Aventuras Descontroladas De Percabeth escrita por bloodymary


Capítulo 8
O contador de sonhos e meu Eu Que Não Era Eu


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, vejo você lá embaixo, :P



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Ouvi o coração de Percy e senti seu cheiro por intermináveis segundos, preciosos, que eu não queria que acabassem. Mas minha metade racional torcia para que tivessem sido apenas trinta ou vinte segundos, para que as pessoas em volta não começassem a estranhar.

Não, eu não podia prometer em matar Percy e ter um fantasma de Luke atrás de mim. Não que ele não me fizesse falta, mas... Ele seria só um fantasma nos meus tornozelos. Um fantasma frio, uma nuvenzinha meio transparente. E eu precisava encontrar a minha Fúria de estimação e dizer isso a ela.

Senti meu rosto ferver e Percy me soltou e me olhou nos olhos, o que não ajudou muito, parecia que todo o meu sangue agora estava concentrado em minhas bochechas. Desviei rapidamente e fitei a parede logo atrás de Percy. Ele me fez pular quando disse de repente:

-Vamos?

Um pouco do meu sangue havia voltado a irrigar os músculos, o que me permitiu mexe-los.  Assenti.

Ele se virou para a direção que estávamos indo desde o começo e andou calmamente, mexendo no cabelo. O alcancei e olhei para o chão. Ele me olhou e eu fingi na ter percebido.

Andamos assim por acho que dois quilômetros. Até que eu tirei coragem de não sei de onde e disse:

-Que horas são?

Ele consultou o relógio de pulso e disse:

-Quatro e meia.

-Ah, okay.

E continuamos em silêncio por mais um quilômetro. Até que eu cansei e peguei a garrafa de néctar da bolsa e bebi um pouco, o que me revitalizou na hora. Enquanto eu colocava a garrafa no lugar, Percy pegou na minha mão – meu pelos dos braços e da nuca se arrepiaram – e ele pegou a garrafa e bebeu um pouco mais que eu.

-Vai ser queimado de dentro para fora... – eu disse, desafiando-o.

-Annabeth, já viu que sou maior que você, ou vamos ter que parar para nos medir? – ele disse, sorrindo.

Eu juntei as peças e assenti.

Andei normalmente depois disso, até acho que as sete.

-Só faltam dois quilômetros, mas a estrada não tem iluminação, então temos que ficar por aqui mesmo. – ele disse, parando de andar.

Olhei o céu e vi que só um raio de luz o iluminava. Andamos até a margem da estrada, em um mato baixo. Ele se sentou e eu perguntei:

-Você diz acampar?

-Por aí...

-Ah.

Ele tirou a mochila das costas e... Espere... Eu nem tinha visto uma mochila em suas costas... Ele tirou a mochila das costas e tirou de dentro dela um isqueiro, um cobertor (nunca saberei como um cobertor coube em uma mochila), e uma jaqueta grossa.

-Deuses, como você trouxe tudo isso aí?

-Alguns anos de prática em dobrar e pronto. – um sorriso apareceu.

-Claro.

-Hmm, a jaqueta á para você, sabe você é menor e eu nunca sei se vai estar frio de noite, então fiquei prevenido.

-Ai, obrigada. – eu estremeci – E eu acho que eu já preciso dela.

Ele riu e me entregou a jaqueta. Ela era grossa, mas era leve. Coloquei-a e fechei o zíper.

-Quer ajuda com o fogo?

-Ah, se quiser me ajudar a juntar gravetos...

-Sim, ajudo.

Eu o ajudei a levantar e começamos a pegar gravetos. E o que não faltava ali eram gravetos, porque em dois minutos, eu e Percy voltamos com as mãos cheias. Joguei a minha parte no chão e ele jogou a dele por cima. Depois ele tirou de um circulo imaginário um pouco do mato, até que ele chegasse a terra. Pegou umas folhas secas, colocou fogo nelas e esperou que ele se espalhasse. Pôs cuidadosamente as folhas em chamas nos gravetos e eles demoraram um pouco para começar a queimar e lançar fagulhas no céu, já escuro.

-Muito bem. Tem um pé no chalé de Hefesto? – eu brinquei.

-Não, mas eu acho que você tem um pé com as Caçadoras. – eu engoli em seco ao ouvir aquilo – Saber catar gravetos tão bons quantos os meus.

Me recuperei e o olhei, confiante. Os olhos dele refletiam o fogo.

-Obrigada.

-É nessas horas que eu queria que Nico estivesse aqui com a minha cadela infernal. Sabe... As viagens dele são bem mais rápidas. Ele viaja pelas sombras e isso ajuda quando queremos chegar ao um lugar depressa. – ele disse.

Eu assenti, pensando em um passatempo para o momento.

-Eu queria que Blackjack estivesse aqui também. Ele também é bem rápido. – eu disse, começando um jogo de curiosidades sobre cada um que nós conhecíamos.

Ele riu. Blackjack era o pégaso de Percy. Mas ele estava no Acampamento.

-Eu poderia chama-lo, sabe, consigo ler os pensamentos dos equinos. – ele disse, e eu percebi que ele falava sério.

Ai eu me lembrei que Poseidon tinha feito os cavalos da espuma do mar.

-Claro, e porque não chama?

-Não valeria a pena. Já estamos instalados e até apagar essa fogueira. – ele falou nisso e eu me lembrei das oferendas. Peguei a sacola/caixa e abri.

-Ah, verdade, tinha me esquecido. – Percy falou, pegando a sua parte.

Peguei a minha e fiz uma oração silenciosa para minha mãe. Pedi para acharmos logo a Fúria que tinha acampado na frente da minha casa para eu falar que eu não aceitava a promessa. Joguei a oferenda no fogo e a fumaça subiu com cheiro de bronze. Quando abri os olhos, Percy ainda rezava. Eu o fiquei olhando e quando ele jogou o hambúrguer com batatas e a torta azul, o cheiro era de brisa do mar, quase igual ao do corpo dele. Respirei fundo, apreciando o cheiro.

-Gostou do cheiro? – ele me assustou.

-Sim, é o mesmo que eu sinto quando te abraço. – eu falei, desenfreada e sem pensar. Arregalei os olhos, mas ele não pareceu surpreso com isso.

-Eu sei. Toda vez que você me abraça, você fica respirando fundo. Hoje, quando eu cai na cama com você em cima de mim... – eu senti uma pontada no estomago, vergonha. – E quando você dormiu, você quase arrancou a minha camiseta, mas não conseguiu e depois você falou alguma coisa como: - ele fez aspas no ar – “Você tem cheiro de mar”.

Eu corei e olhei para baixo.

-Desculpe.  – e depois eu soltei com violência tudo que eu segurava e quando percebi eu já tinha falado – Mas sabe, eu gosto mesmo do seu cheiro. É bom, uma mistura de brisa do mar com um toque doce. Se é que isso é possível.

Tentei não olhar para o rosto de Percy, com medo de que ele estivesse em choque.

-Annabeth... – ele disse depois de um tempo – Eu também gosto do seu cheiro. É de limão.

Ele sorriu, na forma do meu sorriso, na forma mais bonita que eu já tinha visto. Não pude deixar de suspirar alto e depois sorrir também.

Oras, já que ele queria falar sobre nós, vamos falar sobre nós. A voz me assustou, mas eu não demostrei. Respirei fundo e deixei que ela meio que se apossasse de mim, e quando ela tomou o controle, liberei a boca e a deixei falar, sem pensar muito nas consequências:

-Também gosto de ouvir seu coração. – a voz ainda era a minha.

Deixei o Eu Que Gostava De Falar Com Percy Sobre As Coisas Que Eu Sentia controlar meus músculos e eu me aproximei de Percy, me sentando do lado dele. Olhei para seus olhos e mordi o lábio, sem vergonha. Como eu podia ser assim, tão abusada? Estranhei e voltei a segurar a voz na minha cabeça.

-Bom... Já que estamos falando nisso... – ele parecia ouvir a minha voz interior – Hmm. Eu não sei muito bem como falar isso, mas somos amigos e, ah! – ele respirou e absorveu uma gota de coragem de não sei de onde – Eujásonheiquetebeijava. – ele soltou muito rápido.

-Oi? – eu falei.

-Eu, bem...  – ele sugou de novo coragem, mas acho que agora foi um copo inteiro de 500 ml – Eu já sonhei que te beijava.

Agora eu tinha entendido. Deuses. Era isso que eu estava esperando. Soltei de vez a voz e ela tomou conta de mim por inteiro. Senti um frio na barriga e outro puxão no estômago, outra vez vergonha, mesmo com meu Eu Que Gostava De Falar Com Percy Sobre As Coisas Que Eu Sentia solto, eu corei absurdamente rápido. Eu já não olhava para Percy com a segurança e confiança de antes. Eu ainda o olhava, mas outra sensação chegou até mim. Culpa.

Ficamos em silêncio por mais ou menos três minutos.  Mas logo o meu outro Eu voltou ao controle e ele fez com que eu esperasse ser beijada. Eu me estranhei, mas não consegui voltar à segura-lo. Meu corpo estava pronto e esperava ser atacado por Percy. Eu não queria confessar a mim mesma, mas eu sabia que estava ficando decepcionada.

Nisso tudo, Percy não parou de me olhar nos olhos. Ele não tinha vergonha?

-Desculpe. – eu disse e depois, conformada não íamos nos beijar hoje, deitei na grama e coloquei o cobertor só nas pernas, já que tinha uma jaqueta grossa e Percy só estava com uma blusa fina por cima da camiseta amarela. O senti se aproximando, e ele me surpreendeu com um beijo demorado na testa. Depois ele

Ninguém iria se render hoje.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAH cara, como eu amo muito vocês, semideuses e mortais xeretas!! De 12 para 32 reviews?? AAAAAAAAAAAAH! Let me love you all! Chorei, sério. Encomendei uma capa jóinha e espero que fique muito legal!!! Amo vocês!! Beij*