Tinha sangue para todos os lados. Meu coração quase saía pela boca. Quem será que o assassino tinha matado agora?

Corri para a cozinha. Nada. Lavabo também não. Subi para o quarto de Derek. Nada também. Meu quarto. Nadinha. De quem será aquele sangue todo então?

Voltei para a entrada, onde todos estavam.

- Eai, o que você descobriu?- Clô me perguntou, aflita.

- Nada. Não tem nada. De quem é esse sangue?

- Eu não sei. Eu só vi tudo isso aqui quando estava voltando do seu quarto. Olhou por toda a casa?- Clô perguntou.

- Sim. - respondi.

Nisso Derek saiu correndo. Não entendi, mas tá. O quarto da minha mãe. Eu me esqueci de olhar nele.

- Corram aqui!!- ouvi Derek gritando,coisa boa é que não era.

Logo chegamos. O quarto estava normal. E nenhum sinal de Derek. 

- Aqui no banheiro! Venham ver!- meu irmão disse.

Estava com medo de olhar. Mas eu tinha que fazer isso. Era a descoberta da morte de minha mãe que estava em jogo.

Era melhor eu não ter olhado. Era Sebastian. O carteiro. Ele estava morto. Esfaqueado. Com um buraco bem no meio da testa. Seu sangue escorria pela banheira. Me recusei a continuar olhando. Chamei todos para meu quarto. Clô ligou para a polícia.

- E se os dois assassinatos estiverem ligados?- Derek se voltou ao detetive.

- O assassino com quem estamos lidando é do exército.- o detetive respondeu.

- Mas como sabe isso?- Madelaine perguntou.

- Dois tiros no coração e um na cabeça. Estavam atirando na sua mãe. Ele percebeu. E entrou na frente. Quando iam dar o último tiro, na cabeça dela. Sebastian morreu para salvar sua mãe. É o que eu desconfio.- o detetive completou.

- Se ele é do exército, pode muito bem ter atirado de longe. Eles recebem um treinamento muito bom para isso.- Derek completou.

- E quanto ao sapato da fotógrafa do museu?- Madelaine perguntou.

- Boa pergunta.- respondi.

- Me empresta aqui.- Derek disse.

Entreguei o sapato para Derek. O detetive pegou alguma coisa de sua mochila e colocou o sapato perto. O negócio começou a apitar.

- Estranho. A pessoa que usava o sapato não teve nenhum contato com a sua mãe, nem antes nem depois de morta. - o detetive começou a falar.

- Então porquê ela estava tirando fotos nossas?- Madelaine perguntou.- A propósito, eu nem vi a cara dela.

- Ei. Estamos esquecendo de algo importante. A professora do Derek. Foi por causa dela que mamãe desceu para a sala aquele dia.- relatei.

- Eu pensei nela também, Melina. Mas ela só foi paga pelo assassino para atrair a atenção de sua mãe para o local em que seria assassinada.- o detetive disse.

- Como sabe disso?- perguntei.

- Encontrei ela andando pelas ruas, tentando chegar num ponto de ônibus. Peguei-a e levei para minha casa. Ela não quis me contar. Então tive que amarrá-la. Então ela me contou. Disse que recebeu cinco mil dólares para atrair a sua mãe. E disse que recebeu de uma mulher misteriosa. Só isso.- o detetive respondeu.

- E essa mulher pode ser a fotógrafa!- Madelaine disse.

- É! E ela pode ser a chefona disso tudo!- Derek disse.

- Não. Quem está por trás disso tudo não se mostra. O assassino ou a assassina só manda. Ele não faz nada além disso.

Derek olhou pela janela, pensativo.

- Porquê o jardim está tão sujo?- ele perguntou.

Fomos todos até a janela.

- O jardineiro não apareceu pra trabalhar. Aí tem coisa.- eu disse.

- Será que ele também foi morto?- Madelaine perguntou.

O detetive pegou o seu binóculo e começou a olhar.

- Uma pista.- ele disse, enquanto descia para o jardim.

Desci atrás dele, Madelaine e Derek também. Pude ver a polícia chegando por causa de Sebastian.

O detetive veio em nossa direção, com a câmera principal na mão.

- Vejam isso. É a cena do assassinato.

"Mamãe esperava a professora de Derek. E nada dela. Então foi pegar flores para seu vaso. Quando se levantou, levou dois tiros, que vinham na diagonal direita. Do alto. Quando vi uma pessoa chegando no fundo da tela. Era Sebastian. Logo ele pulou em sua frente, quando levou o terceiro tiro. Um homem de preto, de capuz apareceu. Ele epgou Sebastian e entrou na casa, pelos fundos."

- Esse homem de preto aí. Pode ter sido ele que matou.- Derek concluiu.

- Claro que não. Quem atirou, atirou de longe, e do alto. Você acha que ele chegaria aqui tão rápido?- eu disse.

- Vamos refazer a cena do assassinato.- o detetive disse.

- Eu posso fazer a rainha.- Madelaine disse.

- Ei. Como o homem de preto entrou aqui? Os seguranças não deixam ninguém entrar sem ser anunciado e autorizado!- Derek disse.

- Provavelmente  ele já estivava aqui...- o detetive disse.

- Ele podia estar atrás da moita.- Madelaine disse, brincando.

- Você disse brincando, mas pode ser verdade. Vamos investigar isso melhor.

Saímos do castelo e olhamos em sua volta. Não havia nada. Estávamos quase desistindo, quando eu saí correndo e gritando.

- Ei! Olhem isso aqui!

Era um buraco pequeno. Só uma pessoa bem magra conseguiria entrar.

- O homem de preto conseguiu.- Derek concluiu.

- Então não é só um. São muitas pessoas ligadas à esse assassinato. Muito mais do que imaginamos.- concluí.

- Vamos refazer a cena então!- o detetive disse. 

- Eu faço o homem de preto. E eu tenho uma arminha de brinquedo, nerf. Seus tiros são amarelos. Podemos usá-la. Você, detetive Headhome, suba no muro, na direção que veio o tiro.- Derek disse.

- Tá. E eu sou o Sebastian.- disse.

"Madelaine saía da porta, olhou para os lados, e seguiu em frente. Abaixou, pegou uma flor e levantou-se, virando na direção de Headhome. Escutei um barulhão. Nossa. A arma de brinquedo do Derek é boa mesmo! Esperei mais um barulho, e apareci na frente de Madelaine. Ou ela fingia muito bem, ou ela tinha desmaiado. Toquei nela e olhei para minha mão. Ela estava sangrando. O tiro tinha sido de verdade. Peguei a Madelaine no colo, sorte que ela era bem magrinha. Entrei dentro da casa. logo Derek e Headhome apareceram."

- Ela levou um tiro. E não foi da sua arminha de brinquedo, Derek. O assassino continua atacando. Será que ela morreu?- eu disse.