Crise De Identidade escrita por Venomous Spider


Capítulo 4
Idiota


Notas iniciais do capítulo

Oi =D



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O almoço na casa de Kai havia sido horrível.

Horrível.

Muito irritante, serio vocês não tem noção!

Eu estava com uma cara péssima, e todo mundo percebeu... E Maya ainda estava toda “sorrisos”, e aquilo estava me irritando.

Eles eram MEUS amigos, então oque ela estava fazendo ali?E porque era eu que estava me sentindo fora do lugar?

Ela era uma intrometida, e me repreendia com o olhar a cada resposta mal humorada que eu dava. Como se a culpa daquilo não fosse dela... Se bem que na verdade, não era.

Antes eu queria terminar com ela pelo fato de eu ser gay, agora era pela incrivel irritação que ela estava me trazendo. Ta que a culpa não era dela, mas que se importa? Eu culpo quem eu quiser.

E agora vou culpar o fato de ela ter se intrometido na minha vida com meus amigos pra começar uma discussão.

Havia meia hora que estávamos na minha casa, e meia hora que ela reclamava e questionava sobre o porque de eu a estar evitando.

A verdade é que, quando saímos da casa do Kai, eu e ela fomos para a minha casa e acabamos tendo uma briga feia. Ela acabou me deixando irritado, e eu esqueci que de começo não queria magoa-la, lembrei-me disso apenas quando toda a merda estava feita, e ela tinha saído triste de meu apartamento.

Acabei ligando paras os meus amigos, afim de conversar, pensando que eles viriam me ajudar.

Engano meu.

Só Kou apareceu em minha casa, ele parecia preocupado. Tive que admitir que no fundo, eu não estava mal, só meio abalado pois não queria ter magoado Maya.

Kou insistiu varias vezes no assunto de aquilo estar acontecendo por eu estar diferente, tentei desconversar mas ele insistia.

Ele me dizia que a culpa não era minha, e que todas as pessoas se machucavam as vezes. Isso era inevitável... Pra mim, pra ela. O fato é que era melhor, melhor do que estarmos juntos, sem um amor mutuo, apenas nos machucando.

Kou sabia falar bem sobre esse tipo de assunto, não me lembrava de seus relacionamentos, ate porque ele sempre fora muito reservado e nunca nós deixava espaço pra saber de muita coisa mesmo, mas devia ser uma boa pessoa, além de muito bonito.

– A questão Yuu, é que essas coisas acontecem porque você está diferente ultimamente. Oque você tem Yuu? – Ele não cansava de insistir naquele assunto? Que merda...

– Eu virei gay Uruha!

E a cara que ele fez, os olhos arregalados, a expressão assustada... Eu não sabia se ria, ou se chorava. Eu havia contado, e agora? E se meus amigos me descriminassem?

– Ta falando serio Yuu?

– Kou... Por favor, diz que você não vai deixar de ser meu amigo por isso! – Ele arregalou os olhos mais ainda.

– Claro que não Yuu, eu só estou... Surpreso, eu acho. Como isso aconteceu? Você está saindo com algum...

– Não, não... Eu só, gosto de homens eu acho... Isso é estranho? Quer dizer nossa amizade vai continuar a mesma depois disso... não é?

– Nossa amizade? Claro Yuu, não tem nada de errado em você ser gay. – Riu... Não entendi o porque. – Coitada da Maya!

– Eii, não ria, ela ficou realmente magoada, me sinto muito estúpido por isso.

– Mas bem, não é como se a culpa fosse sua... E nem dela. As vezes é melhor terminar do que ficar sofrendo não é mesmo? Talvez tenha sido melhor desse jeito. Agora, ela ia ficar muito puta se soubesse os motivos.

– Ela saiu daqui de casa muito puta Kou! – Eu estava muito mal por isso.

– Calma Yuu, talvez... Você devesse conversar com ela, pedir desculpa e tentar fazer as coisa de um jeito mais manso. – Abraçou-me.

– Acha que ela me desculpa?

– Claro! Se você não contar pra ela que é gay. – Riu, esse desgraçado.

– Que saco Kou, vai ficar me tirando agora?

– Desculpa Yuu, mas é inevitável!

– Kou? Os outros vão reagir bem? Assim como você?

– Claro Yuu, somos seus amigos, sendo você oque for...

E naquele momento eu me senti feliz, por ter ótimos amigos, que me apoiavam, mesmo em uma situação assim...

Mesmo o Kou fazendo piadinhas comigo a cada cinco minutos.
Kou e eu ficamos fazendo bagunça em meu apartamento a tarde inteira, e acabamos bebendo muito mais do que seria “permitido” se o Kai estivesse ali... Mas como ele não estava.

Eu e Kou bebemos tanto, e falamos tanta besteira, que eu ate me esqueci do quão idiota eu fora mais cedo...

Péssimo!

Talvez, se eu ainda lembrasse não teria feito a merda que fiz. Porque Yuu você é um grande idiota...

Muito, muito idiota.

Já era noite, e eu não deixei o Kou voltar pra casa, afinal ele tinha bebido demais, não podia dirigir.

Nós dois estávamos muito bobos, embora ainda com os “pés no chão” ou pelo menos eu achava.

Liguei a televisão, não ligando para oque estava passando, Kou se jogou no meu sofá, deitando-se, jogando suas pernas por cima das minhas. E eu me inclinei um pouco pro lado, deitando me em seu quadril.

Nós não falávamos nada, mas não assistimos a televisão também, e foi ai, que eu acabei com uma das minhas melhores amizades.

– Kou?

– Que foi Yuu?

– Você disse, que não se importava com o fato de eu ser gay não é mesmo?

– É Yuu, eu não me importo. – respondeu meio sonolento.

– Então... – hesitei. – Você deixa eu te beijar? Só pra... Bem... Eu saber como é?

Ele se virou pra mim, e me fitou por um tempo, e bem, eu estava bem cara de pau mesmo, afinal eu não estava muito em “mim”.

– Certo. – Ele disse.

E então eu me aproximei, daquela boca pequena e tão bonita, encostando os meus lábios nos dele, parando, e ficando daquele jeito por alguns momentos.

Me acomodei melhor no sofá, meu corpo um pouco sobre o dele, e então pedi passagem entre seus lábios, passagem que quando concedida me deu espaço para sentir, uma das melhores sensações que eu já sentira. Aquela boca macia, quente, tão agradável.

Deixei que minha língua explorasse cada pedacinho de sua boca, e surpreendi-me um pouco, quando senti sua língua enroscar na minha. Ele correspondeu o meu beijo, de forma intensa, e eu não pude deixar de apreciar da boa vontade de meu amigo. Aproveitando-me daquilo, o máximo possível, tentando ignorar a nossa falta de ar, querendo apenas continuar ali. E quando fomos obrigados a nos separar, mordi seus lábios, em um gesto automático, evitando olhar seu rosto.

Não lembro ao certo quando adormecemos, mas lembro-me de não encontrar Kou ao meu lado quando acordei. Procurei por todos os cantos, mas sem chance, ele havia ido embora.

Provavelmente imensamente chateado comigo, porque eu tinha feito aquilo? Porque você foi pedir pra beijar o Kou?

Não que aquilo tivesse sido ruim, de forma alguma. Havia sido imensamente bom, e apesar de sua cabeça que doía, e as costas, provavelmente por ter dormido de mal jeito. Aquele beijo, bem ele ainda não saia de sua mente.

Droga Yuu, oque ele deve estar pensando de você agora?

Porra Yuu... Porque você fez isso?

Haa mas é claro...

Merda Shiroyama, você é um grande idiota.


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Notas finais do capítulo

Se tiver algum erro ai, me perdoem. Não foi revisada...
Então, reviews?