O ar frio de dentro do quarto parecia ter aumentado dez vezes mais, mas não parei, e continuei entrando, quando me sobressaltei ao ver alguém de costas para mim mechendo em alguma coisa. A principio achei que seria algum catador de lixo. Era um garoto, parecia um Punk, com roupas perfeitas e com um moicano mais perfeito ainda, mas foi ficando cada vez melhor quando ele se virou para mim com aquele rosto lindo, tinha nos olhos um brilho tão intenso que eu podia me perder dentro deles, usava lápis, de olho mas com estilo, e não como aqueles posers gays tentavam fazer. Tinha um cabelo liso e escuro. Não sabia o que dizer, e por alguns instantes esqueci que era humana e que precisava respirar.
– Pode respirar agora. - Own My God, que voz era aquela ? Nem mil anjos com toda a sua doçura superaria aquela voz tão doce e ao mesmo tempo firme.
– Quem é você ? - perguntei ainda paralisada e com as palavras atropelando umas as outras.
– Enzo Tanner. - o nome era tão lindo quanto o seu dono.
Acho que depois de perceber que eu perdera totalmente o dom da fala ele perguntou:
– E você quem é ?
Esqueci meu nome por alguns segundos, mas logo que voltei ao normal, respondi:
– Lilitih Conklin.
– Prazer. - Ele estendeu sua a mão e eu a peguei, era tão gelada quanto o local, e por alguns segundos esqueci que ele precisava da mão dele de volta.
Fala sério, o que ele pensaria de mim ? Eu aqui tremendo e falando como um bebê, e um bebê totalmente retardado e drogado, então a verdadeira Lilitih voltou ao seu estado normal e finalmente consegui começar a pensar nas palavras antes de fala-las.
– Não vejo nenhum prazer em ser assustada por um garoto estranho.- Ele me olhou parecendo um pouco surpreso e então falou: – Garoto estranho ? - ele me fitou da ponta de meus pés até voltar ao meus olhos como que para me provocar. - O que uma garota com a cabeça no lugar procura dentro de uma igreja em ruínas ?