POV Edward

Quando Mary, minha empresária, me comunicou de que seria o premio de um concurso, fiquei feliz. Em partes. Na primeira era que assim poderia interagir com meus fãs, no caso, com uma fã. Na segunda, poderia ficar com alguns dias de folga, e convenhamos ser um popstar não é um trabalho que aconselharia a ninguém! Sério, é muito cansativo. E terceira e última parte eu estava assustado, mas fiquei ainda mais quando fiquei sabendo que era uma adolescente que ganhara o concurso.

Não era ser grosso, mas as adolescentes de hoje em dia são loucas!

Fazem de tudo! Tudo mesmo! Era assustador, parecia que estava em um filme de terror e que seria assassinado a qualquer momento pelo meu perseguidor.

Poucos dias antes do dia marcado para o encontro, gostaria de pensar que era um encontro, assim não ficaria tão assustado com a ideia de encontrar uma fã fanática, minha agente disse que era melhor levar a ganhadora, que fiquei sabendo se chamar Isabella, para Missouri, assim poderia me sentir em casa e conhecer a ganhadora que ficaria comigo durante uma noite. Então, propus que ela ficasse pelo menos o fim de semana inteiro, afinal, já que ela seria convidada para passar a estadia em minha casa, seria legal ela conhecer a cidade, de acordo com o roteiro do encontro.

No dia marcado, já estava acomodado em minha casa, um pouco afastada da cidade. Gostava de silêncio e paz, assim poderia pensar e me dava um pouco de privacidade também, mesmo sabendo que seria por pouco tempo.

Assim que ouvi o barulho de carro fui para a janela ver se era ela que havia chego. Vi a limusine preta parar em frente à porta principal e uma garota sair de dentro do carro quando o motorista lhe abriu a porta.

Era diferente de como imaginei. Minha fantasia? Era encontrar uma garota usando roupas curtas com pouco pano, só para chamar atenção, não uma garota de calça jeans e moletom. Ao invés de olhar para a casa e ir entrando, como uma louca, para logo se jogar em meus braços, típico de garotas de sua idade quando vê o ídolo, ela ficou parada, admirando a paisagem. Olhando para a casa como se estivesse em um filme. Isso me surpreendeu sério.

Mesmo.

Balancei a cabeça, fazendo com que esses pensamentos saíssem de minha mente.

Abri a porta e fui a sua direção, ela nem notou minha presença.

— Aqui é bonito, não é? – olhei para onde ela olhava e não via nada de especial. Acho que percebendo minha presença, senti-a se virar, mas logo se voltou novamente para frente.

— Sim. Muito. – outra surpresa, estava esperando o típico “Assim como você.” Que era a frase que eu mais escutava quando convidava alguém para cá.

Virei-me e pude vê-la. Era magra, tinha os cabelos soltos em um tom de castanho avermelhado, o nariz era pequeno e meio empinado. A pele era muito clara e possuía algumas sardas espalhadas pelo rosto, quase imperceptível. Quando ela se virou para mim, pude ver seus olhos, eram castanhos, castanhos profundos. Quase me perdi.

O que estava acontecendo comigo?

— Bem... – limpei a garganta – vamos entrar? – olhei para o céu – Acho que vai chover.

— Ãhã. – disse somente.

Sorri. Ela também. Agora sim estava se mostrando. Peguei a mala que trouxera uma no total. O que achei bem estranho.

A guiei para dentro e assim que colocamos o pé no tapete de entrada a chuva lá fora começou.

— Vou lhe mostrar seu quarto, ok? – assentiu.

Subimos as escadas, não senti seu olhar em mim e sim na casa. Assim que ficamos de cara com o corredor, continuei a andar e adentramos o quarto em que minha hospede iria ficar.

— Que lindo! – suspirou.

— Sim, verdade. É o quarto de minha irmã quando ela vem para cá.

— Ah sim. – se virou, ficando de frente para mim – Desculpe, acho que nem me apresentei. Sou Isabella, mas pode me chamar de Bella. E não vou dizer aquele negócio de que sou sua fã número um, porque não sou. – deu de ombros – Mas de qualquer coisa que esteja pensado, sou sua fã. Mas não vivo para idolatrá-lo ou tratar como se você fosse meu ar.

— Pode ter certeza de que fiquei feliz em ouvir isso – deixei sua mala ao lado da cama – Bem, como deve perceber, sou Edward. – ela riu.

— Sim, eu sei... – foi até a sacada do quarto e ficou vendo a chuva cair lá fora.

— Então, Isabella...

— Bella. – corrigiu.

— ... Bella... Como está chovendo muito, como pode ver, iremos ficar aqui, presumo que amanhã a chuva tenha parado e podemos fazer tudo que está no roteiro e se der tempo até um pouco mais. – ela me olhou assustada – Não... Não é isso que está pensando... eu, hum... – passei a mão no cabelo. Como isso aconteceu? Não sou assim.

Eu não sou a porra de um adolescente de 16 anos!

— Não estava pensando em nada. – deu de ombros.

— Bem... O almoço é à uma hora. Podemos passear pela casa mais tarde se quiser.

— Iria adorar.

— Okay. Vou deixá-la sozinha para arrumar suas coisas. Até mais tarde... Bella. – sai fechando a porta atrás de mim, encostando-me na parede.

O que foi isso agora a pouco? Meu Deus! Não me sentia assim há muito tempo!

Dei mais alguns passos e adentrei meu próprio quarto, me jogando na cama e cobrindo minha cabeça com o travesseiro.

A estadia dessa garota aqui iria ser estranha. Muito estranho, não um estranho de ruim, pelo menos achava isso, mas algo dentro de mim, algo bem lá no fundo que pensei que nunca mais ia sentir de novo, me disse que, iria ser algo bom. Muito bom.

Não pude deixar de sorrir com isso.