Ele não respondeu. Olhei no fundo de seus olhos.

- Nico. Diga que você não ama a Jennifer.

- Não posso dizer isso.

- Porque? - Perguntei.

- Porque... é feio mentir. - Ele respondeu.

- Ah, é feio mentir? E será que dar um tapa na sua cara também é feio? - Eu disse, levantando a mão.

- Sim, é feio. - Ele disse, pegando meu pulso.

- Quer saber? EU NÃO ME IMPORTO! - Gritei, libertando meu pulso e dando um tapa na cara dele. Ele pois a mão no rosto e olhou para mim.

- Hanna...

- ME ESQUECE! VAI LÁ COM A MAMÃE! PORQUE NÃO SE CASAM E VÃO MORAR EM NOVA YORK? COM CINCO FILHAS TALVEZ! EU NÃO ME IMPORTO! - Gritei, indo embora.

Enquanto isso...

Pov. Jennifer

Eu estava indo em direção à floresta, ao nosso lugar marcado. Como sempre, meu parceiro ainda não tinha chegado. Ótimo. Como ele queria que aquilo desse certo se ele nunca chegava na hora?

- Cheguei! - Ele arfou, surgindo entre as árvores. - Cheguei! Desculpe o atraso, Jenny.

- Tudo bem. Que isso não se repita. - Eu disse. Alguém precisava ter pulso firme entre nós.

- Ok. E aí? Já podemos agir? - Ele perguntou.

- Ainda não.

- Ah, vamos lá! Não aguento esperar mais! Todos os dias eu vejo o Nico com aquela...

- Shhh! - Sibilei, pondo um dedo em frente aos lábios pedindo silêncio. - Não diga os nomes! Alguém pode estar escutando!

- Tem razão, tem razão! Foi mal. - Ele disse. - Mudando de assunto, adorei sua roupa! Onde comprou?

- Cale-se. Cansei de você. Fique quieto ou vou trocar de parceiro. - Ameacei.

- Você tem certeza que vai dar certo? Parece meio... arriscado. - Ele disse. - Se der errado, teremos que...

- NÃO VAI dar errado. Confie em mim. - Eu disse. - Vamos embora daqui.

Voltando...

Pov. Nico

Fui atrás de Hanna, mas a perdi de vista. Eu devia ter dito que não amava a Jennifer. Mas eu... simplesmente... não consegui.

Fiquei andando pelo acampamento até que encontrei Peter, do chalé de Apolo.

- Nico! - Ele chamou. - Jennifer quer te ver.

- O que ela quer? - Perguntei.

- Não sei, ela só disse que precisava ver você.

- Valeu. - Eu disse, virando-me e indo para o chalé de Deméter.

Entrando lá, percebi as várias espécies de plantas e flores que haviam no chalé. Avistei Jennifer em uma cama e fui até lá, sentando-me ao seu lado.

- Oi. Queria me ver? - Perguntei.

- É. Você não vai acreditar! Eu vi o pé do bebê hoje. Ele chutou minha barriga e eu pude ver seu pé! - Ela disse. - Não é legal?

- É... demais. - Eu disse.

- Que foi, amor? Não está feliz? - Ela perguntou.

- Jennifer, não me chama de amor. Só porque esse bebê surgiu, não quer dizer que... - Hesitei.

- Nico. Nós temos um filho agora. Nosso filho. - Ela disse, e depois pensou um pouco. - É por causa da Hanna, né?

- Hã? Não, não, a Hanna... - Não consegui terminar. Não poderia dizer que a Hanna entendia. 

- Ei, vai ficar tudo bem. Seremos uma linda família. - Ela disse. Antes que eu pudesse argumentar, dizendo que nunca seríamos uma família, ela me beijou.

- Ahn... tenho que ir. - Eu disse rapidamente, levantando-me e indo embora.

Resolvi passar no chalé de Hanna para resolver as coisas. Ficar longe dela estava me matando. 

Olhei pela janela antes de entrar. Ela estava quieta em sua cama, choramingando. Não estava chorando como de costume, com rios de lágrimas saindo de seus olhos. Estava chorando pouco, quieta, uma lágrima ou outra escorrendo por suas bochechas rosadas. Percy estava sentado em uma poltrona, falando algumas coisas para ela. Ela apenas assentia. Resolvi que aquele não era um bom momento para pedir desculpas. Virei-me e fui em direção ao meu chalé.