Sabe quando eu disse que eu e Gerard começamos a ficar amigos não foi bem amigos, digamos colegas... coleguinhas, ele pelo menos não parecia mais me odiar, mas sabe, ele me zuava muito por andar com o Mikes, coitado do Mikes, na época da adolescência ele e Gerard brigavam muito, ah mas hoje em dia eles se dão bem. Esqueçamos hoje em dia. Eu, Gerard e Ray, começamos a treinar gritarra juntos e o Gee treinava vocal com sua avó Elena, Matt tocava bateria, e Mikes começava a aprender baixo. O Gee e o Matt reveleram o projeto de criar uma banda, eu achei insano, mas Mikey adorou e então até deu nome a banda, "My Chemical Romance", tirou o nome de um livro, o nerd do Mikes. Então ele começou a aprender baixo e nós treinávamos juntos, não digo ensaiar, porque ainda não tinhamos um baixista e nem um estúdio então apenas treinávamos para quando tivéssemos.

Agora eu passava muito mais tempo com o Gee do que antes, eu dava umas dicas de guitarra, e ele me zuava. Nessa época eu estava começando a fazer algumas tatuagens e ele zuava até as minhas pobres tatuagens, coitadas. Estávamos começando uma relação de amizade, aquilo era de mais, era mágico, eu sentia que o tempo que passava com o Gerard era o melhor. Minha vida estava mudando, eu tinha agora amigos e bem... uma paixão, por mais que fosse platônica e gay era uma paixão, ainda não tinha me acostumado com isso.

- Ei pirralho - falou o Gerard outro dia - você não devia estar estudando não? O Mikey está estudando e você está ai tocando? Pensa ai... são as provas finais, eu não curto estudar, mas se quer passar de ano, estude para as provas finais.

- Eu.. eu não consigo me concentrar - falei sentindo minhas bochecas queimarem, droga eu estava corando.

- Por que, você é autista? - falou mais uma vez tirando sarro.

- É por que... - eu estava decidido a não me declarar - estudar me dá sono.

Que desculpa esfarrapada, até hoje tenho dúvidas se ele acreditou.

Mas realmente, era impossível me concentrar, eu me lembrava dos seus olhos verdes que me encaravam, daquele seu cabelo desfiado no ombro, da suas roupas, do cheiro forte de colônia masculina, das piadinhas pervertidas que ele fazia, dos tiques que ele tinha, me lembrava do seu sorriso doce, como do seu sorriso sarcástico, droga, isso estava ficando insuportável.