Namorada Adormecida escrita por Luisavick


Capítulo 12
Capítulo 12 - Jealous Guy


Notas iniciais do capítulo

O titulo tem tudo haver com uma parte do capitulo /amo
Eu nem mesmo NUNCA escutei essa musica mas a letra é linda → http://letras.terra.com.br/john-lennon/22563/traducao.html
É do gostoso do John Lennon /reveley



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/187278/chapter/12

Ponto de Vista da Carly
Depois da conversa com Freddie, eu tive certeza dos motivos que levavam Sam a esconder que o amava. Ela acreditava mesmo que Freddie me amava e não queria ser a causa de não nos entendermos caso eu desse uma chance para ele.
“Mas quantas vezes eu já havia dito para ela que eu não gostava dele dessa forma? Que garota cabeça-dura! Isso não podia ser somente por que nós namoramos alguns dias... Não mesmo! Sam ia ter que me esclarecer essa história direitinho... E era hoje mesmo, antes do Shopping!” 
Estava terminando de me arrumar quando alguém bateu a porta.
_ CARLY! – Spencer gritou. _ É O GRIFFIN!
_ JÁ VOU DESCER! – gritei de volta.
Como o inverno estava bem rigoroso em Seattle, eu vesti meias-calças de lã e, por cima, uma calça jeans. Coloquei botas de couro marrom, de cano médio, por cima da calça. Estava, ainda, usando um pulôver branco de lã estampado com minúsculos morangos, luvas de couro marrom e um sobretudo vermelho, cujo comprimento ia até os tornozelos. Como o sobretudo tinha capuz, não coloquei gorro.Nas escadas, estanquei ao olhar meu namorado, em pé no meio da sala. Ele parecia mais alto, mais forte, mais tudo. Não consegui deixar de emitir um suspiro.
_ UAU! – falei mais alto do que devia.
_ UAU pra você também. – ele disse, enquanto segurava minha mão e me puxava para junto dele. Nos beijamos.
Griffin trajava uma blusa preta de mangas compridas e gola alta, um suéter cinza, calça de couro preta, botas e uma jaqueta de couro, aberta. Ele também usava luvas de couro pretas e, na cabeça, um gorro de lã também preto, bem justo.
_ Você está lindo! – falei sincera.
_ Você também.
Ele voltou a me beijar e eu esqueci completamente do mundo até que Spencer fingiu tossir e perguntou se estávamos prontos para sair._ Sim – respondi corada.
_ Então vamos. – Spencer falou.
Passamos no AP de Freddie e chamamos ele.
No carro, pedi a todos que esperassem um pouco na casa de Sam enquanto eu ia falar com ela no quarto. Como Freddie já sabia do que se tratava, fiz um pequeno resumo para Spencer e Griffin e o mais eu contaria depois. Também porque esse assunto não interessava muito a eles.
Quando Sam abriu a porta da casa dela, todos nós abrimos a boca, inclusive Griffin. Ela estava arrasando! Pedi a ela para entrar um pouco inventando uma desculpa de retocar a maquiagem e fomos até o quarto dela, deixando os meninos na sala.
_ Tudo isso é para o Freddie? – perguntei na lata, assim que entramos no quarto. Ela parecia envergonhada.
_ Só me arrumei um pouco mais. – ela falou. _ E o inverno ajuda bastante, não é?
_ Tá, sei. – falei. Mas não muda de assunto...
Ela estava vestida com um conjunto xadrez: uma blusa cinza justa, cuja gola e punhos das mangas compridas eram do mesmo tecido xadrez da mini-saia de lã grossa. Um xadrez onde o azul cobalto predominava entre o preto e algumas riscas de amarelo ouro. Por baixo da saia ela usava uma meia-calça de lã, fumê, e um sapato de vinil preto, fechado, de salto largo, deixando em evidência as pernas de dançarina, grossas e bem torneadas que ela tinha. Freddie tinha ficado babando lá na sala. O coitado mal conseguiu gaguejar um cumprimento.Por cima, ela colocou um casaco de feltro branco com decote em V, cujo comprimento ia até um pouco abaixo dos joelhos e era fechado por duas fileiras de botões grandes e um cinto de fivela na cintura. No pescoço, um cachecol xadrez do mesmo tecido da saia e, nas mãos, as mesmas luvas brancas estampadas que Freddie tinha dado a ela no início da manhã. Na cabeça ela colocou um gorro branco.
_ Você não ia retocar a maquiagem? – Sam perguntou quando me sentei na cama dela, enquanto esquadrinhava o quarto a procura do painel de fotos.
_ Na verdade, eu queria falar com você antes de irmos para o Shopping.
_ Nossa! Parece sério. – ela falou com um meio sorriso.
_ Por que você acha que o Freddie não te ama? – perguntei, indo direto ao ponto.
_ Ele sempre amou você, não foi? – ela respondeu levemente alterada.
“Bingo!” – acertei na mosca.
_ E o beijo que ele te deu, não conta? – perguntei.
_ Ele já me beijou antes e depois namorou você, certo? – ela falou meio sarcástica. _ Mas por que essa conversa agora?
_ Sam, eu sou apaixonada pelo Griffin e o Freddie te ama. Eu sei disso. Spencer sabe disso. Até o Gibby sabe disso... Menos você! Mas que raio de cabeça-dura você tem! – eu estava perdendo a paciência e me levantei dando as costas para ela e indo até o painel de fotos.
_ Carly, Freddie passou a vida inteira dizendo que te amava. Vocês namoraram depois do Griffin. Como posso crer que isso não sofrerá uma reviravolta?
_ Por que eu não amo o Freddie. – falei nervosa e me virei para ela, olhando-a nos olhos. _ Será que dá pra você entender isso? Essa sua cabeça é feita de quê? – coloquei o indicador na testa dela e falei pausadamente: _ Eu amo o Griffin. Nunca senti nada assim por ninguém, Sam. É mais forte do que eu. – segurei nas mãos dela e fiz ela me encarar. _ Somos amigas, Sam. Você sempre foi minha melhor amiga, a mais leal, a mais sincera... Por que eu iria querer algo ruim pra você?
_ Não sei se sou tão boa amiga assim quanto você pensa. – ela falou baixando a cabeça. _ Sempre tive ciúmes do Freddie com você.
_ Isso é normal, Sam. – falei fazendo ela me olhar de novo. _ Você gosta dele, como não sentir ciúmes? Você não consegue enxergar, não é? Sempre abriu mão do amor dele por causa da nossa amizade... Nunca interferiu...
_ Interferi sim. – ela falou, me interrompendo e me olhando fixamente. _ Fiz ele terminar o namoro com você, Carly. Sinto muito... Vê, não sou tão boa amiga assim... Nunca torci pra que você ficassem juntos.
_ Ah, tá, Sam! Talvez eu fizesse algo pior, se fosse o contrário... Que eu saiba foi ele quem terminou comigo e por que quis. Eu, aliás, gostei, mesmo sem entender direito o que estava acontecendo. Foi um alívio, confesso.
_ Eu falei para ele que você não era apaixonada por ele. Que você apenas tinha ficado deslumbrada por ele ter salvado sua vida. Eu fiz ele terminar com você... – ela falou esticando os braços para os lados. _ Deu pra entender, agora?
_ Que bom que ele te escutou, então. – respondi. _ Porque era verdade. Não sou nem nunca fui apaixonada por Freddie Benson. Satisfeita? Eu confundi as coisas e deu tudo certo no final, graças a você. – sorri para ela, a fim de mostrar que eu não estava chateada com isso. _ Vai se sentir culpada pelo resto da vida?
_ Não sei. De qualquer forma foi um alívio contar isso pra você. Espero que um dia ele e você possam me perdoar. Que eu saiba ele te deu uma expectativa de retorno.
_ Não há o que perdoar. Freddie te ama, sua tonta. Dá uma chance pra ele, Sam. E isso de retorno não vai acontecer. Eu amo o Griffin. – me voltei para o painel de fotos e olhei uma foto grande de Freddie entre várias outras fotos. Ela se aproximou. _ Ele é mesmo muito bonito, não é? – perguntei, esperando que ela me mostrasse a foto.
_ É sim. – Sam admitiu. _ Sou muito apaixonada por ele. – Ela falou, pegando a foto, os olhos marejados. – percebi algo escrito no verso da foto. “Devia ser a foto que o Freddie falou.”
_ Posso ver? – perguntei, apontando o verso. Ela resistiu um pouco, mas resolveu me entregar a foto.
_ Foi algo que escrevi enquanto pensava nele. – ela afastou as lágrimas dos olhos.
_ Ei, não é momento pra tristeza. Eles estão lá fora nos esperando e você está linda. – li o que tinha escrito no verso e comentei com ela. Sam sorriu. _ Eu tenho uma amiga faminta e louca que ainda por cima escreve poesias... Não conhecia esse seu lado romântico, Samantha. Vamos limpar esse rosto e nos divertir a tarde inteira. Quero ver você bem animada e não resistindo a ele, ok?
_ Ok. – ela concordou. _ Vamos nos divertir, então.
_ É assim que se fala, garota!
Ponto de Vista da Sam
Meu queixo quase foi ao chão quando abri a porta de casa e vi Freddie e Griffin tão bem arrumados. Eles estavam lindos, mas eu só tinha olhos para o meu nerd.
Ele estava um arraso com aquela calça de veludo num tom chocolate escuro, de corte reto, um casaco num tom baunilha e uma camisa creme com estampas coloridas. “Eu estava visualizando um garoto ou um sorvete? De repente me deu uma fome... A única coisa não comestível naquele cenário era a máquina fotográfica que ele trazia pendurada no pescoço...”
Mal escutei o que ele me falou e respondi qualquer coisa de volta, afastando alguns pensamentos inadequados que passaram sorrateiramente pela minha mente.
Carly estava linda também. Parecia séria e um tanto preocupada. Fomos para o meu quarto, pois ela queria retocar a maquiagem, mas isso foi apenas uma desculpa para conversar comigo sobre Freddie. Ela insistia na tecla de que ele gostava de mim e tudo o mais.
Acabei confessando a ela que tinha sido eu que falei para Freddie que ela não era apaixonada por ele e sim pelo que ele fez por ela. De certa forma não compreendo por que Freddie me deu ouvidos.
Carly tinha me dito na época o que ele tinha falado pra ela e que iria querê-la de volta caso ela percebesse que realmente o amava por ele ser quem era. Foi como se tivessem dado um tempo... Não compreendo.
Ela não pareceu ficar nem um pouco aborrecida comigo. Seguimos para o Shopping na maior algazarra dentro do carro. Carly colocou Griffin no banco da frente com Spencer e fomos eu, ela e Freddie no banco de trás. Óbvio que ela me deixou ao lado dele. Eu estava sentada entre os dois.
Spencer almoçou conosco e depois saiu, dizendo que voltava mais tarde pra nos buscar. Ele e Carly combinaram um horário. O fato é que ainda era cedo e teríamos a tarde inteira pra nos divertir.
Freddie sugeriu que primeiro fôssemos brincar com alguns jogos e Carly que assistíssemos a um filme no cinema. Todos reclamamos.
_ Ah! Carly. – falei. _ Já chega de filme. – Freddie concordou comigo e Griffin também.
_ A gente não assiste mais lá em casa. – ela argumentou. _ No cinema é mais gostoso. Adoro assistir filmes no cinema. – ela falou toda dengosa e ninguém mais resistiu. _ Prometo que quando chegarmos em casa, iremos fazer outra coisa. Que tal um jogo?
_ Perfeito. – disseram os meninos.
_ Ok, então. – ela falou. _ Fica combinado assim. Depois do cinema, nada mais de filmes. Nada mesmo.
_ Ah! Tenho uma sugestão. – falou Griffin. _ Depois do cinema a gente pode ir naquela danceteria em que os cantores são as próprias pessoas da platéia. É uma balada misturada com karaokê... É muito divertido. Já estiveram numa?
_ Não. – falei.
_ Também não – falaram Carly e Freddie.
_ E você, Sam? – falou Griffin. Tem alguma sugestão para essa tarde?
_ Uma lanchonete. E das boas. – falei sorrindo.
_ Credo, Sam. – Carly falou. _Acabamos de almoçar. Não sei como consegue manter esse corpo.
_ É que quando meu alienígena fica nervoso, preciso alimentá-lo. E eu gasto todas as calorias depois...
_ Como? – falou Carly cruzando os braços e arqueando as sobrancelhas.
_ Você malha? – perguntou Griffin.
_ Malha. – Freddie interveio quando eu ia responder e todos olhamos para ele interrogativos. _ Ela malha o papai aqui. É assim que ela gasta as calorias... Me socando.
_ Ah, Freducho – reclamei. _ Faz tempo que a mamãe aqui não te bate.
_ Ah! É mesmo. Havia me esquecido. Deixa eu ver... – ele parou e ficou sarcasticamente pensativo, fingindo contar algo nos dedos. _ Um dia e meio, talvez , Dois dias?
_ Ei. – Carly interveio. _ Isso é um recorde. Precisamos registrar esse momento. Antigamente ela não passava um minuto sem te bater.
_ Engraçadinhos – falei. _ Só não te bato agora porque prometi para Carly não fazer mais isso.
Íamos conversando e caminhando em direção ao parque do Shopping. Carly e Griffin de mãos dadas. Nisso, passou um garoto perto de mim.
_ Linda! – ele elogiou alto, mas bem perto do meu ouvido e eu sorri.
Todo mundo parou como se uma bomba tivesse sido jogada no meio do hall lotado de gente.
_ O que foi isso? – Freddie perguntou, olhando pra mim com a cara meio fechada. Dei de ombros, fingindo não me importar.
_ Cara, acho melhor ficarmos atentos. _ Griffin disse para Freddie. _ Aqui tá cheio de Zé Mané querendo paquerar nossas garotas. Quase morri quando ele enfatizou o “nossas garotas...”. Que a Carly fosse a garota dele, vá lá. Mas eu não era a garota de Freddie.
_ Sam. – falou Freddie. _ Acho melhor você me deixar segurar sua mão. Assim ninguém mexe com você. – e foi me puxando para perto 
_ Ele não mexeu comigo, Freddie. – falei puxando minha mão. _ Ele apenas me elogiou...
_ Ah, tá. – ele fez uma cara enfezada e cruzou os braços. _ E você gostou, Puckett!
_ Claro que gostei. Apesar de tudo, eu sou uma garotA.
_ Eu sei disso. – ele respondeu.
_ Sabe é? – falei, já quase em cima dele.
_ Ei, vocês dois. – interveio Carly. _ Não vão começar a discutir aqui no meio do Shopping não é? Sam? – ela olhou pra mim e eu concordei com a cabeça. _ Freddie?
_ Ok. – ele respondeu emburrado, mas voltou a segurar minha mão, agora firmemente.
Tentei puxar a mão diversas vezes e não consegui. Freddie nem se mexia e fingia olhar para o teto. Parei e olhei para Carly que piscou pra mim e fez diversos sinais com os olhos para que eu parasse de tentar quebrar o contato com ele. Inspirei profundamente antes de relaxar.
_ Podemos ir agora? – ele perguntou sorrindo de canto. Claro que eu me derreti toda por causa daquele sorriso caloroso, mas não respondi nada. Ele retomou a caminhada e eu me limitei a acompanhá-lo. Já que não tinha outro jeito...
Iniciamos as brincadeiras no parque com uma disputa de Pinball. Fizemos um sorteio para formar os grupos: Decidimos jogar garotas contra rapazes em quatro disputas. Quem ganhasse mais seria o vencedor.
Na disputa entre Carly e Griffin, ele ganhou disparado. Na disputa entre eu e Freddie, a mamãe aqui ganhou, lógico. Já no jogo entre Freddie e Carly, ele ganhou e no jogo entre eu e Griffin, a mamãe aqui conseguiu ganhar com uma diferença mínima de pontos. Então ficou uma vitória para Freddie, outra para Griffin e duas para Sam Puckett. Yeah!
Depois, os meninos foram jogar Totó. Eu torcia loucamente pelo time de Freddie e Carly pelo de Griffin. Freddie jogava muito bem e ganhou a partida.
_ Isso! Yeah! – Freddie levantou o punho cerrado e socava o ar, feliz. Movido pelo entusiasmo da vitória ele me abraçou pela cintura e me levantou do chão, rodopiando. Fiquei levemente tonta e permanecemos algum tempo abraçados enquanto fazíamos careta para nossos amigos.
Nesse ponto nós já tínhamos tirado nossos casacos e luvas pra facilitar os movimentos e também porque a temperatura estava mais quente dentro do Shopping. Carly mais tirava fotos nossas com a câmera de Freddie do que brincava.
Pra mim, a melhor diversão foi no salão de simulação de combate na selva. Parecido com o paintball, a gente tem que jogar equipe contra equipe ou equipe contra os adversários monitorados por computador. Preferimos esta última. As armas são a laser e usamos uns coletes com sensores para que o computador pudesse identificar se nos atingiu ou não. Ganharíamos o jogo se saíssemos todos vivos de lá. E saímos.
Houve um momento especial entre mim e Freddie, quando o simulador jogou uma pilha de latões sobre a gente. Neles estava escrito que pesavam meia tonelada cada, mas eram feitos de isopor... “Sim? Sobre o quê eu falava mesmo? Ah! Sobre eu e Freddie.” Estávamos numa espécie de galpão. Então, nesse episódio, nos assustamos com o estampido da projeção e Freddie me puxou para um vão que havia numa parede, no qual mal cabia uma vassoura. Carly e Griffin, que vinham logo atrás, se meteram numa espécie de vala, no chão. Um túnel. Foi só o que consegui ver antes que uma nuvem de fumaça nos cobrisse, misturada ao barulho ensurdecedor que imitava coisas de ferro caindo no chão.
Lá estava eu, de olhos bem fechados (porque tudo parecia bem real, diga-se de passagem), tendo Freddie me apertando contra a parede. Instintivamente contornei o corpo dele com meus braços e o segurei bem firme, a fim de que ele não caísse para fora daquele espaço minúsculo. A sensação que tomou conta de mim foi bem melhor que aquela que senti quando o abracei à noite, enquanto ele dormia, apesar de ter durado apenas alguns segundos. O cheiro do xampu misturado ao perfume que ele usava me fez querer mais. Lembrei-me do beijo. Senti um comichão percorrer meu corpo de tanta vontade que tive de sentir os lábios dele sobre os meus.
Permanecemos abraçados depois que o barulho cessou. Ainda tomada pelas emoções, abri meus olhos e a nuvem de fumaça começava a se dispersar. Vi Freddie se mover como se estivesse em “câmera lenta”. Seu rosto passou junto ao meu e parou. Nossos olhos se encontraram. Tenho certeza que ele percebeu quando fixei meu olhar em sua boca. Ao me conscientizar disso, desviei rapidamente para os olhos dele novamente e corei. Eu sentia seu hálito quente e doce. Estremeci. Ele tocou nos meus cabelos.
_ Sam, eu... – ele começou a falar alguma coisa quando escutamos Carly pedindo por ajuda.
_ Socorro! – ela gritou. _ Freddie! Sam! Estamos aqui.
Tivemos que ir ajudar Carly e Griffin e o encanto se quebrou. Por alguns míseros milésimos de segundos achei que Freddie ia dizer que gostava de mim...Que ele iria me beijar ali mesmo.
Quando saímos do simulador, procurei agir como se nada tivesse acontecido e tentei agir naturalmente. Eu pensava intensamente na conversa que tive com a Carly pouco antes e me agarrava a esse fio de esperança de que Freddie estivesse realmente apaixonado por mim. Baixei a guarda e me entreguei completamente àquela tarde na companhia dele.
Fomos, ainda, jogar no Air Game e no Dance Machine. Eu dancei sem sapatos e sob os protestos de Carly, durante mais de meia hora. Freddie precisou usar de muita força pra me arrancar de lá, pois sou viciada nessa máquina.
_ Larga, Sam! – Carly pedia, enquanto tentava abrir minha mão que estava fechada em torno da barra de segurança do brinquedo. _ Puxa ela, Freddie!
_ Estou tentando, Carly! O que você acha que estou fazendo aqui? Caça-palavras? – Freddie me puxava pela cintura, a voz denunciando o esforço que ele fazia.
_ Não! – eu implorava. _ Só mais um pouco! NÃO! Por favor... Por favor... NÃO!!
Somente com a ajudava de Griffin foi que eles conseguiram me arrancar de lá. Carly reclamava que todo mundo no parque estava olhando pra gente. Eu comecei a gargalhar sem parar e eles não se aguentaram e começaram a rir junto comigo.
_ A gente veio aqui pra se divertir, não foi? – perguntei, entre um riso e outro.
_ Foi, foi sim. – Carly respondeu, rindo também. _ Mas você está parecendo uma louca... Toda despenteada.
_ Nada que um pente não resolva... – falei e, aproveitando a distração de Freddie que afrouxou os braços que mantinha ao redor da minha cintura, tentei escapar para voltar para a máquina de dança, porém ele foi mais rápido me prendendo novamente enquanto me colocava de frente pra ele.
_ Nem pense nisso! – ele falou. _ Não mesmo. Hum-hum. - Ao mirar aqueles olhos castanhos que pareciam duas pequenas bolas de fogo, senti que não precisava de mais nenhum acessório contra o frio. O calor que Freddie emanava dos olhos, das mãos e até da respiração, era suficientemente forte para me manter aquecida por séculos. Eu me sentia em chamas!
_ Eu só... Eu... Ia... – “Que droga!”. Eu não conseguia falar nada. Nossos corpos estavam colados de novo e essa proximidade me deixava sem conseguir processar nenhum pensamento coerente. Eu só sentia as mãos firmes dele nas minhas costas. _ Eu preciso... Ir ao banheiro. – foi o que consegui falar.
Porém, isso não surtiu o efeito que eu esperava, pois Freddie afrouxou um pouco os braços, mas não me soltou. E ainda por cima me sorriu, com “aquele” sorriso de canto, que me faz virar gelatina.
_ Você quer enganar quem? – sussurrou ele bem próximo ao meu ouvido. _ Só se eu não te conhecesse, Puckett!
_ Me solta, Freddie! – pedi, fazendo um pouco de força pra me soltar, mas eu me sentia fraca, as pernas não me obedeciam. _ Eu re-al-men-te preciso ir ao banheiro.
_ Não solto mesmo. – ele falou. _ Vou te acompanhar até lá, então.
_ Você pirou, né? – perguntei incrédula, mas não consegui sustentar o olhar dele. Em seguida olhei pra Carly em busca de apoio, mas ela não estava prestando atenção. Pra variar, ela e Griffin estavam tão entrelaçados e se beijando com tanto entusiasmo que, inevitavelmente, me imaginei daquela forma com Freddie e senti minhas faces ferverem. Só havia uma coisa a fazer: gritar. _ HEY! CARLY!
Ela me olhou espantada:
_ O QUÊ?
_ Dá pra parar de tentar ser aspirada pelo Griffin e ir ao banheiro comigo? – falei com uma calma que eu estava muito, muito longe de sentir, pois Freddie continuava me segurando.
_ Okaaaayyy! – disse minha amiga meio a contragosto.
Eles nos acompanharam até a porta do banheiro. Mal terminei de entrar, puxei minha amiga para um canto.
_ Carly, pelamordedeus! Eu não estou aguentando! – falei enquanto andava de um lado para o outro. _ Freddie está esquisito... Me segurando o tempo todo... Muito perto... E...
_ Ele está dando em cima de você, sua tonta! – ela falou na maior calma enquanto arrumava os cabelos em frente ao espelho. _ Além do mais ele quer te proteger...E se proteger...
_ Como assim? – perguntei sem entender. _ Me proteger de quê?
_ Você realmente não notou que aquele garoto que te chamou de linda tem estado atrás da gente o tempo inteiro?
_ Não. – eu não tinha percebido nada mesmo. Nadinha. Aliás eu nem me lembrava mais do tal garoto. _ Eu não estou nem aí pra esse garoto. – falei e comecei a procurar um pente na bolsa. Neca. _ Tem um pente aí?
_ Aqui. – Carly respondeu me entregando sua escova. Eu prefiro pentes, mas aquilo serviria para dar um jeito no meu cabelo. Só não tenho paciência de enrolar onda por onda. _ É, mas Freddie percebeu que ele está andando atrás da gente o tempo todo. – ela continuou. _ E o Griffin também percebeu. Escutei os dois conversando enquanto você estava no Dance Machine.
_ Mas o que isso importa, Carly?
_ Acontece que o Freddie está se mordendo de ciúmes de você.
_ O Freddie?... Com ciúmes?... De mim?... – comecei a rir. _ Eu vou fazer xixi.- completei.
_ Ele já demonstrou sentir ciúmes de vocês diversas vezes. – Carly fez uma careta de desagrado enquanto eu me dirigia ao box do sanitário. Ela ficou lá, na frente do espelho, passando gloss nos lábios.
_ E A GUERRA NO ORIENTE MÉDIO TERMINOU, SABIA? – gritei de dentro do box. Nós conversávamos como se não tivesse mais ninguém dentro daquele banheiro lotado de meninas, mulheres e garotas de todas as tribos...
_ Ele te ama, Sam – Carly falou em voz baixa, quando me aproximei dela novamente. Encarei minha amiga. Ficamos nos fitando, olho no olho, durante alguns segundos, sem nada falar. _ Por mais que você lute contra isso, por mais que você tenha medo e não queira aceitar, essa é a verdade. Ponto. – ela acrescentou. Finalmente, suspirei.
_ Eu... Eu... Eu achei que ele fosse me beijar quando estávamos no simulador. – respirei fundo. _ E me dizer alguma coisa também – admiti, enquanto me concentrava em retocar a maquiagem.
_ É mesmo? Me conta... – Carly sempre ficava morta de curiosidade. _ Como foi isso? O que aconteceu? E por que não beijou?
Comecei, então, a relatar o que tinha acontecido quando nos separamos no simulador.
_ Então, – prossegui. _ ele começou a falar alguma coisa quando escutamos você pedindo ajuda...
_ Ah! – ela falou se lamentando _ Me desculpe, Sam! Sinto muito. Parece que estou sempre atrapalhando vocês dois de alguma forma em vez de ajudar...
_ Como você ia saber, Carly? – falei para animá-la, pois ela tinha ficado muito aborrecida. _ E você com o Griffin? – essa pergunta surtiu o efeito desejado...
_ Ah, Sam! – ela ficou um tanto corada. _ Foi mais por isso que eu gritei logo por vocês pra nos tirar daquele buraco... Menina, Griffin está impossível!
_ Mesmo?
_ Mesmo... Um-hum... Mesmo, mesmo.
Nos olhamos e começamos a rir. Ficamos ainda um bom tempo conversando, nos arrumando, completamente esquecidas dos meninos, que nos esperavam lá fora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aaaaaaaaaaai? Que pena que ja esta QUASE acabando, acho que falta uns 3 capitulos ou menos :(