os meus sentidos ganham vida).

♪ You all that it takes (Você é tudo que eu preciso). My doubts fade away ♫ (Minhas dúvidas desaparecem). When I'm kissin' you ♪(Quando beijo você). When I'm kissin' you ♫ (Quando beijo você).
...


Após minha apresentação com Griffin, resolvi chamar Sam para o palco e fiz um merchandising básico do iCarly para as pessoas que estavam ali. A maioria da nossa idade.

Eu já sabia que Sam cantava muito bem, pois a tinha visto cantando na casa dela, enquanto tocava bateria. Uma coisa que ela confessou gostar de fazer, como hobbie, “pra matar seus demônios” – ela falou na época. Nem Freddie sabia disso, mas hoje ele iria saber o quanto Sam era uma garota e quanto poderia ser sensível, se quisesse. Pra mim, ela era. Só não demonstrava como as outras. Como eu.

Eu só não sabia que ela iria se desprender de suas amarras e fazer uma declaração de amor tão intensa quanto fez ao cantar Please don’t leave me, obviamente para Freddie. A cara que ele fez foi ótima... Ainda mais com Sam se entregando totalmente a letra da música como se dela fizesse parte. Ela interpretava com o corpo e com a alma. Todo mundo adorou.

Depois de dançar muito com Griffin as músicas que Sam cantou, tive a idéia de chamar Freddie para o palco e fazer com que Sam ficasse junto com ele, por lá. Minha idéia deu certo, pois Freddie não cantava e Sam ficou visivelmente penalizada por ele ficar tenso e nervoso. O garoto parecia que ia sair correndo daquele palco e desaparecer nos confins de Seattle.


Mas Sam resolveu a parada e eles ficaram lindos juntos cantando um trechinho de California Gurls. Ainda fiz uma filmagem deles dois. Ficou tão gracinha, tão cute! “Sam que não me ouça!”

Em seguida, mais uma vez, Sam se entregou totalmente a música quando eles cantaram juntos Need you now, de Lady Antebellum. Foi maravilhoso! O Space Karaokê parecia que ia desabar com tantos aplausos.

Eles retornaram para a mesa de mãos dadas. Os dedos entrelaçados. Mais juntos. Fiz um sinal de aprovação para minha amiga.

_ E aí, Freddie? – perguntei. _ Não foi tão ruim, foi?

_ Não, pelo contrário. – ele falou. _ Foi ótimo. – ele olhou para Sam que sorriu e baixou a cabeça. “Ah, que lindos!”. _ Só que ainda prefiro ser o cara por trás das câmeras... – ele confessou.

_ Bebem alguma coisa? – uma garçonete perguntou. No palco, alguém começou a cantar uma música agitada e a galera pirava na pista de dança. Havia fumaça pra todo lado.

_ Sim. – respondemos. _ Eu quero “Coquetel dos Deuses” – falei. Esse drink era uma bebida não alcoólica que levava suco de pêssego, suco de laranja, suco de uva, gotas de groselha, leite condensado e gelo. Apesar do frio, eu queria beber algo gelado.

_ Brrrr brrrr... – fez Sam. _ E eu que sou a louca nessa história... Prefiro tomar algo quente... Quente não! Fervente! Nem parece que estamos apenas no final do outono. Acho até que vai nevar por esses dias...


_ Que tal um Hot Chocolate Italian Style? – sugeriu a garçonete. – Leva café quente, chocolate meio amargo, raspas de gengibre, açúcar, lei...

_ É quente? – falou Sam cortando a garçonete de forma impaciente.

_ Fervente e fumegante. – respondeu a garçonete.

_ Traz. – disse Sam com ar de pouco caso.

_ O mesmo pra mim. – disse Freddie.

_ E pra mim, - disse Griffin. _ Você pode trazer um Chocorula.

_ Ok. – disse a garçonete.

_ Hey, Griffin. – falei. _ Esse drink não tem álcool?

_ Muito pouco, Carly. É só chocolate quente com gotas de licor de amarula.

_ Mas amarula não é aquela frutinha que embriaga até elefante? – perguntei.

_ Sim. – Griffin respondeu. _ Mas eles comem quilos e quilos pra poder se embriagar, Carly.

_ Eita. – disse Sam pra mim. _ Seu namorado vai ficar doidão...

_ Não enche, Sam. – falei.

_ Que foi? – falou ela rindo pra mim. Fingi que não era comigo.

_ O teor alcoólico num frasco de licor de amarula de 750 mililitros varia de 17 a 23 por cento e... – Freddie começou a falar incorporando seu nerd interior, mas olhamos tão fixa e seriamente pra ele, com cara de tédio que ele se mancou rapidamente. _ Ok. Parei, parei... Eu só ia dizer que algumas gotas de amarula no chocolate...

_ Ninguém quer saber, Freddie. – disse Sam.

_ Não mesmo. – concordei.


Nisso, um senhor aparentando ter uns quarenta e poucos anos se aproximou de nossa mesa. Ele estava vestido de maneira elegante, os cabelos um pouco grisalhos estavam começando a rarear...

_ Olá, garotos e garotas. – ele cumprimentou e nós respondemos. _ Meu nome Karl Froggen e...

_ Frog, Froggy, Frogger, tipo Sapo? – perguntou Sam, interrompendo.

_ Sammm! – repreendeu Freddie.

_ Não. – o cara respondeu bem humorado. _ Froggen, de Froggen mesmo.

_ Ah, tá – fez Sam.

_ Eu vim até aqui trazer umas cortesias pra vocês.

Nós quatro nos entreolhamos com evidente espanto e sorrimos, alegres.

_ Vocês movimentaram esta casa como ninguém. Voltem sempre que quiserem.

_ Obrigada! – eu falei, pegando as cortesias. A garçonete colocou nossos pedidos na mesa.

_ Ah! Só mais uma coisa. – o senhor Froggen falou. _ Visitem nossa sala dos signos antes de saírem, ok? – e ele foi embora.

_ Sala dos signos? – perguntou Sam bebendo seu Hot Chocolate. O “bicho” ainda estava fumaçando. _ O que é isso?

_ Sei lá. – respondi. _ Mas vamos dar uma olhada? Eu estou curiosa. Em seguida vamos a nossa sessão de cinema.

Após terminamos nossas bebidas, fomos os quatro para a tal sala dos signos. Eu fiquei encantada e brinquei bastante com o Griffin. Sam estava desconfiada e Freddie dizia que seriam necessários muitos estudos científicos para comprovar a veracidade da influência dos astros em nossa vida.


_ Vamos lá, Sam! – eu falava em frente a máquina do amor. _ Não custa nada tentar. Leve como uma brincadeira. Veja o que deu pra mim. Estendi meu papel para ela. Sam fez careta.

Aniversário: 14/01/1994
Signo: Capricórnio. Elemento: Terra. Cor: Preta ou Marrom
Características: Um pouco tímida no dia-a-dia. Amiga maravilhosa e fiel.
Palavra-chave: ambição


_ Agora, veja o que deu para o Griffin:

Aniversário: 17/03/1993
Signo: Peixes. Elemento: Água. Cor: Verde
Características: Sonhador, tem um jeito meio místico e empolgante.
Palavra-chave: sensibilidade


_ Veja nossa combinação – mostrei. As combinações possíveis eram: passe longe, amizade, contato quente e atração fatal.Capricórnio x Peixes

Combinação: Contato Quente
Viver um romance com Peixes é tudo o que você precisa para ser feliz. Por isso, não tenha medo de investir nesta relação, pois ela será agradável e harmoniosa. Enquanto o signo de terra fornece segurança ao signo de água, o signo de água traz mais emoção e sensibilidade ao signo de terra. São parecidos e diferentes o suficiente para tornar a relação estimulante.


Freddie e Griffin haviam se afastado e estavam mexendo em outra máquina, então aproveitei e disse a ela:

_ Amei!! Vamos agora ver você e Freddie. – falei.

_ Não, Carly. Isso é besteira. – ela falou.

_ Se for besteira, você joga fora. Está com medo do que possa ler, Sam? – provoquei.

_ Absolutamente. – ela falou com uma determinação forçada. Quase ri.

_ Então vamos lá. Primeiro você.

Aniversário: 17/04/1994
Signo: Áries. Elemento: Fogo. Cor: Vermelho Intenso
Características: Sua personalidade marcante não passa despercebida. Você não foge à luta.
Palavra-chave: impulsividade.


_ Parece que já acertou a primeira parte, né não, Samantha? – eu provoquei e ela fez cara de desdém. _ Vejamos o Freddie:

Aniversário: 04/02/1994
Signo: Aquário. Elemento: Ar. Cor: Azul
Características: É amigo consciente e idealista. Sincero por natureza.
Palavra-chave: generosidade


_ Deu certinho, né não? – eu falei e Sam fez outra careta. _ Agora, vamos apertar esse botão aqui e combinar vocês dois. – ela estava curiosa, mas não demonstrava nada. Fingia ignorar

Áries x Aquário

Combinação: Atração fatal
A atração entre esses dois é instantânea e imprevisível. Uma relação na qual tédio é uma palavra desconhecida e que se inicia com uma grande paixão, onde o elemento ar de Aquário alimenta o fogo de Áries. Pode haver algum atrito se Áries quiser mandar – Aquário não suporta receber ordens, mas as diferenças dos signos em vez de dificultar, estimulam a relação.


_ Uau, Sam! Parece que estou vendo você e Freddie... – olhei para Sam e notei que ela tinha os olhos arregalados. _ Imprime?

_ Quê?

_ Imprime?

_ Não! – ela falou. _ Isso é coincidência.

_ Ok. – falei. _ Vou imprimir... – Sam ainda tentou não me deixar apertar o botão para impressão, mas foi tarde de mais. Dei um sorriso vitorioso.

Então Freddie e Griffin se aproximaram. Eu peguei o papel rapidamente e o enfiei no bolso, Sam apertou o botão de delete da tela.

_ Algum problema? – Freddie perguntou, arqueando as sobrancelhas.

_ Nada não. – respondeu Sam. _ A Carly estava imprimindo umas coisas para ela.

_ Ah, tá. – ele respondeu.

_ Vamos ao cinema? – falei.

Na saída, ainda ganhamos umas correntinhas com os símbolos dos nossos signos. Sam gostou, apesar de tudo e, imediatamente, colocou a dela no pescoço.

No cinema, fomos sentar nas últimas poltronas das fileiras centrais. Era ótimo assistir filmes de lá, fora que dava pra namorar que era uma beleza! Sentamos: Freddie, Sam, eu e Griffin, nessa ordem. Levamos pipocas, refrigerantes e água.

Tudo ia bem. Eu me revesava entre assistir ao filme e beijar Griffin. No entanto, quase que nosso dia de diversão acaba da pior maneira possível.

Após uns trinta minutos de filme vi Sam se levantar e cochichar que ia ao banheiro. Ainda perguntei se queria que eu fosse, mas ela disse que não precisava. O filme também estava numa ótima parte e eu não queria mesmo perder.

Passaram outros dez minutos quando vi Freddie se levantar com uma cara extremamente preocupada e dizer para Griffin:

_ Vem comigo!

_ O que foi? – perguntei.

_ Chama a segurança do cinema, Carly! – ele falou. _ Agora!

Poucas foram as vezes em que vi Freddie falar daquele jeito e tratei de fazer o que ele pedia sem maiores questionamentos. Fui atrás dos seguranças enquanto ele e Griffin saiam pela entrada do cinema.


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Notas finais do capítulo

A "tal coisa" que vai acontecer será no proximo capitulo vou revelar, vai ser com a Sam e sera o último capitulo, sera um capitulo grande para voces chorarem muuuuito. Amei escrever :)