Deméter estava ansiosa. Pequenos chumaços de grama cresciam ao seu redor. Mas ela estava bem. Seus cabelos estavam loiros e sedosos com pequenas flores que apareciam e sumiam mudando de cor tornado o cabelo da deusa um pequeno show de cores vivas.

Mas a aparência do lugar não demonstrava tanta vivacidade quanto a deusa. O chão estava seco e apenas pequenas formigas negras caminhavam sobre o solo árido. As poucas árvores do local estavam caídas e negras sem vida. O céu, porém, exibia nuvens brancas e exparsas, o sol estava ficando mais intenso a cada momento. Alguns pássaros voavam entre as nuvens. O bosque onde a deusa estava estava em silêncio. Ao contrário do céu, aquele lugar parecia não ser afetado pela natureza. Vento, água, fogo. Nada afetava aquele pequeno refúgio de silêncio e tristeza.

De repente as formigas começaram a andar mais rápido. Formavam pequenos circulos e se uniam, formando uma mancha negra que se movimentava frenéticamente. Deméter pareceu não se surpreender com aquilo. Então a mancha começou a tornar forma. Primeiro pernas, depois tronco, até que um homem se formou. Era alto, e se não fosse pela tranparência e pelo brilho fraco que ele emanava, poderia ser confundido com um simples guarda local.

- Você demorou. Eu comecei a achar que aquele desnutrido iria tentar ficar com ela outra vez.  Resmungou a deusa.

- Bom, então acho que temos um problema. Fui enviado aqui para indagar vossa divindade sobre o desaparecimento de Perséfone.

- Deixa disso seu espectro branquelo! Você acha que se eu estivesse com ela eu estaria aqui? Posso não ser a deusa da sabedoria, mas sei muito bem me virar. Agora, devolva minha filha!

- Acho que a senhora não entendeu. Sua filha, rainha do submundo, Perséfone, foi sequestrada e se nem meu mestre nem a senhora sabem de seu paradeiro, então creio que teremos um problema.

- Teremos! Vocês têm, porque se minha filha não aparecer que a última pétala daquela flor de gelo derreter, pode dizer que teremos uma visita da minha amiga!

E com uma explosão, a deusa assumiu sua verdadeira forma, explodindo até mesmo o fantasma, restando somente na clareira uma pequena flor branca, e pequenas formigas vermelhas como sangue, andando à sua volta.