Um Amor Quase Impossível escrita por stehrj, Gabriele
Como eu odeio matemática! Tive vontade de tacar meu livro de matemática pela janela, mas acho que não seria uma coisa boa de se fazer. Agora preciso falar com a Vic porque falta 1 hora para eu me encontrar com o Carlos, então tenho que ser rápida.
Eu: Oooooi Vic!
Vic: É, não tenho nada pra fazer hoje, então adoraria ir com você.
Eu: Que?
Vic: Sempre que você vem com um oi de cinco “os” e um “i”, é óbvio que vai me convidar pra ir junto com você em algum lugar. Acha que eu não te conheço, Kessy? Que horas?
Eu: As 7:30, no píer. O Carlos também vai.
Vic: Hummmmm. O Carlos também vai. Tá podendo, hein dona Kessy? Aposto que vão se beijar!
Eu: De novo com essa história Victória?! O Carlos não está apaixonado por mim e nem eu por ele. Que cisma!
Vic: Cisma? Todo mundo já sacou. Você vai ver lá no píer. Vamos perguntar pra quem for.
Eu: Eu não acredito nisso. Você está mesmo convencida, né?
Vic: Não só eu, como todo mundo. Menina, você anda muito desligada! Até há alguns dias o Roberto veio me perguntar o que estava rolando entre você e o Carlos, se estavam namorando, se estavam envolvidos, e eu falei que não, mas ele saiu não com muita certeza disso. Se até o Roberto já notou, quem dirá os outros.
Eu: Vocês estão todos enganados, ou melhor, loucos. O Carlos gostar de mim? De onde vocês tiraram isso?
Vic: Presta atenção, Kessy: se você visse o jeito que o Carlos olha pra você, teria certeza. Um olhar carinhoso, atencioso, como se estivesse ali só para cuidar de você. Imagina que fofo vocês dois juntinhos, aiai.
Kessy: Não vou ficar aqui ouvindo besteiras! Falta 1 hora e meia, então se arrume. Tchau!
Vic: Então tá, mas lembre-se: o Carlos sempre amará você.
Kessy está offline.
Nossa, falta só meia hora. Passei tanto tempo assim conversando com a Vic? E ela de novo com aquela história ridícula de que o Carlos me ama. Vou até perguntar pro Roberto se ele pediu isso mesmo pra Vic, porque eu não acredito muito. Vou me arrumar e vou logo pro píer. Mal posso esperar para o que o Carlos vai me dizer!
Pronto, aqui estou eu procurando o Carlos nessa multidão enorme. Ah, já achei. Ele está acenando lá. Vou correndo, ansiedade é o que não falta.
- Oi Kessy! Tudo bem? – ele disse com aquele sorriso lindo que ele tem.
- Tudo, e com você?
- Estou bem. Bom, eu não vou esperar pra te falar o que quero dizer... E, eu quero que saiba antes, que eu já sinto isso faz muito tempo.
- Sente? Não estou entendendo... – eu falei, confusa de verdade.
Ele ia começar a falar, quando chegou um homem com cara de bêbado. Ele ficou parado na nossa frente e começou a falar.
- Oi amiguinho. – ele começou, com uma típica voz de bêbado. – Vejo nos seus olhos alguma coisa estranha... Conta pra ela o que você está sentindo logo, quero saber.
Após falar isso, se sentou no chão e começou a tomar alguma coisa que estava dentro de uma garrafa que ele carregava. O Carlos olhou pra mim e rindo, disse:
- Acho melhor você maneirar na cachaça, cara.
- Mas isso não é cachaça! É limonada. Espera! Nanico, volta aqui, nanico. Eu conheço esse nanico. Vem junto amiguinho. Chama o nanico.
Eu não estava entendendo direito o que ele estava falando, mas comecei a rir. O Carlos também. Todos a nossa volta pararam pra ouvir, e estavam rindo, alguns filmando, outros só observando. Só sei que nunca tinha visto algo tão engraçado. O homem saiu correndo atrás de um outro cara bem baixinho, mas que aparentava ter uns 30 anos. Olhei para o Carlos ainda rindo, e ele ainda estava olhando para onde o bêbado estava. Logo, quando percebeu que eu o observava, se virou para mim.
- Existe louco pra tudo, né?
- E o que você estava dizendo? – eu sorri.
Ele olhou para baixo, suspirou e, sério, olhou para mim novamente.
- É difícil para eu explicar... Eu acho que isso pode interferir na nossa amizade e não sei como você vai reagir a isso. Vou falar logo o que quero... Kessy, eu te...
Nesse momento a Victória chegou gritando feito uma louca, dizendo que finalmente tinha nos achado e que queria que nós fôssemos urgente com ela na roda gigante. Só faltei esganá-la! Bem quando o Carlos ia falar, ela chega que nem uma desesperada. Essa menina é neurótica, acho que ela precisa de um psicólogo urgente. Corremos atrás dela sem entender o motivo de tanta pressa, e quando chegamos lá ela só parou na fila e ficou sem falar nada.
- Qual era a urgência, Victória? – eu perguntei, quase dando um soco na cara dela.
- Que vocês viessem comigo na roda gigante, oras. – ela falou como se fosse óbvio.
- Eu não acredito que você trouxe a gente aqui só pra isso. – o Carlos levantou as mãos.
Ela ficou sem falar nada. Quando chegou nossa vez, ela nos empurrou pra dentro de uma das cabines e falou para o responsável pela roda gigante ligar e ela começou a rodar. Eu e o Carlos ficamos sem entender e vimos que tinha um papel preso no banco. Eu peguei e comecei a ler, pois estava escrito “Para a Kessy”.
Sei que você deve estar pensando “O que deu com a louca da Victória?”, então vou explicar a razão de você estar presa com o Carlos aí em cima. Então, lembra quando eu disse pra você que o Carlos era apaixonado por você? Eu estava falando sério. Pelo menos foi isso que o Vinicius me falou naquele dia. Eu estava conversando com ele sobre você e o Carlos, como formavam um casal bonitinho, e ele disse que não era pra eu me preocupar, que eu podia ficar feliz porque o Carlos era perdidamente apaixonado por você, e ele ia te falar isso no píer, hoje. Eu não tive dúvidas: falei com o responsável pela roda-gigante e ele disse que gostaria de ajudar, e então aceitou. Agora vocês já devem estar bem no alto e a roda-gigante já deve ter parado de rodar. Vocês vão ficar aí aproximadamente até EU VER UM BEIJO ROMÂNTICO. É pro seu bem, viu Kessy?
Um beijo,
Vic (não me odeie por isso, só quero que tudo se resolva logo).
Eu não acreditei no que tinha lido. O Carlos tentava a todo custo deixar ele ler, mas eu nem ligava. Depois que terminei de ler a carta, ao perceber que a roda-gigante tinha mesmo parado, olhei pro Carlos.
- O que foi? – ele me pediu, sério.
- Quer terminar o que tinha pra me contar?
Ele olhou pra baixo. Era como se soubesse o que estava escrito no papel. Logo voltou seu olhar para mim.
- Promete não ficar brava? Que seremos amigos? E que não vai interferir em nada na nossa amizade?
Como pode querer me contar que é apaixonado por mim e querer que sejamos só amigos? Nem sei se acredito que ele dirá isso agora.
- Pode falar. É claro que seremos amigos. Pra sempre, tá?
- Pra sempre. – ele repetiu. – Amigos? Pra sempre?
- É. Por que? Não quer?
- Na verdade não é bem isso... – ele olhou para trás.
- Fala logo, Carlos!
- Eu estou namorando a Laura. – ele franziu a testa.
Eu fiquei sem palavras. Só sei que fiz uma expressão surpresa e então a roda-gigante voltou a rodar. Não sei nem o que senti naquele momento. “Como assim namorando?” eu pensei, mas quase falei. Eu sempre soube que a Victória estava louca de achar que o Carlos gostava de mim, mas seria melhor do que ele estar namorando. Na verdade eu nem conheço essa Laura, só sei que ela era muito querida por todos.
Quando a roda-gigante parou, eu joguei o papel em que estava escrito que o Carlos era apaixonado por mim no lixo. Disse tchau para ele, puxei a Vic para ela me acompanhar e ela começou o questionário.
- E aí? Como foi? Por que vocês não se beijaram? – ela me sacudiu.
- Não sei explicar... Foi... Foi horrível! – eu quase gritei.
- Horrível?
- Ele está namorando e você me prendeu na roda-gigante pra eu ouvir isso?
- Espera... Namorando? Pensei que ele ia te falar que... Ai, Kessy, eu sinto muito. – Ela colocou a mão na cabeça.
- Seria melhor que ele tivesse dito que gostava de mim, sinceramente! E que “carta” era aquela?
- Me conta o que rolou lá em cima. – ela falou, calma.
Eu expliquei tudo que ele tinha falado e, num certo ponto, ela sorriu e saiu dando pulinhos.
- Essa história de namoro só pode ser inventada! Sabe por quê? Porque ele disse que não queria ser seu amigo para sempre: ele quer ser mais que um amigo, quer ser seu namorado!
- Eu estranhei isso, mas nem dei bola. Só o mandei falar porque eu estava curiosa. Mas duvido que ele goste de mim. Fala sério, Vic!
- Vem comigo. – ela saiu me puxando.
Chegamos perto da lata de lixo da roda-gigante e paramos. Ela mexeu dentro da lata e sorriu pra mim.
- Viu? Cadê aquele papel que você jogou no lixo? Aquele que eu escrevi?
- Não está no lixo, não? – eu falei meio surpresa.
- Não. Isso quer dizer que alguém pegou, e esse alguém é o Carlos!
Ela saiu correndo e foi conversar com o responsável da roda-gigante, enquanto eu fiquei parada, olhando. Ela perguntou se alguém tinha mexido no lixo quando elas foram embora. Ele falou que foi o menino que estava com a gente antes. O Carlos. Ela agradeceu e fomos em direção a saída do píer, e nem acreditei quando vi quem estava lá. Como ele descobriu?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Aqui está o novo capítulo! Desculpem pela demora, estou na praia e só entro as vezes, quando FINALMENTE a rede sem fio conecta. Postem reviews aqui com suas opiniões, elogios, críticas, enfim, precisamos de vocês nesses momentos de novos capítulos haha.
Obrigada pelos reviews até agora, eu e a Gaby estamos muito felizes por saber que gostaram *-*
Beijos! Espero encontrar mais reviews da próxima vez que vier aqui haha!