Monossacarídeo escrita por Ciborgue Folks


Capítulo 1
Vampirismo


Notas iniciais do capítulo

Eu jamais desisto de MelloxNear #fato.
Só quero saber qual é a da epidemia de MelloxMatt.



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Dizem por aí que as coisas mais interessantes são as coisas fálicas.

O que é fálico?

Eu sei lá!

Um menino baixinho, albino com cara de cachorro que caiu da mudança me disse isso uma vez. Agora, por que essa foi a primeira coisa que me lembrei depois de morrer eu já não sei explicar muito bem. Deve ser porque, daqui do céu, todas as coisas são fálicas.

Você deve estar se perguntando: você? No céu? Eu também achei super WTF. Espero que o Mello não tenha depenado nenhuma galinha preta pra eu vir parar aqui.

O B.O. é que aqui no céu não tem nenhum vídeo-game, então eu pedi pra um desses anjos que ficam o dia todo tocando harpa pra me trazer um papiro. Mas foi só depois que ele me entregou o papiro que eu vim me tocar que aqui no céu não tem erva, então não tinha como fazer cigarro. Então, já que eu não podia simplesmente pegar o papiro e jogar fora, eu resolvi escrever uma declaração que pode te deixar de queixo caído: se não fosse pela minha pessoa fodamente foda, Nate River jamais teria solucionado o caso Kira.

Você duvida?

Então deixe que eu te conte aquilo que você não viu.



10 de Abril de 2004

Tudo começou numa manhã infernal de calor. A primeira evidência de que aquele dia ia ser um desastre total foi o jeito como o Mello me acordou.


Matt, eu e a galera vamos pra sala de jogos que tem ventilador, você vem com a gente?

Era muita gentileza para um dia que se leve a sério.

E então fomos eu, o Mello, o Guga e o Alex – os meninos do time de futebol – a Sophia – nossa maior contrabandista de chocolates, cigarros, bebidas alcoólicas, etc – e a Emma Parkins, uma peguete patricinha do Mello que todo mundo gostava, menos eu.

É claro que se eu tivesse em perfeita consciência, eu jamais iria para aquele covil dos infernos que era a sala de jogos, até porque esse cômodo tinha dono. Ele pertencia EXCLUSIVAMENTE ao Near. Era lá que ele se isolava das pessoas, montava aquelas coisinhas idiotas e vegetava no escuro numa sala totalmente desinfetada por cloro ativo e ar-condicionado.

Tsc... Mas era uma biba mesmo.

Quando entramos na sala, o Near estava encolhido num cantinho montando o Time Square com palitos de dente. Só havia uma lâmpada a meia-luz que nos impedia de sair batendo em tudo.

Logo de cara eu senti que o Mello tava se coçando pra implicar com o Near, então eu chamei o povão para sentar do outro lado da sala, BEEEEEM LONGE do arquiinimigo imaginário daquele louro estúpido. Havia um silêncio gutural que nos afastava, além dos sofás e de outros móveis alheios.

- Essa sua roupa é couro legítimo? – perguntou Emma, começando a conversa.

- É. – respondeu Mello, lançando aquele olhar calibre 43 pro Near.

- É linda!

- Lindo é o esforço que ele faz pra tirar essa coisa na hora de dormir. – comentei para tentar desviar a atenção dele, e conseguindo.

- Falou o cara que usa googles vinte e quatro horas por dia. Está esperando um tsunami Matt?

- Há-há, muito hilário.

- O couro preto tá em alta. Fiquei sabendo que a Channel lançou uma coleção inteira esse mês. – falou Sophia.

- A Channel? – perguntou Emma com aquela cara de “Lançou e eu não tenho?”.

- O que é isso, um arcanjo?

- É menina! As pessoas apostam muito no preto.

- É que em algumas ocasiões o branco fica meio morto. – comentou Emma. Aff... Esses papos de meninas.

- É. O branco é uma cor muito morta. – Mello destilou o seu veneno total.

Os pagadores de pau dele riram.

- Eu discordo. – soou uma voz fraca.

Existem três coisas que todo mundo tem certeza nessa vida: a de que nasceu, a de que vai morrer e a de que o Near é suicida. Fala sério, o menino nunca abre a boca na vida e quando abre é pra falar uma coisa dessas.

- Não me lembro de ter te perguntado. – zombou Mello.

- Não perguntou. É um comentário, não uma resposta.

Se eu tivesse um pouco mais de tempo para ser o presidente da república – porque isso ia acontecer, e é fato – eu teria alterado a definição de “masoquista” para “Near”.

- Ora seu pirralho...!

- Hei Mells, deixa ele falar. – pediu Emma com aquela voz de gato escaldado dela.

Mells...

MELLS...

Quem chama o Mello de Mells sou EU, o ex-futuro presidente da república!

- Essa sala é bastante escura. De vez em quando eu a acho meio morta.

Sério! Aquela voz de taquara rachada denunciava que ele não falava com alguém há dias. E para falar a verdade, foi muito assustador ouvir o Near falando assim com a gente, sem mais nem menos, ainda mais sobre coisas mortas e vivas. É como ouvir Hitler descrevendo um genocídio.

- Mas... Se você abrir as cortinas... Vai parecer que as paredes cantam.

Falou o menino anormal que nunca viu o sol na vida e com certeza jamais desafinou um pouco no chuveiro.

Eu escrevi anormal minúsculo? Eu digo ANORMAL. Acredite se quiser mais depois de bancar o Lord Of The White ele ainda levantou e andou até mais ou menos o meio da sala. E quando eu digo mais ou menos, eu digo mais para mais do que para menos.

Como eu estou bem mortinho, não tenho mais vergonha de declarar que a Channel tem toda a razão. Aquilo na minha frente era pior do que uma alma penada. Era um cadáver trancado no refrigerador dum açougue.

Mas pelo jeito era só eu e o Mello que pensava assim, justo que as meninas estavam com cara de quem viu um cupcake gigante. Os olhos delas brilhavam tanto que dava para arrancar e vender como pedras preciosas no mercado negro.

- OMG! – gritou Sophia com aquele agouro horroroso que só as meninas fazem.

- Eu-não-acredito!

- É um Gucci?

- Eu reconheço um Gucci quando vejo um.

Um Guoque? Até hoje eu ando meio em dúvida se isso é “vômito de bebê” em russo.

E eu sei que elas estavam apontando pro Near, mas mesmo que ele tivesse com a mesma expressão vazia e inanimada de sempre, estava mais que na cara que nem ele entendeu alguma coisa.

Eu e Mello nos entreolhamos. Ele sussurrou que achava que tinha alguma coisa haver com a roupa e eu meio que fiquei com vergonha de apresentar minha teoria russa... Mas deveria ser alguma coisa do tipo. Aquela sala mais parecia a Umbrella Corporation de Resident Evil e o Near era como um pedaço de carne suculenta balançando de um lado pro outro.

- Ah licença, eu vou ali vomitar. – chateou-se Mello.

- Acabamos de comprovar que o branco não é uma cor viva, mas o Gucci é. – comentei divertido, antes que aquele chocólatra doido explodisse de vez.

O Mello já tava tão pra lá de Bagdá, que tirou duas barras de chocolate do bolso – um crocante e o outro amargo – e começou a comer os dois de uma vez só. As meninas estavam gritando que nem duas piriguetes fugindo de aliança, Alex e Guga gargalhavam e eu estava prestes a testemunhar a maior explosão nuclear da década se não fosse um detalhe que chamasse minha atenção. No meio da bagunça, enquanto eu era empurrado de um lado para o outro por pessoas alheias adoradoras de Gucci, olhei de relance para Near e percebi que ele estava falando alguma coisa. Falando não. Balbuciando. Só deu pra entender a parte do “Com você Mello”. E daí, quando eu olhei pro Mello e percebi que ele havia lido os lábios do Near, o circo já tinha pegado fogo.

O Mello levantou com uma ira dos infernos (vulgo Calypso em Piratas do Caribe), agarrou as cortinas e as puxou com tudo. O sol estava bem na nossa direção. Ele refletiu na janela e praticamente queimou a nossa retina. De fato a sala parecia cantar, e seu canto era mais ou menos assim:

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

De repente eu ouvi um barulho de corpo caindo. Quando me virei só deu tempo de pensar em tentar entender porque o pobre do Near estava caído no chão, tremendo como se estivesse sido desfibrilado vivo. Ouvi a Emma gritar, a Sophia correr para onde ele estava convulsionando, ouvi dois monitores entrando pela porta, mas a sala estava gritando demais.

E então resolvi fechar meus olhos até que a poeira baixasse.



Lição do dia: Nate veste Gucci – aterrorizante.



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Notas finais do capítulo

Tá! Eu sei que o Nate usando Gucci foi o CÚ-MU-LO, mas sei lá onde ele arranjou a roupa dele né xD
Geent, o Near não é vampiro tá? Vampiro na claridade brilha, não queima #AtacadaPorAdoradoresDeEdwardCullen
Sim... matem-me.



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