Maria, Where Did You Go? escrita por Ldebigode


Capítulo 4
Away from home


Notas iniciais do capítulo

Sim, o título tá escroto.
Esse também ta grande! Aproveitem !



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Eu queria escrever uma música.

Eu realmente queria.

Mas, como sempre, não saiu nada. Lily foi embora de tarde e minha mãe chegou logo depois. Ela cumprimentou John e meu pai. Eu não.

Quando já eram umas 18h ela nos chamou pra jantar. Como estava frio, tinha sopa. Eca. (N/A: esse capítulo tá chato, eu sei ç.ç é que eu preciso de uma ponte pra levar pra parte interessante)

- Eu não vou comer isso – falei me levantando da mesa.

- Maria – gritou minha mãe, séria – Maria Isabella Joseph Sketch!

Ela só me chamava pelo nome inteiro quando estava com muita raiva. Tipo quando eu fiz uma tatuagem. E, argh, como eu odeio esse nome. Tanto que NUNCA me apresento como Maria Isabella, só como Maria.

- Maria Isabella, sente agora – gritou meu pai.

- Não quero. Eu não to com fome – falei, indo pro meu quarto – E para de me chamar de Maria Isabella!

Eu não devia ter falado a última parte, agora que eles iam pegar no meu pé.

- O seu nome é Maria Isabella? – perguntou John. Eu até ri.

- É, mas se você me chamar assim eu te jogo pela janela.

- Cala a boca, Maria! – disse minha mãe. John começou a choramingar, mas eu sabia que ele estava fingindo. Era muito bom nisso, mas eu o conhecia.

- Então está de castigo – disse minha mãe, calmamente – Não vai sair de casa até terminarem suas férias. E quando as aulas voltarem, vai ser de casa para escola, da escola pra casa.

Eu podia ter gritado, mas tudo o que eu fiz foi ir pro quarto e trancar a porta. E eu dormi. Não chorei, não gritei, não me cortei, não me joguei da janela... Só dormi.

Acordei lá pelas 2h da manhã.

- É minha chance... – falei baixinho.

Peguei uma mochila e enchi com umas roupas – essenciais. Umas camisas de bandas, tipo Nirvana, Green Day, Metallica, Guns. Coloquei duas calças jeans, um all star preto, umas meias, roupas íntimas, meus CDs, a coleção de livros do Harry Potter, dinheiro – óbvio – e uns livros do colégio. Já estava pesada.

E eu tinha ainda que escolher. Eu tinha dois violões, Capitão Jack (não me zoe, eu tinha 9 anos), Buttercup e a guitarra Cali. Não dava pra levar os três. Me deu um aperto no peito, mas eu tive que levar Cali. Porque se eu quisesse crescer na música, eu tinha que tocar guitarra, e não violão.

Peguei um pedaço de papel e uma caneta e escrevi um bilhete pros meus pais:

Cassie e Finn (sim, esses são os nomes dos meus pais),

Não faz pouco tempo, eu percebi que eu só atrapalho. E vocês também, não gostam muito de mim, né? Eu não sou, nem de longe, a filha que vocês sonhavam. Argh, não quero fazer isso ficar meloso demais, mas cara... Eu vou embora. Não dá mais pra morar no mesmo teto de pessoas que me odeiam. Não vou deixar de ser filha de vocês, mas pra mim, nunca mais “mãe e pai”. Agora só “Cassie e Finn”. Não entendam isso como um bilhete suicida, eu vou arrumar um emprego, continuar estudando. Ainda tenho juízo. Eu ia esperar até fazer 18, mas não dá mais. Sim, vai doer em mim, eu me “acostumei” com vocês e com o John. Ah, sinceramente, a única pessoa que eu vou realmente sentir falta é o John. Ele não me trata como uma coisa, ele me trata como a irmã dele. E eu o amo. Aproveitando a chance, quando foi a última vez que vocês disseram “eu te amo” pra mim?

Maria.

Ficou meloso demais? Ah, espero que não. Coloquei Cali na bolsa, coloquei a mochila nos ombros e fui saindo. Colei o bilhete na geladeira com um ímã, peguei a chave reserva que ficava em cima do armário, abri a porta devagar e saí. Guardei a chave no bolso do casaco.

Sinceramente, eu chorei. Eu não queria precisar fazer isso, mas não agüentava mais.

Desci pela escada, o elevador fazia muito barulho e eu não queria acordar ninguém. Quando saí pelo portão, percebi que estava chovendo. Coloquei o gorro do casaco e continuei andando. Eu precisava de um lugar pra passar a noite. Não precisava nem “passar a noite”, eu só queria largar minhas coisas e esperar o dia amanhecer.

Passei na frente de uma pensão, e parecia bem vazia. Como as luzes estavam acesas, resolvi entrar.

- Oi, com licença – falei. Havia uma mulher no balcão, lendo jornal. Ela ergueu os olhos acima dos óculos, mas não tirou a atenção do jornal – Eu gostaria de um quarto. Pode ser por uma noite só.

- Toma – ela me disse, entregando a chave – Segunda porta à direita. O café-da-manhã é servido das 7h até às 11h. Depois disso o restaurante fecha e só abre para o jantar, de 18h até as 10h. Você pretende ir embora amanhã?

- Sim, eu só quero passar a noite. Quanto é a estadia?

- U$ 35,00 a diária.

Tirei o dinheiro do bolso e coloquei em cima do balcão.

- Boa noite – falei.

- Boa noite – ela resmungou.

Fui para meu quarto. Era pequeno, mas não era mais do que o necessário. Desliguei o celular, não queria que ninguém me ligasse. Liguei o ventilador e o abajur e peguei Harry Potter e o Cálice de Fogo pra terminar de ler. Meus planos eram basicamente não dormir naquela noite. Mas eu acabei dormindo, umas 4h, em cima do livro.

Acordei com o sol na minha cara. Olhei no relógio na parede, eram 7h10. Resolvi ir tomar café (não antes de lavar o rosto, fazer higiene né. Desculpa, leitores, não quero que vocês pensem que eu não faço isso)

Peguei uma bandeja e coloquei um pedaço de bolo de cenoura, um suco de uva e cereal. Eu precisava de um café reforçado, já que eu não tinha muito dinheiro, então tinha que aproveitar enquanto tinha comida.

Sentei em uma mesa um pouco afastada das pessoas. Até que um grupo de adolescentes com duas meninas e um menino se sentou comigo.

- Ahm, a gente pode sentar aqui? – perguntou o garoto.

- Hm... Claro.

Eles se sentaram. Eu não estava exatamente prestando atenção na conversa deles, mas estavam rindo bastante. A menina loira com cara de patricinha se sentou do meu lado. Não me cumprimentou, nada. A outra menina, de cabelos castanhos encaracolados e sardas no rosto estendeu a mão.

- Oi! Eu sou Emily.

- Eu sou Maria – falei, com a boca cheia de bolo, fazendo ela e o garoto rirem.

- Eu sou Zeke – disse o garoto – e essa é Claire. Ela é meio metida.

- Argh Zeke cale a boca – disse Claire. Ela estava mastigando um chiclete, o cheiro estava se espalhando pela mesa toda e o cabelo dela tinha cheiro de bala. Ela usava uma saia rosa e uma regata preta.

Aquele barulho de mastigação já estava me incomodando.

- Meu amor, mastigar chiclete é uma coisa, imitar uma lhama é outra bem diferente – falei, encarando Claire.

Emily e Zeke riram muito, e muito alto. Claire me encarou e se levantou para cuspir o chiclete.

- Você é das nossas – disse Zeke.

- Acho que já vou – falei – fugi de casa ontem, tenho que arrumar um emprego.

- A gente trabalha numa loja de discos, a Smooth Rock Club, sabe? – disse Emily

(N/A: eu não sei se essa loja existe ok? kk)

- Ah, sei. Uma que tem um letreiro vermelho na porta?

- Essa mesma. Se você quiser, passa lá e a gente te arruma um emprego.

- Obrigada, mesmo. Bom, vou embora agora. Tchau.

Me levantei, fui até o meu quarto e juntei minhas coisas. Passei no balcão, fechei a conta e fui embora. Fui direto na cafeteria do Dan, era o único lugar na cidade onde eu ficava a vontade.

- Bom dia, Dan! – falei, ao entrar.

- Bom dia Maria! – disse ele – Ta feliz hoje?

- É, pode se dizer que sim.

Me sentei na mesa de sempre. Abri o livro e continuei lendo, queria muito terminar. Mas eu estava mais cansada do que pensei, e acabei dormindo em cima do livro – de novo.

Fui acordada por alguém com a mão no meu ombro.

- Maria?


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Notas finais do capítulo

~~suspense~ kkkk
deixem reviews se gostaram! deixem reviews se amaram! deixem reviews se odiaram! deixem reviews se querem vomitar nessa fic, mas deixem reviews por favor!
kkk beijos, L