O Coração De Brenda escrita por VehMoreira
Notas iniciais do capítulo
Aquela era a unica maneira de escapar do medo e da angustia que me perseguiam.
Eu estava prestes a sair de casa, quando o meu celular tocou. Era minha mãe, eu não queria atender, já que ela estava do outro lado da porta do meu quarto. Eu me levantei da cama, e passei o papel por debaixo da porta, ela leu, eu tive certeza, pois o choro parou, e a porta de seu quarto bateu.
Sai do meu quarto, fechei a porta e desci a escada correndo, carregando minha mala. Buddy veio correndo ao meu encontro e me abraçou.
- Buddy meu amor, Eu... amo muito você, nunca se esqueça disso . – E saí, deixando para traz minha mãe e Buddy, chorando.
O que tinha acontecido hoje não foi nada, coisas piores já haviam ocorrido. Com minha mãe deixei apenas um bilhete meu, dizendo que não se preocupasse comigo, e que eu a amava muito. E Buddy... Meu pequeno Buddy ele foi o motivo pelo qual suportei ficar na casa de minha mãe, ouvindo de tudo e agüentando calada, tudo por ele, meu pequeno irmãozinho de apenas 5 anos, que ainda não entende nada da vida.
Fui vagando pelas ruas sem rumo, o amanhã não me importava. Não olhei para os lados, pois sabia que os vizinhos estavam na rua me observando, e muito menos para traz, pois não queria olhar para casa. Peguei meu celular e disquei sem pensar, havia o conhecido pela internet fazia apenas quatro meses, que mais se pareciam anos de amizade, ele era o único que podia me ajudar, pois era simplesmente maravilhoso. Vagando em meus pensamentos ouvi alguém dizendo:
- Bre! Bre amor? O que foi? Você está chorando? Bre você está ai bebe? Responda-me, por favor.
- Oi amor, estou bem sim, bom nem tanto... É que eu sai de casa.
- Hã? O que? Porque você fez isso bebe? – O tom da sua voz era urgente.
- A muitas coisas... Mas, posso ir pra sua casa bebe?
- Claro meu amor, não precisa nem pedir, mais você viu que horas são? Você mora a 3 horas daqui, como você vai vir?
- Vou de ônibus, na hora que eu chegar te ligo.
- Claro não vejo a hora.
E assim desliguei o celular.
Paul e eu, já tínhamos nos encontrado varias vezes durante os quatro meses que havíamos nos conhecido. Ele era um cara bacana, morava sozinho, trabalhava, e nunca quis algo comigo além de uma amizade, eu já havia passado um semana inteira em sua casa e em nenhum momento ele me desrespeitou.
Chegando à rodoviária peguei o ultimo ônibus, que havia, e fui para casa de Paul. Acordei com o motorista do ônibus me dizendo que havíamos chegado. Liguei para Paul me buscar, e nem notei a hora. Quando ele chegou na rodoviária veio ao meu encontro, com um sorriso lindo estampado em seu rosto. Paul era o tipo de cara perfeito, não tão alto, com a pele morena clara, cabelo preto e bagunçado num topete mal feito, seus olhos são de um preto intenso, trabalha de gerente em uma das lojas mais importantes da cidade, é responsável, educado e galanteador. Pode parecer perfeito e realmente era.
- Meu bebe, em 30 minutos chegamos em casa está bem? - Ele sorria mais não me olhava, seu olhar estava fixo ao caminho.
- Ok bebe. – Foi só o que eu disse.
E não voltamos a falar por todo o caminho. Comecei a pensar em quando tinha 14 e 15 anos. Lembrei-me do colégio, das pessoas, dos professores, e finalmente DELE. O meu primeiro amor. E quando dei por mim havíamos chegado à casa de Paul. Lagrimas escorriam por meu rosto. Paul tirou um lenço bonito de seu bolso e me ofereceu. Peguei o lenço de sua mão e enxuguei as lagrimas. Ele me observava, até que disse:
- Quer que te leve de volta a sua casa? – Seu olhar era intenso e preocupado.
- Não meu amor, é... Oh meu Deus! São 02h50min da madrugada, me desculpe bebe. Você trabalha amanhã?
- Sim. Mais não se preocupe, vou trabalhar somente a tarde para cuidar de você. Agora vamos entrar você tem que descansar, porque depois vai me contar porque saiu de casa.
- Ok bebe. Mais prefiro não te contar ainda. – Olhei para ele, mais ele não me olhava, seu olhar estava vago, mais ele sorria.
- Tudo bem. Só quero que você fique bem.
Era incrível como ele se preocupava comigo.
- Amanhã quero procurar um emprego... – eu disse, mas ele me interrompeu e olhou para mim com um olhar de proteção e sedutor ao mesmo tempo.
- Brenda, não pense nisso agora bebe, você vai entrar, depois conversaremos sobre isso.
Ele sorriu e eu me perdi olhando para ele, como é que ele poderia ser tão parecido com... Com ele.
Paul saiu do carro, deu a volta e abriu a porta para mim, saindo do carro cambaleei e quase cai, mas Paul me segurou. E como era um perfeito brincalhão, começou a rir de mim sem parar. Eu empurrei os braços dele que ainda estavam envolta de mim, e sai de cara fechada. Paul pegou minha mala de dentro do carro e veio correndo atrás de mim, jogou a mala no chão, e pulou em cima de mim, que cai, na grama.
- Seu idiota, saia de cima de mim, saia. – Eu o empurrava com toda a força, mas ele era pesado demais, e não moveu um só musculo.
- Ah sua bobinha, você se acha forte é? – Ele ria muito. E isso estava me deixando nervosa.
- Para, Paul, por favor, saia... – Eu estava quase chorando.
- Ok, Ok.
Ele se levantou de cima de mim, e ofereceu sua mão para me ajudar a levantar. Mas eu não aceitei e levantei sozinha.
- Ah Brenda, pare de ser chata, vem cá, vem?
- Idiota! Eu te odeio – Eu realmente estava brava com ele.
- Vamos sua bobinha, vamos entrar... – Ele ainda ria muito.
Sua casa era linda e com 2 andares, o lado de fora era branco, com detalhes em azul. Entramos em sua casa, e tudo estava como da ultima vez que estive ali, que estava quase fazendo duas semanas. Tudo era bonito e arrumado, sua sala com uma TV grande e um sofá aconchegante, ele adorava assistir filmes, tudo muito organizado e limpo. Fui para o quarto de visitas para arrumar minhas coisas, só percebi que faziam horas que não comia porque minha barriga roncou. Sai do quarto desci as escadas e encontrei Paul assistindo televisão.
- Oi bebe! – Disse ele esboçando um sorriso de alegria - Não vai dormir não? Você deve estar cansada... Quer antes tomar um banho? – Seu sorriso agora era sedutor e malicioso, que eu quase não agüentei, eu sei que ele não quer nada comigo e eu também não quero nada com ele, é que simplesmente parecia com o sorriso bobo do meu primeiro amor e isso me seduzia. Então respondi saindo da sala e indo para a cozinha.
- A claro, estou precisando. – Já passava das quatro da manhã. – Vou comer algo primeiro, estou com fome. – Eu sempre tinha fome.
- Você sabe onde fica tudo não sabe bebe? Sinta-se em casa.
-Está bem. E... Obrigada de novo. – Eu fiquei vermelha, mais ele não estava perto para ver.
#Continua
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Gente que medo de postar meu livro. hahaha, e ai gostaram? Espero que sim, logo logo posto mais. (: