Eu estava com Annabeth na praia. O sol se pondo e a cabeça dela estava apoiada em meu ombro enquanto conversávamos. No momento estávamos quietos, só observando o lindo espetáculo de Apolo (pelo jeito ele faz algo que presta pelo menos). Em menos de um minuto já teria acabado.

– Nunca me cansarei de ver isso. É tão lindo – ela murmurou

– Realmente maravilhoso. Até hoje só vi uma coisa mais bonita... – e ao dizer isso olhei para ela.

– O que? – fez-se de desentendida, apesar de ter corado levemente.

– E pra vê-la não é necessário esperar nenhum horário. Posso admirá-la o dia todo – disse ignorando sua pergunta e mantendo o olhar.

Então ela jogou seus braços ao redor do meu pescoço e me deu um beijo de tirar o fôlego.

– Tá vendo, eu posso ganhar um beijo sem ser por fazer ou dizer algo estúpido – disse brincando, após nos separarmos. (N/a: dãã)

Ela riu.

– Eu te amo cabeça de alga.

– E eu... sei disso – disse em tom de brincadeira.

Mas, ao ouvir isso ela tirou a cabeça do meu ombro e olhou para o chão, triste. Segurei levemente seu queixo e levantei seu rosto, fazendo-a olhar nos meus olhos.

– Assim como você sabe que eu te amo mais ainda. Ou pelo menos devia saber, Sabidinha. – acrescentei.

Com isso um sorriso surgiu em seu rosto. Ela se aproximou de mim, e, quando eu já sentia seu hálito no meu rosto, ela se afastou rapidamente.

– Cabeça de alga, acorda – disse com a voz doce.

Como assim ‘Cabeça de alga acorda’??? Eu achava que a boca dela estaria fazendo coisas beeeem diferentes agora.

– Acorda, Cabeça de alga – disse de maneira mais impaciente, enquanto eu sentia algo empurrar minha cabeça (mesmo ela não se mexendo e não tendo nada no lugar de onde o gesto vinha) de maneira não-tão-gentil, mas sem querer incomodar muito.

Pois é... não tava dando certo.

Annabeth veio para perto de mim e começou a cochichar no meu ouvido. Disse que eu que havia pedido para ela fazer isso, ou algo assim.

Bem, se eu que pedi, com certeza vai ser algo bom.

Inevitavelmente, dei um sorriso maroto. Ela pegou fôlego e...

– PERCY JACKSON, LEVANTE AGORA!!!!!!!!!! – foi berrado no meu ouvido.

Com o susto, bati minha cabeça na parte debaixo do beliche á cima do meu. Abri os olhos e virei para o lado, esperando encontrar a Clarisse rindo da minha cara.

Mas nunca imaginei que iria encontrar um duende de suspensórios saltitado com um trevo de quatro folhas em cada mão. E eu não encontrei! Vê porque foi inútil imaginar isso?

Bem, eu encontrei a Annabeth com um sorriso meigo e um rosto angelical.

– Bom dia, Cabeça de alga. – como assim bom dia?? Você me acordou!!! – Feliz aniversário – E AINDA POR CIMA NO MEU ANIVERSÁRIO?!?!?!?!?!?! - Para esse dia tão especial eu tenho uma programação – disse com um sorriso no rosto. Ainda não consegui acreditar que ela me acordou desse jeito e agora está assim – Agora você toma um banho e as 6h30 nós saímos para caminhar nos campos de morangos. Mais ou menos as 7:30 devemos chegar à uma árvore bonita, onde faremos um piquenique com umas frutas e uns cereais que Deméter te mandou de presente com um bilhete dizendo ‘Parabéns. De presente alguns cereais para você ficar forte! Coma cereais’. Achei fofo da parte dela... – FOFO??? Pera aí... Se depois de eu tomar banho, o que demora meia hora (Que foi? Eu gosto de ficar embaixo da água, pensando na vida!) serão 6h30, que horas são agora?

Levantei meu braço com meu relógio/escudo (eu durmo com ele desde que os Stoll roubaram durante a noite e tentaram vender pelo Mercado Livre... Felizmente não há tantas pessoas interessadas em um escudo/relógio, sabe-se lá porque) e sabe que horas eram?? 5h45!!! QUE SER HUMANO ACORDA ÁS CINCO E QUARENTA E CINCO DA MADRUGADA NUM SÁBADO???? E O SER HUMANO EM QUESTÃO AINDA PENSA ALGO TIPO ‘Nossa, porque eu não acordo meu namorado aniversariante nessa hora?? Seria muito legal da minha parte, considerando que ele ama dormir’!!! Ah, mas isso tem volta...

– e no final do dia, vemos o por do sol enquanto corremos pela praia. O que acha? – ela me perguntou.

– Só uma coisinha... – disse calmo.

– O que? – ela perguntou realmente achando que eu prestei atenção em tudo que ela disse. Depois eu que sou o lerdo...

Puxei ela para a cama e fiquei em cima dela, prendendo-a.

– Annabeth Chase, você me acordou ás 5h40 no sábado do meu aniversário. Tal ato deve ser punido. Nossos juízes decidiram que a punição adequada é um ataque de cócegas – disse em uma voz anormalmente séria.

(N/a: Minhas leitoras safadinhas não pensaram em cócegas, acertei??)

Eu sei que cosquinhas não parecem nada demais, parece algo estúpido e extremamente infantil. E justamente por isso a Sabidinha esconde tão bem que sente cócegas facilmente. Afinal, para alguém responsável, sério e maduro como ela, isso era quase uma vergonha. Eu, na verdade descobri por acaso.

Lá estava eu, há uns seis meses mais ou menos... (N/a: Ham. Ham. Vamos ao ponto por favor, Perseu? | Sim, senhora!) Ela sente cócegas. Ponto.

Annabeth engoliu o seco.

– Algo a dizer em sua defesa?

– Sim – Ela havia tido uma ideia, percebi só por olhar em seus olhos. Então ela levantou a cabeça e me beijou.

Sério, eu sou tão manipulável assim?

Porque, assim que passou o choque pela reação inesperada dela (que? E a Annabeth de quem estamos falando! Quase achei que ainda tava sonhando) eu já estava correspondendo.

Então a porta se abriu abruptamente (N/Poseidon: Nossa Annabeth, você tá sendo uma ótima influencia pra ele! Ele tá até falando palavras difíceis como abromp... abrumdi... | ¬¬ Quis dizer abruptamente, papai? | N/Poseidon: Isso aí mesmo... Esse é o meu filhão!!! | N/Tyson: O filhão não sou eu???) e nós nos afastamos rapidamente.

– O que está acontecendo aqui? – perguntou o Tyson com seu rosto confuso.