Eu estava caindo. Minha hora tinha chegado. Eu não queria morrer desse jeito. Não agora. Não assim. Não pelo pai da Madelaine.

Fechei os olhos, não queria ver. Acabou. Adeus. 

- Nossa, pensei que iria doer.- eu disse.

- É que você não morreu.

Abri os olhos. Eu estava de ponta cabeça, sendo segurada pelos pés por um cara estranho, mas ao mesmo tempo familiar.

Não acredito que me jogaram, pra ele me pegar, e terminar de me matar. 

- Não termine de me matar. por favor. Eu te imploro. - eu disse, quase chorando.

- Não vou te matar. Calma, fofucha.- o homem dizia enquanto me colocava no chão.

Fofucha. A única pessoa que me chamava de fofucha era o meu pai, que por sinal, era alto, e tinha olhos claros como esse homem. Ah, e também gostava muito de preto, como esse homem. Espera aí.

- Pai?

- Pensei que nunca adivinharia. - ele disse, enquanto me desamarrava.

- Porquê fingiu estar morto?

- Pra proteger você, seu irmão e sua mãe. Mas eu falhei. Eles conseguiram pegar sua mãe.

- E eles ainda estão agindo. Me diz. Onde você esteve esse tempo todo?

- Bem embaixo dos seus pés. Tem uma entrada secreta abaixo do castelo. E eu estava lá.

- Tem uma casa lá?

- Não. É mais para um......... esconderijo.- ele dizia.- Eu ouvi os tiros que mataram sua mãe e o Sebastian. Então eu resolvi sair de lá. E procurar mais pistas para encontrar o verdadeiro assassino. Foi quando cheguei no pai da Madelaine. Nunca imaginei que ele seria capaz de tudo isso somente para conseguir o trono real.

- Ei, já está na hora de eu assumir o turno de guarda. Headhome e Derek devem estar me procurando. Preciso voltar para lá.

- Acho muito arriscado. Tome cuidado. E se algo acontecer com você, saiba que eu sempre vou te amar. E se algo acontecer comigo, olhe para essa pulseira. Ela é cheia de pérolas. E cada pérola equivale à um pouquinho do meu amor por você. - ele dizia, enquanto colocava a pulseira no meu pulso.

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- Melina! O que aconteceu?- Headhome me perguntava, enquanto Derek me abraçava.

- Eu quase morri. Eu descobri quem está por trás disso. - eu respondi para ele.

- E quem é?- Derek perguntou.

- Se eu disser, vocês não vão acreditar.

- Conte assim mesmo.- disse o detetive.

- Lembra aquele homem  e da mulher no museu? Eram o irmão e a mãe da Madelaine. E quando eu raciocinei que estavam atirando do alto da torre desse hotel, corri para lá. E havia um matador de aluguel com uma Sniper apontada para o castelo. Tentei me aproximar, mas me doparam e eu desmaiei. Quando acordei, eles me jogaram de lá de cima. Mas meu pai me salvou. 

- Melina. Você está louca. O papai morreu. Há muitos anos.

- Não Derek. Eu não morri. - meu pai disse, enquanto entrava pela porta e corria na direção de Derek, para abraçá-lo.

- Capitão Frederich Armsfair! Pensei que não o veria de novo tão cedo. - o detetive relatou.

- Vocês se conhecem? - eu e Derek perguntamos.

- Fazemos parte da mesma equipe de combate das forças especiais. - papai respondeu.

- Ei, se não sabem, ainda temos que combater aqueles bandidos.- eu disse.

- Mas agora já está tarde. Vão dormir. Amanhã cuidamos disso.

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Acordei, percebi que Derek ainda dormia, e que Headhome não estava. Fui procurar meu pai. Vi ele limpando o cano de uma Sniper. Igualzinha a que o cara da cobertura usava. Ah, não. Não pode ser. Meu pai que matou minha mãe? Porquê isso? Será mesmo ele?

Saí correndo. Me escondi atrás do sofá do hall do nosso andar. Colocaram de novo um pano no meu rosto. Desmaiei de novo.

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- Headhome. Sequestraram ela de novo.

- Ah, não. E agora? O que vamos fazer Fred?

- Vamos atrás do Richard, o pai da Madelaine.

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- Pode dizer onde ela está, e diga AGORA.- ouvi de longe, acho que é a voz do meu pai, mas não pude dizer nada, um pano tampava minha boca.

- Porquê acha que eu que peguei ela?

- Porquê acha que eu vou acreditar em você? Você já matou minha mulher, quer mais o quê?

Não acredito que desconfiei do meu próprio pai. Ele não tinha culpa de nada. E a Madelaine? Coitada. Quando souber o pai que tem...

- Para de desconfiar de mim, Frederich! Eu não fiz nada!

- Ah, não é?

A porta da sala em que eu estava se abria. Meu pai. 

Ouvi um barulhão. Mais um tiro. Tinha medo até de pensar em quem morreu agora.

- Calma filha. Eu estou aqui pra te ajudar.

- Como descobriu que eu estava aqui?

- Sabe a pulseira que eu te dei? Ela tinha um GPS implantado em uma das pérolas.

- Nunca mais vou tirá-la do braço. 

------------------------- Um tempo depois ---------------------------

- E é com toda a alegria que coroamos Frederich Armsfair como rei, Melina Armsfair como rainha, Derek Armsfair como príncipe, Madelaine Helchut como duquesa e Antony Headhome como duque.

Me virei para a população de Evaline, e disse para mim mesma:

- É. Tudo acabou bem. Aquele barulho, que ouvi logo antes de meu pai me desamarrar, era Richard, se matando. Madelaine sofreu com toda a família presa, e com o pai morto, então veio morar comigo. Meu irmão está muito bem, agora que descobriu que meu pai é um agente especial e que ele vai ensiná-lo todos os truques, e eu... Bom, eu estou muito bem. E o povo de Evaline também.

"E foi assim, que eu quase morri, e me tornei rainha de Evaline."