NYC, meados de Setembro de 2010

Pelo decorrer da manhã Harry abriu os olhos à luz do dia. Embora não fosse essa a vontade do seu corpo, levantou-se enquanto esfregava as mãos sobre seus olhos. Olhou para as horas. Seis da matina. Não tinha tempo a perder. Pegou na sua bagagem já feita e colocou-a sobre a cama. Tomou um banho rápido, e vestiu a roupa já planeada no dia anterior. 
- Já vais? - Desculpa Mãe [...] eu amo-te mãe, amo-te muito?! - Sem conseguir conter as lágrimas, Harry abraçou sua mãe como se fosse o ultimo dos abraços que daria.- Eu, eu tenho muito orgulho em ti meu bem. Nunca te esqueças - Sussurrou ela, recebendo o carinho do seu filho
Embora difícil, Harry não podia estar a desafiar o tempo. Um avião por partir, não dava espaço para qualquer tipo de despedida. De malas na mão, ele foi. Determinado e decidido. Assim que se sentou no interior do Taxi, olhou sobre o vidro acenado ainda para a mãe. Já perdido nos seus pensamentos, durante a viagem o condutor fez uma travagem repentina. O que assustou Harry. Saindo do seu carro, foi surpreendido com o mais sentido dos beijos. Era Emma. Sua namorada.
- Achavas mesmo que te ias sem um adeus meu?- Emma, podias ter-te magoado agora. Mas tu és louca? E eu tenho um avi--- Interrompendo-o, Emma tapou-lhe a boca.
Retomaram a viagem os dois, até o aeroporto. Dado o chegado momento, ambas as mãos tiveram de seguir destinos diferentes.
- Promete-me que voltas!- A... - Hesitando, acabou por lhe dar uma resposta segura - Nunca me esquecas...- Harry - Acolheu-o em seus braços, não querendo mais largá-lo- Adeus Emma, adeus
Ainda olhando para trás, Harry entrou nas portas do avião. De cabeça baixa. Mas sabia que era o melhor. O seu lugar era ao pé do seu Pai em Londres. Desde a separação dos pais, que Harry tem vivido uma vida de angustia juntamente do seu padrasto. Não podia mais partilhar o espaço com alguém que queria sobretudo, ocupar o espaço que o coração de Harry tinha reservado para seu Pai. A única coisa que o prendia em NYC era sua mãe e Emma. Porque amigos, nem um. Sempre foi muito descriminado. Também  o divorcio foi algo muito doloroso para ele, o que o tornou muito frio e pouco sociável. A namorada era a única a quem Harry mostrava a sua verdadeira personalidade. Embora estivesse a libertar a cabeça, sabia que o seu coração tinha ficado nas mãos dela. Mas a vida é feita de opções, e Harry tinha obviamente de as tomar. Ao pôr as mãos sobre os bolsos do seu casaco, sentiu algo. Um papel. Uma fotogradia dele e de Emma namorando à beira mar... Juntou a fotografia junto ao seu peito, e prometeu a si próprio, que um dia voltaria. Que um dia voltaria para ela.