21- Ameaças.

Selena P.O.V.:

Foi extremamente apavorante descobrir que Justin havia desaparecido de casa. Por um lado, Kendall havia me dito que ele poderia ter cansado do esquecimento que sofria por parte do pai e da mãe de Kendall, voltado para o orfanato, mas, de outro lado, ele poderia estar precisando de ajuda. Kendall não acreditava em mim, disse que ele poderia estar no orfanato que ficava antes de ser adotado, mas eu sentia que não era aquilo. Quase tive vontade de jogar na cara de Kendall que eu estava certa quando, em meu e-mail, chegou uma mensagem nova dele. SOS, a mensagem dizia.

– Eu sabia!! – Quase gritei.

– O que? – Kendall pergntou.

– SOS!! – Gritei. – SOS!! Ele está precisando de ajuda!!

– Quem está precisando de ajuda? SOS? – Ele perguntou.

– Justin!! Ele mandou um SOS! Ele está em apuros! Eu te disse, eu te disse! – Gritei. – Precisamos localizá-lo!!

– Calma, Selena, – Kendall disse, me segurando pelos ombros. – Eu sei que precisamos achá-lo rápido, mas... Ele mandou algo a mais?

– Não. – Respondi. – Mas... Precisamos de ajuda!

– Eu sei. – Kendall respondeu. – Mas... Vamos esperar, ver se ele não manda coordenadas, como fez antes. Só um dia, no máximo. Ok?

Fiquei em silêncio. Não queria esperar para ver Justin, e salvá-lo. Mas, ele estava certo, de uma forma. Nem sabíamos onde ele estava.

– Ok. – Cedi. – 24 horas, ok?

– Tudo bem. – Kendall disse. – Se ele não der sinal de vida até amanhã, nós ligamos para Mirage e pedimos para localizá-lo. Mas, enquanto isso, vamos esperar.

Na boa, esperar foi a melhor e a pior coisa que pudemos fazer. No dia seguinte, ligaram para Kendall. Era Royalton. Kendall deixou no auto-falante, para que eu pudesse ouvir.

– Olá, Knight. – Royalton disse.

– O que você quer? Está com meu irmão de novo? – Kendall perguntou.

– Como você acertou rápido! – Aquele canalha respondeu. Eu franzi a testa.

– Seu canalha, o que você quer com ele? – Kendall pareceu ler meus pensamentos.

–Com ele? Nada! O que quero está com você. – Royalton disse.

– O quê? – Nós dois dissemos, apesar de sabermos do que ele falava.

– Acho que deve saber, Kendall. Os chips. Os seis chips que estão em suas mãos.

– Eu nunca vou lhe dar os chips! – Kendall protestou.

– Então, eu nunca irei lhe dar seu irmão. – Royalton nos chantageou. Depois, pareceu se voltar para seus capangas. – Tragam-no.

– Seu canalha, deixe-o livre! – Kendall gritou. Naquele momento, ouvi um barulho de um grito abafado, de Justin. – Eu lhe dou os chips, mas deixe-o livre! Ele não fez nada pra você!

– Kendall!! Não faça isso!! – Ouvi Justin gritar, mas foi calado com alguma pancada.

– Cale a boca, seu moleque! – Royalton ralhou. – Guardas, tirem-o daqui!

– Não!! Kendall!! Não faça isso! Não lhe dê os chips!! – Justin protestou, mas logo, sua voz se calou. Royalton suspirou.

– Bem, depois desta rude interrupção... – Ele disse. – Você quer ter seu irmãozinho morto? Por sua causa?

Kendall bufou.

– Tudo bem. Aonde? – Ele cedeu. Royalton riu, e nos deu um endereço, em Miami. Ótimo. Aquele homem o levou de Nova York para Miami. O ponto bom era que Justin estava bem perto.

– Esteja lá, ás exatas duas e meia, com os chips. Senão, Justin morre. – Ele nos ameaçou. Se voltou novamente para os outros homens. – Façam o que quiser com ele. – Ele disse, antes de desligar. Kendall e eu nos entreolhamos.

– E agora? – Eu perguntei, em choque. – O que farão com ele?

– Eu não sei. – Kendall disse. – Mas eu quero meu irmão de volta.

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Kendall P.O.V.:

Eu havia descoberto aonde Justin estava. Royalton estava com ele. Com meu irmão. De novo. Eu não queria que Justin se ferisse. Ele já havia passado por coisa demais. Havia voltado para Nova York para sua própria proteção, não iria passar por aquelas canalhices novamente. Não se eu pudesse impedir. No dia seguinte, eu fui para o lugar combinado por Royalton, ás exatas 14h 30min, eu estava lá. Eu e Selena, armados, devidamente protegidos, e apreensivos. O lugar era uma garagem, parecia uma oficina de carros abandonada, no meio do nada. Nós paramos o Mach-6 alguns metros atrás dela, e saímos.

– Ele está aqui. – Selena disse. Eu assenti.

– Preste atenção em tudo. – Disse.

– Ok. – Ela me respondeu. Fomos caminhando para a entrada da garagem, e, quando entramos nela, percebemos que o telhado só cobria metade do espaço, criando uma cortina de escuridão a alguns metros de nós. Antes da cortina de escuridão, estava uma cadeira. Justin estava lá, com as mãos para trás, as roupas sujas de poeira e sangue. Sua cabeça estava baixa, e ele estava com a coluna curvada, mostrando cansaço extremo.

– Justin! – Gritei, tentando avançar um passo. Selena me segurou pelo braço.

– Não faça isso! É uma emboscada! – Ela disse.

– Garota inteligente! – Uma voz ecoou. Então, Royalton deu um passo a frente, e apareceu ao lado de Justin, e o puxou pelo cabelo, forçando-o a levantar a cabeça. E então eu vi sua face. Hematomas nos olhos, cortes na bochecha e na boca, e um olhar de Socorro, me ajude e fraqueza. Ele mexeu a boca, murmurando um “Não dê os chips”.

– Royalton... – Murmurei.

– Kendall! Há quanto tempo eu não o vejo! – Ele respondeu. – Trouxe o combinado?

Eu assenti, e mostrei a caixa. Andei alguns passos á frente, e outros homens apareceram, altos e fortes, com um armamento pesado. Eu entreguei a caixa com os chips para Royalton, e Justin me fitou com um olhar de Não faça isso. Royalton checou se os chips estavam mesmo na caixa, e, ao ver que estavam mesmo, sorriu.

– Me devolva o meu irmão. – Falei, num tom sério. Ele me fitou com um olhar cínico, ergueu Justin e o arremessou em minha direção. Eu o segurei antes que ele caísse no chão, e eu perguntei a ele se ele estava bem, se ele conseguia ficar de pé. Ele disse que não.

– Eles quebraram minhas pernas. – Ele disse, num murmúrio choroso. – Está doendo muito...

– Calma, – Eu disse. – Vai ficar tudo bem.

Eu passei Justin para Selena, e ela lhe deu um beijo no alto da cabeça. A fitei, e fiz uma cara de Vamos recuperar?. Ela assentiu para mim, murmurou o que iríamos fazer para Justin, e eu fiz uma contagem de um a três em voz baixa. Royalton estava vendo os chips, distraído, e, no três, atacamos. Primeiro eu, com um tiro, que foi devolvido pelos homens de Royalton. Selena jogou Justin para o lado, ele caiu deitado no canto da oficina, e ela sacou sua arma, e atirou em uns três homens quase ao mesmo tempo. Eu atirei de raspão na mão de John Royalton e ele deixou a caixa com os chips cair no chão. Selena mergulhou e a agarrou antes que outros pegassem. Eu comecei a lutar com outro homem, e nem percebi que Royalton sacou uma arma e mirou em mim. Não sei como, mas Justin se levantou, foi correndo até mim, me derrubou, e recebeu os tiros que deviam ser meus.