New Girl escrita por BerryFabray


Capítulo 35
Yours Truly — Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Meus amores! Não me odeiem pela demora! Prometo que teve motivos! Como sempre, os problemas de família vêm me perseguindo nesses últimos meses. E agora, a reta decisiva de vestibular chegando está realmente tomando meu tempo. Mas o grande motivo, foi que vivi um turbilhão de idéias para uma nova fic faberry, e tive que começá-la, e já estou com três grandes capítulos escritos. Depois desse epílogo, postarei alguns agradecimentos e um pedaço da Fic para saber se interessa à vocês que eu continue escrevendo-a e então comece a postá-la. Enfim, finalmente chegamos ao epílogo. Não está muito grande, mas a tristeza de ter acabado essa fic com certeza é :/
O nome do cap se deve a uma música chamada Yours Truly, da banda Paradise Fears. Estou, particularmente, apaixonada por eles e por essa musica. Não a ouvi escrevendo o capítulo, mas ela é linda, vale a pena ouvir.
Espero que gostem :*



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— Brittany! Quer sair daí?! — Reclamei com ela, pois estávamos todos escondidos no corredor enquanto ela estava roubando alguns doces sobre a mesa

— Deixa comigo — Sam disse, indo até Brittany e a puxando pela cintura até que se juntassem a nós.

                Ouvimos o barulho da chave na fechadura, o que significava que Kurt não havia mais conseguido enrolar Rachel. Deixei que Sam ficasse na ponta, olhando para ver quando os dois entrariam.

— Não acredito que você me enrolou na rua até essa hora, Kurt! — Rachel entrou reclamando — Eu prometi a Quinn que estaria em casa até as 19h, afinal eu tenho que passar meu aniversário com minha namorada também, não é? E já são 20h30!

                Todos olharam para mim e então Sam balançou a cabeça positivamente. Assim que a luz da sala se acendeu, todos nós saímos de onde estávamos gritando um grande e alto ‘Surpresa’. Eu não soube decifrar a expressão de Rachel no momento em que viu todos ali. Creio que a primeira tenha sido um grande susto devido aos nossos gritos, mas logo depois um grande sorriso se formou em seu rosto.

                Deixei que todos passassem a minha frente, e dei-me ao luxo de apenas assistir àquela cena. Todos estavam ali, todos nossos amigos que fizeram do nosso ensino médio um momento único em nossa vida, e nossos novos amigos que havíamos feito naquela nossa etapa. Todos estavam em volta dela, se revezando entre abraços e beijos enquanto aquele sorriso feliz pela surpresa ainda não havia deixado seus lábios, e já era possível perceber seus olhos um pouco marejados, mas obviamente não de tristeza, mas de felicidade.

— Eu não acredito que fizeram isso! — Ela disse, passando as mãos pelos olhos — Por isso que você me enrolou na rua por tanto tempo, não é? — Rachel deu um leve tapa no ombro de Kurt

— Foi preciso, oras.

— Obrigado mesmo pessoal. Vocês não sabem como é importante pra mim, ter vocês aqui. É o primeiro aniversário que passo sem meus pais, já que este ano eles puderam vir aqui…

— Espera, espera — Blaine interrompeu a fala de Rachel — Antes de a aniversariante começar o discurso, acho que você devia agradecer a quem realmente preparou isso tudo pra você.

                Para minha surpresa, todos eles abriram caminho, até que eu finalmente a visse direito. Eu, que antes estava recostada na parede, apenas observando a cena, desencostei-me dali e dei um passo à frente. Ela veio em minha direção lentamente, e eu aproveitei para analisá-la. O jeito que seu cabelo balançou, a forma como ela tinha as mãos unidas a frente de corpo e como os dedos estavam entrelaçados, mas principalmente, o sorriso incrivelmente lindo que ela me ofereceu assim que se aproximou. Eu não tinha a visto o dia inteiro. Saí de casa bem cedo para comprar as coisas da festa e pedi que Kurt a tirasse de casa logo depois do almoço, para que pudéssemos arrumar as coisas. Eu queria muito ter passado o dia com ela, mas sabia que seria importante a pequena festa surpresa, mas principalmente a presença de todos ali.

                Parando a minha frente, ela fechou os lábios, mas ainda manteve aquele sorriso tímido no rosto, e eu levei minha mão até seu rosto e o afaguei. Antes que eu pudesse abrir os lábios na intenção de dizer ‘feliz aniversário’, ela puxou-me pela nuca e me beijou. Ouvi alguns gritinhos e grunhidos vindos do povo atrás de nós, mas não dei importância alguma. Afinal, nós duas merecíamos aquele momento. Apenas passei meus braços em torno de seu corpo e intensifiquei nosso beijo, esquecendo qualquer coisa e qualquer um que estivesse ao nosso redor.

— Feliz aniversário, meu amor — Eu disse, ainda mantendo meu rosto perto do seu

— Fez tudo isso pra mim?

— E você ainda duvida? Não foi nada demais. Além disso, você merece.

                Ela apenas sorriu e abraçou-me forte, escondendo o rosto em meu pescoço.

— Não querendo acabar com o momento ‘love’ das duas, tem uma festa pra acontecer, sabiam? — Kurt disse, ligando nosso som da sala.

                Rapidamente vi todos se espalharem por nosso apartamento. É, nosso apartamento. Rachel e eu não conseguimos viver nesta vida de ficar em dormitórios diferentes. Em menos de três meses, juntamos o dinheiro que conseguimos e decidimos que alugaríamos um lugar pra nós. Porém, o dinheiro que tínhamos juntado mal nos sustentaria por um mês, contando com aluguel, contas, e suprimentos. Foi então que Rachel teve a brilhante idéia de chamarmos Kurt para nos acompanhar nessa situação. Era mais alguém para nos ajudar nas contas. E por incrível que pareça, a situação cresceu mais do que eu esperava. Tínhamos alugado um apartamento bem grande no West Village, e não éramos apenas nós três vivendo ali. Estavam também conosco Santana e Blaine. Meio inacreditável, não é? Santana logo se mudou conosco. Mesmo sem ter entrado em faculdade alguma, ela havia conhecido um grande produtor musical que simplesmente se apaixonou pelo talento dela. Ela era agora contratada por ele e já lançava seu primeiro single. Blaine entrou na história um ano depois, assim que se formou. Era fato que Kurt não agüentaria ficar sem ele por muito tempo, e o convite foi inevitável. Agora, éramos cinco.

                O clima em nosso apartamento era ótimo. Mantemos a mesma amizade e intimidade que tínhamos na época de colégio. Santana não havia perdido seu jeito ‘lima heights’ de resolver as coisas, e sempre ouvíamos bastante reclamação, afinal ela estava rodeada por dois casais. Mas a latina não podia reclamar. Brittany passava os finais de semana conosco sempre. Ela agora estudava em Chicago, mas matar as saudades de Santana sempre que possível. Esses dias eram bem estranhos, pois tínhamos três quartos no apartamento. Kurt e Blaine ficavam em um e nós três dividíamos outro, e deixávamos um para visitas, ou casos especiais, como o de Brittany. E sempre que ela vinha, Santana nos largava para dormir com ela no outro quarto. E acreditem, Santana é bem barulhenta durante suas noites com Brittany. Não que isso atrapalhe meu sono, já que é claro que eu e Rachel aproveitávamos a ausência de Santana em nosso quarto.

                E no outro lado disso tudo tínhamos Blaine. Eu jurava que ele tentaria entrar em Nyada, mas ele está em Columbia comigo, fazendo música. Nós tínhamos nos aproximado bastante devido à maneira que nossa vida estava agora, e ele tinha se demonstrado um grande amigo para mim. Realmente, quando o assunto era amizade eu não tinha do que reclamar.

                Sentei-me ao sofá, ao lado de Blaine e Kurt e passei a analisar aquela situação. Todos estavam ali. Todos aqueles que se tornaram tão importantes em nossas vidas, e até mesmo aqueles que a vida talvez fosse nos separar, mas acabou aproximando mais ainda. E ali, naquela festa, a importância de cada um deles se tornava mais clara ainda para mim. O primeiro que vi foi Sam. As vezes eu me lembrava que a entrada de Sam no colégio havia me causado algumas complicações com Rachel, mas eu não sabia mais viver sem ele. Ele era meu melhor amigo. Estava morando em Nova York também, a apenas vinte minutos de mim, o que era ótimo. Ele estava morando com Joey, um amigo de infância dele que eu conheci apenas uma vez. Sam estava fazendo música na NYU, e tirava algum dinheiro fazendo alguns trabalhos pequenos como modelo, apenas umas fotos aqui, outras ali. Nada grande, até porque não era o que ele realmente queria.

— É Fabray, casa cheia… — Santana me tirou de meus pensamentos, enquanto se sentava ao meu lado, sobre o braço do sofá

— E quando que nossa casa está vazia? Somos cinco…

                Como Santana nada respondeu, voltei à meu pequeno mundo chamando pensamento. Voltei a analisar aquelas pessoas ao meu redor, então vi Finn. Depois de tudo que passei com Finn, eu apenas o considerava um conhecido meu. Mal nos falávamos, mas não por birra ou mágoa, mas porque simplesmente não tínhamos entrosamento, ou assunto algum. Ele não era uma pessoa ruim. Pelo menos não mais. Mas Rachel ainda mantinha certa amizade com ele, mesmo que quase não se falassem já que ele estava morando em LA com Puck.

                Puck… Ah, Puck. Daquela época, era o único que meu coração doía só de pensar. A saudade era grande. Puck foi meu amigo em todos os momentos, e infelizmente pela distância, mal nos víamos. Mas ainda nos falávamos praticamente todos os dias. Ele sempre me ligava, querendo saber como eu estava, como andavam as coisas por aqui, e eu sempre o chamava para passar o final de semana aqui com a gente, e provando que não tinha mudado nada, ele sempre respondia que só viria se dormisse comigo e com Rachel.

— Parece que sua morena está bastante feliz, não é? — Santana novamente disse

                Assim que a ouvi fazer esse comentário, levei meu olhar até Rachel. Ela estava de pé, com um copo na mão, dando risadas enquanto conversava com seus amigos da faculdade, Lisa, Sarah e Steve.

                Confesso que tive certo problema com esses três de início. Com Lisa, os motivos foram óbvios. Sempre soube da ‘quedinha’ dela por Rachel, mas ela até que foi bastante respeitosa, pois percebendo que eu não gostava muito da amizade das duas, ela veio até mim para uma conversa e disse pra mim que achava Rachel bonita e gentil e outras coisas mais que eu não prestei atenção devido ao ciúme, mas também disse que jamais interferiria em meu namoro com ela. De maneira alguma. E isso realmente nunca aconteceu, pelo menos não depois daquela vez. Não éramos amigas, mas sempre conversamos quando nos víamos. Com Sarah e Steve, confesso que foi pura implicância por minha parte. E o mais engraçado é que acabei me surpreendendo e hoje, vejo o quão estúpido foi implicar com duas pessoas tão amigáveis quanto os dois. E agora, tinha também Brody. Também estudava em Nyada. No início eu podia jurar que ele estava interessado em Rachel, mas ou eu estava enganada, ou foi algo passageiro. Dos amigos que Rachel tinha feito, ele era com certeza foi o que mais se deu comigo. Éramos amigos. Ele era gentil, agradável e bastante engraçado. Às vezes nem parecia ter a idade que tinha, por causa das brincadeiras que fazia. Era um meninão. Mas o melhor deles.

Agora, eu realmente ficava feliz de ver Rachel com outros amigos fora do meu próprio círculo de amizade. Nossa relação estava muito mais madura, e eu não achava certo que ela vivesse apenas a vida como minha namorada, da mesma maneira que eu também queria minha vida. Mas mesmo assim, o que tínhamos ainda era algo em que ninguém interferia.

                Sem falar nada, me levantei dali e segui até a varanda. Apesar de o nosso apartamento ser um lugar grande, estava bem mais cheio do que o normal. Apoiei-me ali, mas ficando de costas para a vista da cidade, continuei olhando para dentro. Ver todos nossos amigos reunidos era realmente especial pra mim, e tenho certeza que para Rachel também, já que em seu aniversário anterior passamos apenas eu, ela, Kurt, Santana e seus pais.

— Linda… — Rachel apareceu de repente à minha frente, envolvendo-me pela cintura

— Oi — Eu apenas sorri

— Ainda não caiu a ficha de que finalmente cheguei aos vinte anos…

— E não mudou nada. Ainda tem o mesmo rosto que tinha há um ano e meio — Beijei sua bochecha, fazendo-a sorrir — Eu diria que tem o mesmo corpo, mas isso está melhor.

                Passei minhas mãos por sua cintura e ela me ofereceu um sorriso malicioso. Colou seu corpo em mim e pousou os lábios sobre os meus.

— Obrigada. Por tudo — Ela disse, ainda bem próxima

— Agradeça depois, agora, só venha comigo.

                A guiei até o centro da sala, e pedi que ela ficasse ali. Pedi a Santana que estourasse e colocasse nas taças a cidra que eu havia comprado. Cada um ali então tomou uma das taças nas mãos, então eu fiquei à frente deles, um pouco afastada para que pudesse ter uma visão privilegiada de todos ali, inclusive que Rachel, que estava à frente.

— Primeiramente, eu queria agradecer a presença de todos aqui. Hoje é um dia muito importante pra nós, então receber vocês aqui hoje é muito gratificante. Talvez pensem que o dia de hoje só é significativo pra Rachel, mas pra mim, faz exatamente vinte anos que o amor da minha vida nasceu. É uma pena que eu só tenha te conhecido dezoito anos depois. Porque eu teria encontrado a alegria de viver a mais tempo.

                Não tirei meus olhos de Rachel por nenhum segundo, e ela já tinha os olhos marejados, enquanto segurava a taça entre as duas mãos.

— Eu não preciso mais dizer que te amo, nem o que você significa pra mim, porque isso é mais do claro. Dá pra perceber pelo jeito com que eu te olho, porque sei que disfarce não é meu forte. Mas, porque eu teria que disfarçar, afinal? Eu te amo, e nunca vou negar isso. Gosto de pensar que não existia antes de você. Eu vivia uma vida que não era minha, como se eu não fosse realmente eu. Até que você apareceu, e me fez ver as coisas de uma maneira totalmente diferente, me fez sentir coisas que eu nunca havia sentido. E é exatamente por isso, que eu quero te fazer uma promessa…

                Dei alguns passos até a mesa e deixei minha taça ali. Voltei até a estante que tínhamos na sala e peguei a pequena caixinha de veludo que eu havia escondido atrás de um de nossos porta-retratos. Vi os olhos de Rachel se arregalarem assim que ela viu o que eu trazia na mão, enquanto parava à sua frente.

— A promessa de sempre te fazer feliz, de sempre te ouvir quando quiser desabafar, sempre cuidar de você, sempre te fazer rir quando você estiver triste, sempre estar do seu lado quando você precisar… Mas principalmente, de te amar incondicionalmente.

                Abri a pequena caixa e todos ali olharam surpresos para as duas alianças.

— Respondendo a pergunta que todos estão loucos para fazer… Não. Isso não é um pedido de casamento. Pelo menos, não ainda. Como eu já disse, é só uma promessa. Mas é uma promessa que quero manter para sempre.

                Estiquei minha mão para ela, e então ela olhou para mesma, com seus olhos vermelhos e marejados, e lentamente, colocou sua mão sobre a minha. Coloquei a aliança em seu dedo anelar, e logo ela fez o mesmo comigo.

— Eu amo você

                Aquelas três palavras saíram de sua boca de forma doce e sincera, mas eu não tive oportunidade de responder, pois seus lábios se colocaram sobre os meus e ficaram ali por certo tempo. Meus ouvidos se atentaram, por um breve momento, aos barulhos reproduzidos por aqueles que nos cercavam, mas preferi não dar atenção tentando identificar o que dizia, e apenas deixei que ela fizesse de meus lábios, seu divertimento por alguns instantes. Quando então, nos afastamos, foi impossível para mim não perceber aquele brilho intenso e único em seu olhar. E aquele brilho só era visível quando ela estava realmente feliz, e naquele momento, era aquilo que transparecia. E isso era o que importava para mim. Saber que mesmo depois de tanto tempo, eu ainda fazia seu olhos brilharem, seu coração disparar. Eu ainda a fazia feliz.

                Fomos tiradas do abraço uma da outra por Santana e Kurt, que insistiram dizendo que tínhamos que curtir a pequena festa, e é claro, experimentar as guloseimas.

                E assim o resto na noite se rendeu. Conversas animadas, risadas, momentos nostálgicos falando sobre nosso tempo de ensino médio entre outras coisas. Quando passávamos um pouco de uma da manhã, todos se foram, e voltamos a viver naquele clima de cinco universitários morando juntos. Era óbvio que Brittany passaria a noite conosco, então aproveitei e pedi com a maior cara de pidona que soube fazer, para que ela e Santana ajudassem Blaine e Kurt a arrumar as coisas que estavam por ali, mesmo que só um pouco, para que eu pudesse me dedicar inteiramente à minha namorada.

                Entrei em nosso quarto, fechando a porta de maneira silenciosa, e logo vi Rachel costas para mim, parada ao lado da cama enquanto falando ao celular com uma voz um pouco chorosa.

— Está bem, pai — Ela dizia — Muito obrigado mesmo. Eu amo vocês.

                Rachel afastou o celular e o colocou sobre a mesinha ao lado da cama, então eu finalmente me aproximei.

— Está tudo bem? — Perguntei, pousando as mãos carinhosamente em seus braços

                Ela levou as mãos até os olhos e parecia enxugar as lágrimas. Logo em seguida, se virou para mim e sorriu.

— Sim, está tudo ótimo. Eu que sou chorona demais. Não agüento quando meus pais fazem esses discursos de aniversário, nem mesmo por telefone.

— Mas, tecnicamente, não é mais seu aniversário…

— Eles disseram que sabiam da festa, e por isso não ligaram antes, com medo de atrapalhar.

— Contei à eles. Eles me ajudaram em algumas coisas, mesmo de longe.

— Você não existe, sabia? — Ela pôs as duas mãos sobre minhas bochechas e seu leve carinho ali me fez sorrir — Em nenhum momento passou pela minha cabeça que você faria isso. Mas como sempre, aqui está você. Surpreendendo-me. E me fazendo a mulher mais feliz que existe.

                Tirei sua mão direita de meu rosto e beijei-a, exatamente sobre a aliança.

— Você merece, meu amor. Todos que estavam aqui mais cedo, gostam de você e te admiram tanto quanto eu. Você merece ser celebrada, não só em seu aniversário, mas todos os dias.

— Então… — Rachel jogou seus braços sobre meus ombros e aquele sorriso maroto e o olhar intenso tomaram seu rosto — Quer dizer, que mesmo hoje não sendo mais o meu aniversário, isso não vai te impedir de celebrar comigo?

— Claro que não. Mas que tipo de comemoração você tem em mente? — E lá estava eu, me fingindo de boba

— Bom… Eu podia fingir que você é um presente. Meu presente. E isso me obrigaria a desembrulhar você — Senti suas mãos descerem por minha cintura, e então alcançarem minhas costas, descendo o zíper de meu vestido preto.

                Eu não tive tempo de reagir a nada, nem a meus próprios sentidos. Num movimento rápido meu vestido desceu por meu corpo e ela me empurrou sobre a cama. Com os joelhos ao lado de meu quadril e as mãos apoiadas sobre o colchão, ela se inclinou sobre mim e eu estiquei o pescoço na intenção de encontrar seus lábios, mas ela então esquivou. Provocação. Ela sabia bem fazer isso quando queria, e eu nunca me controlava, pois quando ela decidia fazer isso contra mim, eu sempre acabava implorando para que ela parasse e se entregasse de vez. A vi se inclinar mais uma vez e eu repeti meu movimento em sua direção e quando percebi que ela faria novamente, levantei-me e nos troquei de posição.

— Não foge de mim

— Eu não ia fugir. Acha mesmo que eu seria capaz de fugir de você? Ainda mais tendo você nesse estado, só pra mim — Seu olhar percorreu meu corpo

                Esse era o tipo de comentário e ação que me deixariam sem graça, e provavelmente vermelha, mas nosso relacionamento já havia passado desta fase há muito tempo. Éramos confidentes, e nosso nível de intimidade uma com a outra chegava a ser surreal. Não tínhamos vergonha de nada quando o assunto era nossa relação. E isso era bom, pois demonstrava que conhecíamos muito bem uma a outra, a ponto de não ficarmos mais desconfortáveis em situação alguma.

                Rachel lançou a mim um olhar não malicioso como o de antes, mas um olhar doce e sereno, que me levou à próxima ação. Beijei-lhe a boca do jeito mais apaixonado que consegui transparecer, e sua retribuição do mesmo foi logo sentida.

— Eu amo você, Quinn — Seus lábios se separaram dos meus para transmitir a frase e eu apenas sorri bobamente antes de responder

— Eu também, Rachel. Eu também amo você.

                E então nos amamos. Nos amamos a noite inteira. Nos amamos como sempre fazíamos. Pois o sentimento que eu sentia quando estava com ela nunca mudava. Ou melhor, nunca diminuía. Só se intensificava. Estar com ela disparava meu coração exatamente da mesma maneira que ele havia disparado quando a vi pela primeira vez. Olhar para ela ainda fazia as borboletas de meu estômago se inquietarem. E as noites com ela faziam me sentir completa, tendo ali ao meu lado tudo que eu precisa. Rachel Berry, a mulher que acreditou em mim, que me fez mudar, que me fez crescer, que deu sentido à minha vida e que me tornou o que sou hoje. A mulher que um dia, foi apenas a tímida garota nova do colégio Mckinley, e que hoje era a mulher da minha vida, e seria para sempre.


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