Em pé, admiram o nada de um branco-alma desconhecido. Para poucos que se davam o trabalho de definir seus detalhes. Embora muitos tivessem tentado, não era qualquer um que poderia conseguir distinguir o invisível tão desconfiadamente amado... Para quem pensa que o bem reina lá, não foi dado trégua para aqueles que fingiram ver o devido para estar em tal colocação. Esses foram abandonados pelo criador que sempre tentaram acreditar. As tais tentativas em vão nas quais já estavam acostumados em encontrar, foram vistas mais uma vez. Era exatamente contra isso que eles lutavam, contra o impossível, contra o abandono, contra a sensação de tristeza...

E como eles tentaram tudo isso? Fingindo acreditar no que era impossível. Abandonando, mesmo que o mal, mas abandono nunca deixou de ser abandono. Fazendo tristes os diferentes de alma e iguais de corpo. Contra qualquer tipo de preconceito e agindo preconceituosamente com quem pensasse exatamente o contrário. Qual seria o problema de aceitar o desigual? Não, não eram todos iguais. Mas tentavam ser. Queriam ser. Pena que nem sempre o que queremos, é o que podemos. Os que foram colocados no mundo para pensar assim foram salvos mais uma vez. E os que não nasceram com o dom, mesmo os que tentaram agir de acordo com a bondade divina que ninguém nunca soube se existiu, foram isolados e abandonados em uma escuridão berrante.

Onde está o ‘não preconceito’ em vocês tanto falaram? Parece que um erro foi detectado na área de perfeição, onde apenas os selecionados tinham autorização para entrar, porém, nunca para sair. Ficavam presos em um local claro e frio... Acalmava a alma e isso, todos eram obrigados a aceitar. Mas estressava. Tornava rebeldemente frios os que estavam expostos à claridade sem proteção para onde sequer que olhasse. Estavam ali apenas por acreditar no que não era real, e no que colocaram nas suas cabeças.

Psicologia afetada. Exatamente isso.Quem tenta demais acreditar em algo, acaba acreditando, sentindo vendo... Só que nada daquilo é real. Esses sacrificaram muito de suas vidas e perderam tudo no final. Fizeram tudo o que era preciso pó um motivo, simplesmente por uma habitação perfeita depois que não pudesse mais habitar um local no mundo. E mesmo assim, encontram-se isoladas agora.

Sorte delas? Talvez sim. Talvez não. Afinal, não era uma habitação perfeita. Mas todos tem que ter aquilo que merecem, certo? Errado. Idéias contraditórias, a inexplicável vence. Quem faz o bem pelo bom, fica com o ruim. Quem faz o mal pelo ruim, fica com o pior. E quem faz o bom por gostar, fica com o nada. É simples assim. Branco. Frio. Ninguém escuta o que ninguém fala por lá. Também pudera, não há mais o que falar mesmo...

Mas eles estão ali. Satisfeitos com pouco. Com o nada. Em pé, mesmo depois de uma vida inteira. Não há marcas nos perfeitos. Mas há maldade. Que não pode mais ser libertas. Estão presos de alma em alma, com o que não os satisfaz, só que não tem mais escolha, o que está feito, está feito.