Londres, meados de Setembro de 2010

Terra firme. Assim que Harry saiu pelas portas do avião, inspirou os novos ares. De mala na mão, foi andando de olhar sobreposto na multidão. Tentando apenas alcançar uma única pessoa! Ao não conseguir avistar seu Pai, Harry sentou-se algures. Pensou em telefonar-lhe, mas arrependeu-se antecipadamente. Preferiu optar por esperar mais um pouco, e descansar da viagem. Observou as pessoas pormenorizadamente. Incrivel como cada uma delas, transportava uma expressão única. Umas procuravam um outro alguém. Outras em passo apressado, despachavam-se para apanhar voo. O que fez lembrar a Harry da sua partida de NYC. Buscou a sua foto com Emma, e ficou a mirá-la atentamente. Deixou-se mais uma vez de pensamentos fortes, e pegou no telemóvel dada a demorada da espera.

 - Senhor Styles? - Disse um homem, dirigindo-se para Harry que o ficou a olhar com uma certa indiferença - É você não é menino?

- Hmmm sim. Quem é você?

- Sou quem o vai levar até ao seu Pai

- Como assim? Onde está o meu Pai? - Perguntou Harry bastante confuso com a situação

Sem obter resposta, foi encaminhado para uma grande viatura negra. Por fora era deslumbrante, mas por dentro, era de gritos. Mas pelo lado positivo. Harry quis deixar-se levar pela paisagem, abrindo assim o vidro do carro. Era tudo tão diferente. Mas bonito. Harry previa bons tempos! Entretanto começaram a abrandar, e ele já conseguia avistar algumas casas. Mas eram todas tão grandes. Para o maior dos seus espantos, a do seu Pai, era a maior de toda a vizinhança. 

 - Isto é dele? - O brilho no seu olhar, não se deixava despercebido 

- Do seu Pai? Sim é menino. O meu nome é Anthony. Sou mordomo e estou aqui para o servir, vá andando para dentro eu trato das malas

- O meu Pai? Com mordomo?

 Era certo que mais trocada, a cabeça de Harry não podia estar. Mas está bem, o certo era que desde o divorcio que Harry não sabia nada do Pai. Pelo menos não das suas habilitações financeiras. Foi para bater à porta, e esta abriu-se antecipadamente. 

 - Mas que...

- Olá Harry meu querido, estás tão lindo Deus! - Foi recebido por uma senhora fardada, que rapidamente o acolheu

- Olá!! - Disse ele entusiasmante - Ahm, desculpe, quem é ?

 Ela sorriu-lhe, talvez já esperando tal pergunta.

 - Tu não me conheces! Sinceramente eu só te vi em pequenino, em NYC. Vim para cá com o teu Pai após... - Deixou as palavras a meio, assim que viu o sorriso de Harry desvanecer - Estou muito feliz por te ter aqui meu anjo - Abraçou-o

- É - Riu - Eu também. Por falar nisso, o meu Pai? - As saudades não deixavam de apertar

- Ele vem não tarda do trabalho, vai sair mais cedo só só só para te ver!! O meu nome é Mariah, vou preparar o jantar. Qualquer coisa, chama sim? Vai dando uma vista de olhos pela casa. Tens muito que ver!!

 Sem problemas nenhuns, Harry fez-lhe a vontade. Assim que se deparou com uma grande escada em forma de caracol, correu degrau a degrau gritando que nem louco. Mariah foi ver se havia algum problema. Mas era apenas Harry a saborear o bom da novidade. Alegre, voltou para os seus cozinhados. Mais tarde voltou a ouvi-lo gritar, mas deduziu que era de felicidade. Estava enganada. Harry estava precisamente frente a frente com o maior dos seus medos!

 - Lindo menino, lindo lindo menino! Vai... não faz mal aqui ao Harry sim!? Sou amigo 

 Harry pertencia que a sua vida estava por um fio de azeite. No entanto estava apenas na presença de um chiwawa. Mas a fobia a cães não perdoava nem uma raça. E não ajudava o facto de o cão não parar de ladrar, nem por um curto espaço de tempo. Desesperado, Harry fechou-se no primeiro quarto que encontrou.

 - Dass, cria do diabo! - Ao virar-se de frente para o quarto, deixou-se deslumbrar

 Nunca viu nada tão grande. Já tinha decidido, que era o quarto onde iria passar o seu futuro próximo. Nem perdeu mais tempo. Assim que o Chiwawa deixou caminho livre, Harry pediu que arrumassem todas as suas coisas no quarto à qual se apaixonou. Assim que tudo ficou em ordem, Harry suspirou. «Grrrr» Ouviu um estranho ruído. Rapidamente se apercebeu do que era. O regresso do Chiwawa. Voltou a entrar em pânico. Desta vez não tinha escapatória possível. Esperneou-se tanto, que deixou cair a sua foto com Emma sobre o chão. Tentou reavê-la, mas o cão impediu-o, rosnando. Acabou por fugir com ela na focinho. 

 - Maldito! Maldito, maldito! A foto não 

 Frustrado Harry tentou chegar ao encontro da Mariah, dirigindo-se para a cozinha. A meio da sua ida, a campainha suou.

 - Deixe estar Anthony. Eu abro

 Para alegria dos seus olhos, era o seu Pai. Sem palavras trocar, abraçaram-se como nunca antes. As lágrimas não se deixaram esconder. As emoções do momento, apoderaram-se de ambos. 

 - Vá vá, matam saudades agora ao Jantar! Senão a comida perde a graça - Resmungou Mariah

 Harry sorriu para o seu Pai. Não era preciso que algo fosse dito. O olhar bastava. Os sentimentos transmitiam-se pelo silêncio dos dois. Durante toda a refeição, tudo foi partilhado. Até o mais intimo segredo. A saudade ali, morreu. Nada mais, do que sorrisos sinceros. Seu Pai levou-o até ao quarto. Adormeceu-o em seus braços, como nos bons velhos tempos. Perante a sua sonolência, abandonou o quarto deixando o filho nos seus sonhos mais profundos. Depois da viagem que fez, deixou-o descansar tal como merecia. Assim que a porta fechou, viu algo no chão junto do seu Chiwawa. 

 - Meu filho...  - Sussurrou, emocionado com o que tinha sobre as mãos