Running Away From Hell escrita por GabanaF


Capítulo 14
Cap. XIV — The Calm After


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como estão? Bem, normalmente eu postaria esse capítulo no domingo ou até mesmo na segunda, mas como meus professores faltaram quarta e quinta - amém Senhor! -, resolvi me adiantar aqui e em algumas tarefas que estava devendo.
Eu espero que vocês gostem desse capítulo, e bem, queria que vocês lessem ouvindo Chasing Cars, da banda Snow Patrol, principalmente na segunda parte Faberry... Ok, já falei demais, vou deixar para vocês lerem!



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27 de Março de 2012

Cozinha, Mansão do Sam, TN

11:16 AM

— Pessoal! — Quinn chamou a atenção deles, que ocupavam a cozinha e conversavam em pequenos grupos. Ela bateu uma colher na panela mais próxima; todos silenciaram quase que instantaneamente. — Valeu pela atenção. É o seguinte: agora que, hm — Quinn lançou um olhar de relance na direção de Sam —, nós perdemos Mercedes, não temos mais ninguém para fazer, digamos, tarefas domésticas. Eu sei que alguns de vocês ajudavam, mas era ela que cuidava de tudo.

Quinn fez uma pausa, olhando para cada um de seus amigos com admiração. Ela pigarreou e continuou:

— Obviamente, precisaremos dividir as tarefas. Sem condomínio para ir ou viagens longas e cercas, creio que seria um bom recomeço para nós. Vamos cuidar dessa casa e mantê-la viva e funcionando nos moldes até sei lá quando isso continuar.

Seus amigos ainda permaneciam em silêncio. Quinn se perguntou se estava fazendo a coisa certa. Sentiu Rachel pegar sua mão, e o calor de seus corpos se tocando — o mínimo que fosse — deu a Quinn a energia necessária para prosseguir.

Ela se soltou de Rachel e abriu o notebook emprestado de Hanna. A bateria estava quase acabando, mas, com alguma sorte, Brittany iria ligar o gerador aquela noite e o computador estaria carregado outra vez. Quinn estreitou os olhos para achar a planilha que ela formulara junto com Hanna, onde informava os horários e atividades de cada um para o próximo mês.

— Aqui — ela murmurou para si ao encontrar. Levantou os olhos para a turma estranhamente silenciosa e disse: — Muito bem, galera, os últimos dois dias têm sido uma loucura, mas as coisas vão se organizar. Pelo menos espero. — Quinn direcionou seu olhar a Santana, irritada. A garota apenas deu de ombros. — Para os próximos dois dias, quem fará o almoço será Brittany e Rachel; quem cuidará de Beth serei eu e Puck; e quem limpará a cerca hoje à noitinha será Hanna e Santana.

Santana arregalou os olhos. Abriu a boca, pronta para reclamar, mas Brittany a impediu com um aperto de mãos — que, pelo que Quinn viu de longe, deveria ter doído, e muito. Hanna deu um sorriso sereno; Santana bufou e se aconchegou no abraço de Brittany.

Aquela ideia de pôr as duas juntas tinha vindo de Brittany. Quinn estava preocupada em colocá-las o mais longe possível uma da outra, e então, Brittany chegou e praticamente implorou para que as pusesse no mesmo grupo, em qualquer lugar, em qualquer tarefa. Ela, que também queria ver Santana se dando bem com Hanna, não pôde recusar.

Rory levantou a mão, confuso.

— Dá licença Quinn... Mas não deveria haver nossos nomes aí? — Ele apontou para Harmony, Sugar e Sam, além dele próprio.

Quinn checou o notebook outra vez. Bateu com a mão na cabeça, xingando-se mentalmente.

— Sugar e Harmony... jantar hoje e amanhã — respondeu Quinn, olhando duas vezes para ter certeza. — Rory e Sam... dia de folga?

— Imaginei que seria interessante algum tempo de folga para nós — disse Hanna, sorrindo. Quinn franziu a testa para ela.

— É, porque nos últimos dias estamos trabalhando pra caralho, né — retrucou Santana sarcasticamente, revirando os olhos.

Quinn suspirou, cansada. Não importava muito; Hanna sabia que, tanto Quinn quanto Santana, queriam um tempo para poder ficar com Rachel e Brittany sem nenhuma tarefa interromper-lhes. Havia sido um bom gesto da parte dela.

— Ok, vocês estão liberados — disse Quinn. Puck correu para sair logo e verificar Beth, ainda dormindo. — Rachel... se não for pedir muito, fique aqui.

Santana ergueu as sobrancelhas para Quinn, inquiridora, mas ela simplesmente a respondeu com um gesto obsceno. Parar variar, Rachel torceu o nariz para a amizade estranha entre elas, no entanto, fez o que lhe foi mandado e continuou sentada na cadeira da cozinha.

— Você tá fazendo um ótimo trabalho — elogiou Rachel antes que Quinn começasse a falar. — Sam continua meio deprimido por causa da morte de Mercedes, eu acho que não teria alguém mais capacitado para o cargo do que você.

Aquele elogio eliminou tudo o que Quinn queria falar para Rachel naquele momento. Passou alguns minutos observando o sorriso contido da garota apaixonadamente, quando Rachel tossiu, começando a sentir-se envergonhada pela fixação de Quinn. Pigarreou, sentindo as orelhas ficarem vermelhas, e disse:

— Eu, hm... obrigada... — Quinn pegou a mão de Rachel sobre a mesa e a acariciou entre as suas. — Não era sobre isso que queria falar, no entanto.

Quinn fitou os olhos chocolates e brilhantes de Rachel. Agradecia todos os dias por estar acordando ao lado dela num lugar relativamente calmo no meio daquele inferno todo. Às vezes, por uma infelicidade de sua mente, acabava por pensar no hospital, no começo de tudo, quando Rachel era mais uma garota internada e Quinn era sua melhor amiga que a visitava quando lhe era permitido.

Perguntava-se o que podia ter acontecido se nenhum vírus zumbi tivesse espalhado pela Terra e Rachel saísse do coma no mundo normal de antes. Se Rachel se lembraria dela, da forte amizade que partilharam. Se alguma força mágica do universo faria com que a garota terminasse com Finn e percebesse que as duas pertenciam uma a outra. Talvez até fosse impossível, entretanto, ela, Quinn, nunca iria desistir. Uma única chance com Rachel Berry era melhor que nada, certo?

Certo. E era por isso que ela tinha que fazer valer a que ela havia ganhado agora.

— No fim da tarde... — Quinn começou nervosa, tirando as mãos de cima das de Rachel e as esfregando entre si — pode ficar comigo, no n-nosso... digo, digo, meu!... — ela balançou a cabeça, decepcionada; a outra garota riu — quarto? Tenho uma surpresa para você.

As sobrancelhas de Rachel arquearam e ela parou de rir na hora. Quinn voltou a se xingar mentalmente, por ter sido tão idiota e não ter pedido o que queria naquele momento, até Rachel assentir. Ela deu um pulinho na cadeira, animada.

— Qualquer coisa por você, Quinn. — Rachel se levantou e beijou a testa da garota. Quinn ficou paralisada, sorrindo bobamente. — Bem, chame Brittany para mim, por que é hora de caçar alguma coisa para o almoço!

Quinn obedeceu prontamente. Ah, como ela sentia falta da Rachel Berry decidida do Glee Club. Mas não mais. Por que, de alguma forma, essa Rachel parecia estar voltando para ela.


27 de Março de 2012

Quarto de Brittany e Santana, Segundo Andar, TN

02:11 PM

Brittany revirou os olhos, se perguntando como, durante tanto tempo, ela conseguira lidar com Santana. A garota era impulsiva demais, falava demais, reclamava demais... Possuía a maioria das personalidades das pessoas mais chatas do planeta. Brittany vivia se questionando por que gostava tanto dela.

Por exemplo, naquele momento, Santana andava em círculos pelo quarto das duas, exclamando irritada o quanto não gostava de Hanna, e tendo plena certeza de que aquilo tudo era um plano maligno de Quinn para que elas dessem certo de alguma forma.

— Quer dizer, é óbvio que Quinn tem uma queda por ela! — dizia Santana, às vezes parando e encarando a namorada, deitada na cama, indignada. — E ela quer me ferrar! Quinn não gosta de mim, eu sabia!

Brittany enfiou o rosto nas mãos, bufando irritada. Havia sido ela que pedira a Quinn para pô-las numa mesma categoria durante aquela grade estúpida de horários. Conversara com Hanna antes, ela também concordava que o medo irracional de Santana em perder todos que ama para ela, Hanna, estava saindo do controle.

— Santana, me faz um favor — Brittany interrompeu o monólogo irritante da garota ao levantar os olhos cansados para ela. — Fique em silêncio. Cinco minutos, por favor, só isso.

Santana arregalou os olhos para Brittany. Ela parou de dar voltas no quarto e sentou-se na cama ao lado da namorada, inesperadamente preocupada.

— Está com dor de cabeça? — indagou, perturbada. — O que foi? Alguma coisa no seu corpo tá doendo? Eu posso chamar...

Ela começou a apalpar as pernas de Brittany, subindo para seus braços e depois o próprio rosto da garota. Brittany riu, sentindo cócegas nos lugares onde Santana encostara. Parou a garota num gesto rápido, segurando seus braços.

Santana pulou para cima de Brittany, que ainda mantinha seus punhos presos, parecendo se esquecer completamente que estava com raiva segundos antes. Ficaram nessa briga por alguns minutos, às vezes Brittany conseguia sair de baixo de Santana e poder finalmente respirar um pouco, para ser sufocada pelo tanto amor que a namorada lhe dava. Às vezes, Santana era a mais forte e a prendia por baixo dela e dava-lhe tantos selinhos e beijos que Brittany sentia-se sufocada.

— Ok, eu desisto! — clamou Brittany por misericórdia, ofegante.

— Então ganhei? — perguntou Santana, fingindo inocência, ainda prendendo Brittany por baixo dela. — Grande novidade.

Brittany revirou os olhos. Santana deu uma risada e caiu ao lado da namorada, dando algum espaço a ela.

— Qual é o meu prêmio?

— “Sobreviver” à sua hora com Hanna hoje — respondeu Brittany, séria. A expressão de Santana se transformou na hora. Estava ansiosa. — Qual é Sant, por mim!

Santana fixou os olhos no teto, sem responder. Brittany ficou lhe encarando por algum tempo, mas logo cedeu ao silêncio da namorada e virou de barriga para cima, observando a brancura que o teto do quarto lhe proporcionava. Subitamente, sentia-se cansada da brincadeira que compartilharam minutos antes. Não cansada, no sentido literal da coisa, mas sim... culpada. Como se não devesse ter se divertido, não com esse tanto de lances acontecendo.

A morte de Mercedes fora um acontecimento trágico, obviamente, mas já se passara quatro ou cinco dias — Brittany não sabia direito — e a vida continuava. O clima da mansão não era um dos melhores. Sendo franca, somente ela, Quinn, Hanna e Puck continuavam fazendo o que deveria ser feito. Não que os outros (além de Santana e Sam, para falar a verdade) fizesse muito, no entanto, Brittany sentia falta da atmosfera legal na casa. Todos tinham perdido muito, mas naquele mundo, como Puck dissera para ela na noite anterior, eles precisavam se proteger e torcer para que nenhum walker interrompesse isso.

Brittany sentiu a mão de Santana na sua, o que meio que acabou com seus pensamentos e reflexões. Seus dedos entrelaçaram, e Brittany pensou que, mesmo depois de tantos anos de namoro, amizade e sexo sem compromisso, o mínimo toque delicado vindo de Santana lhe dava calafrios.

— Eu aturo aquela garota... — disse Santana lentamente — só por que você pediu.

Alguma coisa no olhar que Santana lhe deu fez com que Brittany repensasse aquela proposta de casamentos de dias antes, além do fato de redescobrir por que ela gostava tanto de Santana.


27 de Março de 2012

Quintal dos Fundos, Mansão do Sam, TN

05:59 PM

— Isso vai ser bom... — Sam murmurou no ouvido de Santana às seis horas em ponto, quando viu a garota descer as escadas na direção dos quintais.

Santana hesitou em xingar Sam. Não sabia se seria certo mandar-lhe catar coquinhos se ele continuasse de luto por Mercedes. Ela olhou para os lados, preocupada, percebendo que seu carrasco, Quinn Fabray, não se encontrava em lugar nenhum.

— Faça seu trabalho, está quase escurecendo.

Sam empurrou Santana para fora da mansão. Chateada, Santana encontrou Hanna no meio do quintal, perto de onde seu morto-vivo filho da mãe havia matado Mercedes. Hanna observava a trave que tinham usado para prendê-lo com interesse; as cordas estavam soltas e jogadas. Quinn tinha dado um sumiço no walker — queimando-o ou jogando-o numa vala qualquer, Santana não sabia — para que a memória de Sam não fosse mais afetada do que já estava.

Santana pigarreou para anunciar sua presença. Hanna ergueu os olhos, surpresa, e acenou de forma contida. Santana bufou, descendo os degraus da pequena escadinha entre a porta da cozinha e o quintal, se juntando à garota.

— Como pode ver, não temos muitos hoje. — Hanna apontou para a cerca. Alguns errantes se remexiam, com os braços presos, querendo uma forma de sair. — Eu tomei a liberdade de olhar os outros lados da cerca. Eles estão relativamente mais cheios que esse.

Ela assentiu, tirando sua faca de bronze da bainha. Hanna olhou para Santana num misto de admiração e ansiedade, o que a garota não deixou passar despercebido. Talvez, apenas talvez, Hanna não fosse tão má quanto ela pensava.

— Eu roubei quando assaltamos uma loja de pesca lá em Lima — explicou Santana, quebrando o silêncio que se impôs. — O meu facão e o de Quinn, também.

— Por que vocês entrariam numa loja de...? — Hanna começara a perguntar num tom irônico, porém Santana a calou com um olhar. — E então... de volta ao trabalho.

Hanna se aproximou de um walker preso à cerca, sem falar mais nada. Era baixinho, mais que Rachel, e possivelmente uma mulher no alto de seus sessenta anos. Santana sempre se indagava como podiam aparecer tantos errantes naquela região praticamente deserta.

Um olhar em volta lhe bastava para responder, contudo. Estavam cercados por matas e casas enormes, não mencionando que estavam a uns bons quilômetros de Nashville, que garantia ao mesmo tempo uma parte de segurança e outra de medo, pois manadas e mais manadas de walkers poderiam sair da cidade a qualquer momento e atravessar por ali.

— Sabe fazer isso? — Hanna virou para Santana, levantando as sobrancelhas. A garota fez o possível para não se descontrolar e mandar Hanna para o raio que o parta. Lentamente, concordou com a cabeça.

— Não sou idiota — respondeu.

— Ótimo.

Hanna deu um sorrisinho esnobe, voltando sua total atenção para o walker, enfiando a faca que possuía na mão direita num golpe certeiro na cabeça dele. O errante gemeu por alguns segundos antes de cair no chão, morto novamente.

— Ah, consigo fazer muito melhor, obrigada — zombou Santana, também se aproximando da cerca.

Agora que o primeiro errante fora morto e os tons zombeteiros das duas estavam relativamente altos, não demorou muito para que outros aparecessem perto delas. Santana sorriu de forma ameaçadora, sem ter certeza se era para o walker ou para Hanna, e mostrou o mesmo golpe da garota em outro errante.

Ao terminar, deu uma piscadela convencida para Hanna.

— Viu? Dez vezes melhor.

— Usou o mesmo golpe que eu, por favor — retrucou Hanna com superioridade.

Santana preferiu não responder à provocação. Fez um aceno para Hanna, indicando mais dois walkers que faltavam por aquela parte da cerca. Deixou com que a garota os matasse, seguindo direto para o lado esquerdo da mansão, onde acabou por encontrar mais errantes do que deveria.

— Seis... quem sabe sete? — contou Hanna ao se aproximar dela. Santana se afastou alguns centímetros da garota. — É difícil dizer.

— Escuta, nós não estamos aqui para contar os walkers, estamos para matá-los, e deixá-los para que possamos queimá-los pela manhã, saca? — rebelou Santana, revirando os olhos. A inteligência de Hanna a irritava, e muito.

Hanna encarou Santana com ar de riso, desistindo de abrir uma discussão e matando os walkers mais próximos da cerca. Ela tentou se concentrar em eliminar o maior número de mortos-vivos possível, mas a expressão de Hanna risonha na direção dela lhe intrigava. Será que ela estava sendo tão infantil assim?

Existiam verdadeiras razões para não gostar da loira bonita e alta ao seu lado, não existiam? Santana franziu a testa, apoiando o tênis na cerca para que pudesse tirar a faca da cabeça de um walker cabeçudo e com o crânio duríssimo. Quer dizer, nenhum deles sabia muito sobre o passado de Hanna. Nenhum deles tinha a mínima ideia se ela estaria mentindo sobre ser uma antiga estudante de medicina e essas coisas.

Santana sorriu. Qualquer chance de gostar de Hanna era acabada com aquele argumento. Hanna era um mistério que ninguém tinha tido coragem o suficiente para decifrar. Santana finalmente tirou a faca da cabeça do errante, desequilibrando e quase caindo para trás. Hanna riu.

— Fique quieta ou jogo isso aqui na sua cara acidentalmente — ela rebateu aborrecida, o que fez a garota rir mais alto.

Santana se aprumou e lançou um olhar de ódio a Hanna. Por que diabo Hanna sempre tinha que agir de modo tão superior e tão bobo ao mesmo tempo?

— OK, isso pode parecer realmente estúpido, considerando quem você é — Santana rolou os olhos, indo se ocupar em eliminar os zumbis na cerca —, mas eu acho que, de todos, gosto mais de você.

A faca de Santana caiu no chão com um ruído fraco. Ela se virou lentamente para Hanna, sentindo-se corar até as orelhas. Ela estava em choque, completo torpor. Como aquela garota poderia gostar dela, se a única coisa que tinha feito desde o condomínio fora atazaná-la, culpá-la por tudo que acontecia?

— P-por quê? — indagou Santana com a voz rouca, decidindo não voltar a encarar Hanna pelo resto de sua curta vida naquele apocalipse. Ela pegou a faca do chão e continuou a matar os walkers da cerca.

— Você é o máximo, Santana! — exclamou ela, como se explicasse o óbvio. — Sinceramente, até eu fiquei desconfiada por vocês terem me aceitado tão rápido, mas não, você tava lá, sempre me perturbando. Os outros são demais, é claro, me deixando ficar aqui sem saber a metade do que eu sou, mas você foi a única a desconfiar inteiramente de mim.

“Acho que seria isso que eu faria se tivesse um grupo como o seu — ela disse tristemente, chegando perto de Santana para empurrar um walker que havia ficado preso na cerca. — Quinn e o Sam podem ser os líderes, mas qualquer líder precisa de uma alma que mantenha os pés no chão para eles.”

Santana não sabia o que dizer. Acabou de matar o último walker daquele lado da cerca e rumou para frente da mansão, sem esperar por Hanna. Olhou para o céu e agradeceu porque estava quase escurecendo. Logo estaria com Brittany assistindo a algum filme brega que o dono da mansão tinha em sua coleção e não precisaria encarar Hanna até, pelo menos, sei lá, o outro dia.

Começou a trabalhar antes mesmo que Hanna chegasse. Santana sentia-se envergonhada. As únicas pessoas que já a havia feito sentir-se assim antes fora Quinn e Brittany. Nem ao menos durante a época em que costumava xingar Rachel como passatempo ela sentira vergonha do que fazia. Por um breve momento, teve de concordar com Sam e Quinn: Hanna fazia você sentir coisas que não deveria sentir.

Hanna, incrivelmente, respeitou o silêncio de Santana. Prosseguiu eliminando os errantes de um lado da cerca onde não precisasse topar com Santana sempre. Em algum momento durante esse extermínio, ela não agüentou e proferiu uma exclamação de fúria quando um braço de um walker se prendeu no dela.

Santana ergueu os olhos de seu próprio errante e viu o sofrimento de Hanna ao tentar soltar-se do walker. O zumbi tentava enfiar o outro braço pela cerca e atravessar seu rosto por ela. Santana arfou, tirou sua faquinha o mais rápido que pôde da cabeça do morto-vivo e correu para perto de Hanna, puxando-a para longe da cerca. Ofegando uns minutos mais tarde, notou que ainda a segurava pela barriga e soltou-a, corando.

— Obrigada — agradeceu Hanna sem fôlego, curvada e agarrando seus joelhos como se fossem salvar sua vida.

— É, eu não poderia deixar você morrer — disse Santana esnobe, estendendo a mão para Hanna. A garota levantou e cumprimentou ela com um sorriso bobo no rosto. — Afinal, você é minha fã.

Hanna franziu o cenho, rindo.

— Vamos terminar com isso logo, ok?


27 de Março de 2012

Quarto de Quinn, Segundo Andar, TN

07:15 PM

Rachel não estava muito preocupada com o que Quinn havia aprontado para mais tarde. Provavelmente devia ser um programa do computador de Hanna que ela não conhecia antes do apocalipse; ou talvez alguém tivesse dado um jeito no chuveiro do banheiro do quarto delas — Quinn, o quarto de Quinn, Rachel tinha que se lembrar sempre. Melhor ainda: a melhor amiga dela tinha feito finalmente as pazes com Hanna, e Quinn apenas queria contar-lhe a novidade.

Surpreendeu-se, no entanto, ao abrir a porta do quarto das duas — “de Quinn!”, sua mente a corrigiu automaticamente — e encontrá-lo decorado de flores murchas da cor rosa. Ela levantou as sobrancelhas, se perguntando se teria deixado a janela aberta durante um vendaval de novo.

— Não é muita coisa, eu sei. — A voz de Quinn surgiu do canto mais escuro do quarto segurando uma rosa incrivelmente branca entre os dedos finos. — É o melhor que pude fazer sem uma floricultura por perto e só com Puck e Beth me ajudando.

Quinn deu um sorriso, chegando perto de Rachel lentamente. Ela estava com uma expressão extremamente apaixonada. Rachel arregalou os olhos, ainda surpresa com as pétalas de rosas murchas no chão. Não tinha certeza da intenção de Quinn com aquele tanto de flores e a rosa especial na sua mão. Estava começando a ficar assustada.

— Não, não faça essa cara — pediu Quinn quando Rachel sentiu seu rosto corar fortemente e ter, sem querer, avançando um passo para trás, procurando de forma desesperada o tranco da porta. — Por favor, Rach, me escute.

Quinn estava agora perto o bastante de Rachel, e, com a mão livre, pegou o pulso dela e deixou que as mãos das duas se entrelaçassem por contra própria. Somente mais tarde Rachel foi perceber no quanto esse movimento havia se tornado quase que rotina para ela e Quinn.

Rachel foi conduzida até a cama do quarto. Ela sentou, sentindo-se extremamente desconfortável. A última vez que havia sentido aquela sensação de que algo muito importante para a sua vida amorosa iria acontecer tinha sido há muito tempo, mais ou menos na mesma época do...

— Você é incrível, Rachel — começou Quinn, interrompendo seus pensamentos. — Acho que eu nunca vou me cansar de dizer isso. Você foi uma das únicas pessoas que lutei de fato para que permanecessem na minha vida. Todos os dias nos últimos seis meses, olhar para aquela maca de hospital onde você estava me matava vagarosamente. Mas eu nunca vou me arrepender de ter enfrentado seus pais e Finn para que eu pudesse ir lá.

Quinn agachou para fitá-la diretamente, entregando-lhe a rosa. Ela reparou que a garota já chorava torrencialmente. Rachel engoliu em seco, preocupada; nunca ouvira Quinn falar mais do que três ou quatro palavras do seu período no hospital sem que lhe causasse dor extrema. Seja lá o que ela queria ali, Rachel sabia que não seria algo tranqüilo.

— Em um momento... — Quinn fungou; Rachel apertou sua mão numa demonstração de apoio, segurando a rosa branquíssima na outra — eu achei que você morreria. Sinceramente. Achei que não agüentaria; que eu teria de deixar você assim como seus pais fizeram.

“Mas eu não podia. Não, era errado. Houve um tempo no passado em que todos haviam desistido de mim, menos você. Eu não poderia lhe dar às costas justamente com o mundo acabando. Seria injusto.”

Rachel puxou Quinn para perto de si, abraçando-a de lado, ainda segurando sua mão, murmurando palavras de consolo, desejando por tudo no mundo que a garota parasse de se torturar daquela maneira.

Injusto era que Rachel estivesse sofrendo a dor de Quinn sendo que não precisava disso. Que podia muito bem assentir e falar que as coisas já estavam ótimas e que elas passariam por tudo mais uma vez. Ela podia não dar à mínima para a dor de Quinn, podia simplesmente ignorá-la.

Por que, então, ela não conseguia?

— Quinn, você não precisa...

— Não, Rachel, é preciso — retrucou Quinn chorosa no ombro da outra. Ela fungou mais uma vez e ergueu a cabeça, os olhos mais claros que nunca. — Santana me disse que eu devia desistir. Ela me deu um ultimato: se você não acordasse até chegarmos ao hospital, iríamos cair fora de Lima. Eu teria que deixar você para trás.

Nesse ponto, Rachel se lembrava muito bem. Acordar no hospital em meios a gritos e tiros e uma Quinn de cabelos rosa olhando para si de forma tão apaixonada fora uma experiência e tanto. Recordava muito bem da sensação de estar completamente perdida, de não saber nada do mundo novo em que se encontrava, dos sonhos que havia perdido...

Rachel ainda ficava confusa quando lhe perguntavam como tinha saído do coma. Por que ela não sabia. Não sabia por que tinha saído do coma. Talvez jamais chegue a saber. A única coisa que ela lembrava era do som da voz de Quinn, das sacudidas nos ombros e do toque quente da garota. E Rachel simplesmente tinha acordado. Assim, do nada. Ela apenas sentia uma enorme necessidade de diminuir o tom desesperado de Quinn no quarto do hospital de Lima.

— Eu estava mais que pronta para desistir, Rach — continuou ela. Rachel tinha que admirar a coragem de Quinn em prosseguir naquela história tão dolorida. — Você não dava sinal de vida há um mês e meio, o que eu poderia fazer? Quando entrei no quarto, foi para ver você pela última vez.

“No entanto, você acordou. Milagrosamente, como eu rezava todas as noites, você acordou. A onda de felicidade que percorreu meu corpo naquele momento até hoje eu não sei explicar. Foi como... como se... eu tivesse uma nova fonte de energia. Um modo de, sei lá, fazer com que o que eu estava fazendo valesse a pena.”

Quinn deixou que Rachel limpasse as lágrimas que escorriam por suas bochechas. Rachel também chorava silenciosamente. Perguntava-se onde Quinn queria ir contando-lhe tudo aquilo.

— E... E-então, duas semanas depois, aqui estamos nós. Presas no meio do nada, nesse inferno que é o estado do Tennessee. — Ela deu uma risada fraca. Rachel a acompanhou. — Você é tudo o que sempre quis, Rach. Eu acho... não... eu tenho certeza... que te amo.

As palavras não surpreenderam Rachel. É claro que sabia daquilo. Sempre soubera. Com as lembranças de volta na sua cabeça, qualquer sinal de início de amizade entre o meio e o fim do ano anterior podia ser considerado um sinal do avanço de Quinn em contar a Rachel o quanto gostava dela.

Rachel não ficara surpresa com isso, por que cada toque e cada palavra sussurrada em seu ouvido vindos de Quinn nos últimos dias era uma demonstração muito clara do amor que Quinn tinha por ela. O que faltava na garota eram as palavras, mas esse fato não fazia muita diferença quando ela sabia tocar três instrumentos.

No entanto, para a surpresa de Rachel, Quinn moveu-se rápido e agachou novamente a seus pés, tirando uma caixinha do bolso. Quinn segurou a mão de Rachel, que começava a ficar apavorada, firmemente entre as suas e abriu a caixa, olhando para a garota com os olhos ainda lacrimosos.

Havia um anel dentro da pequena caixa. Rachel não fazia ideia de onde Quinn poderia arranjar um anel no mundo em que estavam, e pior, fazer uma caixinha de papelão para colocá-lo, mas sorriu bobamente a ela, imaginando se haveria alguém mais perfeita que Quinn Fabray.

— Ahm... — o ruído de Quinn fez Rachel soltar uma risada. — Ah, qual é, estou tentando ser legal aqui! — exclamou depois, indignada. — Rachel... e-eu... ahm... você quer ser minha, hm... namo... namorada?

Rachel riu mais uma vez, o que obrigou Quinn a dar um tapa no ombro dela. Entendia perfeitamente se Quinn estivesse tendo o dia mais nervoso de sua vida, se ela tivesse planejado aquilo tudo durante muito tempo, antes de todo o apocalipse zumbi. Ela deu uma olhada rápida no quarto e para a sua rosa, agradecida; afinal, algumas flores murchas eram o melhor que ela poderia arranjar ali, não era?

— Sim, Quinn... — respondeu Rachel às lágrimas. — Eu adoraria ser sua namorada.

Quinn finalmente se deu por vencido e deu uma risada alegre. Ela colocou rapidamente o anel no dedo de Rachel e lhe deu o melhor beijo de Rachel em sua vida inteira.


27 de Março de 2012

Sala de Estar, Mansão do Sam, TN

11:30 PM

Sugar soltou um bocejo alto, se espreguiçando, tomando cuidado para não bater um dos braços na cabeça de Harmony em seu colo. Estava na hora de elas irem para cama, mesmo sabendo que não passava da meia noite. O filme que assistiam dessa vez (Funny Girl) era um pouco mais interessante que o último (Rocky Horror) e definitivamente menos chato que o penúltimo (The Breakfest Club).

A parte mais difícil, porém, era aturar as exclamações de Rachel e Harmony a cada música e seus sussurros falando cada frase de Fanny para Mr. Arstein e vice-versa. Ela, que não era membro do Glee durante as Seletivas de 2009, ficou impressionada com Rachel e seu pequeno show de Don’t Rain On My Parade. Mais impressionada ficou quando Harmony começou a segui-la, cantando cada tom e nota praticamente da mesma forma que Barbra fazia no filme.

Agora, duas horas depois, Sugar sinceramente não entendia o que continuava fazendo ali. Todos os garotos já tinham ido dormir; Hanna e Santana, que bizarramente haviam passado o filme inteiro conversando entre si, também haviam subido com Brittany. Sobrara somente Rachel, Quinn, Harmony e ela na sala.

Sugar percebera o anel gigante na mão de Rachel assim que a vira sentar na poltrona que antes pertencia a Mercedes e Sam. Abriu a boca para poder obviamente comentar algo, mas Harmony a impediu, falando que as duas não responderiam muita coisa àquela noite. Ou pelo menos fora o que Santana dissera a elas, por que a primeira coisa que Puck fez ao sentar-se na sua cadeira desconfortável trazida da cozinha foi gritar estupidamente e apontar para o anel na mão de Rachel.

— Nós podemos deitar...? — perguntou Sugar bocejando, porém a garota a parou com um aceno inquieto.

— Faltam só uns dez minutinhos, por favor! — implorou Harmony. Na poltrona, Sugar notou que Rachel fazia o mesmo com Quinn. Rolou os olhos, mas concordou.

A discussão entre o casal principal do filme pareceu durar horas. Finalmente, Barbra, Rachel e Harmony cantaram o último verso de My Man e a tela da televisão de 42’ ficou preta. No entanto, Sugar já voltara a dormir no sofá. Sentiu os sacolejos de Harmony e bocejou, cansada. Ao abrir os olhos, percebeu que Quinn e Rachel já davam boa noite, de mãos dadas, e sumiam no corredor. Mesmo de longe, Sugar podia ouvir Rachel ainda comentando o filme.

— Satisfeita? Podemos ir para cama agora — Harmony disse com um sorriso.

Sugar custou a abrir os olhos e dar de cara com o rosto da garota tão perto do seu. Assustou-se e afastou um pouco, fazendo ela dar uma risada mais escandalosa, enchendo todo o cômodo com o som. Sugar a olhou, irritada, se levantando do sofá e aceitando a mão estendida dela para que pudessem ir para o quarto.

Como em todas as outras vezes — em especial naquele dia — em que Harmony tocava-lhe, Sugar sentiu pequenos choques na palma da mão que ela segurava que percorreram seu corpo inteiro. Ela não curtia muito aquilo. Uma das coisas que haviam salvado Sugar da completa loucura era ter a oportunidade de poder abraçar Harmony na hora que ela quisesse, e agora tudo estava arruinado por que o seu corpo parecia estar criando uma barreira contra a garota.

— Harmony... — chamou Sugar, quando já estavam no quarto, de pijamas e deitadas na cama. Ela ouvira um barulho vindo do quarto ao lado e presumira que Brittany iria subir ao terraço para poder desligar o gerador. — Você já se apaixonou?

A pergunta tinha sido uma surpresa para as duas. Ela não tinha a mínima intenção de perguntar isso, especialmente no tom baixo e um tanto pedinte que usara. Era quase como se os desejos de sua mente a controlasse.

— Não... — respondeu Harmony lentamente. — Pelo menos, acho que não.

“Resposta vaga, ótimo”, Sugar se pegou pensando. Ela sacudiu a cabeça, querendo ignorar seus pensamentos. O que estava fazendo ali, tarde da noite, querendo saber se a garota que gostava já se apaixonara pelo menos uma vez na vida?

Sugar retrocedeu o pensamento um instante. Então era isso? Ela gostava de Harmony? Não podia negar que não olhava quando a garota passava na sua frente; ou no quanto se sentia feliz quando Harmony dava um sorriso que tinha especialmente para ela; ou quando estavam do lado de fora da casa e a luz batia nos olhos da garota de uma forma única e mágica.

Mas estar apaixonada era algo completamente diferente. Ela via o jeito como Santana olhava para Brittany... como Quinn olhava para sua nova namorada Rachel Berry... se aquilo não era amor, então merecia outro nome. Será que quando ela olhava para Harmony, os outros viam a mesma coisa que viam em qualquer outro casal?

— E você, já? — Harmony interrompeu os pensamentos de Sugar lhe beliscando por baixo do cobertor.

— Eu o quê?

— Se apaixonou, idiota.

Revirou os olhos. Por baixo dos olhos profundos e brilhantes de Harmony, havia uma garota extremamente chata — pela qual, por azar, estava apaixonada.

— Talvez... — disse Sugar num murmúrio, sentindo o rosto corar.

— Minha mãe costumava dizer que toda pessoa que diz “talvez” a essa pergunta sabe que já se apaixonou, só tem medo de dizer.

Harmony e sua extraordinária mãe devorada por zumbis em Lima. Inacreditavelmente, ela possuía os melhores ditados.

Sugar bufou, com mais raiva que antes. Não queria admitir para si os sentimentos que tinha para com Harmony. E se algo acontecesse e elas se separassem? E se Harmony ou ela própria fosse mordida por um walker e Hanna não conseguisse salvá-las? O que Sugar faria sem ela? Nenhum dos outros garotos mataria baratas para que pudesse dormir em paz no quarto... ela precisava de Harmony.

Ela deitou de lado na cama, observando Harmony fazer o mesmo. Seus rostos estavam incrivelmente próximos. E se ela...? Sugar franziu a testa, pensando na reação de Harmony. Estava bem na cara o quanto a garota gostava dela. Em algum lugar na mente carregada de Barbra e filmes musicais dela, Harmony também poderia querer o mesmo.

Discretamente, o corpo de Sugar se moveu um nada na direção de Harmony. A respiração pesada não contribuía para o clima que tentava criar, mas a luz do luar batendo nos olhos muito azuis de Harmony ajudava em alguma coisa. Sugar engoliu em seco, sentindo um tremor involuntário correr por seu corpo.

Harmony não se mexeu, o que Sugar achou algo muito agradável. Ela tirou os fios de cabelo que caíam no rosto de Harmony suavemente, observando-a com atenção. Nunca vira uma garota tão bonita. Passou a língua pelos lábios, se arrependendo logo em seguida, pois ela ameaçou praticamente cair da cama a preferir beijá-la.

Porém, Sugar foi mais rápida. Passou o braço pela cintura dela e a prendeu junto de seu corpo. Harmony continuava apavorada, mas ela via uma sombra de sorriso percorrer pelo rosto da garota. Talvez fosse a luz da lua criando imagens na sua cabeça, contudo, descobriu que não ligava para isso.

Sugar grudou sua testa na de Harmony, inspirando o delicioso ar de batatas enlatadas do jantar que saíam de suas narinas. Abriu a boca num meio sorriso e aproveitou o momento de distração da garota para poder colar seus lábios.

Foi a melhor sensação que Sugar experimentara desde que aquele inferno havia começado. A boca dela tinha um gosto indescritível, como a mistura do jantar de um pouco antes e um brilho labial não usado há muito tempo. Era bizarramente curioso, mas quando Harmony permitiu a entrada de sua língua para podê-la explorar sua boca com vontade, Sugar sequer se lembrou disso.

Entretanto, quando ela começou a pensar que talvez, um possível talvez, que pudesse mesmo estar se apaixonando pela garota, Harmony a empurrou para o seu lado da cama com a maior força que podia.

— Fique longe — sussurrou Harmony quando Sugar recuperou os sentidos um pouco. — Durma no seu canto, por favor.

Sugar tentou argumentar, indignada, mas parou. Havia sido uma completa idiota. Em que mundo — mesmo apocalíptico — Harmony iria gostar dela? Coisa estúpida.

— Boa noite — ela desejou contidamente, tentando se ajeitar no cantinho da cama para não chegar perto do lado de Harmony. Ela sabia o quanto a garota poderia ser espaçosa quando queria.

Um rosnado vindo de longe indicou a ela que a garota não a iria perdoá-la tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Então, o que vocês acharam? Peço desculpas pelo pouco de Sam e Puck neste capítulo, até por que eu precisava de alguma calma depois da tempestade, né? Achei legal focar nos casais e fazer uma Santana admirada pela Hanna foi a melhor coisa do mundo KKK
Enfim, espero que tenham gostado, mandem seus reviews, sugestões e até o próximo capítulo!