-Vem Ryan-Justin, acho que era esse o nome dele gritou pouco antes de fazer uma cesta.-Vem também, Katy não é?

-Sabe jogar?-meu irmão me perguntou, era engraçado dizer: 'meu irmão'

-Não mesmo

-Vem, eu te ensino-Chaz veio até nós e puxou minha mão-Você fica no meu time

-Chaz, eu não sou muito boa em basquete-eu ri ao tentar soltar as mãos dele do meu braço.

-O Ryan também não, é de família. Agora os times estão equilibrados-Justin falou e jogou a bola na minha mão. Ryan mostrou o dedo pros dois.

-Eu não sei jogar basquete, mas sei que você não deveria ter jogado a bola para mim, já que eu não sou do seu time.-ele fez uma careta e começamos a 'jogar'.Por algum milagre, eu fiz uma cesta. Mas mesmo assim o Justin e o Ryan ganharam.

-Que fome-Ryan disse enquanto guardava a bola de basquete em um canto.-Vamos ver se minha mãe já chegou pra gente ir jantar.

Entramos pela lateral daquela casa enorme, aliás, eu já disse que a casa era gigante? Bom, eu sei que sim, mas só para reforçar: Era ENORME.

-Leila, minha mãe chegou?-Ryan gritou da sala

-Não, ela acabou de ligar e avisou que é para vocês ficarem prontos porque em 20 minutos ela estará aqui.

-Vou tomar banho-corri em direção a escada. Me arrumar em 20 minutos, meio que uma missão impossível, mesmo para mim que nunca me importei muito em ficar horas me arrumando.Fui pela direita assim que terminei as escadas e não achava meu quarto, resolvi pedir reforço

-Ryaan-gritei

-É para o outro lado, terceira porta-ele respondeu e eu fui, dessa vez, pela direção certa.Tomei um banho não muito demorado, em 15 minutos já estava saindo. Não tinha lavado o cabelo. Ao sair do banheiro do meu quarto, ouvi algumas risadas, me aproximei da porta e ouvi alguém falar meio baixo:

-Abre logo a porta-e mais risos. Os idiotas que não comem ninguém queriam abrir a porta enquanto eu me trocava, lol e eu era muito idiota por ter deixado a porta aberta enquanto estava em casa com mais três meninos, claro...Bati a palma da minha mão com força contra a porta.

-Ai caralho, ela ouviu

-Ninguém vai abrir porra nenhuma aqui-respondi e me certifiquei de que a porta estava trancada

-Vai logo Katy, minha mãe já chegou-reconheci a voz do Ryan

-Tá, já vou, mas saiam daí-Me troquei e abri a porta. Os idiotas continuavam ali e levaram um susto quando abri a porta de uma vez.

-Eu mandei vocês saírem-dei de ombros e desci.

-Oi filha-minha mãe disse ao me ver descendo as escadas e veio me abraçar-Oi-disse seca e desviei.

 Não, eu não odiava minha mãe, mas não iria trata-la como se ela não houvesse me abandonado, e me deixado com meu pai, antes mesmo de eu poder me lembrar dela.

-Vamos logo? Estou morrendo de fome-Ryan disse e colocou a mão no meu ombro.

Minha mãe concordou e fomos para o carro. Onde dessa vez eu sentei na frente e os meninos atrás. Eu ainda não havia conhecido o meu padastro, ele estava em uma viagem de negócios, eu sei lá.

-Liga o rádio-a voz do Ryan ecoou no carro assim que entramos e ele estendeu o braço tentando alcançar o botão do rádio.Minha mãe permaneceu em silêncio todo o percurso de 25 minutos até o restaurante.

Saímos do carro para que o manobrista pudesse levá-lo e estacioná-lo. Não demorou muito para que estivessemos sentados e fazendo os pedidos.

'Não ir comer com o meu irmão e os amigos dele' Colocar na minha lista. Pqp aqueles garotos não sabiam comer, ou tinham algum problema, comiam que nem doidos, como se nunca tivessem visto comida na vida.

-Amanhã vou tirar folga no trabalho, pra sairmos-Minha mãe disse.

-Não precisa-continuei fitando meu prato, ainda pela metade, enquanto dos meninos, já estava vazio-Eu quero ficar em casa

-Filha, quero te mostrar a cidade, uns parentes, seus avós

-Eles não são meus avós-rolei meus olhos-Ninguém daqui é da minha família

-É claro que são, são meus pais, portanto, seus avós-Os garotos mantiam os olhos fixos em mim, observando o início de uma discussão e eu já estava nervosa

-Olha, eu não quero ficar aqui, na minha primeira oportunidade, vou voltar para a minha casa

-A sua casa agora é aqui, comigo, que sou sua mãe-ela respondeu, já perdendo a paciência

-Minha mãe? -ri sarcástica-Desde quando foi conveniente ir atrás de mim? O que eu tenho que te interessa? Porque desde que eu sei, você nunca pediu informação alguma sobre mim para o meu pai, e não ache que vou te amar só por você ter me colocado no mundo. Você não é a minha mãe e só estou aqui nesse inferno com vocês, porque você fez alguma porra e conseguiu me tirar do meu pai, mas ele já está resolvendo isso.-me levantei e saí de perto deles.

Eu estava furiosa, não sabia que seria capaz de dizer isso à minha 'mãe', mas, se ela nunca agiu como tal, eu não agiria como 'a filha que ama a mamãe'.