Capítulo 4 -

Já tinham se passado algumas semanas sem Oliver, e nenhuma notícia dele. Estava tudo na mesma, estava tudo parado! Eu não tinha me acostumado ainda. Era sábado, ótimo! Só mais um final de semana solitário... Eu estava sozinha no quarto, olhando para o pátio pela janela, e tinha feito isso muitas vezes ultimamente, pois tinha esperança de vê-lo voltando.

– Mais um final de semana solitário, Bella?! – Falou Vivien entrando no quarto e sentando-se na cama.

- É! – Sorri. – E você, por que não está com as meninas?

- Cansei de ouvir gritinhos felizes. – Suspirou ela, cruzando os braços e olhando para eles. – Elas vão passar o final de semana na casa dos parentes.

– E você não vai?

– Na verdade... – Ela olhou pra mim e voltou a abaixar a cabeça. – Eu sou órfã!

– Ah!

– Minha mãe morreu no meu parto, e meu pai sofreu um acidente quando eu tinha 12 anos. – Ela suspirou e depois continuou a explicar. – Então, vim pra essa escola.

– Sinto muito... – Eu a olhei e sentei-me ao seu lado. – Então, parece que serão duas solitárias!

Ela sorriu, e ficamos ali sentadas, pensando, por um bom tempo. Até ela quebrar o silêncio.

- Sabe, - Falou ela revirando a atenção para mim. – Eu acho que você não deveria ficar relembrando e chorando o tempo todo, como se fosse a culpada disso! Oliver foi embora por causa da avó dele, se fosse por você ele nem teria falado depois da festa... Mas você tem que viver, você não pode ficar aí que nem uma morta-viva, como se fosse movida ao Oliver!

- Talvez, você esteja certa! – Falei. – Mas, não é que eu me culpo é que eu só tenho ele como amigo... Ou tinha!

- Acho que você deveria tentar conhecer mais as pessoas... O que você acha de sairmos essa noite e conhecer alguns amigos?

- E-eu... não sei!

- Ok. Às oito da noite na frente do colégio... – Falou ela se levantando. – Ah, e vá de calça!

Ela saiu do quarto, e eu fiquei meio confusa. Talvez ela estivesse certa, Oliver fez o certo, a sua avó precisava dele e eu precisava viver. Então, resolvi que eu iria à noite. Não sabia como iria reagir, pois nunca tive amigos, e não sabia como puxar assunto. Suspirei e fui ao guarda-roupa, escolher o que iria vestir. A primeira calça que avistei foi uma jeans preta, peguei-a e coloquei em cima da cama junto á uma camiseta vermelha que dizia: Fuck You, bitch! (Foda-se, vadia!). Eu não gostava muito daquela camisa, mas queria causar uma boa impressão hoje!

Quando já estava quase na hora, eu me vesti, soltei meu cabelo, baguncei-o um pouco. Vivien chegou correndo no quarto, e parou quando me viu.

- Gostei da sua camisa. – Ela falou rindo, sarcasticamente. – Vamos? Eles estão nos esperando!

- Okay. – Falei, suspirando.

Peguei meu casaco e fiquei em pé olhando-a. Ela me puxou pelo braço, e nós fomos correndo. Descemos a escada e chegamos à saída do colégio. Havia dois garotos em pé, à frente de um carro, nos esperando, um estava fumando, o outro estava me olhando com o braço apoiado no carro.

- E aê, gatinha! – Falou o cara que me observava.

Ele colocou seu braço ao redor dos meus ombros e abriu a porta para que eu entrasse. Fiquei parada por um instante. “Eu tenho que ir, não vou dar uma de idiota, desistindo, agora!” pensei. Mordi os lábios e entrei no carro.