A Preferida escrita por Roli Cruz


Capítulo 9
Ele me Liga


Notas iniciais do capítulo

E eu fico cada vez mais animada com os leitores ^^
Obrigada a todos que estão lendo
Boa leitura!



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- NÃO BRINCA! ELE TÁ MESMO A FIM DE VOCÊ? – Piper pulava em cima da minha cama com animação.

 - Foi o que ele falou. – Eu sorri e deixei que ela gritasse de alegria.

 - Aaaai meu Deus do céu! Eu não estou acreditando nisso!

 - Calma Piper. – Eu sorri enquanto me jogava em cima da cama.

 - Calma? Você está me mandando ter calma, quando um cara totalmente gostoso está a fim de você? – Ela me olhou incrédula. – Que isso Jenny? Eu não posso ficar calma!

 Eu comecei a rir descontroladamente com o jeito que ela falava.

 - Pode sim. – Eu disse, tentando recuperar o fôlego. – Não é com você que a história está acontecendo.

 Isso a fez olhar feio pra mim e logo depois afundar um travesseiro no meu rosto.

 - Eu só não vou te sufocar agora, porque estou muito feliz por você. – Ela dizia enquanto eu tentava tirá-la de cima de mim.

 - Qual é Piper? Você sabe que eu to brincando. – Eu disse com minha voz abafada.

 - Eu sei que você me ama. – Ela tirou o travesseiro e deitou.

 - É. Não consigo viver sem você. – Eu sorri.

 Continuamos conversando sobre Kiara e Amani (Eu omiti a parte da cozinha no Dunkin’ Donuts). Até que a música tema do seriado FRIENDS começou a tocar e eu fui à procura do meu celular.

 - Você precisa mesmo trocar o toque. – Piper me dizia isso fazia uns três anos. Desde que meu pai tinha me dado o aparelho. – Porque você não põe a música do Gossip Girl ou a do Pretty Little Liars?

 - Porque essa é mais bonitinha. – Eu respondi e atendi ao celular. – Alô?

 - Jennifer Connor?

 - Sim. Quem é? – Eu juntei as sobrancelhas e me sentei novamente ao lado de Piper.

 - O Doutor Nicholson.

 - Ah. – Me lembrei do psicólogo. – Algum problema?

 - Não, na verdade, Jennifer. – Ele respondeu. – Só queria saber se a senhorita vem ao consultório ou não.

 - Como assim?

 - Sua consulta. – Ele respondeu e eu arregalei os olhos.

 - Só um minutinho. – Eu pedi e olhei para minha amiga que agora mexia nos Cds. – Piper.

 - Sim? – Ela levantou os olhos pra me olhar.

 - Que dia é hoje?

 - Quarta. Por quê?

 - Puta merda! – Eu deixei escapar, fazendo o doutor abafar uma risada no outro lado da linha.

 - Jennifer? – Ele chamou.

 - Ai Deus. A consulta era hoje, né? – Perguntei aflita.

 - Sim. – Eu podia ver pela voz do homem que ele estava se divertindo. – Mas ainda dá tempo. Só tenho mais um cliente para atender.

 - Ah, eu... Eu já estou indo. Tchau. – Eu desliguei sem esperar por uma reposta e pedi para Piper me dar uma carona até lá.

*

 - Mas porque ele fez tanta questão que você fosse? – A negra me perguntou assim que deu partida em seu Solstice GXP.

 - Ele ganha por consulta, acho. – Respondi enquanto olhava o relógio no meu celular.

 - Ahãn. Sei. Ganha por consulta, né? – Ela deu um meio sorriso malicioso.

 - Ai, que merda. – Xinguei assim que vi as horas. – Estou umas duas horas atrasada.

 - Nossa. – Ela arregalou os olhos. – E o cara ainda quer que você vá à consulta?

Assenti.

 - Acho que tem mais do que dinheiro aí.

 - Cala a boca, Piper. Não é nada disso.

 - Se você diz... – Ela deu de ombros. – Mas você não acha estranho?

 - O que?

 - Ah, Jenny! Que isso! Você é inteligente e tem que saber quando alguém gosta de você. – Ela disse fechando a cara, enquanto virava o carro para a direita.

 - Não. Não, não, não! – Eu a olhei descrente. – Você não está falando que ele gosta de mim. Está?

 - Quantos anos ele tem? – Ela perguntou.

 - Acho que 25. Por quê?

 - Está explicado então. – Ela sorriu confiante.

 - Hãn?

 - Já percebeu que você nunca gostou de alguém com menos de 22 anos? – Piper me dirigiu um sorriso superior.

 - Ele não gosta de mim. E muito menos eu dele. – Cruzei os braços e encarei o vidro na minha frente.

 - Então porque você está indo para o consultório? – Ela perguntou, desviando os olhos da rua por um instante. – Necessita loucamente de uma conversa com esse psiquiatra?

 - Já falei que ele é um psicólogo. E não. Não preciso. – Dei de ombros. - Só que não quero ouvir meu pai falando merda pra mim depois.

 - Uhun. Sei.

 - Chegamos. – Eu tirei o cinto de segurança e abri a porta. – Obrigada pela carona.

 - Toma cuidado! – Ela disse acelerando o carro.

 - Com o que? – Eu perguntei, mas Piper já estava longe.

 Entrei no consultório e a secretária falou que ele já ia me atender. Sentei em um sofá marrom e peguei uma revista para ler distraidamente.

 - Ele nunca faz isso. – A secretária disse de repente.

 - Desculpe? – Me surpreendi. Ela nunca falava comigo.

 - Ele nunca liga para uma paciente. – Ela suspirou.

 - Eu... Nós temos um certo assunto à tratar. – Eu nem sabia por que estava falando aquilo.

 - Ah. – Ela murmurou, virando-se para o computador. – Deve ser importante.

 - Não muito. – Eu baixei os olhos para a revista novamente.

 Estava lendo uma matéria sobre um meteorito que tinha caído no México, quando a secretária falou novamente:

 - Vocês têm um caso? – Ela parecia aflita.

 - Não! – Eu me sentia ofendida. Porque todos pensavam assim?

 - Ah. – Ela suspirou e sorriu aliviada. – Tudo bem então.

 Murmurei alguma coisa sobre pessoas conspirando e voltei a ler a revista.

 - Mas você gosta dele? – Ela perguntou novamente.

 - Olha... – Eu estava começando a ficar com raiva. Mas fui interrompida por uma voz grave que vinha da sala ao lado:

 - Christine! Mande-a entrar!

 - Você ouviu. – Ela me olhou. – Entra lá.

 Eu levantei e fui até a sala. Bati na porta aberta devagar e o médico olhou para mim.

 - Entre Jennifer. Vamos conversar?

 - Não é por isso que eu estou aqui? – Eu perguntei enquanto fechava a porta.

  - Sim. – Ele respondeu enquanto sentava em sua poltrona.

  Fui até o divã na frente dele e deitei.

 - E então? Descobriu quem é o novo professor de português? – Ele perguntou.

 - Sim.

 - Não falou que ia me ligar quando soubesse quem era? – O doutor sorriu jovialmente e eu me lembrei da promessa que tinha feito na última consulta.

 - Ah... Eu não achei que o senhor estava esperando a ligação. – Eu respondi sem muita emoção. – E, aliás, como você sabe que era um professor de português que estava faltando?

 - Eu tenho meus contatos com sua escola. – Ele deu de ombros.

 - Você me chamou aqui para perguntar se eu já sabia do novo professor? – Eu o olhei, incrédula.

 - Mais ou menos. – Ele sorriu. – Eu também fiquei sabendo que sua mãe te visitou ultimamente.

 - Ai, não. – Eu gemi, fechando os olhos. – Não quero conversar com você sobre isso.

 - Porque não? – Ele levantou as sobrancelhas surpreso.

 - Porque eu não preciso de ajuda para lidar com ela. – Eu respondi secamente.

 - Não mesmo?

 - Não!

 - Tudo bem então. Pode ir para casa. – Eu abri os olhos, totalmente confusa e o encarei.

 - O que?

 - É. Pode ir para casa. – Ele deu de ombros. – Seu pai me pediu para conversar com você sobre a Margareth. Mas se você não quiser. Eu entendo.

 - Você é péssimo, sabia? – Eu dei um meio sorriso.

 - Como assim? – Ele juntou as sobrancelhas.

 - Acho que não era para você ter me contado. Muito menos, me deixar ir para casa sem conversar sobre aquela mulher.

 - Você não a chama de mãe? – Ele perguntou confuso.

 - Mas é claro que não! – Eu respondi ofendida. – Ela não é minha mãe. É só uma vagabunda que deu pro meu pai. – Eu cruzei os braços.

 - Que bela etiqueta você tem. – Ele sorriu.

 - Obrigada. – Eu respondi sarcasticamente. – É mesmo para eu ir embora?

 - Se quiser. – Ele deu de ombros e sorriu, deixando-o ainda mais jovem. – Eu ganho do mesmo jeito.

 Eu arqueei as sobrancelhas, espantada.

 - Espertinho...


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Notas finais do capítulo

Então...? *-*