A Preferida escrita por Roli Cruz


Capítulo 15
Amigas são pra isso


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! ^^



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- Ai. – Eu gemi enquanto tentava me levantar da cama. Minha cabeça parecia que ia explodir e meu estômago revirava como nunca.

 - Calma. – Uma voz que eu conhecia muito bem tentava me acalmar.

 - O que você está fazendo aqui? – Eu perguntei, encarando seus olhos escuros.

 - Não posso entrar no seu quarto? – Ele juntou as sobrancelhas.

 - Pai... – Eu gemi e deitei novamente. – Por favor, não complica as coisas. – Pedi.

 - Porque voltou tão tarde?

 Eu o olhei, incrédula.

 - Era uma festa você queria que eu chegasse aqui que horas? – Revirei os olhos e olhei para a janela que estava fechada. – Pai. Porque você não deixa um pouco de ar entrar? – Eu perguntei retoricamente, não queria que ele respondesse. E de fato ele não respondeu. Fui até a janela e a abri. Um estranho vento gélido entrou no quarto e eu olhei direito para as ruas de Nova York.

 Tudo estava escuro e a lua brilhava sozinha no céu.

 - Pai... – Eu paralisei. – Que dia é hoje?

 - Domingo. – Ele respondeu com pesar.

 - Que horas? – Eu o olhei, boquiaberta.

 - Uma hora da manhã de domingo. – Ele me olhou pacientemente.

 - Eu dormi por tanto tempo assim?

 - Bom. Você chegou aqui eram cinco horas da manhã. – Meu pai se levantou da cama e saiu do quarto, deixando-me sozinha ali.

 Eu dormi tanto assim? Como é possível? E como assim eu cheguei em casa às cinco da manhã?

 Procurei pelo meu celular e digitei o número de Piper. Eu não me importava nem um pouco que era de madrugada. Se eu estava naquele estado, ela devia estar pior.

 No quarto toque ela atendeu com a voz sonolenta.

 - Alô? – Ela perguntou em meio a um bocejo.

 - Piper? Que horas você chegou na sua casa, depois da festa? – Eu perguntei um tanto histérica.

 - Não sei. Não lembro, Jenny. Porque você tá me ligando agora, menina? – Ela tinha a voz arrastada e irritada.

 - Meu pai disse que eu cheguei às cinco da manhã. E só acordei agora. – Eu expliquei.

 - Caramba. Não sabia que você dormia tanto assim. – Ela disse, bocejando novamente.

 - Eu também não sabia.

 - Hey, Jenny. Eu não te vi depois que você saiu de perto de mim e do Andrew. Onde você estava?

 - Eu... – A verdade é que eu não me lembrava muito. – Eu não me lembro Piper... Só me lembro de um quarto azul e um garoto estranho.

 - Não! – Ela parecia que tinha se despertado de vez. – Você não está dizendo isso!

 - O que? – Eu perguntei confusa.

 - Eu acho que te vi subindo as escadas com um garoto meio gótico. Aquele lá que vai pra detenção todo santo dia. Pra onde vocês foram? – É. Ela tinha despertado.

 - Não lembro! – Eu respondi frustrada. – Acho que era... Nicholas? Acho que era esse o nome do garoto. Conhece?

 - Não.

 - Mas, Piper. Você conhece todo o mundo que estuda lá. – Eu perguntei em voz manhosa.

 - Eu vejo esse garoto que sumiu com você às vezes. Não sei o nome dele. – Então ela suspirou. – Agora, graças a você, eu perdi o sono.

 - Que bom! – Eu exclamei. – Vai conversar comigo a noite toda!

 - Os créditos estão saindo de você. – Eu podia até imaginar a cara feia que ela estava fazendo.

 - Já ouviu falar em bônus? – Eu sorri para o aparelho assim que ouvi uma lamentação vinda do outro lado.

 - Tá. Srta. Connor. Sobre o que quer conversar? – Ela perguntou com tom de ironia.

 - Falando assim, você parece até o Diretor.

 - Tá viajando legal, hen? – Ela riu, fazendo o telefone chiar.

 - Hey, Piper. – Me deitei e encarei o teto. – Se eu cheguei aqui às cinco da manhã, e não me lembro de nada...

 - Olha Jenny, seja lá o que você for me perguntar, não sei. Também não me lembro de muita coisa... – Ela me interrompeu.

 - Aaaah, mas de você eu lembro! Lembro-me muito bem que vi você se agarrar com o Andy! – Eu a cortei assim que ela disse aquilo.

 - Cala a boca. – Ela parecia irritada.

 - Quem diria! Meus dois melhores amigos juntos... – Continuei, ignorando-a totalmente.

 - Jennifer Connor. Estou te avisando! É melhor você parar!

 - Aí uma coisa é garantida, eu vou ser a madrinha do filho de vocês. – Eu continuei a falar, enquanto ouvia as maldições que a negra me jogava.

 - Você me liga, de madrugada, para falar que dormiu por um dia inteiro e que não se lembra de nada sobre a festa ou sobre quem é o tal de Nicholas. Mas aí quando eu finalmente acordo, você fica falando merda. Você está feliz com isso? – Ela estava com mais mau humor do que de costume.

 - Hey. Calma aí Piper. Só porque você está arrasando corações? Não quer que eu te glorifique com isso? – Eu respondi com um sorriso maroto nos lábios.

 - Você não está me glorificando. – Ela rebateu. – Está se divertindo às minhas custas.

 - É pra isso que serve melhor amiga, meu amor.

 - Também te amo, Jenny. – Ela parecia cansada. – Agora deita, fecha os olhos, vira pro outro lado e dorme. – E então ela desligou. Não fiquei nem um pouco incomodada, sabia que ela estava se segurando pra não me mandar pra certos lugares...

*

No meu sonho, eu estava no ginásio com a bola que usávamos na queimada, em uma das mãos. A outra estava acorrentada em um cano de aço.

 Por um instante, tudo mergulhou no maior breu e eu não ouvi nada. Parecia que todas as luzes do mundo tinham sido apagadas. Mas então um holofote, daqueles que as pessoas usam em peças de teatro, ficou bem em cima de mim e eu tive que apertar os olhos para poder enxergar direito o que acontecia. Na minha frente, minha mãe sorria maliciosamente para mim.

 - Olá minha querida. – Sua voz era distante.

 Fiquei em silêncio, queria partir para cima dela, mas minhas pernas não me obedeciam. Continuei no mesmo lugar, ainda segurando a bola.

 Então a cena mudou. Eu ainda estava presa e tudo mais. A única coisa, foi que na minha frente, estava parada duas sombras. Eu não sabia de quem eram. Ou quem era.

 A bola saiu de minha mão e ficou pairando em cima da cabeça dos dois.

 Olhei desesperada para os lados, a fim de saber se alguém estava na minha situação. Mas fora do alcance do holofote, tudo estava escuro.

 - Vamos. Escolha. – Uma voz ecoou na minha cabeça e eu vi de relance que umas coisas pontudas começavam a sair da bola. E eram realmente pontudas.

 - JENNIFER! – Eu ouvi um grito horroroso que vinhas das duas sombras e então o sonho se desfez.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que o capítulo não ficou lá essas coisas, mas o problema é o seguinte:
Minha imaginação decidiu dar uma voltinha por aí e ainda não voltou. Isso é bem triste. Mas prometo que os próximos capítulos serão melhores ^^



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