Maria, Where Did You Go? escrita por Ldebigode


Capítulo 8
Get tatooed


Notas iniciais do capítulo

Sim, dois capítulos em um dia só, é isso mesmo aoskpaoskoapks espero que estejam gostando c: eu to amando escrever essa fic!
aproveitem a leitura!



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Acordei com a sensação de que tinha dormido por uma semana. Olhei para o lado e Tré ainda dormia, e roncava, esparramado na cama. Só naquele momento reparei que ele estava usando uma camisa do Bob Esponja, o que me fez rir baixinho.

Coloquei meus chinelos e fui andando até a cozinha. Eu ainda não tinha visto a hora, mas parecia que era bem cedo, eu era a única acordada.

Como estou acostumada a me virar, fui até a cozinha e resolvi fazer panquecas. Eu não sabia se algum dos meninos ia ficar com raiva se eu pegasse alguma coisa da cozinha sem avisar, então fiz só o suficiente pra matar minha fome. Peguei o necessário pra fazer as panquecas, farinha, fermento, açúcar, leite, etc. (N/A: gente, as panquecas que eu to falando são aquelas tipo americanas, flw?) Quando comecei a cozinhar, ouvi passos atrás de mim.

- Bom dia, Maria – era Billie.

- Ah, bom dia!

- Fazendo o quê?

- Panquecas.

- Não sabia que você cozinhava.

- Não cozinho – falei, rindo um pouco – só estou acostumada a me virar. Espero que não se importe, peguei alguns ingredientes...

- Que isso, fica a vontade, a casa é sua.

Ele estava com a mesma roupa de ontem, tirando que sua camisa estava meio amassada e ele estava de boxers (sim, isso me fez ficar com vergonha, se é isso que você está se perguntando). Ele andou até o armário e pegou uma caixa de cereais.

- E você dançando ontem, em? – ele falou, rindo e quebrando o silêncio.

- Ah, fala sério, minha única esperança era que você estivesse tão bêbado que não fosse lembrar!

- Nossa, valeu!

Ri um pouco, mas pelo meu reflexo no microondas, eu estava vermelha. Que legal, o meu ídolo me viu dançando funk ontem à noite e nunca vai esquecer.

- Mas você dançou bem – ele disse, corando.

- Er... obrigada.

Ficou um silêncio constrangedor ali.

- Então, o que vai fazer hoje? – ele perguntou, quebrando o silêncio.

- Tava pensando em fazer mais algumas tatuagens.

- Maneiro!

- Conhece algum estúdio legal?

- Hm... Tem o Dragonfly e o Mission Ink. Eu recomendo esses.

- Legal. Vou ver se depois do almoço eu vou.

- Quais tatuagens você quer fazer?

- Uma clave de sol na minha nuca, cartas de baralho nos dedos, “Jesus” em hebraico na altura do umbigo e um dragão na barriga.

- Uau.

A gente não tinha muito assunto, então voltei minha atenção pras panquecas. Peguei-as na frigideira e as joguei pra cima. Elas caíram perfeitamente na frigideira de volta, pra minha sorte, já que na maioria das vezes elas grudam no teto.

- Você tem que me ensinar a fazer panqueca – disse Billie.

- Me admira muito três homens morarem sozinhos e não saberem fazer pipoca ou panquecas – falei rindo, e ele riu junto.

- Posso tentar?

- Claro, vem aqui.

Ele segurou a frigideira e ficou na minha frente. Eu segurei seu braço por trás.

- Joga pra cima e corre pra pegar ela quando estiver caindo, entendeu?

- Aham.

Billie jogou a panqueca pra cima, mas ela estava demorando demais pra cair.

- Ué, onde ta? – perguntei.

- Oh-ho – ele disse – Olha pra cima.

E lá estava ela, grudada no teto.

Nós dois começamos a rir. Isso já tinha acontecido comigo em casa, mas eu não ri. Minha mãe me bateu.

- Bom dia gen... – chegou Tré na cozinha, nos cumprimentando. Mas foi interrompido por uma panqueca que, por dois centímetros, não caiu em sua cabeça – Mas o que foi isso?!

Eu e Billie rimos mais alto ainda.

Tré ignorou a panqueca no chão passando por cima dela, e sentou-se na mesa.

- Dormiu bem, Maria? – perguntou ele.

- Aham. Ótimamente.

- Aconteceu alguma coisa ontem à noite que eu não to sabendo? – perguntou Billie, desconfiado.

- Ham... Na verdade – disse Tré, um pouco envergonhado – A gente dormiu junto.

- Como assim?! – disse Billie, já irritado.

- Cara, calma – disse Tré – Foi só...

- O motivo foi bem idiota, pode acreditar – falei – eu só fiquei com medo à noite e pedi pra dormir com ele. Foi só isso.

- Não aconteceu nada – disse Tré, colocando a mão no ombro de Billie, que agora estava com uma das sobrancelhas levantada.

- É... Verdade isso mesmo?

- É sim – falei – por que a gente mentiria pra você?

Billie não respondeu, só encheu uma colher de cereal e mastigou com força e raiva. Ciúmes? Tentei convencer a mim mesma que sim. Mas não era, era raiva.

- Bom dia gente! – chegou Mike alegre. Mas sua alegria durou pouco, e ele escorregou na panqueca no chão. – Mas que porra é essa?!

Todos rimos alto. Ou melhor, só eu e Tré. Billie continuou com a cara fechada.

- O que aconteceu com você, Bill?

- Não interessa.

- Ele ta é com ciúmes – disse Tré, rindo.

- Cala a boca, idiota – retrucou Billie, com raiva.

- Ih, que isso Billie? – perguntou Mike.

- Cala a boca você também.

- Ah Billie para com isso – pedi.

- E você também, cala a boca.

- Cala a boca você, seu maconheiro de merda – cuspiu Tré.

- Gente, olha o barraco – falei.

- Ah foda-se – disse Billie – Foda-se essa merda de vida.

- Caralho Billie, deu pra ficar bipolar agora? – falei.

- Já não mandei você calar a boca?

- Você não manda em mim.

- Cala a boca!

- Cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu – mandei essa sem pensar, logo depois dando a língua pra ele. Minha expectativa era fazê-lo rir, mas não deu certo, ele só ficou com mais raiva ainda de mim. – Está agindo como uma criança – continuei.

- A única criança aqui é você!

Depois disso saí com raiva, pisando duro no chão. Troquei a blusa, coloquei um all star de cano, peguei uma bolsa e coloquei alguns desenhos meus dentro. Fechei a porta do meu quarto e fui na direção da porta.

- Onde você vai? – perguntou Tré.

- Você vai ver.

Desci a rua, ainda irritada com Billie, procurando um estúdio de tatuagem. Estava decidida a chegar em casa completamente tatuada. Andei por algumas ruas, até que achei o Dragonfly Ink, e resolvi entrar.

- Bom dia – falei.

- Bom dia – disse um cara no balcão. Usava uma blusa marrom, deixando seus braços completamente tatuados à mostra. Tinha cabelos loiros, em um corte militar. – Bem vinda à Dragonfly Studios Ink.

- Nossa, aqui é bem maneiro... Enfim, eu queria fazer umas tatuagens, tem vaga?

- Claro, hoje estamos meio vazios, como dá pra perceber – ele disse essa parte rindo – Ah, a propósito, meu nome é Matt. Eu sou o diretor aqui. Então, quais são as tatuagens que você quer fazer?

- Eu trouxe uns desenhos aqui comigo – abri a bolsa e puxei os papéis – Então, eu queria fazer essas cartas nos dedos da mão direita, esse dragão na barriga, uma clave de sol na nuca e escrever “Jesus” na minha cintura, em hebraico.

- Ótimas escolhas! E, uau, você desenha muito bem. Já pensou em se profissionalizar?

- Na verdade, já. Mas eu ainda não terminei o colégio, então quando eu arrumar um emprego provavelmente vou trabalhar com desenho.

- Muito legal. Enfim, se você deixar, eu gostaria de colocar seus desenhos no nosso álbum. É tipo um livro, onde têm as tatuagens mais pedidas, e fica mais fácil para nós.

- Claro que eu deixo! Aliás, que honra.

Matt riu.

- Então, vou chamar a garota pra fazer suas tatuagens ok? – ele disse e eu assenti – Pode se sentar ali naquela maca, é onde nós tatuamos os clientes.

- Tudo bem. Mas, é mais de uma tatuagem, tem problema?

- Não, não. Nós estamos vazios hoje e, pro caso de chegar algum cliente, tem uma tatuadora “só pra você” – ele fez as aspas com os dedos.

Sentei na maca. Não era exatamente uma maca, e também não era uma cama. Era um lugar suficientemente confortável para se deitar e ser tatuado. Depois de uns dez minutos, chegou uma mulher alta, bem branca, com pelo menos quatro piercings no rosto, e muitas tatuagens. Tinha cabelos pretos repicados, loiros nas pontas da franja, e usava uma regata preta, deixando à mostra todas as suas tatuagens, que eram muitas.

- Olá, bom dia, ou boa tarde, tanto faz. Eu sou Kat, eu que vou te tatuar – ela estendeu a mão e eu a cumprimentei. – qual o seu nome?

- É Maria.

- Você é maior de idade?

- Na verdade não, eu tenho 17, faço 18 daqui alguns dias, mas eu respondo pelos meus atos – falei rindo a última parte, e Kat riu comigo.

- Muito bom então. Podemos começar?

- Claro.

- Eu vi os seus desenhos – ela disse, colocando as luvas e a máscara – são muito bons.

- Obrigada...\

- Qual quer fazer primeiro?

- Acho que é melhor fazermos na mão primeiro.

- Ok.

Ela começou a tatuar meus dedos, cada um com uma carta de pôquer diferente. Ouros, paus, espadas e copas. Eu sabia que tatuar doía, mas nos dedos doía muito mais do que nas costas.

- Terminei – ela disse rindo. Eu havia cerrado meus olhos, estava doendo demais, mas a cena devia estar cômica – É a primeira vez que você faz uma tatuagem?

- Na verdade não, tenho uma nas costas. É que essa doeu demais.

- É, geralmente no pé e na mão dói bastante. Mas em uma semana cicatriza. Posso ver sua tatuagem?

Levantei minha blusa e me virei de costas. Tinha ali a cifra para piano de Let it be. Se você nunca ouviu essa música ou não sabe de quem é, se mate.

- Nossa, é linda! Onde fez?

- Em L.A., quando morava lá. Não me lembro o estúdio.

- Você já morou em L.A.? É lindo não é? Já trabalhei lá.

Nós não tínhamos muito assunto, então ficamos em silêncio.

- Então, podemos passar para a próxima? – ela perguntou.

- Claro!

- Qual agora?

- Pode ser a clave de sol.

- Na nuca, né?

- Aham.

Me sentei de costas para ela, tirei a blusa e tirei o cabelo dali. Depois ela escreveu “Jesus” em hebraico na minha cintura e, por último, a minha favorita, o dragão. Seu rabo ficava do lado mais perto da costela de meu seio direito, e seu corpo ficava acima de meu umbigo. Sua posição fazia parecer que ele estava descansando em minha barriga.

- Muito obrigada Kat – falei apertando sua mão. Eu a teria abraçado, mas minha barriga ainda estava doendo por causa da tatuagem.

- Foi um prazer!

Fui até o balcão para acertar as contas.

- Então, Matt, quanto deu?

Ele checou no computador e me falou o preço. Eu não vou falar aqui porque isso... Bem, porque isso não interessa a ninguém além de mim. Me despedi dele e fui na direção da porta.

- Maria – disse Kat, atrás de mim – Estou indo almoçar, quer ir comigo?

- Claro!

Fiquei animada em ter encontrado uma amiga, e o melhor, uma amiga decente. Fomos almoçar em um bar ali perto, e conversamos muito. Ela tem uma banda de garagem com uma gangue de punks que ela conheceu em um armazém. Ela só tem 20 anos. Trabalha no Dragonfly Studios desde os 18. Adora rock. Bem, nós somos muito parecidas.

Depois de algum tempo, me despedi e fui andando pra casa. No meio do caminho, aqueles sacos plásticos que se coloca depois de fazer tatuagem, começou a me irritar. Daí eu os arranquei e joguei no lixo mais próximo.

Quando cheguei em casa me dei conta de que ainda não tinha a chave, então toquei a campainha. E esperei. E toquei mais uma. Mais duas. Mais três, mais quatro, mais cinco, e ninguém atendeu. Como eu sou uma pessoa extremamente calma e que sempre vê as coisas pelo lado positivo, eu comecei a ficar desesperada.

- Gente! Gente! Abre aí, vai, por favor!

Passei quase cinco minutos batendo (ou melhor, espancando) na porta, até que alguém abriu. Era Tré, e pela sua cara, ele estava dormindo. Resmungou alguma coisa que parecia “entra aí”, mas saiu como um “akjhbsalsjhna”.

- Então, aonde foi? – ele perguntou. Levantei a blusa e mostrei as tatuagens recém-feitas. – Uau! São lindas!

- Obrigada! São desenhos meus.

- Sério? Eu não sabia que você desenhava.

Tentei falar alguma coisa, mas me distraí com o som de um piano, vindo do fundo da casa.


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Notas finais do capítulo

gostaram? odiaram? mereço reviews? *¬*
xox, L