Amar Você escrita por Marcela


Capítulo 16
Campinho


Notas iniciais do capítulo

A música que acompanhará esse capítulo será:
Me Abrace - Wanessa Camargo
pra quem quiser escuta-la no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=aV3jh2x_hh8



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A semana passou voando, literalmente. Finalmente havia começado as férias de Julho e a chuva parecia ter dado uma trégua. O sinal de saída na escola mal tinha tocado e todo mundo já estava lá fora, gritando e pulando de felicidade. Apesar de não estar chovendo, o céu estava nublado, as nuvens escondiam o sol e fazia frio. Como sempre, eu estava mais atrasada que os outros e saí um pouco depois da classe, arrumando minhas coisas e me dirigindo até a saída do colégio.

 

Senti um vento gelado bater em meu corpo me fazendo estremecer. Me aconcheguei dentro do meu agasalho e segurei meus livros contra o peito. Não muito longe, avistei Magali, Cascão e Cebolinha conversando na calçada. Tentei esconder meu rosto dentro do capuz para que nenhum deles me visse, mas não deu muito certo, pois escutei minha amiga comilona chamar pelo meu nome. Tive que ir até ela e não tinha desculpas para querer ir embora sozinha. Caminhei, dando pequenos e lentos passos, até eles.

 

Saiba que este é
Meu último pedido.
Estou desesperada, sigo meus instintos.
Não me resta muito, tempo a favor,
E antes de ir embora, seguir o meu caminho,
Quero te olhar um pouco e sonhar que o destino
É junto a ti, amor.
Fica um segundo aqui e me faz companhia,
Quero adiar a dor, de me sentir sozinha.

 

- Mô vamos embora juntos, por que não vai com a gente já que moramos perto? - As palavras de Magali imploravam por mim.

 

- Tá. - Tive que concordar.


  

Percebi um sorriso emcabulado se desenhar no rosto do Cê. Logo ele se ofereceu para carregar meu material escolar. Neguei, pois aquilo não estava nem um pouco pesado para eu levar. Ele rolou os olhos para o chão da calçada, o qual ganhava um tom mais escuro por causa da chuva que começava a cair. Eu sabia que não ia demorar a chover novamente e suspirei cansada. Cascão, que tagarelava sem parar sobre o que faríamos essas férias, se calou de repente e começou a correr, logo sumiu. Antes que sumisse também, indo direto para sua casa, Magali gritou para mim:

 

- Boa sorte Mô! - Vou matar essa desgraçada!

Me abrace,
Me abrace,
Me abrace,
Me abrace...

 

Tentei correr atrás dela, mas as mãos masculinas do meu amigo de infância me impediram, segurando meus braços. Me sacudi e ele me prensou contra seu peitoral. Estremeci e fiquei quieta. Estávamos na rua do campinho, onde os meninos jogavam bola nas tardes mais chuvosas, e a qual era um pouco deserta, mas naquele momento não havia nenhuma pessoa e nenhum carro. Ele passou a ponta de seus dedos gelados no meu rosto e apertou minha nuca. Deslizei minhas mãos em seu cabelo e ele me retribuiu com um sorriso torto. Por um momento esqueci como se respirava. Sua boca procurava pela minha, mas desviei e lhe dei um abraço bem apertado. Senti ele suspirar.

 

A chuva havia apertado e o céu ficado um tanto escuro. Cebolinha descolou nossos corpos e pegou delicadamente em minhas mãos trêmulas, me puxando até o campinho. Logo soltou nossas mãos e pisou na grama encharcada de água, espirrando gotas para todos os lados, inclusive em mim, molhando minhas roupas. Estava prestes a gritar com ele, quando percebi um sorriso de felicidade estampado em seu rosto - desisti e ri também. Comecei a pular na grama junto com ele, e meu amigo pegou minhas mãos novamente, me puxando para mais perto dele.

 

- Eu falei que na próxima você não ia escapar. - Ele riu satisfeito.

 

Sei que este é
Meu último pedido,
Que seremos só, apenas, bons amigos...
Assim será melhor.
E antes de ir embora, seguir o meu caminho,
Quero te olhar um pouco, sonhar que o destino
É junto a ti, amor.
Fica um segundo aqui e me faz companhia,
Quero adiar a dor de me sentir sozinha.

 

Ri também, mas um tanto encabulada. Pensei que ele iria me agarrar ali mesmo, naquele instante, mas fez o contrário, gritou dentuça para mim e como era de se esperar ele correu e eu fui atrás dele. Caramba, como ele estava rápido, quase eu não consigo pegá-lo! De repente ele parou de correr, fazendo-me trombar com seu corpo. Caímos juntos no verde da grama molhada, pela chuva que continuava a cair das nuvens chorosas. Ele permaneceu em cima de mim, de uma forma que me impedia de me mexer. Cebolinha se apoiou, segurando a grama com as mãos, e as minhas que tremiam, não sei se era de frio ou de nervoso, enlaçaram seus cabelos encharcados.

 

- D-dentuça né? - Disse, gaguejando um pouco.

 

- É. - Ele desenhou um sorrio maravilhoso em sua face.

 

Logo o meu melhor amigo, selou seus lábios gelados aos meus. Uma desgarça de energia passou por entre nossos corpos trêmulos. - MAMÃE, DEIXA EU ARRANCAR A ROUPA DELE, DEIXA? - Tá, eu prometo que paro. Sua língua dançante, brincava com a minha, e se enrolavam uma na outra. Eu estava nas nuvens, literalmente. Ele deu leve mordiscadas em meus lábios e eu gemi baxinho, sem hesitar. Sua língua escorregou até meu queixo e deslizou até meu pescoço. Encostei minha boca em seu ouvido e quis pronunciar um eu te amo, mas não, fiquei quieta.

 

Me abrace,
Me abrace,
Me abrace,
Me abrace...
Sinta, meu coração está queimando.
Eu não quero compaixão, quero te ter comigo
Um pouco mais, por favor...

 

 

Minha boca estava sedenta de carinho e amor, mas a dele, não sei. Tentei recuar e escapar do seu beijo que queria me embebedar e me deixar louca. Ah, aquele beijo sempre foi tão prazeroso e delicioso para mim. Eu precisava dele, pracisava da sua boca enlouquecedora. Agora eu sei porque que as meninas gostam tanto de ficar com ele. Cebolinha riu ao descolar nossos lábios vermelhos e eu permaneci séria.

 

- Que foi? - Suas palavras eram tão doces.

 

- Nada.

 

Subi em cima de seu corpo e abocanhei seu queixo, subindo para sua boca molhada de prazer. Ele riu prazeroso enquanto me beijava; ri também. Cebola puxou meu corpo para mais perto do seu. Sua respiração era ofegante e excitada, a minha já estava mais nervosa. Eu estava tremendo de frio e as gotas da chuva lambiam meu corpo. Olhei para o relógio de pulso do Cê e notei que estava atrasada para o almoço. Levantei-me rapidamente e ele me segurou com suas mãos.

 

- Onde você vai, Mô?

 

- Embora, estou atrasada.

 

Saiba que este é
Meu último pedido.
Estou desesperada, sigo meus instintos.
Não me resta muito...tempo a favor.

 

Peguei meu material que estava quase todo molhado e me despedi dele com um selinho no canto dos lábios, o meia lua, retribuindo ao de semana passada. Ele sorriu contente. Corri em direção à minha casa, mas não estava tão longe quando ouvi ele gritar.

 

- Eu te amo Mônica! - Morri com essa.

 

Fim do 16º Capítulo.

Gostaraaaaaaam? *-*
Mandem reviews pessoas queridas do meu coração (:
Obrigada à TODOS os elogios, fico MUITO grata :D
beeeeeijos :*


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