Amar Você escrita por Marcela


Capítulo 33
Surpresas


Notas iniciais do capítulo

A música que acompanhará esse capítulo será:
Kiss me - Sixpence None The Richer
pra quem quiser escutá-la no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=32rasDF7jtQ



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Aquele seu sorriso de anjo era desenhado aos poucos na face alva e exuberante. Ele me olhou convidativamente por alguns segundos. Seus olhos amendoados pareciam brilhar ainda mais do que o normal. Senti que meus pés queriam sair do chão e fazer com que me corpo flutuasse no mais alto céu, onde as estrelas cintilavam maravilhosamente naquela noite cheia de surpresas. Alguns minutos atrás eu estava perante um grupo de homens sujos e que cheiravam a cerveja, mas agora eu estava com o meu namorado que sorria para mim.

 

Ele abriu calmamente a porta e minhas mãos começaram a suar. Meu coração palpitava em um ritmo desregulado e eu não conseguia achar reação quando vi as luzes apagadas. As janelas estavam todas fechadas e a cortina as encobria, impossibilitando de entrar qualquer luz que iluminasse o local. Por um momento pensei ter ouvido algumas risadinhas vindo de trás do sofá, mas acho que estava ficando louca.

 

- Cê, por quê está tudo apagado aqui? - respirei pausadamente - A Magali disse que ia estar me esperando e...

 

- Não achou que tínhamos esquecido do seu aniversário, não é? - Ele sorriu novamente, parecendo bastante contente.

 

- Como... Assim? - perguntei, hesitando.

 

De repente, numa fração de segundos, as luzes se acenderam e eu pude visualizar algumas faixas com o meu nome, algumas do tipo: ‘Parabéns Mônica!’. Meus olhos correram pela sala e eu vi todos os meus amigos ali, com um sorriso cativante em seus rostos, cada um segurando uma caixa com embrulhos de presente e Magali segurava um bolo.

 

- SUPRESA MÔNICA! - todos gritaram em coro.

 

Kiss me out of the bearded barley.
Nightly, beside the green, green grass.
Swing, swing, swing the spinning step.
You wear those shoes and I will wear that dress.
Beije-me longe da moita de cevada
Todas as noites junto à verde, verde grama
Balance, balance, balance o degrau giratório
Use aqueles sapatos e eu usarei aquele vestido

 

Os olhei com o coração acelerado. Como eu não pensei nisso antes? Como não desconfiei que estavam tramando alguma coisa? Eu era mesmo uma boba de não imaginar nada durante o dia todo. Logo meus olhos se encontraram com os dos meus pais. Dona Luísa e Seu Souza me olhavam com orgulho - parecia que estavam realmente felizes por me ver ali, ao lado de todos meus amigos. E então eu sorri também. Magali foi a primeira a vir em meu encontro, cantando ‘parabéns à você...’ junto com todos os outros.

 

- Vamos amiga! Apague as velinhas! - a morena não deixava seu sorriso escapar em nenhum minuto da sua face.

 

E assim foi feito. Apaguei as velas e uma pequena fumaça subiu rapidamente. Magali deixou o bolo na mesa ao nosso lado e me envolveu com seus braços me abraçando amigavelmente.

 

- Feliz aniversário, Mô!

 

- Você parece bastante contente, Maga. - Franzi o cenho.

 

- E por quê não estaria? - ela continuava alegre.

 

- Você não terminou com o Joaquim? - perguntei, incrédula.

 

- Claro que não! - a morena riu com vontade - Puxa, eu realmente achei que você não iria acreditar na minha desculpa esfarrapada pra te trazer até a minha casa!

 

Ao perceber que havia sido enganada mais uma vez, algumas risadas escaparam dos meus lábios.

 

- Pois é, você me enganou direitinho! - fiz algumas cócegas em sua barriga e ela se afastou, dando lugar aos outros que vinham em minha direção.

 

Oh, kiss me beneath the milky twilight
Lead me out, on the moonlit floor
Lift your open hand
Strike up the band and make the fireflies dance,
silver moon's sparkling,
So kiss me.
Beije-me sob o crepúsculo
Leve-me pra fora, no chão iluminado pela lua
Levante sua mão aberta
Faça a banda tocar e faça os vaga-lumes dançarem,
A lua prateada está brilhando,
então me beije.

 

Os próximos foram meus pais que me aconchegaram em um abraço triplo super quente. Por um momento me esqueci do resto do mundo e me aninhei no peito do meu pai enquanto minha mãe alisava meus cabelos negros com os dedos. Eu não havia os visto o dia todo e fiquei sem nenhuma explicação do por quê que eles não estavam em casa.

 

- Ficamos ajudando a Magali a preparar tudo. - Mamãe sorriu cativantemente para mim.

 

- Então decidimos sair de casa antes que você acordasse. - Seu Souza terminou a frase.

 

Suspirei derrotada.

 

Os minutos se passaram rapidamente e eu fiquei cheia de carinho que recebia de cada abraço. Tentei manter minha pose de contente, mas eu estava realmente contente. Estava feliz agora. Isso me pareceu soar sucinto. Felicidade. Há muito tempo eu não ouvia ou pronunciava com sinceridade essa tal palavra. Ela tocava meu coração com delicadeza, envolvendo-o em um abraço quente e carinhoso.

 

Eu estava, literalmente, no céu. Mas ele não era como eu sempre imaginei. Definitivamente não. O céu era a realização de todos os meus mais esperados desejos. Eu tinha pais maravilhosos que me davam amor e proteção e todos aqueles jovens que me rodeavam eram meus amigos. Pessoas que me acompanharam durante meu desenvolvimento, meu crescimento e, agora, minha juventude. Eles, os quais estavam comigo em todo minucioso momento, de dor, sofrimento, angustia, até mesmo de alegria e satisfações, me traziam a paz. Minha paz de espírito. Eu não precisava de mais nada. Não mesmo.

 

E então senti algo puxar meu queixo. As mãos de Cebolinha imploravam para eu fitar seu rosto encabulado. Um sorriso amarelo era repuxado pelos lábios finos e vermelhos até o canto direito da sua face. Ele sorria para mim. Apenas para mim. Como se eu fosse a única pessoa que estivesse presente ali, naquele momento. Suas mãos seguravam as minhas e seus dedos se encaixavam nos meus perfeitamente. Ele as levou para seu peito e eu pude sentir seu coração desregulado palpitar lá dentro.

 

Kiss me down by the broken tree house.
Swing me high upon its hanging tire.
Bring, bring, bring your flowered hat.
We'll take the trail marked on your father's map.
Beije-me ao lado da casinha na árvore quebrada
Balance-me alto no seu pneu pendurado
Traga, traga, traga seu chapéu florido
Nós tomaremos o caminho marcado no mapa do seu pai

 

Desviei os meus olhos dos seus por um instante e observei os outros que nos fitavam, ainda sorrindo. Eles esperavam por alguma coisa e eu não sabia o quê. Haveria mais surpresa e eu não sabia? O que era realmente? O que Cebolinha queria naquele momento? Sua voz cantou em meus ouvidos me fazendo olhar para ele novamente.

 

- Mônica? - a voz era calma, mas me chamava urgentemente.

 

- Sim? - respondi no mesmo tom.

 

- Você me faz tão feliz... - Ele realmente havia me pegado de surpresa, fazendo-me enrijecer meu corpo.

 

Naquele instante lembrei-me claramente de quando conversávamos sozinhos no balanço do sítio.

 

Flash Back

 

- P-para com isso, Mônica! Eu... Eu gosto da Ilene! - Notei ele corar.

 

- G-gosta... Gosta d-dela? - Como era de se esperar, as lágrimas, que escorriam dos meus olhos negros, se misturavam com a chuva gelada que não cessava em cair das nuvens que estavam no céu, naquela noite estrelada.

 

- Gosto... É... Não sei... - Ele gaguejou - Ela é legal e me faz feliz.

 

- Te faz... Feliz, Cê? - Tentei lutar para que os soluços não escapassem da minha boca trêmula - E... E eu?

 

- Como assim, Mô? - Ele levantou as sobrancelhas novamente.

 

- Achei que a sua melhor amiga fosse eu. - Disse rapidamente para evitar que ele notasse meu constrangimento ao saber que tinha perdido aquele precioso cargo de vários e vários anos.

Fim do Flash Back

 

 

Oh, kiss me beneath the milky twilight
Lead me out, on the moonlit floor
Lift your open hand
Strike up the band and make the fireflies dance,
silver moon's sparkling,
So kiss me.
Beije-me sob o crepúsculo
Leve-me pra fora, no chão iluminado pela lua
Levante sua mão aberta
Faça a banda tocar e faça os vaga-lumes dançarem,
A lua prateada está brilhando,
então me beije.

 

 

Há uns dias a Irene o fizera feliz, agora parecia que eu havia ganho meu cargo de melhor amiga novamente. Senti meu coração acelerar. Aonde realmente ele estava querendo chegar com aquilo?

 

- Você é minha melhor amiga e sabe disso, não é? - notei a ansiedade estampada em seu rosto.

 

Fiz que sim e ele sorriu novamente, ainda com o sangue corando seu rosto lindo. O moreno prosseguiu.

 

- E quem iria imaginar que o garotinho que trocava letras e tinha apenas cinco fios, estaria aqui, perante à todos, se declarando para a baixinha e gorducha do vestidinho vermelho? - o ouvi rir baixinho. Ele estava falando sério? Francamente, Cebola!

 

Por um instante tive vontade de pular em seu pescoço e socá-lo ali mesmo, exigindo as merecidas desculpas de ter pronunciado tais ofensivas palavras. Mas ele continuou.

 

- Sabe que estou brincando. - corei e ele ergueu minha cabeça com a mão para que eu o olhasse novamente. - Olhe pra mim. Veja em meus olhos. Consegue enxergar que eu te amo? Eu sempre te amei e...

 

Meus dedos colaram em seus lábios, interrompendo-o.

 

- Aonde quer chegar, Cê? - minhas palavras eram um murmúrio. Eu estava realmente encabulada.

 

Ele parou de falar por um segundo e eu pude perceber que ninguém pronunciava nada. Apenas nos fitavam com os olhos brilhantes e as bocas retorcidas em um sorriso maravilhado. O que era aquilo? Só eu estava confusa? Definitivamente não entendia o por quê de tudo o que estava acontecendo, mas Cebolinha me olhou, não com desdém, mas como alguém que procurava respostas objetivas para dar.

 

 

Oh, kiss me beneath the milky twilight
Lead me out, on the moonlit floor
Lift your open hand
Strike up the band and make the fireflies dance,
silver moon's sparkling,
So kiss me.
Beije-me sob o crepúsculo
Leve-me pra fora, no chão iluminado pela lua
Levante sua mão aberta
Faça a banda tocar e faça os vaga-lumes dançarem,
A lua prateada está brilhando,
então me beije.

 

 

- Eu te amo e te quero para sempre ao meu lado. O que mais você quer? - Eu não precisava de mais nada. Não mesmo.

 

Repeti comigo mesma que eu não precisava de mais nada a não ser tudo o que eu já tinha. Amor, família e amigos maravilhosos, o que mais eu podia desejar?

 

- Não quero mais nada, Cê. - Afirmei, certa do que estava falando - Mas... Por que está me falando tudo isso agora? Eu não consigo entender...

 

E então senti o toque aveludado de uma caixinha vermelha roçar minha mão.

 

- Posso tornar esse momento em algo inesquecível? - Cebolinha ainda sorria com os dentes à mostra em uma linha reta e brilhante.

 

- Como é? - Meu cenho se franziu e meu coração disparou.

 

A caixinha aveludada se abriu e um lindo par de anéis prateados cintilavam como estrelas ali dentro. Fiquei em choque por alguns segundos, com os olhos inundados por lágrimas. Mas eram lágrimas de emoção e não de dor.

 

- Mônica, quero ser oficialmente seu namorado, me dá essa honra?

 

- Como posso recusar um pedido desse? - Disse, agora tranqüilizada.

 

E então eu finalmente sorri. Meu sorriso se misturou com as várias lágrimas que agora caíam e escorriam pela minha face surpresa e aliviada. Elas salgaram meus lábios róseos que agora beijavam, não com urgência, mas por necessidade, os lábios do meu namorado. Era isso que faltava para mim. Um beijo. O único que selaria meu amor com o dele, para sempre.

 

Alguns aplausos ecoaram ao fundo, mas eu não ligara. Minha mente estava concentrada no beijo e o meu coração agora podia palpitar feliz. Ele tinha encontrado, finalmente, a sua metade que estava faltando.

 

Fim do 33º Capítulo.

Geeeeente *-* Que saudades hahahahaha! Finalmente essa escritora lerda e pouco demorada postou não é? :) Olha, esse capítulo foi escrito com o meu coração, entendem? Dei a alma pra escrevê-lo. G_G *exagerada* rs. Bom, espero realmente que tenham gostado e comentem o que acharam, ok? Só pra avisar, o próximo capítulo é o ÚLTIMO! >< Doeu dizer isso, mas fazer o que... Quem sabe quando eu tiver mais tempo escreva outras fanfics da TMJ, ta? Obrigada por acompanharem até aqui *-* Sou muuuuito grata a toooodos os comentários! *chora de EMO.ção* rsrs. Beijos. :*


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