O Coração De Brenda escrita por VehMoreira


Capítulo 1
Medo


Notas iniciais do capítulo

Aquela era a unica maneira de escapar do medo e da angustia que me perseguiam.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/187101/chapter/1

Eu estava prestes a sair de casa, quando o meu celular tocou. Era minha mãe, eu não queria atender, já que ela estava do outro lado da porta do meu quarto. Eu me levantei da cama, e passei o papel por debaixo da porta, ela leu, eu tive certeza, pois o choro parou, e a porta de seu quarto bateu.

Sai do meu quarto, fechei a porta e desci a escada correndo, carregando minha mala. Buddy veio correndo ao meu encontro e me abraçou.

- Buddy meu amor, Eu... amo muito você, nunca se esqueça disso . – E saí, deixando para traz minha mãe e Buddy, chorando.

O que tinha acontecido hoje não foi nada, coisas piores já haviam ocorrido. Com minha mãe deixei apenas um bilhete meu, dizendo que não se preocupasse comigo, e que eu a amava muito. E Buddy... Meu pequeno Buddy ele foi o motivo pelo qual suportei ficar na casa de minha mãe, ouvindo de tudo e agüentando calada, tudo por ele, meu pequeno irmãozinho de apenas 5 anos, que ainda não entende nada da vida.

Fui vagando pelas ruas sem rumo, o amanhã não me importava. Não olhei para os lados, pois sabia que os vizinhos estavam na rua me observando, e muito menos para traz, pois não queria olhar para casa.      Peguei meu celular e disquei sem pensar, havia o conhecido pela internet fazia apenas quatro meses, que mais se pareciam anos de amizade, ele era o único que podia me ajudar, pois era simplesmente maravilhoso. Vagando em meus pensamentos ouvi alguém dizendo:

- Bre! Bre amor? O que foi? Você está chorando? Bre você está ai bebe? Responda-me, por favor.

- Oi amor, estou bem sim, bom nem tanto... É que eu sai de casa.

- Hã? O que? Porque você fez isso bebe? – O tom da sua voz era urgente.

- A muitas coisas... Mas, posso ir pra sua casa bebe?       

     - Claro meu amor, não precisa nem pedir, mais você viu que horas são? Você mora a 3 horas daqui, como você vai vir?

- Vou de ônibus, na hora que eu chegar te ligo.

- Claro não vejo a hora.

E assim desliguei o celular.

Paul e eu, já tínhamos nos encontrado varias vezes durante os quatro meses que havíamos nos conhecido. Ele era um cara bacana, morava sozinho, trabalhava, e nunca quis algo comigo além de uma amizade, eu já havia passado um semana inteira em sua casa e em nenhum momento ele me desrespeitou.

Chegando à rodoviária peguei o ultimo ônibus, que havia, e fui para casa de Paul.      Acordei com o motorista do ônibus me dizendo que havíamos chegado. Liguei para Paul me buscar, e nem notei a hora. Quando ele chegou na rodoviária veio ao meu encontro, com um sorriso lindo estampado em seu rosto. Paul era o tipo de cara perfeito, não tão alto, com a pele morena clara, cabelo preto e bagunçado num topete mal feito, seus olhos são de um preto intenso, trabalha de gerente em uma das lojas mais importantes da cidade, é responsável, educado e galanteador. Pode parecer perfeito e realmente era.

- Meu bebe, em 30 minutos chegamos em casa está bem? - Ele sorria mais não me olhava, seu olhar estava fixo ao caminho.

- Ok bebe. – Foi só o que eu disse.

E não voltamos a falar por todo o caminho. Comecei a pensar em quando tinha 14 e 15 anos. Lembrei-me do colégio, das pessoas, dos professores, e finalmente DELE. O meu primeiro amor. E quando dei por mim havíamos chegado à casa de Paul. Lagrimas escorriam por meu rosto. Paul tirou um lenço bonito de seu bolso e me ofereceu. Peguei o lenço de sua mão e enxuguei as lagrimas. Ele me observava, até que disse:

- Quer que te leve de volta a sua casa? – Seu olhar era intenso e  preocupado.

      - Não meu amor, é... Oh meu Deus! São 02h50min da madrugada, me desculpe bebe. Você trabalha amanhã?

- Sim. Mais não se preocupe, vou trabalhar somente a tarde para cuidar de você. Agora vamos entrar você tem que descansar, porque depois vai me contar porque saiu de casa.

- Ok bebe. Mais prefiro não te contar ainda. – Olhei para ele, mais ele não me olhava, seu olhar estava vago, mais ele sorria.

- Tudo bem. Só quero que você fique bem.

 Era incrível como ele se preocupava comigo.

- Amanhã quero procurar um emprego... – eu disse, mas ele me interrompeu e olhou para mim com um olhar de proteção e sedutor ao mesmo tempo.

      - Brenda, não pense nisso agora bebe, você vai entrar, depois conversaremos sobre isso.

 Ele sorriu e eu me perdi olhando para ele, como é que ele poderia ser tão parecido com... Com ele.

Paul saiu do carro, deu a volta e abriu a porta para mim, saindo do carro cambaleei e quase cai, mas Paul me segurou. E como era um perfeito brincalhão, começou a rir de mim sem parar. Eu empurrei os braços dele que ainda estavam envolta de mim, e sai de cara fechada. Paul pegou minha mala de dentro do carro e veio correndo atrás de mim, jogou a mala no chão, e pulou em cima de mim, que cai, na grama.

- Seu idiota, saia de cima de mim, saia. – Eu o empurrava com toda a força, mas ele era pesado demais, e não moveu um só musculo.

- Ah sua bobinha, você se acha forte é? – Ele ria muito. E isso estava me deixando nervosa.

- Para, Paul, por favor, saia... – Eu estava quase chorando.

- Ok, Ok.

Ele se levantou de cima de mim, e ofereceu sua mão para me ajudar a levantar. Mas eu não aceitei e levantei sozinha.

- Ah Brenda, pare de ser chata, vem cá, vem?

- Idiota! Eu te odeio – Eu realmente estava brava com ele.

- Vamos sua bobinha, vamos entrar... – Ele ainda ria muito.

Sua casa era linda e com 2 andares, o lado de fora era branco, com detalhes em azul. Entramos em sua casa, e tudo estava como da ultima vez que estive ali, que estava quase fazendo duas semanas. Tudo era bonito e arrumado, sua sala com uma TV grande e um sofá aconchegante, ele adorava assistir filmes, tudo muito organizado e limpo. Fui para o quarto de visitas para arrumar minhas coisas, só percebi que faziam horas que não comia porque minha barriga roncou. Sai do quarto desci as escadas e encontrei Paul assistindo televisão.

     - Oi bebe! – Disse ele esboçando um sorriso de alegria - Não vai dormir não? Você deve estar cansada... Quer antes tomar um banho? – Seu sorriso agora era sedutor e malicioso, que eu quase não agüentei, eu sei que ele não quer nada comigo e eu também não quero nada com ele, é que simplesmente parecia com o sorriso bobo do meu primeiro amor e isso me seduzia. Então respondi saindo da sala e indo para a cozinha.

- A claro, estou precisando. – Já passava das quatro da manhã. – Vou comer algo primeiro, estou com fome. – Eu sempre tinha fome.

- Você sabe onde fica tudo não sabe bebe? Sinta-se em casa.

-Está bem. E... Obrigada de novo. – Eu fiquei vermelha, mais ele não estava perto para ver.

#Continua


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente que medo de postar meu livro. hahaha, e ai gostaram? Espero que sim, logo logo posto mais. (:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Coração De Brenda" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.