Você Estará de Volta escrita por VenusHalation


Capítulo 9
Capítulo 8 - Estrelas




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Venus acordou sentindo o calor do sol entrar por sua janela, lembrava tanto seus dias em Magellan, o palácio de seu planeta natal sempre quente e acolhedor. Queria muito poder ficar mais tempo na cama, havia gastado boas horas da noite anterior na sala de guerra com Kunzite escrevendo relatórios sobre os últimos dias na Terra, mas sabia que era necessário levantar. Pulou da cama espreguiçando-se ao máximo que podia, sentiu alguns ossos estalarem e partiu para trocar de roupa e descer para começar mais um dia de trabalho.

Estava familiarizada com o palácio, claro que nos primeiros dias precisou de ajuda para se locomover e encontrar os lugares certos, mas àquela altura já sabia os caminhos perfeitamente bem e descia a escada em direção ao refeitório.

– Bom dia, Venus! - Adônis apareceu no fim da escada.

– Bom dia, Adônis! - A loira estava surpresa em vê-lo - Primeira vez que lhe encontro desde que vim para cá!

– De fato, é uma sorte encontrá-la. - Sorria docemente. - Você parece que se esconde de mim, estou sempre no portão.

– Está sempre no turno da noite. - Corrigiu.

– Sim e ouvi dizer que você está ocupada demais com relatórios durante este período.

– Exato, eu e o General ficamos até tarde redigindo e colocando tudo em ordem.

– Fica com o General até tarde da noite? - Adônis sentiu algo o incomodar. - Sozinhos?

– Fica praticamente o dia inteiro! - Kunzite veio descendo as escadas logo atrás. - Bom dia Danburite, Venus!

– Bom dia! - Responderam em uníssono.

– Perdoem por incomodar, mas temos um dia cheio hoje, Venus.

– Tudo bem eu já estava indo e encontrei Adônis. - Sorriu para o amigo.

– Perdoe-me por segurá-la… - O desconforto diante da situação era visível nos olhos dele. - De qualquer forma eu tenho que ir descansar. Turno da noite, sabe como é, vejo-a depois. - Adônis beijou a mão da garota e fez uma reverência a Kunzite. - General.

O homem de cabelos loiros subiu a escada, deixando os líderes Shitennou e Senshi novamente sozinhos.

– Vamos? - Kunzite esticou o braço para que ela abraçasse.

– Pelos Deuses! - Afastou a mão dele dando um leve tapa. - Eu sei o caminho.

– Eu sei que sabe. - Riu debochando. - Danburite parece gostar de vê-la.

– Ele sempre conversou bastante comigo quando eu tinha que esperar do lado de fora, é uma boa companhia.

– É o que acha dele?

– O quê?

– “Uma boa companhia” - Ironizou.

– Bom… - Ela corou ao ver o tipo da pergunta. - Ele é educado e muito gentil, comprometido com seu trabalho, tem olhos muito bonitos e o sorris…

– Tudo bem, chega! - Interrompeu. - Vamos falar de coisa boa, certo?

– Você quem quis saber. - Gargalhou ao notar o incomodo no rosto do prateado.

– Era uma pergunta retórica. - Deu de ombros.

Sentaram-se a mesa do café com outros soldados, comeram normalmente entre conversas e caminharam de volta para a sala de guerra. Ainda haviam muitos mapas a serem vistos e regiões a serem listadas, sentaram-se lado a lado na mesa de madeira analisando cada pergaminho.

Kunzite caminhou até uma prateleira guardando o rolo de papel e pegando outro, abrindo-o sobre a mesa.

– Aqui é o Oriente Médio, uma das regiões de minha responsabilidade.

– O que tem aí?

– Lindas paisagens e um clima extremamente quente. - Fez uma careta. - É uma das regiões em que faço questão de só aparecer no período noturno.

– Por qual motivo?

– O calor durante o dia é insuportável!

– Não viveria um dia em Venus. - Ela riu. - Sinto falta do calor.

– Seu planeta é muito quente? - Notou o olhar de saudade no mar azul dos olhos da Senshi.

– Um tanto quanto, seus dias quentes aqui eram meus dias frios de lá.

– Sente falta?

– Mais do que eu possa expressar. - Suspirou.

– Sei… Então, Venus, vamos parar por agora. - Concluiu. - Eu tenho algumas coisas para resolver e você deve ter fome. Suba, coma algo, tome um banho e relaxe. Me encontre no fim da tarde para darmos continuidade, certo?

– Ótimo, sem problemas!

~*~

Adônis jogou-se na cama, mas o sono não vinha. Na verdade o sono não vinha direito há dias, quando ele esperava ansiosamente para que a guerreira da lua viesse vê-lo.

Refletiu por uns instantes sobre as antigas histórias contadas pelos soldados sobre as mulheres venusianas, as mais lindas criaturas de toda a galáxia que eram capazes de fazer qualquer tolo que se aproximasse sentir uma paixão avassaladora. Descobrira isso muito fácil quando viu Venus pela primeira vez, apesar de toda sua coragem era a mulher mais linda que já havia cruzado seu caminho e depois de conversar com ela, também a mais encantadora. Venus havia lançado sobre ele seu feitiço e ele sabia que não havia sido de propósito.

Descobriu sua estadia na Terra assim que ouviu todo o burburinho no salão, onde os soldados comentavam sobre a encantadora passagem da guerreira dourada pelo palácio. Esperava ansiosamente por sua vinda às noites, porém, descobriu que ela trabalhava muito e sempre estava muito cansada em seu turno, resolveu ele mesmo encontrá-la, simulando um fim de turno tardio.

Viu a Senshi descendo as escadas, seu dia iluminou-se e parecia que cada passo mais próximo ele perdia um pouco do ar. Conversaram até sua animação morrer na afirmação de que ela passava boa parte do seu tempo ao lado de seu General. Adônis desconfiava de que ele também havia caído por seus encantos, mas afastava a ideia como algo absurdo de sua mente o que o fazia perder o sono, precisava dormir e a noite se aproximava, ainda era um soldado e ainda tinha um portão para proteger.

~*~

Era fim da tarde no Reino Dourado. Venus havia usado as horas livres para relaxar um pouco e se preparar para a bateria de trabalho prometida para logo mais. Desceu novamente para a sala de guerra e esperou até o General chegar. Olhou intrigada o número de roupas que ele vestia e os tecidos dobrados que ele trazia no colo.

– Coloque isso. - Ele entregou as roupas dobradas.

– O que é isso? Qual o motivo pra você estar vestido assim? - Indagou confusa.

– Faremos uma pesquisa de campo. - Kunzite tinha um sorriso estampado no rosto. - Isso é um Xador, pode colocar por cima da roupa é apenas um véu bem grande.

– Mas e os relatórios?

– Vai poder escrever o quanto quiser depois, mas agora apenas vista-se e me siga!

Venus colocou a roupa sentindo se confusa, aquele monte de tecido a deixava apenas com o rosto de fora e era um pouco desconfortável. Olhou para ele e ele estava tão coberto quanto ela, se perguntou em que tipo de lugar eles iriam para precisar de tanta proteção.

A loira afirmou que estava pronta e seguiu Kunzite até uma sala antiga no subsolo do palácio, lá dentro havia apenas um círculo branco o qual ele fez sinal para que ela o seguisse para dentro e a abraçou. Venus sentiu um frio na barriga ou ver ele dizer alguns comandos e a visão ficou turva e ofuscada, depois de alguns segundos recuperou a vista e se viu em meio a muita areia, o sol estava alto, ao que tudo indicava, ali ainda estava um pouco distante de escurecer.

A Senshi sentiu o calor do local tomar seu corpo por inteiro, como nunca antes sentido em qualquer outro lugar fora de vênus e um conforto incrível e saudoso, não acreditava que ele a tinha levado ali.

– Isso é um pedaço do Oriente Médio que achei que gostaria de estar. - Kunzite olhou para ela, seu sorriso estava lindo. - Não é bem como seu Magellan, mas é o que posso oferecer.

– Nossa... - Observou o céu limpo. - Achei que você odiasse o calor.

– E odeio. - Estava se divertindo com a expressão dela. - Mas vale a pena suportá-lo até mais um pouco, agora vem, tenho algumas coisas para mostrar.

Kunzite guiou a mulher até uma pequena cidade, Venus ficou fascinada com as pessoas diferentes, mulheres que se vestiam dos pés à cabeça, o artesanato de vasos e cestas, casas de tijolos de areia; caminharam pelos mercados, e ruas, entraram em templos um passeio tranquilo. Começou a anoitecer, o frio começou a vir, o General a levou para outro lugar, ao ar livre, onde moças dançavam ao de uma música extremamente envolvente. Sentaram-se observando show, era a coisa mais incrível que a venusiana havia feito nos últimos tempos.

A festividade havia acabado, porém, ainda havia algo que ele queria mostrar a ela. Voltaram para o deserto e ele estendeu uma esteira no chão, acendeu uma fogueira para proteção do frio convidando a loira a se sentar junto a ele.

– Qual a ideia, agora? - Venus sentou-se empurrando para trás o véu que cobria os cabelos, fazendo a cascata loira cair pelas costas.

– Olha o céu. - Ele apontou, fazendo o mesmo que ela, vendo-se livre do tecido.

– É meu Vênus… - Sorriu ao ver pra onde ele apontava no meio do céu salpicado de estrelas. - Já fez essa observação comigo certa vez, na fonte.

– A estrela mais brilhante do meu céu, não me importaria em apontá-la quantas vezes fossem necessárias. - Afirmou de forma doce.

– O céu não lhe pertence, General. - Brincou.

– Não desejo o céu, Lady, apenas uma estrela. - Continuou a olhar para cima, na mesma direção, sorrindo. - Apenas uma, a mim, bastaria.

Venus sentiu seu rosto corar e o coração bater mais rápido. Não conseguia ter qualquer resposta para a afirmação, apenas olhou para a expressão serena dele iluminada pela fogueira. Kunzite virou-se para ela, e ela perdeu-se nos olhos cinzentos que a observavam incógnitos. Lembrou-se da última vez em que ele a tentou, sentiu um arrepio imenso correr pelo corpo ao lembrar do toque dele em sua pele e da força a prendê-la na parede.

– Frio? - O prateado perguntou ao notar.

– Um pouco… - Disfarçou tentando desviar os pensamentos.

– No deserto faz muito frio durante a noite. - Afirmou.

– Notei. - Soltou uma risada baixa. - Nada mais justo, afinal, você odeia o calor.

– Odeio mesmo, mas estamos empatados agora. - Olhou para a senshi que segurava as mãos juntas repousadas sobre peito.

– Eu diria que ainda lhe devo um passeio para ficarmos "iguais". - Sentiu o arrepio do vento gelado e, inconsciente, tocou a mão dele pousada no chão. - Talvez um dia lhe leve à Plutão, lá em bem gelado.

– Tão gelado quanto a sua mão, agora? - Sentiu o toque da mão dela sobre a sua. Não era uma mão fina e delicada, ele podia sentir alguns calos formados pelo manuseio da espada, era a mão de uma verdadeira guerreira e estava tão gélida.

– Ai... Desculpe! - Venus puxou a mão de volta para o peito.

– Vem aqui. - Abraçou-a de uma vez, trazendo seu corpo pra perto do dele. - Realmente, você não está acostumada com o frio.

O general olhou pra baixo e notou a respiração sair em uma pequena fumacinha branca, observava quão pálida era pele dela, tendo apenas as bochechas coradas pela exposição do sol durante dia. Aos poucos sentiu o calor do corpo de Venus emanar contra o seu, era abrasante e inebriante. Sentiu o seu inconsciente gritar para sentir mais, mas aquilo não era tão carnal como das últimas vezes, era algo simplesmente impossível de explicar. Havia prometido a si mesmo e a ela que tudo seria estritamente profissional, havia dito a si mesmo que não poderia, não deveria, mas era mais forte que ele sozinho.

– Você teria ido em frente naquele dia? – O barítono rouco e baixo soou apenas para que ela ouvisse.

– Não sei do que você está falando. – Venus mentiu, sentindo o rosto queimar.

Kunzite tentou se concentrar, porém, num ato sem qualquer coerência com seus pensamentos, se viu girando a senshi para o chão. Segurava os pulsos da loira para que ela não pudesse revidar, deixando-a deitada com o corpo debaixo do seu, totalmente à sua vontade. Viu os olhos azuis, que refletiam a luz do céu, assustados, o peito da loira subia e descia descompassado. Num ato rápido, o Shitennou se abaixou-se até ela, ficando poucos centímetros de seus lábios.

– Por favor, eu não quero… - O sussurro vindo da voz de Venus saiu quase inaudível. - Não podemos fazer isso.

– Então me empurra. - Soltou as mãos, apoiando-se no chão ao lado dela, deixando-a totalmente livre para fazer o que quisesse. – Me afaste como da outra vez.

Ela ficou sem ação, por mais que sua mente dissesse que era errado continuar, seu corpo não obedecia a ordem de empurrá-lo. O general estava tão perto dela que podia sentir suas respirações misturando-se, não conseguia ao menos dizer que não podiam, tudo falhava quando ele estava perto demais.

Sua resposta não veio, Kunzite finalmente a beijou, sentiu a venusiana paralisada e começou a acariciar seus cabelos e beijar-lhe as orelhas. Ouviu um suspiro longo sair da boca da mulher, estava entregue. Enfim, ele pode voltar a boca, sendo correspondido. Era melhor do que ela imaginava, Venus sentia seu corpo estremecer a cada toque dele. Precisava de mais dele, era como uma droga da qual se vicia no mesmo momento em que se prova. Ele mordeu os lábios dela e se separou, encarando o mar azul e confuso de seus olhos.

Ele ter parado fazia com que o corpo dela gritasse por mais. No mesmo instante Venus puxou o homem pelo tecido escuro que cobria seu corpo, trouxe a boca dele de volta para sua, provando cada segundo daquele beijo quente. Céus, como ela amava coisas quentes! Amou quando ele empurrou para cima aquela roupa pesada, revelando suas pernas e caminhou por suas coxas com as mãos fortes, fazendo-a incendiar ainda mais, daria tudo para não ter aquela roupa cheia de tecido sobre si.

O ar estava se esvaindo, pararam contra a vontade e olharam-se por minutos, Venus o empurrou de leve e se levantou de uma vez, finalmente percebeu a gravidade do que estava acontecendo.

– Isso foi um erro… - Falou decepcionada, de costas para ele.

– Não desejo nada mais do que permanecer errado. - Kunzite puxou-a de volta para si, abraçando-a e colocando uma das mãos debaixo do queixo dela, fazendo seus olhos se encontrarem.

– General, nós temos responsabilidades, somos líderes, nós temos um dever com nossos sup… - Sua voz era um sussurro.

– Shhhh… - Beijou seus lábios de leve, calando suas palavras. - Quando voltarmos, podemos esquecer tudo isso se quiser, agora, dê-me um tempo para ser a minha estrela.


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Notas finais do capítulo

Yay! Sem comentários de novo #chatiada -q
Mas tudo bem, ainda escrevo pra mim xD
See ya!



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