Você Estará de Volta escrita por VenusHalation


Capítulo 11
Capítulo 10 - Curativos


Notas iniciais do capítulo

Eu estava louca pra escrever um capítulo assim! #MentePerversa



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Venus havia passado os últimos dois dias inteiros praticamente dentro da sala de guerra. Se antes queria encher a mente com trabalho, agora mais ainda. Conseguira, sozinha, terminar boa parte da divisão territorial da Ásia e a Oceania completa, lançando as primeiras anotações onde o olhar circulava pelas Américas, evitando ao máximo o centro do mapa mundi. Estava inquieta e se perguntava porque diabos um pedaço de papel a fazia parar e pensar em todas as coisas que haviam acontecido em um curto período de tempo. Além disso, sentir o cheiro da cozinha pela manhã fazia a nuca coçar ao relembrar o toque de Adônis. Sua cabeça ia explodir se continuasse daquela forma. Definitivamente, precisava ir embora daquele planeta.

Olhou a prateleira - cheia de muitos pergaminhos que ainda faltavam ser abertos - e suspirou debruçada sobre os papéis, anotando em ritmo incansável tudo aquilo que conseguia absorver. Aos poucos a luz do dia sumia, obrigando a senshi procurar uma vela para o velho candelabro dourado que exibia camadas grossas de parafina.

A loira esticou a coluna e alongou os braços sujos de tinta escura e caminhou até a janela comprida para fechá-la, olhou para cima antes e ouviu a corneta soar. Vários pégasus desciam do céu, certamente que aquela era a chamada para a chegada do Shitennou. Venus fechou a janela rapidamente encostado as costas no objeto, como se pudesse conter o barulho que chegava do lado de fora, pela primeira vez desde o ocorrido ela se deu conta de que encontraria o general.

– Eu não me importo. - Disse a si mesma, baixinho.

Caminhou de volta para a mesa e acendeu a vela, tentando voltar ao trabalho nas Américas. Lia a mesma frase repetidas vezes, mas seu conteúdo parecia não fazer sentido algum. Começou a ouvir passos rápidos no corredor, indo e voltando apressados e ritmados, passos de não uma pessoa só, mas de várias.

– Que diabos… - Resmungou, caminhando até a porta e abrindo com violência. - Poderiam fazer silêncio? Pelos Deuses!

– Perdão, Milady. - Uma sacerdotisa trazia vários frascos em seus braços. - Precisamos correr com os curativos.

– Curativos? - Perdeu a posição altiva.

– Todos no castelo estão correndo, Milady. Lorde Kunzite não passa bem.

– Kunz… - Sentiu a barriga gelar.

– Milady, está pálida!

– Leve-me até ele!

– Mas Milady, ele está…Tenho ordens de… - Gaguejou nervosamente.

– Apenas leve-me! - Ordenou, sentindo o corpo tremer.

– Venha comigo, Milady. - A voz da sacerdotisa trazia medo diante da posição ameaçadora da mulher diante dela.

Caminharam nervosamente pelo corredor, enquanto outras mulheres subiam e desciam as escadas que levavam aos quartos dos oficiais. A sacerdotisa olhava várias vezes para trás, notando a preocupação fulminante no cenho franzido acima dos olhos azuis da senshi que a acompanhava.

A porta do quarto estava aberta, entraram quase esbarrando com outra mulher de vestido branco que saia com uma grande bacia cheia de água completamente manchada de vermelho. Venus olhou para frente, ele estava na cama, o corpo estava mole, os olhos fechados, os cabelos estavam grudados no rosto devido ao suor e ele arfava inconsciente, as sacerdotisas o erguiam com cuidando, envolvendo seu peito com uma grande faixa branca. A guerreira paralisou diante da cena em que as mulheres o colocavam delicadamente na cama e se levantaram recolhendo dezenas de ataduras manchadas em carmin vivo. Não conseguia se mover, seus olhos apenas acompanhavam, somente conseguiu jogar o corpo para lado e abrir caminho para as serventes saírem, enquanto aquela que a havia acompanhado se aproximava da cama, pingando pequenas gotas dos fracos que trazia dentro da boca do general.

O silêncio voltou a reinar.

– Milady? - A mulher levantou e organizou os frascos sobre a prateleira, olhando para a loira estática na entrada do quarto.

– Perdão. - Sussurrou.

– Ele vai dormir agora, Lady Venus, vem. - Voltou até ela, tocando seu ombro.

– Eu não vou a lugar algum. - Entrou no quarto, jogando-se na poltrona ao lado da cama.

– Como desejar. - Reverenciou. - Se algo acontecer, não hesite em chamar.

– Chamarei. - Cruzou os braços.

– Boa noite, Milady. - Saiu, fechando a porta silenciosamente.

A senshi respirou fundo, se já estava difícil cair no sono em condições, quase, normais quem diria naquela. Levantou assim que não escutou mais nenhum som de movimento do lado de fora e agarrou um dos grossos pedaços de tecido limpos deixados para trás para secar toda a extensão suada do corpo dele, Kunzite estava ardendo em febre. O coração de Venus apertava e inquietava cada vez que olhava a expressão contorcida do general estirado na cama. Terminou o serviço, voltou a poltrona e foi vencida pelo cansaço, apoiada em seu punho.

Kunzite acordou zonzo, a visão estava completamente turva e nem a maior das ressacas o fizeram sentir tamanha dor de cabeça como a qual sentia no momento. Piscou repetidas vezes, até reconhecer o teto do próprio quarto e voltou os olhos para a janela, demorou a acostumar com o sol que o ofuscava e com a mulher dormindo sentada próximo ao seu leito. A expressão dela era tão cansada, mas ainda linda. Tentou fazer silêncio, mas ao fazer o movimento para sentar, uma dor aguda o atingiu abaixo das costelas, fazendo-o gemer involuntariamente.

– General! - Venus acordou e levantou em uma velocidade incrível. - Não pode se mexer!

– Bom vê-la também! - Grunhiu alguma maldição, voltando a deitar. - Aquele filho de uma...

– Terei de pedir às sacerdotisas para trazer algum desinfetante para sua boca? - Estava ajoelhada diante da cama dele.

– Desculpe, mas dói! - Virou a cabeça para encontrar o rosto dela.

– Ótimo, agora me diga: O que você aprontou?

– Foi aquele maldito príncipe!

– Seu príncipe? - Mostrou-se confusa.

– Não! Aquele maldito Diamante!

– Príncipe Diamante de Nêmesis?

– O próprio!

– O que esse crápula queria? Por que não me avisou? - Venus apertou os dedos no lençol.

– Serenity. - Afirmou tranquilamente. - Nos convidou para um tratado de paz e, hora vejam só, queria uma guerra para destruir Endymion e conseguir a mão da princesa.

– Como?

– Resumidamente: Ele os chamou, tentou comprar a princesa da lua para si, Endymion ficou furioso. Estávamos voltando quando aquele soldado idiota tentou apunhalar meu príncipe por ordem daquele cretino infeliz e eu entrei na frente, mas está tudo bem pois agora estou aqui. - Sorriu.

– Tudo bem? - Estava visivelmente zangada. - Você podia ter morrido!

– Desde quando faz tanta diferença? - Encarou com os orbes cinzas, buscando resposta.

Venus abriu a boca repetidas vezes com a intenção de começar qualquer frase que não se formava, ia recuar, não conseguia responder. Levantou do chão e iria caminhar até seu quarto novamente, mas a mão forte segurou seu pulso prendendo-a no mesmo lugar.

Olhou para baixo vendo a expressão de dor estampada no rosto do Shitennou causada pelo movimento repentino da mão e sentiu-se culpada, estava sendo infantil demais e reconhecia isso.

Soltou-se dele calmamente e voltou a abaixar, colocando o braço do homem sobre a cama. As lágrimas começaram a queimar em seus olhos e mais uma vez tentava sibilar qualquer palavra que não saia. Chegou o mais perto que podia dele, sem ter consciência alguma.

– Não me assuste, nunca mais. - A voz trêmula saiu baixa e o hálito dela esquentou os lábios entreabertos dele antes de tocá-los.

O sabor salgado das lágrimas preeencheu a boca de Kunzite, misturadas ao sabor dela. Sentiu os cabelos dela passarem por seu peito nu e as mãos pequenas acariciarem suas bochechas. O corpo entrou em chamas e a forte energia dela, dourada e brilhante, tomou conta dele e a dor do corpo machucado desaparecia. O general conseguiu erguer os braços e puxá-la pra cima de si, respirou fundo quando ela soltou do beijo e encostou a testa sobre a dele.

– Como você fez isso? - Secou o rosto dela com os dedos e desceu para apertar sua cintura.

– Apenas um segredo meu. - Soltou um riso curto.

– Ainda quero saber se quer esquecer tudo isso.

– Esquecer o quê? - Fez sinal de desentendida. - Não confunda as coisas, general.

– Confundir? - Prendeu a mulher pela cintura, com as duas mãos. - Não sou eu quem parece confuso.

– O que quer dizer com isso? - O rosto, antes branco, estava completamente corado.

– Ainda está em cima da minha cama. - Levantou as sobrancelha em um sorriso vitorioso.

– Ainda sente dor? - Perguntou cética.

– Não sei, mas posso garantir que não sentirei mais?

– Beije-me. - O peso das mãos dele a puxaram para baixo.

A quem Venus queria enganar? Podia dizer aos quatro ventos que aquele envolvimento dos dois morreria no deserto, mas havia passado os últimos dois dias apenas pensando na forma como ele a tocava, em sua voz, seus sorrisos e deboches, até mesmo pensava ser uma traidora ao beijar Adônis na outra manhã. Não tinha motivo para mentir para si mesma quando nem ele era capaz de fazê-lo. Era ela quem tinha ficado inquieta só em pensar que podia perdê-lo quando o viu inconsciente naquela cama, nada mais importaria se ele fosse embora. Perdeu o senso de responsabilidade por completo ao sentir os dedos calejados escorregarem por seu corpo.

Kunzite queimou em desejo ao sentir a pele fria das coxas dela sobre suas mãos, subiu o tecido do vestido o mais rápido que pode, atirando a vestimenta de tecido fino para longe. Observou o corpo da deusa a sua frente, repleto de cicatrizes e não conteve a vontade de tê-la debaixo dele novamente, dessa vez sem impedimento de qualquer pedaço de pano.

Beijou seu rosto, seus seios, a barriga, a extensão de suas coxas e entre elas, viu a mulher arquear. Ouviu a doce voz de Venus chamar pelo seu nome e sentiu que não poderia aguentar mais nenhum um minuto sem estar com ela. Subiu seu corpo sobre o dela e acariciou a franja dourada. Ela, por sua vez, cravou as unhas na pele morena dele quando tornaram-se um só. Aquilo era melhor do que qualquer sensação que ambos já haviam experimentado em todas as suas vidas.

– Eu te amo, Venus. - Parou olhando profundamente em seus olhos.

– Pelos Deuses… - Ainda arfava, compreendendo de toda alma o sentimento de Serenity por Endymion. - Eu o amo cada dia mais.

Do lado de fora alguém escutava com o coração quebrado, a alma destruída. Adônis não podia acreditar nas vozes e gemidos que ouvira do lado de fora do quarto de seu general, aquilo não podia ser verdade.

Beryl estava quieta olhando para o espelho. Escovava os longos cabelos vermelhos quando a imagem apareceu para ela, fazendo seus lábios se curvarem em um sorriso.

– É chegada a hora, querida. - O reflexo falou triunfante.

– Acha mesmo que Danburite vai me ajudar? - Jogou os fios ruivos para trás.

– Agora mais do que nunca. - Concluiu em uma gargalhada baixa, porém perversa.


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Notas finais do capítulo

Agora que a fic. começa a desenrolar mermão, espalhando os "mal" e as coisa caótica!
Maaaaas... Como nem tudo é perfeito, temos o natal, ano novo e panz e eu ficarei sumidinha, por isso postei tão rápido xD~
Se sentirem muito a minha falta ainda tem duas fanfics VenusxKunzite minhas perdidas aqui no Nyah! "Pela Eternidade" e "Inevitável" - todos convidadíssimos a passar por lá.
Por enquanto é isso. See ya!



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